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terça-feira, 9 de setembro de 2025

A Igreja Pós-Constantino - Continuação do Império Romano

 



A transição do cristianismo de uma religião marginalizada para a religião oficial do Império Romano foi um processo que alterou profundamente a história ocidental. Muitos historiadores interpretam que, após Constantino e seus sucessores, a Igreja não apenas sobreviveu ao colapso do Império Romano do Ocidente, mas se tornou a sua principal herdeira institucional e cultural. Este artigo apresenta as principais evidências dessa tese, com comentários e referências de autores clássicos e contemporâneos.

1. Centralização do Poder e Estrutura Hierárquica

Após o Édito de Milão (313 d.C.), Constantino conferiu privilégios à Igreja, dando-lhe uma estrutura hierárquica inspirada na organização do Estado romano. A autoridade papal se consolidou em Roma, centro do antigo império, com um modelo administrativo centralizado.

“A Igreja, organizada à imagem do Império, tornou-se a única instituição com capacidade de manter a unidade espiritual do Ocidente após a sua queda.”
— Jacques Le Goff, A Civilização do Ocidente Medieval

Essa centralização permitiu que a Igreja ocupasse um papel antes exercido pelo imperador: garantir ordem, coesão e identidade cultural.


2. Adoção de Títulos e Símbolos Imperiais

Muitos símbolos imperiais foram apropriados pela Igreja. O título Pontifex Maximus, por exemplo, que era usado pelos imperadores romanos como chefe da religião estatal, foi adotado pelos papas. Além disso, cerimônias, trajes e insígnias do papado têm inspiração direta no cerimonial imperial.

“A Igreja é o Império Romano batizado.”
— Will Durant, The Story of Civilization: Caesar and Christ

Essa frase de Durant resume a ideia de continuidade cultural: o cristianismo triunfou, mas incorporou elementos romanos para consolidar seu poder.


3. Cristianismo como Religião Oficial

O Édito de Tessalônica (380 d.C.), sob Teodósio I, oficializou o cristianismo como religião do Império. A partir desse momento, a Igreja deixou de ser apenas uma instituição espiritual para se tornar parte integrante da administração imperial.

“Constantino não apenas legalizou o cristianismo; ele inaugurou uma nova ordem política em que a Igreja se tornava o instrumento da unidade imperial.”
— H. A. Drake, Constantine and the Bishops: The Politics of Intolerance

A fusão entre poder político e religioso foi um marco que pavimentou o caminho para que a Igreja herdasse a função de guardiã da ordem romana.


4. O Papado como Poder Temporal

Com a queda de Roma em 476 d.C., o Papa emergiu como figura de autoridade política e espiritual no Ocidente. Herdou terras, tributos e um papel de árbitro entre os reinos bárbaros, atuando como um “imperador espiritual”.

“A Igreja não apenas sobreviveu à queda de Roma: ela a substituiu. Tornou-se o elo visível que conectava o passado imperial ao presente medieval.”
— Edward Gibbon, The Decline and Fall of the Roman Empire

Assim, o papado assumiu não só o cuidado das almas, mas também funções administrativas e diplomáticas, tornando-se herdeiro direto do poder romano.


5. Preservação da Cultura Romana

A Igreja manteve o uso do latim, o Direito Romano e as instituições educacionais do império. Mosteiros e bispados tornaram-se centros de preservação cultural.

“A Igreja cristã, mais do que qualquer outra instituição, manteve viva a chama da civilização romana, preservando seus textos, suas leis e sua ordem social.”
— Peter Brown, The Rise of Western Christendom

Essa continuidade cultural foi fundamental para a formação da Europa medieval e para a manutenção da identidade ocidental.


6. Síntese Historiográfica

Diversos estudiosos reforçam essa interpretação. Ramsay MacMullen, em Christianizing the Roman Empire, argumenta que a Igreja absorveu práticas e estruturas romanas para consolidar o cristianismo. Christopher Dawson, em Religion and the Rise of Western Culture, aponta que a Igreja foi o “esqueleto institucional” do Ocidente, enquanto Jacques Le Goff enfatiza sua função como herdeira e transmissora da cultura romana.


Conclusão

A Igreja pós-Constantino não foi apenas uma instituição religiosa: ela assumiu as funções, símbolos e responsabilidades do Império Romano, tornando-se sua principal herdeira. A fusão entre poder político e espiritual fez da Igreja medieval não apenas a sucessora de Roma, mas também uma espécie de guardiã e propagadora de sua cultura. 


terça-feira, 6 de maio de 2025

O Papa é o sucessor de Pedro ou do último imperador de Roma?

 


Segundo a doutrina da Igreja Católica, o papado tem origem no apóstolo Pedro. Esta crença se baseia na passagem de Mateus 16:18,  "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" -  passagens esta com divergentes interpretações no mundo cristão. Portanto, a  tradição sustenta que Pedro foi o primeiro bispo de Roma e que, ao morrer mártir na cidade, teria iniciado uma sucessão apostólica que culminaria na figura do Papa. Esta sucessão é vista como fundamento da autoridade papal (Catecismo da Igreja Católica, §882–884). 2

Perspectiva Histórico-Crítica

Do ponto de vista da historiografia moderna, não há evidências documentais contemporâneas ao apóstolo Pedro que confirmem que ele tenha exercido um cargo formal de “Papa” em Roma. A figura do Papa, como chefe universal da Igreja, é resultado de um processo gradual de desenvolvimento institucional.3

Há registros patrísticos que mencionam a presença de Pedro em Roma, como os escritos de Clemente de Roma (final do século I) e Inácio de Antioquia (início do século II), mas esses testemunhos não definem Pedro como "Papa" em sentido moderno. 4

Consolidação do Bispo de Roma

Nos primeiros séculos, o bispo de Roma era um entre vários líderes de igrejas importantes (Antioquia, Alexandria, Jerusalém).5 Com o tempo, especialmente após o Édito de Milão (313 d.C.) e o Édito de Tessalônica (380 d.C.), o cristianismo ganhou status legal e, depois, oficial dentro do Império Romano. Isso conferiu ao bispo de Roma uma proeminência crescente.6

Afirmação do Primado Papal

A doutrina da primazia papal foi defendida com mais vigor a partir do Papa Leão I (440–461 d.C.)7, que utilizou tanto argumentos teológicos (Pedro como fundamento da Igreja) quanto políticos (autoridade de Roma como capital do império). 8

Conclusão

Historicamente, o papado não surgiu de forma instantânea com o apóstolo Pedro, mas foi se constituindo gradualmente à medida que o bispo de Roma ganhava autoridade e prestígio dentro da estrutura do Império e da Igreja. No entanto a teologia católica considera a sucessão de Pedro como legítima e essencial para a unidade da fé cristã.

