quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Vivendo na expectativa da segunda vinda de Cristo


 "Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda." (II Timóteo 4:8)

Uma pergunta crucial para todo professo cristão ou discípulo de Jesus é: qual o sentimento diante da  expectativa da volta iminente de Cristo? Amo a sua volta ou fico indiferente, as vezes temeroso ou ainda um tanto inseguro diante da expectativa deste fato? Se for a segunda condição é hora de acender um sinal de alerta, rever a carreira espiritual e renovar a posição assumida com Jesus Cristo. 

Além do texto de I Tim. 4:8, que diz que a coroa da justiça está guardada para os que amam a  vinda do Senhor ; em Romanos 8:19 o apóstolo Paulo fala da ardente expectação dos filhos de Deus pela glória que virá. Entendemos que esta "ardente expectação"  seja uma característica  natural dos verdadeiros filhos de Deus. Não poderia ser diferente para quem entregou sua vida a Jesus e o segue como o supremo exemplo de vida. Este sentimento é  recorrente nos primeiros anos da experiência Cristã, que na Bíblia é denominado de "primeiro amor". 

A experiência de seguir e amar a Jesus pode, com o passar do tempo, seguir vários contornos, ser ascendente e firme ou perder o brilho e o vigor gradativamente. É quanto a segunda condição que cabe uma exortação especial de reconversão ou correção de rumo. Pois o processo de  mornidão ou indiferença espiritual geralmente é irreversível e letal. Fato descrito na Bíblia e ilustrado na vida de alguns de seus personagens; como por exemplo: Demas, antigo colaborador de Paulo, que foi seduzido por  interesses mundanos e seculares de sua época (II Timóteo 4:10). 

 Por isto Paulo fala que a expectativa  deve estar aliada com a paciência (verso 25), isto não é um contrassenso, mas a fórmula para a vitória final do cristão. Fácil é largar bem, difícil é completar a prova. Além do exemplo citado anteriormente, temos no Antigo Testamento o exemplo de Saul, primeiro rei de Israel, que foi muito abençoado e até revestido do Espírito Santo (I Samuel 10:6), mas que terminou fracassando na fé e seguiu rumo à perdição. 

 A carreira cristã se constrói com vigilância, sabedoria e diligência. Além dos exercícios devocionais clássicos: leitura da Bíblia, oração e testemunho; a companhia com outros irmãos que possuem o mesmo ideal  se constitui num fator poderoso e revitalizante de fortalecimento e estímulo na fé. É contagiante o convívio com quem ama as realidades celestiais, advindo uma influência positiva que não se pode desprezar. 

O convívio harmonioso ou a boa convivência entre cristãos, aparece na Bíblia como fator de bençãos e plenitude . O livro de atos traz um relato exitoso dos primeiros anos da igreja cristã. Neste período, diz que os irmãos se mantiveram em oração unidos num cenáculo por quarenta dias, até que veio sobre eles o revestimento do Espírito Santo.

Com certeza esta é uma condição para a vitória final da igreja e a completude da missão de evangelizar a todo o mundo. Justamente em nossa época se verifica um grande torpor espiritual, descrito profeticamente pela condição da igreja de Laodiceia, a última das sete igrejas do Apocalipse, que na realidade simboliza o último período da história da igreja antes da segunda vinda de Jesus.

Este período também é descrito por Jesus como um tempo em que o amor se esfriaria entre as pessoas (Mateus 24:6). Um tempo de baixo relacionamento entre os professos filhos de Deus, um tempo de relações superficiais e descartáveis ou na linguagem de Zygmunt Balman, de relações líquidas. Ficamos extasiados diante da exatidão deste cumprimento profético, ao mesmo tempo sensibilizados por uma condição tão premente.

Diante do quandro anteriormente descrito, cabe uma reação positiva para com os valores espirituais e expressões exortativas da palavra de Deus. É hora, mais do que nunca, de reafirmar nossa relação com Cristo, colocando em prática tudo aquilo que já tenhamos abandonado ou negligenciado em nossa caminhada espiritual. A comunhão com os irmãos e a vida em comunidade pode ser um destes itens em falta. Deus quer que vivamos em paz com Ele, em harmonia com os irmãos e em ardente expectação pelo aparecimento do Senhor Jesus com poder e grande glória!


Aguinaldo C. da Silva