quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Paises que mais perseguem os cristãos no mundo

 De acordo com os dados da Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2023, mais de 360 milhões de cristãos ao redor do mundo enfrentam altos níveis de perseguição e discriminação por causa da fé em Jesus. Os dados da pesquisa estimam que um em cada sete cristãos no mundo enfrenta perseguição extremasevera ou alta. Baixe o mapa e conheça os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.

Veja os principais acontecimentos que marcaram a Igreja Perseguida no período de pesquisa da LMP 2023 (1 de outubro de 2021 a 30 de setembro de 2022).

    • Coreia do Norte volta para a primeira posição com os mais altos níveis de perseguição já vistos. A nação que manteve a posição mais alta na Lista Mundial da Perseguição desde 2002, com exceção da LMP 2022, alcançou os 98 pontos na pesquisa, um recorde histórico. Isso reflete o aumento na prisão dos cristãos e de igrejas domésticas descobertas e fechadas por conta da nova “lei do pensamento antirreacionário”.
    • Afeganistão, que estava em 1° lugar, passa para o 9° lugar. Apesar da queda na classificação, a perseguição permanece extrema no país. O motivo da mudança considerável foi que menos cristãos foram mortos, o que levou à diminuição no nível de violência aos cristãos, que passou de 15 para 4,6 pontos. Isso não significa que a situação melhorou no país, mas sim que os cristãos tiveram que fugir para salvar suas vidas ou estão completamente escondidos para não serem descobertos e mortos.
    • Nigéria alcançou sua pontuação e classificação mais alta, o que a fez subir mais uma posição, passando do 7° para o 6° lugar. A nação, que é a mais populosa e rica da África, está à beira de um desastre.
    • Sudão, que estava em 13° lugar e era classificado como um país com perseguição severa, subiu para a 10ª posição e agora atingiu o nível de perseguição extrema. Já a Arábia Saudita deixa de ter perseguição extrema e volta para a perseguição severa.
    • No Paquistão, a situação melhorou levemente, porém permanece um dos países onde é mais difícil viver como cristão. As notórias leis de blasfêmia do país continuam ameaçando cristãos. Mortes e ataques contra igrejas também continuam. Além disso, meninas cristãs são sequestradas e forçadas a se converter ou se casar.
    • A situação dos cristãos em Mianmar continua piorando. Seguindo o significativo aumento do ano anterior, a violência subiu ainda mais e a pressão aos cristãos em todas as esferas da vida também aumentou. Isso é principalmente devido à expansão da guerra civil em mais regiões. Mais do que nunca, cristãos se tornam deslocados internos ou refugiados e vivem em campos de refugiados e deslocados, que não oferecem comida ou os cuidados médicos adequados.

    • Na Lista Mundial da Perseguição 2023, todos os 50 países pontuaram níveis de perseguição extrema e severa. Além dos 50 primeiros colocados da LMP, outros 26 países ficaram na Lista de Países em Observação, sendo cinco deles com mais de 61 pontos e outros 21 com mais de 41 pontos. A lista de países com perseguição extrema se manteve com 11 nações: Coreia do Norte (1), Somália (2), Iêmen (3), Eritreia (4), Líbia (5), Nigéria (6), Paquistão (7), Irã (8), Afeganistão (9), Sudão (10) e Índia (11).

    • Veja a Lista Mundial da Perseguição 2023 completa e os perfis de cada país e outras informações em: www.portasabertas.org.br/lista-mundial



terça-feira, 10 de janeiro de 2023

O Cristão e a Política

 


    Vivemos numa época de polarização política mundo afora.  De um lado está um segmento político que defende o pensamento progressista, ou seja,  a atuação de leis e organizações supranacionais em detrimento as liberdades individuais. Este é visto como oriundo do espectro político de esquerda, que defende uma maior intervenção do Estado na economia e na sociedade. De outro lado está  o segmento político de direita, ou seja, aquele mais voltado aos valores tradicionais, que defende a valorização da soberania e dos costumes de cada nação, bem como os direitos individuais e a  liberdade econômica. 
    Este último segmento político tem sido percebido pela maioria dos cristãos como sendo o  mais viável e condizente com os valores cristãos e portanto digno de apoio.  Há contudo, algumas ponderações a serem feitas com relação a um posicionamento político mais expressivo nos dias atuais  por parte daqueles que aguardam a breve volta de Jesus. 
     Talvez, em algum momento da história, foi importante um engajamento mais efetivo dos cristãos nas causas políticas. Não que hoje  seja proibido aos cristãos participarem do processo político, mas agora no tempo do fim, o foco deve estar na consumação da pregação do evangelho. Sabemos que os fatos se desencadearão conforme o script profético e pouco tempo nos resta neste mundo para lutarmos por vantagens duradouras.
    