Referências:

1. Catecismo da Igreja Católica. Edição Típica Vaticana, 1992.

2. Brown, Raymond E. An Introduction to the New Testament. Yale University Press, 1997.

3. Pagels, Elaine. The Gnostic Gospels. Vintage Books, 1979.
4. Ehrman, Bart D. Peter, Paul, and Mary Magdalene. Oxford University Press, 2006.
5. Chadwick, Henry. The Early Church. Penguin Books, 1993.
6. González, Justo L. The Story of Christianity: Volume 1. HarperOne, 2010.
7. Duffy, Eamon. Saints and Sinners: A History of the Popes. Yale University Press, 2006.
8. Kelly, J. N. D. Oxford Dictionary of Popes. Oxford University Press, 1986.


sexta-feira, 2 de maio de 2025

Os primeiros cristãos guardavam o domingo e criam na imortalidade da alma?

 


Nos primeiros séculos, os chamados Pais da Igreja não guardavam o domingo da forma como hoje muita gente entende “guardar” (como substituição do sábado do quarto mandamento). Eles passaram a celebrar o domingo como um dia de culto e comemoração da ressurreição de Cristo – mas não como um novo sábado nem como um dia mandado por Deus para ser santificado no lugar do sábado bíblico. Na verdade, eles se reuniam todos os dias, conforme o livro de Atos.

Alguns pontos importantes:

• O sábado continuava sendo reconhecido. Muitos cristãos judeus guardavam o sábado. Já entre os cristãos gentios o costume foi mudando com o tempo.
• Domingo era um dia de celebração, chamado de “dia do Senhor” (dies dominica ou dies dominus em latim), mas não havia mandamento divino para santificá-lo. Era um costume, não uma ordenança bíblica.
• Pais como Justino Mártir (c. 100–165 d.C.) mencionam reuniões no domingo, mas deixam claro que era por associação à ressurreição de Cristo, não por um mandamento para substituir o sábado.
• Concílios posteriores, como o Concílio de Laodiceia (século 4), começaram a oficializar regras para o domingo e desencorajar a guarda do sábado, mas isso é bem posterior ao Novo Testamento.

Exemplos históricos:

1. Justino Mártir (Primeira Apologia, cap. 67) escreveu: “No dia chamado domingo, todos nós reunimo-nos, pois é o primeiro dia no qual Deus, tendo operado uma mudança nas trevas e na matéria, criou o mundo, e Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos no mesmo dia.”

Aqui vemos o domingo sendo comemorado – mas não como um sábado.

2. Irineu de Lião (c. 130-202 d.C.), em Contra Heresias, fala da “nova criação” associada ao domingo, mas também sem dizer que aboliram o sábado.
3. Tertuliano (c. 155-220 d.C.), em De Corona, menciona que os cristãos se abstinham de ajoelhar no domingo em honra à ressurreição – mas reconhece que muitas dessas práticas eram “tradições” (traditio), não mandamentos.
4. Concílio de Laodiceia (c. 363-364 d.C.):
• Cânon 29 diz: “Os cristãos não devem judaizar descansando no sábado, mas trabalhar nesse dia; devem, entretanto, honrar o domingo e, se possível, não trabalhar nele como cristãos.”

Isso mostra que a guarda do sábado ainda existia entre cristãos naquela época – e o concílio buscava suprimir isso.

Resumindo: os primeiros Pais da Igreja comemoravam o domingo, mas não o guardavam como o sábado. A mudança da observância do sábado para o domingo como “dia de descanso” foi um processo lento, social, teológico e político que só se consolidou séculos depois, especialmente com influência do imperador Constantino e da Igreja imperializada.

E quanto à imortalidade da alma?

Alguns Pais da Igreja criam na imortalidade da alma, outros não – e muitos tinham uma visão misturada entre o que aprenderam da Bíblia e conceitos platônicos (filosofia grega). Ou seja: não era uma crença uniforme entre eles, e, com o tempo, o pensamento cristão foi ficando mais platônico (influenciado por Platão), principalmente a partir do século 2.

Explicando melhor:

• No Novo Testamento, a esperança cristã é a ressurreição dos mortos (João 5:28, 29; 1 Coríntios 15), não a imortalidade natural da alma.
• O pensamento hebraico (do qual Jesus e os apóstolos fazem parte) via o ser humano como uma unidade viva – alma vivente (Gênesis 2:7) – e não acreditava em uma alma imortal separada do corpo.
• A filosofia grega (principalmente Platão) dizia que a alma é imortal e separada do corpo – ideia que começou a influenciar os cristãos bem cedo.

Sobre os Pais da Igreja:

• Justino Mártir (c. 100-165 d.C.) cria que a imortalidade é um dom concedido por Deus aos justos, e não algo natural da alma. Ele argumentava contra a ideia de que a alma é naturalmente imortal.
• Taciano, discípulo de Justino, também ensinava que a alma não é imortal por natureza.
• Teófilo de Antioquia (c. 180 d.C.) ensinava que o ser humano é mortal e que a imortalidade seria concedida apenas aos fiéis.
• Irineu de Lião (c. 130-202 d.C.) também combateu a ideia da alma imortal por si mesma. Em Contra Heresias, ele enfatiza que só Deus é imortal e que o ser humano depende da comunhão com Ele para ter vida eterna.
• Tertuliano (c. 155-220 d.C.) já demonstra mais influência grega, defendendo a sobrevivência da alma separada do corpo, mas, ainda assim, de forma imperfeita em relação ao que se tornou depois o dogma da “imortalidade natural”.
• Orígenes (c. 185-253 d.C.) ensinava a preexistência da alma – uma doutrina totalmente grega e não bíblica – que depois foi considerada heresia.
• Agostinho de Hipona (354-430 d.C.), já no século 4/5, consolidou o ensino da alma imortal, muito fortemente baseado em Platão, especialmente em sua forma “cristianizada” através de Plotino (neoplatonismo).

