segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Uma mensagem para os nossos dias!

 

    Pensando na trajetória dos seguidores de Cristo depois de  2 mil anos de história,  pergunta-se: Qual a mensagem mais necessária que deve ser dada à  geração atual? Depois de tantos movimentos de avivamentos,  reformas e fases distintas vividas pelo Cristianismo, qual a mensagem mais propícia na presente época?     
    
    Tomando por exemplo o movimento Adventista, surgido na primeira metade do século XIX, este teve como ênfase a pregação da breve volta de Jesus no contexto da profecia bíblica, voltando-se ao preparo de um povo para receber o Senhor Jesus em glória e majestade.
    Dentro deste escopo podemos dizer que a mensagem para o último tempo cumpre a previsão feita por Malaquias no capítulo 4, onde declara que antes do grande dia do Senhor virá o profeta Elias com uma mensagem convertedora.  Ao relembrar a história do povo de Deus, que na era do Antigo Testamento era constituído pela nação de Israel, vemos que a idolatria era a grande pedra de tropeço deste povo. 
    
    Atualmente podemos dizer que a situação não mudou,  a idolatria se mantém, porém com uma nova roupagem ou símbolos diferenciados daqueles apresentados nos tempos bíblicos.  O livro do Apocalipse contrapõe elementos significativos do contexto idolátrico  com os elementos centrais do cristianismo. A adoração às divindades ou ídolos  no formato de obras de escultura, comuns nos tempos bíblicos, foi substituída pela satisfação própria, o culto ao dinheiro e ao próprio homem. 
    Portanto o remanescente fiel da igreja, expresso no Apocalipse como "o resto da semente da mulher" (Apoc 12.17), tem a missão de informar ou traduzir o Evangelho para a última geração de uma forma convertedora, ou seja, mudando a direção ou as ideias que determinam o comportamento das pessoas no tempo do fim.

     Nossa sociedade está centrada no Humanismo e no Existencialismo, correntes filosóficas que surgiram nos séculos  XV e XIX respectivamente. Em nossa época a atenção das pessoas  está voltada aos bens de consumo e à satisfação própria como um fim em si mesmo. Diante deste quadro o enfoque da mensagem para este tempo é de exortação e vigilância, pois as distrações e possíveis ciladas deste mundo são cativantes e inebriantes. É muito bom desfrutar dos recursos tecnológicos e de conforto presente em nosso século, mas ao mesmo tempo isto traz consigo um grande perigo espiritual. Lembremos da Parábola do Semeador contada por Jesus, esta fala que "os cuidados desta vida, os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas sufocam a Palavra e fica infrutífera" (Marcos 4.19). 
     No no campo ideológico comportamental se apresenta  o perfil hedônico e narcisista  como fator determinante de valores e interesses atuais, se contrapondo aos valores bíblicos, tais  como a piedade, abnegação e  modéstia cristã.   Cumpre-se em nossa geração as palavras do Apóstolo Paulo: "Sabe, porém isto: "Que nos últimos dias virão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos ..." (II Timóteo 3:1-2).     
     A firmeza de propósito que caracterizava os compromissos e as instituições no passado foi substituída por uma dinâmica superficialista efêmera, denominada de "realidade líquida", como bem argumentou e descreveu o sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Balmam. O matrimônio, as amizades, os vínculos sociais e religiosos passaram a ser descartáveis na mentalidade atual. Carreiras, gestos e atitudes que envolvam altruísmo e desprendimento não são tão comuns como outrora.  A humanidade está inebriada pela ideia de desfrutar tudo aqui e agora e assim o Céu passa a ser um alvo desinteressante ou que pode ser relegado a um segundo plano.

    A obra do remanescente fiel  dentro da visão apocalíptica envolve mais que expor elementos litúrgicos transviados, ou doutrinas bíblicas que se perderam no decorrer das épocas, mas também em denunciar as formas sutis de idolatria que tem se agregado à cultura atual e ao cotidiano. O prazer pelo prazer pode ser o mais sutil e ardiloso ídolo que tem atingido a presente época. Despertar o povo para sair da alienação causada pelas novas formas de idolatria é parte da missão da última geração de discípulos de Jesus. Reagir diante de um sociedade encantada, adormecida e enfatuada pela sua cultura  é o grande desafio para esta geração. Romper com os enganos embriagantes de Babilônia, seus encantos e seduções, é algo contundente que exige fé, coragem e despendimento.


Aguinaldo C. da Silva