    Como cristãos, temos que nos lembrar que o Reino de Deus suplanta  todas as ideologias humanas e todas as organizações políticas. Portanto, ao meu ver, no tempo em que estamos vivendo, nossa exposição no aspecto político não deve alcançar o nível de militância ou de engajamento de forma apaixonada, que tome o nosso melhor tempo e atenção. 
    Se o nosso maior anseio é participarmos do reino do Senhor Jesus, o qual solucionará todas as carências e conflitos humanos, isto deve ter significado e influência em nosso comportamento. Se já não esperamos grandes melhorias no mundo ou na sociedade em que vivemos, pois acreditamos que a solução para os problemas do mundo não esteja no âmbito da política, não faz sentido um  envolvimento participativo intenso. Muitos dão aos segmentos políticos a conotação de um conflito entre o bem e o mal, como se o grande conflito espiritual que se iniciou no céu hoje  se limitasse  ao campo político-partidário. 
    
    As disputas político-partidárias envolvem muito mais que ideologias, envolvem sim interesses pessoais, luta pelo poder, ambições variadas, entre outros interesses. Muitos políticos usam o viés ideológico e o discurso religioso apenas como ferramenta para angariar apoio popular. Mas na prática o exercício do poder posterior não condiz com as posturas proclamadas em palanques e no discurso público.
    Com certeza a política e a administração pública evoluiu positivamente em muitas nações no decorrer da história. Esta evolução basicamente se traduz na consolidação dos direitos individuais decorrentes de um ambiente democrático  e na separação entre Igreja e Estado. Devemos ter um olhar de preocupação com a possibilidade de reaproximação  entre estas duas instituições. 
    Muitos regimes totalitários se utilizam do viés moral e religioso para imporem violações contra as liberdades e direitos fundamentais. Com todos os problemas e abusos que podem ser encontrados num regime político democrático, ainda assim tem qualidade superior a outros regimes políticos encontrados no mundo.  

    Enfim,  o que a Bíblia recomenda e aconselha ao cristão é o respeito e consideração às autoridades constituídas. (Romanos 13:1-5). Ela não aponta ao engajamento e a causa política como um desdobramento do reino de Deus na terra, nem orienta os filhos de Deus à ruptura social, ou a insurgência a certos regimes de governo. 
    Em nossa época, nos momentos finais da história deste mundo, Satanás também usará  a política para desviar o foco dos filhos de Deus. Como ele sabe que pouco tempo lhe resta, qualquer atraso ou baixa disposição na pregação do evangelho é um ganho considerável. Devemos estar atentos às astutas ciladas e distrações do inimigo de Deus (Efésios 6:11-14).
    A escritora inspirada Ellen White, escreveu o seguinte: "Os que são genuinamente cristãos são ramos da Videira verdadeira, e darão o mesmo fruto que ela. Agirão em harmonia, em comunhão cristã. Não usarão distintivos políticos, mas os de Cristo." (Obreiros Evangélicos, pág. 393).
    
    O argumento da sábia escritora considera o contexto do povo de Deus no tempo do fim. Alguém pode dizer que já faz mais de um século que vivemos na expectativa da breve volta de Jesus. Posso dizer, entre outras coisas, que se já faz todo este tempo então estamos no fim mesmo. Para Noé, Deus disse que o fim chegaria depois de 120 anos de pregação. Se, como movimento, já passamos deste período, então agora é hora de pregarmos ainda mais com afinco, fervor e foco. Ao invés de estarmos nos debatendo com questões político-partidárias devemos pensar em como salvar pecadores e assim apressar a segunda vinda do Senhor Jesus.


Aguinaldo C. da Silva