Conclusão: os primeiros Pais da Igreja não criam todos na imortalidade natural da alma.
Essa crença se infiltrou aos poucos, vinda da filosofia grega, e se consolidou de vez séculos depois, especialmente com Agostinho e os concílios posteriores.

Fonte: Outraleitura

domingo, 27 de abril de 2025

O desenvolvimento histórico do Catolicismo

 


Ao longo da história, a Igreja Cristã, especialmente a Igreja Católica, incorporou uma série de práticas, símbolos e crenças que têm origens no paganismo pré-cristão. Este fenômeno, longe de ser uma mera coincidência, foi  uma estratégia arquitetada sob o pretexto de facilitar a conversão de povos pagãos,  mas que acabou descaracterizando os ensinos deixados por Jesus e pelos apóstolos.

A igreja cristã que sempre foi mal vista e perseguida desde os seus primórdios, a partir de certo momento da história passou a compor com as autoridades do império Romano uma espécie de aliança que lhe dava o direito de ser reconhecida e até mesmo protegida pelo Estado, mas que cobrou um alto preço pela influência sofrida na sua estrutura e doutrina.

Uma figura de destaque neste processo foi a do imperador Constantino.   Constantino (c. 272–337 d.C.) foi um dos personagens mais decisivos para a transformação do cristianismo de uma fé perseguida para uma religião dominante no mundo romano.

Antes de Constantino, o cristianismo era, na maioria das vezes, clandestino e perseguido. Após sua conversão, mesmo que parcial e provavelmente também estratégica, ele promoveu a tolerância religiosa e encheu a Igreja de privilégios. No entanto, Constantino não abandonou imediatamente suas práticas pagãs — e isso foi crucial para o sincretismo.

Pontos principais sobre sua influência:

  • Continuação do culto ao Sol:
    Mesmo após apoiar o cristianismo, Constantino manteve sua devoção ao Sol Invicto por muitos anos. Moedas de seu reinado traziam imagens do Sol ao lado de símbolos cristãos.

  • Adoção de datas e símbolos pagãos:
    O estabelecimento do primeiro dia da semana, o domingo 
    (dies Solis),  como dia de guarda em todo Império Romano. 

  • Modelagem do culto cristão em moldes imperiais:
    Constantino encomendou a construção de grandes basílicas cristãs com formatos inspirados na arquitetura romana civil, dando ao culto cristão uma aparência pública solene e imperial, como os antigos templos pagãos.

  • Uniformização da doutrina:
    No Concílio de Niceia, ele buscou resolver disputas internas (como a controvérsia ariana) para evitar a fragmentação da Igreja. Essa centralização também assemelha-se ao modelo romano de integração religiosa, onde o imperador era o "pontífice máximo" (Pontifex Maximus) da religião oficial.

Segundo autores como Robin Lane Fox, em Pagans and Christians (1986), o reinado de Constantino marca o início de uma "fusão simbiótica" entre a fé cristã e a cultura política, social e religiosa romana.

Constantino morreu apenas em 337 d.C., sendo batizado somente no leito de morte, o que reforça a ideia de que seu cristianismo foi, em parte, uma construção gradual e sincrética.

Entre algumas ações de Constantino que contribuíram ativamente neste processo sincretista, podemos citar seu decreto dominical. Em 321 d.C., Constantino emitiu um decreto estabelecendo que o domingo deveria ser observado como dia de descanso oficial no Império Romano. A  guarda do domingo passou a substituir a guarda do sábado bíblico pelos cristãos.

O texto básico do decreto dizia:

"Que todos os juízes, habitantes das cidades e trabalhadores de ofícios descansem no venerável dia do Sol."
(Codex Justinianus, III, 12, 3)

Observe que ele usa a expressão "dia do Sol" (dies Solis), referência direta ao culto do Sol Invicto, muito popular entre os romanos pagãos. 

Outras práticas locais foram reinterpretadas sob uma nova ótica. Um exemplo clássico é a celebração do Natal em 25 de dezembro. Não há registros bíblicos que indiquem a data do nascimento de Jesus. No entanto, o dia 25 de dezembro já era celebrado como o Dies Natalis Solis Invicti ("Dia do Nascimento do Sol Invicto"), um festival romano dedicado ao deus-sol, Mitra. Segundo estudiosos como Franz Cumont em The Mysteries of Mithra (1903), a adoção dessa data para o Natal cristão foi uma forma de suplantar a festa pagã com uma celebração cristã.

Outro exemplo notório é a festa da Páscoa. A palavra "Easter" (em inglês) deriva de "Eostre", uma deusa anglo-saxã da primavera e da fertilidade, conforme relatado por Beda, o Venerável, em sua obra De Temporum Ratione (séc. VIII). Elementos como ovos e coelhos, que simbolizam fertilidade, têm origens pagãs e foram assimilados às celebrações cristãs da ressurreição.

A veneração de santos e mártires também reflete práticas anteriores. Muitas vezes, igrejas foram construídas em antigos locais de culto pagão, e características de deuses locais foram "transferidas" para figuras cristãs. O culto a Maria, mãe de Jesus, assumiu, em algumas regiões, aspectos de antigas venerações a deusas-mães, como Ísis no Egito.

A Igreja também absorveu práticas como o uso de incenso, velas e procissões solenes, muito comuns em ritos religiosos pagãos do Império Romano. O historiador Ramsay MacMullen, em Christianizing the Roman Empire (1984), destaca como essas adaptações rituais foram fundamentais para a transição cultural e religiosa entre o mundo pagão e o cristão.

