Dwight L. Moody, o grande evangelista do século XIX, costumava contar uma história singela, mas cheia de verdade espiritual.
Um circo havia se instalado perto de uma pequena vila. Numa noite tranquila, um incêndio começou de forma inesperada — uma lamparina tombou, as lonas secas se inflamaram, e logo as chamas se espalharam. O diretor, tomado pelo desespero, gritou:
“Corram à vila e avisem! Peçam ajuda, antes que o fogo alcance as casas!”
Os primeiros a saírem foram os palhaços. Estavam prontos, com suas roupas coloridas e rostos pintados. Correram pela estrada, gritando:
“Fogo! Fogo! O circo está pegando fogo!”
Mas, ao chegarem à vila, as pessoas riram. Achavam que era apenas mais uma brincadeira, uma forma de chamar a atenção para o espetáculo. Quanto mais os palhaços insistiam, mais os moradores zombavam.
E enquanto o povo ria, o fogo avançava.
Quando finalmente perceberam a verdade, era tarde demais — o circo e a vila estavam em ruínas.
Moody usava essa história como uma parábola espiritual. Quantas vezes, ele dizia, a humanidade reage do mesmo modo diante dos avisos de Deus! As pessoas ouvem falar de juízo, de arrependimento, de salvação, e pensam que é apenas mais uma fábula religiosa — um conto piedoso para assustar ou emocionar. Riem, zombam, ou simplesmente ignoram.
Mas há também uma advertência para os mensageiros.
Os palhaços, ainda que falassem a verdade, pareciam parte de uma comédia. Sua aparência contradizia a urgência da mensagem. Da mesma forma, hoje há cristãos que anunciam a breve volta de Cristo, mas suas vidas não testemunham o poder dessa esperança. Falamos de arrependimento, mas vivemos distraídos. Pregamos sobre santidade, mas com o coração dividido. Dizemos que o tempo é curto, mas agimos como se houvesse séculos à frente.
Talvez o mundo não acredite não apenas porque não quer ouvir, mas porque nós não parecemos convencidos daquilo que dizemos.
O fogo já começou a arder. As profecias se cumprem diante dos nossos olhos. O tempo da graça se aproxima do fim. E, enquanto muitos ainda riem, o Espírito Santo clama:
“Desperta, tu que dormes!”
Que não sejamos palhaços gritando em vão, mas voz viva e verdadeira, marcada por convicção, amor e poder.
Que cada palavra nossa, cada atitude, cada gesto, seja um testemunho de que Jesus está às portas, e que há salvação para quem crê.
“Eis que venho sem demora, e comigo está a recompensa que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.”
(Apocalipse 22:12)
Oração:
Senhor, desperta-nos para a realidade da Tua vinda. Que nossas palavras não sejam apenas ecos vazios, mas testemunhos vivos da Tua verdade. Dá-nos convicção, pureza e fervor, para que o mundo veja em nós a luz da esperança e não apenas o reflexo da indiferença. Em nome de Jesus, amém.

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