Abaixo segue um infográfico que ilustra a incorporação de certos costumes pagãos pela igreja cristã.




terça-feira, 12 de novembro de 2024

A sedução de Roma ! Basílica de São Pedro pela Inteligência Artificial

 


“Muitos protestantes supõem que a religião católica não é atrativa, e que seu culto é um conjunto de cerimônias, fastidioso e sem sentido. Enganam-se, porém. Embora o romanismo se baseie no engano, não é impostura grosseira e desprovida de arte. O culto da Igreja Romana é um cerimonial assaz impressionante. O brilho de sua ostentação e a solenidade dos ritos fascinam os sentidos do povo, fazendo silenciar a voz da razão e da consciência. Os olhos ficam encantados. Igrejas magnificentes, imponentes procissões, altares de ouro, relicários com pedras preciosas, quadros finos e artísticas esculturas apelam para o amor do belo. O ouvido também é cativado. A música é excelente. As belas e graves notas do órgão, misturando-se à melodia de muitas vozes a ressoarem pelas elevadas abóbadas e naves ornamentadas de colunas, das grandiosas catedrais, não podem deixar de impressionar a mente com profundo respeito e reverência.

“Este esplendor, pompa e cerimônias exteriores, que apenas zombam dos anelos da alma ferida pelo pecado, são evidência da corrupção interna. A religião de Cristo não necessita de semelhantes atrativos para se fazer recomendável. À luz que promana da cruz, o verdadeiro cristianismo apresenta-se tão puro e adorável que decorações externas nenhumas poderão encarecer-lhe o verdadeiro valor. É a beleza da santidade, o espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.

“O fulgor do estilo não é necessariamente índice de pensamento puro, elevado. Altas concepções de arte, delicado apuro de gosto, existem amiúde em espíritos que são terrenos e sensuais. São frequentemente empregados por Satanás a fim de levar homens a esquecer-se das necessidades da alma, a perder de vista o futuro e a vida imortal, a desviar-se do infinito Auxiliador e a viver para este mundo unicamente.

“Uma religião de exibições externas é atraente ao coração não renovado. A pompa e cerimonial do culto católico têm um sedutor, fascinante poder, pelos quais são enganados muitos, que chegam a considerar a Igreja Romana como a própria porta do Céu. Ninguém, a não ser os que têm os pés firmados nos fundamentos da verdade, e o coração renovado pelo Espírito de Deus, se acha ao abrigo de sua influência. Milhares que não têm um conhecimento experimental de Cristo serão levados a aceitar as formas da piedade sem a sua eficácia. Esta é a religião que precisamente desejam as multidões.”

(Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 566, 567)

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

As 95 teses de Martinho Lutero !

 


  Em 31 de outubro de 1517,  Martinho Lutero fez o memorável feito de afixar na porta da igreja de Wittemberg suas 95 teses que contestavam a ordem religiosa de então. Este é um marco memorável  da Reforma Protestante por vários motivos:

  1. Crítica ao Sistema de Indulgências: Lutero questionou a prática da Igreja Católica de vender indulgências — documentos que, segundo a Igreja, reduziriam o tempo de uma pessoa no purgatório. Ele considerava essa prática uma exploração financeira dos fiéis, algo que estava em desacordo com o verdadeiro espírito do evangelho e da salvação pela fé.

  2. Ênfase na Salvação pela Fé: As Teses defendiam que a salvação era um dom de Deus, recebido pela fé em Cristo, e não algo que poderia ser comprado ou conquistado por obras. Essa ideia se tornou um dos pilares da teologia protestante.

  3. Uso de Linguagem Acessível: Lutero escreveu as Teses em latim para o debate acadêmico, mas rapidamente foram traduzidas para o alemão e impressas, o que permitiu que alcançassem um público muito mais amplo. Isso foi facilitado pela invenção da imprensa, que ajudou a espalhar suas ideias pela Alemanha e pela Europa.

  4. Desafio à Autoridade Papal: Ao criticar a venda de indulgências, Lutero questionou também a autoridade do papa, que apoiava essa prática. Isso desencadeou um movimento de crítica à hierarquia da Igreja Católica e gerou um debate sobre a interpretação das Escrituras.

  5. Início do Movimento Protestante: As 95 Teses desencadearam um movimento de reforma na Igreja que, eventualmente, levou à divisão do cristianismo ocidental entre católicos e protestantes. Esse movimento não apenas reformou a prática religiosa, mas também teve um impacto profundo na sociedade, política e economia da Europa.

    A gigantesca obra realizada por Lutero foi apenas um passo importante no custoso processo de retorno às verdades bíblicas, que  ainda se delongaria por alguns séculos. Neste processo  houve a participação de diferentes lideranças e importantes  movimentos, tais  como: os Batistas, Metodistas e Adventistas, entre outros. 
   É lamentável  que na atualidade haja um esforço para anular as conquistas do grande movimento de Reforma. Recentemente  vimos uma celebração que comemorava o aniversário de 500 anos da história do movimento, no entanto também anunciava o seu encerramento.  
    Um movimento que mudou a visão da religião cristã para milhões de pessoas e que envolveu muito sacrifício e esforço para os seus pioneiros, não pode ser simplesmente enterrado  ou menosprezado como sendo mais um evento que vai para a lata de lixo da história.
    Esta postura é decorrente dos esforços do Vaticano em desconstruir o legado dos reformadores, bem como da desvalorização das verdades bíblicas por parte da teologia liberal. 

     No final dos tempos a questão da fidelidade à Palavra de Deus, bem como o comprometimento com a verdadeira adoração será o divisor de águas entre o povo de Deus e os seguidores da besta de Apocalipse 13.

terça-feira, 12 de julho de 2022

Por que o Domingo é Guardado em lugar do Sábado?

 

Há 1.700 anos, os domingos começaram a ser o que são hoje na maioria dos países do mundo: um dia de descanso. Esse é um daqueles dados que, se te deixares levar pela curiosidade, te leva a descobrir muitas outras questões interessantes. 

Vamos começar sendo exatos: tudo começou em 7 de março de 321, ou seja, um milênio, sete séculos e uma semana atrás. Uma semana que já consistia em sete dias. Por que exatamente sete, não seis, oito ou mesmo dez, como os dos antigos egípcios ou os do calendário republicano francês que foi usado entre 1792 e 1806?

Bem, embora seja uma constante em quase todas as culturas, não há nenhuma boa razão que o justifique; na verdade, vários pensadores ao longo da história desafiaram essa convenção com argumentos filosóficos, matemáticos e políticos, mas a semana de sete dias persiste. Pensa-se que foi concebido há 4.000 anos, quando os mesopotâmicos resolveram o problema de dividir o mês em períodos mais curtos. Sua duração estava ligada à rotação da Lua ao redor da Terra, 29,5 dias, então eles simplesmente arredondaram esse número para 28 e o dividiram em quatro períodos de sete dias. Com isso, estabeleceram um ritmo matemático artificial que tornava a organização do dia a dia mais gerenciável: se você precisava, por exemplo, que vendedores viessem ao mercado oito vezes por mês, podia definir dias precisos que se repetiam independentemente das imprecisões da natureza. A ideia tornou-se particularmente difundida depois que a cultura babilônica se tornou dominante por volta do século 6 aC.

Por que Martes depois de Lunes? Séculos depois, os romanos batizavam os dias com os nomes de seus deuses e os organizavam de acordo com um elaborado sistema de horas planetárias, segundo o qual cada hora do dia era governada por uma divindade. Aquele que governou a primeira hora do dia deu-lhe o nome dela. Parece complicado, mas o resultado será extremamente familiar:

Dies Solaris / dia do Sol

Dies Lunae / dia da Lua

Dies Martis / dia de Marte 

Dies Mercurii / dia de Mercúrio

Dies Jovis / dia de Júpiter

Dies Veneris / dia de Vênus

Dies Saturn / dia de Saturno

Na maioria das línguas baseadas no latim, os nomes dos dias da semana ainda revelam essa conexão com os planetas clássicos: lunesmartesmiércolesjuevesviernes... sábado e domingo? Não. Embora "sábado" comece como Saturno, vem da palavra hebraica shabbat ou descanso. "Domingo" também tem raízes religiosas, só que com um culto relativamente mais recente.

Além da semana com todos os seus dias nomeados e organizados, o brilhante conceito de "dia de descanso" também existia há milênios, e os primeiros a adotar a estrutura da semana de sete dias com uma de descanso foram provavelmente os judeus . Só que esse dia era sábado. Mas naquele 7 de março de 321, o imperador romano Constantino, o Grande, emitiu um Édito declarando que o domingo deveria ser o dia de descanso:

No venerável dia do Sol, os magistrados e as pessoas que residem nas cidades possam descansar, e que todas as oficinas sejam encerradas. No campo, porém, as pessoas que se dedicam à agricultura podem continuar livre e legalmente com suas tarefas, porque muitas vezes acontece que outro dia não é adequado para semear grãos ou plantar vinhas; para que, por negligenciar o momento apropriado para tais operações, a generosidade do céu não seja perdida. 

Como todos os políticos de sucesso, Constantino era um mestre da ambiguidade e seu Édito atingiu um equilíbrio delicado entre os princípios religiosos e o pragmatismo econômico. Embora hoje seja lembrado como o primeiro imperador cristão, ele também foi associado ao culto do Sol Invicto, que aparecia até em suas moedas. Escolher o domingo como dia de descanso fazia muito sentido politicamente. Embora fosse nominalmente um dia de trabalho, já havia cristãos em todo o império que dedicavam o domingo ao culto religioso, embora aqueles que viviam em Roma ou Alexandria tendessem a preferir o sábado, o sábado judaico. Mais importante, a maioria dos não cristãos considerava o domingo um dia especial, pois geralmente era o dia de pagamento. E talvez também crucialmente, era o dia especial do Sol Invicto, um culto oficial no Império desde 274 que era particularmente atraente para as classes senatoriais superiores. 

Na verdade, o próprio Constantino, embora promovendo ativamente a Igreja Cristã, ao longo de sua vida reconheceu Sol Invictus como um deus. Ele só foi batizado na fé cristã em seu leito de morte e até hoje o debate continua se ele foi um verdadeiro convertido ou se aproveitou da Igreja como uma força unificadora. 

Nem todos os cristãos acolheram bem o edito de Constantino e, séculos depois, ainda havia grupos que preferiam o sábado. Tanto é assim que no Sínodo de Laodiceia, que ocorreu por volta de 363-364 DC, foi incluído um cânon - o 29º - que afirma que "os cristãos não deviam judaizar descansando no sábado, mas sim trabalhar naquele dia em vez de honrá-lo como o dia do Senhor; e, se puderem, descansem como cristãos". Aqueles que afirmavam seguir a Cristo e não obedeciam seriam considerados "anátemas", ou seja, seriam amaldiçoados, excluídos e rejeitados como membros da comunidade. Com a mudança da celebração do sábado para o domingo, foi adotado um novo termo, "Dia do Senhor" ou Dies Dominicus, daí a palavra "Domingo".  

Fonte: BBC

Nota : A matéria deixou claro que a troca do dia de guarda pelos cristãos foi decorrente da ação do imperador Constantino, motivado por suas crenças  baseadas em outras bases religiosas (Sol Invictus) e não na Bíblia, decretou ser o primeiro dia da semana um dia de guarda. O texto também relata que  parte dos cristãos não concordou com a mudança continuando a guardar o sábado.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Comemoração de 500 anos da Reforma Protestante

   Hoje faz 500 anos que Matinho Lutero afixou suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg, dando assim notoriedade ao movimento que ficou conhecido como Reforma Protestante.
   Apesar da revolução provocada no início, o ímpeto da mudança se arrefeceu no decorrer dos anos. Hoje os líderes que representam as partes em conflito, ou seja, igreja Católica e igrejas Protestantes, apenas pedem perdão pelo mal estar e violências ocorridas durante o período. 
    O site de notícias  o Globo   publicou parte do comunicado conjunto que fizeram os líderes protestantes e católicos durante a celebração, nesta terça-feira, dos 500 anos da Reforma.
      "Pedimos perdão por nossos fracassos, as formas com que os cristãos feriram o corpo do Senhor e se ofenderam uns aos outros durante os 500 anos transcorridos desde o início da Reforma até hoje, nos comprometemos a seguir nosso caminho comum (...), buscando um consenso substancial que permita superar as diferenças restantes que existem entre nós."

       Hoje os sucessores do movimento protestante dão a entender que os motivos que originaram o fato histórico não estão mais em relevância. O que foi defendido ao custo de sangue e sofrimento por seus pioneiros não tem mais a importância de outrora. Os interesses ecumênicos e conveniências políticas tomaram este lugar.
       Com certeza esta é uma situação que Lutero não almejou nem pretendeu, ou seja, de ver os princípios que nortearam a Reforma serem desprezados ao troco de uma união idealizada.
       Esta mudança de atitude por parte dos líderes da Reforma Protestante se deu em função de terem abandonado o cerne da própria Reforma, ou seja,  não deram continuidade ao processo  iniciado de retorno às verdades bíblicas.
       No processo de redescoberta das verdades bíblicas, depois do longo período de apostasia do cristianismo, muitos grupos e movimentos fizeram parte desta obra. Grupos como luteranos, calvinistas, batistas e metodistas se acomodaram em torno de suas conquistas e deixaram de buscar a verdade da Palavra de Deus como o bem maior. 
        Por meras conveniências  políticas vendem sua "primogenitura", o que interessa é o bom relacionamento e a mútua aceitação uns dos outros e não mais as verdades que os distinguem. Até certo ponto este é um objetivo a ser buscado, devemos procurar a paz e o respeito entre as igrejas sempre, mas nunca abrir mão do que se pensa acerca da verdade relevada de Deus.
          Pelo que está apresentado no Apocalipse, esta "Babilônia" religiosa que está se erguendo no mundo cristão terá seu ápice num futuro próximo. Tal fato vai distinguir os verdadeiros seguidores de Cristo, o Cordeiro, dos demais seguidores da Besta. Pelo que noto  isto não vai muito longe. Só os que estiverem firmemente fundamentados na Bíblia e com o propósito solidificado em seguir a vontade de Deus irão resistir a tal engano.

Aguinaldo C. da Silva
     

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Vanglória da Igreja Romana sobre a Lei de Deus


"A Igreja Católica reclama a responsabilidade pela mudança do Sábado do sétimo para o primeiro dia. Aqui está uma explicação de “O Catecismo da Igreja Católica”, Secção 2, Artigo 3 (1994):
"Domingo – cumprimento do Sábado. O Domingo é expressamente distinto do Sábado, que segue cronologicamente a cada semana; para os cristãos a sua observância cerimonial substitui a do Sábado... 

O Sábado, que representava o término da primeira criação, foi substituído pelo Domingo, que lembra a criação nova, inaugurada pela Ressurreição de Cristo...
Ao respeitar a liberdade religiosa e do bem comum de todos, os cristãos devem buscar o reconhecimento dos Domingos e dias santos da Igreja como feriados legais."

E aqui estão várias fontes católicas reivindicando que a mudança foi obra da Igreja Católica Romana:

Cardeal James Gibbons, "The Faith of Our Fathers" (Ayers Publishing, 1978), 108

"Mas pode ler a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse, e não encontrará uma única linha que autorize a santificação do Domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do Sábado, um dia que nós nunca santificamos."

“The Convert's Catechism of Catholic Doctrine” (1957), 50

"P. Qual é o dia de Sábado?R. O sétimo dia é o dia de Sábado.P. Por que observamos o Domingo em lugar do Sábado?R. Observamos o Domingo em lugar do Sábado porque a Igreja Católica transferiu a solenidade do Sábado para o Domingo."

Chanceler Albert Smith para o Cardeal da Arquidiocese de Baltimore (10 de fevereiro de 1920)
"Se os protestantes seguissem a Bíblia, eles deveriam adorar a Deus no dia do Sábado, por Deus é o sétimo dia. Observando o Domingo, estão seguindo uma lei da Igreja Católica."

Stephen Keenan, “Catholic-Doctrinal Catechism”, 3ª Edição, 174
"Pergunta: Tem alguma outra maneira de provar que a Igreja tem poder para instituir festas por preceito?Resposta: Se ela não tivesse esse poder, ela não poderia ter feito aquilo em que todos os religiosos modernos concordam com ela, não poderia ter substituído a observância do Domingo, primeiro dia da semana, para a observância do Sábado do sétimo dia, uma mudança para a qual não há nenhuma autoridade Escriturística."

“Our Sunday Visitor” (05 de fevereiro de 1950)
"Praticamente tudo o que os protestantes consideram como essencial ou importante, receberam da Igreja Católica. ... A mente protestante parece não perceber que ao aceitar a Bíblia e observando o Domingo, guardando o Natal e a Páscoa, eles estão aceitando a autoridade do porta-voz da igreja, o Papa."

Louis Gaston Segur, “Plain Talk about the Protestantism of To-Day” (Londres: Thomas Richardson and Son, 1874), 213
"Assim, a observância do Domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam, malgrado seu, à autoridade da Igreja (Católica)."

“The Catholic Mirror” (23 de setembro de 1893)
"A Igreja Católica, por mais de mil anos antes da existência de um protestante, em virtude de sua divina missão, mudou o dia de Sábado para Domingo.
"Os adventistas são o único corpo de cristãos com a Bíblia como seu professor, que não pode encontrar nenhum mandado nas suas páginas para a mudança do dia do sétimo para o primeiro. Daí sua denominação “Adventistas do Sétimo Dia”."

Sacerdote católico T. Enright, CSSR, Kansas City, MO
"Foi a santa Igreja Católica que mudou o dia de descanso do Sábado para o Domingo, o primeiro dia da semana. E não só compeliu todos a guardar o Domingo, mas no Concílio de Laodicéia, AD 364, anatematizou aqueles que guardavam o Sábado e instou todas as pessoas a trabalharem no sétimo dia, sob pena de excomunhão."

Sacerdote católico T. Enright, CSSR, palestra em Hartford, KS (18 de fevereiro de 1884)
"Tenho repetidamente oferecido 1.000 dólares para qualquer um que possa fornecer qualquer prova da Bíblia que o Domingo é o dia que somos obrigados a observar. ... A Bíblia diz: "Lembra-te do dia de Sábado para santificá-lo", mas a Igreja Católica diz: "Não, guarde o primeiro dia da semana", e todo o mundo se curva em obediência."

Cardeal John Newman, “An Essay on the Development of Christian Doctrine” (Londres: Basil Montague Pickering, 1878), 373
"O uso de templos, e estes dedicados a santos particulares, e ornamentados em ocasiões com ramos de árvores, incenso, lâmpadas e velas, oferendas devotas pela recuperação de doenças, água benta, asilo, feriados e épocas… são todos de origem pagã e santificados pela sua adoção pela Igreja."

“Catholic Record” (01 de setembro de 1923)
"O Domingo é nossa marca de autoridade. ... A Igreja [Católica] está acima da Bíblia, e esta transferência da observância do Sábado é a prova desse facto."

Papa Leão XIII, "Praeclara Gratulationis Publicae" (A Reunião da Cristandade; 20 de junho de 1894)
"Nós possuímos sobre a terra o lugar de Deus Todo-Poderoso."

“Pope”, “Ferraris’ Ecclesiastic Dictionary” 
"O Papa é uma dignidade tão grande e tão exaltado que ele não é um mero homem, mas como se fosse Deus, e o vigário de Deus."

“Our Sunday Visitor” (18 de abril de 1915), 3
"As letras inscritas na mitra do papa são estes: VICARIUS FILLII DEI, que em latim quer dizer: "Vigário do Filho de Deus”."

Carta de C.F. Thomas, chanceler do Cardeal Gibbons (28 de outubro de 1895)
"Claro que a Igreja Católica afirma que a mudança foi seu acto, ... E o acto é um sinal do seu poder e autoridade eclesiásticos em assuntos religiosos."

“American Catholic Quarterly Review” (janeiro 1883)
"O Domingo... é puramente uma criação da Igreja Católica."

"Católica American Sentinel" (Junho 1893)
"O Domingo... é apenas uma lei da Igreja Católica."

S. C. Mosna, “Storia della Domenica” (1969), 366-367
"Não o Criador do Universo em Gênesis 2:1-3, mas a Igreja Católica pode reivindicar a honra de ter concedido ao homem fazer uma pausa no seu trabalho a cada sete dias."

“The Question Box”, “The Catholic Universe Bulletin” (14 de agosto de 1942), 4
"A Igreja (Católica) mudou a observância do Sábado para o Domingo pelo direito da sua autoridade divina infalível, que lhe foi dada pelo seu Fundador, Jesus Cristo. O protestante alegando que a Bíblia é o único guia de fé, não tem mandato para a observância do Domingo. Nesta matéria, a Adventista do Sétimo Dia é a única protestante consistente."

Arthur Weigall, “O Paganismo no Nosso Cristianismo” (Nova Iorque, Os Filhos de Putnam, 1928), 145
"A Igreja fez do Domingo um dia sagrado... em grande parte porque era o festival semanal do sol; pois era uma política cristã definida assumir as festas pagãs estimadas pelas pessoas por tradição, e dar-lhes um significado cristão."

John A. O'Brien, “The Faith of Millions: the Credentials of the Catholic Religion Revised Edition”, (Our Sunday Visitor Publishing, 1974), 400-401
"Mas uma vez que o Sábado, não o Domingo, é especificado na Bíblia, não é curioso que os não-católicos, que alegam retirar a sua religião diretamente da Bíblia e não da Igreja, observem o Domingo em lugar do Sábado? Sim, claro, é inconsistente; mas esta mudança foi feita cerca de quinze séculos antes do Protestantismo nascer, e por esse tempo o costume era universalmente observado. Eles continuaram o costume, mesmo que ele repouse sobre a autoridade da Igreja Católica e não em cima um texto explícito na Bíblia. Essa observância permanece como uma lembrança da Igreja Mãe, da qual as seitas não-católicas se separaram – como um rapaz fugindo de casa, mas ainda carregando no bolso um retrato da sua mãe ou uma mecha do seu cabelo."

Fonte: O Tempo Final


Nota. "Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens." (Mat.15:9).
 O afastamento e a apostasia da fé bíblica e da doutrina pura se deu durante os séculos da Idade Média. A verdade bíblica foi redescoberta através de movimentos reformadores e  grupos livres, como: metodistas, anabatistas e adventistas. Os últimos são os que destacam a verdade sobre o dia de guarda e o estado dos mortos como está na Bíblia.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Por Que Não Aceito os Evangelhos Apócrifos

O nome vem do grego apocryphon, “oculto”, “difícil de entender”. Esses evangelhos são geralmente classificados em narrativas da infância de Jesus, narrativas da vida e da paixão de Jesus, coleção de ditos de Jesus e diálogos de Jesus.

Essas obras são chamadas de evangelhos apócrifos por que não são considerados como obras genuínas, produzidas pelos apóstolos ou pelos supostos autores. Além disso, pretendem transmitir um conhecimento esotérico, oculto, além daquele conhecimento dos apóstolos. Em grande parte, esses evangelhos foram escritos por autores gnósticos com o propósito de difundirem as suas idéias no meio da igreja, usando para isso a autoridade dos evangelhos canônicos e dos apóstolos. Alguns deles foram encontrados século passado em Nag Hammadi, norte do Egito.

No período pós-apostólico alguns desses Evangelhos chegaram a ser recebidos por um tempo, como leitura proveitosa, como o Evangelho de Pedro, a princípio recomendado por Serapião, bispo de Antioquia em 191 d.C., mas depois, ele mesmo reconhece que ele tem elementos estranhos e o desrecomenda. Assim, nenhum deles jamais foi reconhecido como autêntico e apostólico.

Aqui cabe-nos mencionar o testemunho de Eusébio em sua História Eclesiástica, ao falar do Evangelho de Pedro, Tomé e Matias:

"Nenhum desses livros tem sido considerado digno de menção em qualquer obra de membros de gerações sucessivas de homens da Igreja. A fraseologia deles difere daquela dos apóstolos; e opinião e a tendência de seu conteúdo são muito dissonantes da verdadeira ortodoxia e claramente mostram que são falsificações de heréticos. Por essa razão, esse grupo de escritos não deve ser considerado entre os livros classificados como não autênticos, mas deveriam ser totalmente rejeitados como obras ímpias".

Apesar de todos os esforços da mídia e dos liberais, não se consegue provar que os evangelhos gnósticos foram escritos no primeiro século. Eles são produções posteriores aos canônicos e que se valeram dos canônicos como fontes. O maior argumento dos liberais para provar que o Evangelho de Tomé, contendo ditos de Jesus, foi escrito no séc. I antes dos canônicos depende da existência do suposto proto-Evangelho “Q”, a qual nunca foi provada.

O testemunho dos pais apostólicos é unânime em rejeitar esses evangelhos e atribuí-los a falsificações feitas pelos gnósticos com o propósito de espalhar suas ideais e ensinamentos. O conteúdo deles é distintamente diferente dos evangelhos canônicos e da religião ensinada no Antigo Testamento.

Leia o texto completo Aqui

domingo, 18 de abril de 2010

COMO JESUS FOI CRUCIFICADO

Não é exagero afirmar que a cruz é o alicerce do cristianismo. Instrumento dantesco na mão dos romanos, utilizado como pena capital contra escravos e revoltosos, ela ganhou contornos de altruísmo por volta das 15h da Sexta-feira da Paixão do ano 30, quando Jesus de Nazaré teria morrido pendurado em duas estacas de oliveiras nodosas em forma de “t”. Seus discípulos não estariam ao pé do calvário. Mas as primeiras linhas escritas pelos quatro evangelistas para perpetuar os ensinamentos desse homem que cresceu na Galileia relatavam justamente os episódios de sua Paixão e morte. Não é de se estranhar, portanto, que, quase dois mil anos depois, a iconografia símbolo do cristianismo esteja apoiada na figura de um Jesus magro e frágil, com barba, pouca roupa, coroa de espinhos e preso a uma cruz pelas palmas das mãos e peitos dos pés. Mas essa imagem de Cristo no ato de seu suplício estaria fiel à história? “Não”, opina o especialista em arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém Rodrigo Pereira da Silva. “Acredito na hipótese de que Jesus tenha sido crucificado sentado, apoiado em uma madeira que existia na cruz abaixo de seu quadril, com as pernas dobradas para a direita, nu e sem a coroa de espinhos”, diz.Professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), Silva faz essa afirmação baseado, principalmente, em pistas deixadas pelos textos bíblicos e pela literatura romana. O acesso a especulações sobre a real posição de Jesus na cruz tem sido cada vez mais possível graças a algumas obras escritas por especialistas em religião do Oriente Médio. Lançadas recentemente, elas trazem a discussão em torno dessa questão, difundida no meio acadêmico, para perto do grande público.Em Os Últimos Dias de Jesus – a Evidência Arqueológica (Ed. Landscape), o arqueólogo Shimon Gibson, da Universidade da Carolina do Norte (EUA), escreve que, “para prolongar a agonia e o momento da morte, os romanos posicionavam a vítima em uma espécie de assento de madeira, ou suporte de forquilha, na metade inferior da cruz”. Havia um motivo. Sem essa espécie de apoio, o corpo tombaria e a morte por asfixia ocorreria mais rapidamente. A intenção, portanto, era dar à vítima a possibilidade de ela respirar para que tivesse uma sobrevida e sofresse por mais tempo antes da morte.“A pessoa morre mais lentamente por asfixia dolorosa, porque os músculos do diafragma vão parando de funcionar até que ela deixe de respirar”, explica John Dominic Crossan, professor de estudos bíblicos da Universidade DePaul (EUA), no livro Em Busca de Jesus (Ed. Paulinas). Esse tipo de assento é descrito, ainda, pelo historiador espanhol Joaquín Gonzalez Echegaray, do Instituto Bíblico e Arqueo­lógico de Jerusalém, em Arqueología y Evangelios (Ed. Verbo Divino), como uma espécie de “conforto” com objetivo cruel.Detalhes de como os braços e as pernas de Cristo foram posicionados não são fornecidos pelos evangelistas. “Os soldados romanos, que teriam o que falar, não tinham interesse. E os discípulos, que deveriam escrever, não tinham os dados”, diz Pedro Lima Vasconcellos, professor de pós-graduação de ciências da religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. As pistas, então, são fornecidas pela ciência.Em 1968, uma ossada de um homem que viveu no século I foi encontrada em Jerusalém. Sua cartilagem próxima ao calcanhar direito apresentava um prego de ferro de 11,5 cm de comprimento preso a uma madeira. É a única vítima de crucificação descoberta por arqueólogos até hoje. “Se trabalharmos com a hipótese de que um único prego estaria atravessando os dois pés, pela forma como a ossada foi encontrada, as pernas estariam flexionadas para a direita”, diz Silva, da Unasp. Segundo o historiador André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o que há de histórico no relato da Paixão de Cristo são a prisão e a crucificação. “O que ocorreu no meio e depois são relatos teológicos que passam pelo exercício da fé”, diz ele. “Se ele morreu pregado ou amarrado, estendido ou sentado são detalhes para aumentar ou diminuir a dramaticidade.”Milhares de crucificações foram patrocinadas pelos romanos. A de Jesus foi a única que se perpetuou. Como pode um herói morrer de uma forma tão humilhante e seu nome viajar por gerações? Para a ciência, ele ainda é um quebra-cabeça com muitas peças desaparecidas. Mas não há mistério em um ponto: ele deu novo significado à cruz, hoje objeto de salvação e conforto espiritual, não de tormento.Com base em descobertas arqueológicas, escritos dos evangelistas e na literatura romana, especialistas sugerem como Jesus teria passado as últimas três horas de vida na Terra. (IstoÉ)

Nota: Muito mais importante que saber como Jesus foi exatamente crucificado, é poder receber o benefício deste gesto tão altruísta em prol da raça humana. Apesar deu seu grande sofrimento e imensa abnegação, nossa decisão de segui-Lo não deve ser pautada pelo emocionalismo, mas por uma decisão racional consciente. Ele quer que O busquemos não por sentimento de comiseração, mas por reconhecermos que Nele encontramos a melhor opção para uma vida verdadeiramente plena e feliz.