quarta-feira, 6 de setembro de 2023

China implementa sistema de pontuação em crédito social para religiosos

 


Shandong se tornou a primeira província chinesa a implementar um programa de pontuação de crédito social somente para pessoas que seguem alguma religião.

A medida do Partido Comunista Chinês (PCC) de "avaliar a confiabilidade" da população existe desde 2018, mas entrou em vigor integralmente em 2020. A grande novidade é a criação de uma plataforma exclusiva para cidadãos envolvidos com alguma minoria religiosa, na qual eles recebem ou perdem "créditos" a partir de suas ações.

De acordo com a ONG ChinaAid, uma organização cristã internacional de direitos humanos fundada em 2002, a ação é "mais uma forma de repressão e discriminação pelo governo", uma vez que, além de vigiar as atividades das igrejas na região, seus membros serão acompanhados, individualmente.

O projeto foi deliberado durante uma conferência de trabalho de implementação experimental, nos dias 21 e 22 de agosto. Para a reunião, mais de 30 pessoas se reuniram de cidades e condados da província, incluindo Zibo, Rizhao, Linyi, Dezhou, Qingzhou, Taian e distrito de Taishan.

De acordo com a ONG, o objetivo da medida política é "explorar e incentivar a recolha, identificação, avaliação e aplicação de informações de crédito do pessoal religioso".

Durante a reunião, os membros do Comitê Provincial de Assuntos Étnicos e Religiosos de Shandong exigiram das várias partes da província o aumento de sua consciência ideológica. As respectivas áreas também devem considerar a acumulação de crédito como ponto focal para apoiar a gestão rigorosa dos assuntos religiosos.

O programa divide a coleta de informações de crédito em três tipos: informações básicas, informações adversas e informações honorárias. Por meio da “Plataforma de Informação sobre Religião Inteligente”, será realizada a troca de dados, que serão recolhidos e introduzidos pelos departamentos de assuntos religiosos em nível provincial, municipal e distrital, bem como por organizações religiosas.

A avaliação de crédito será dividida em cinco níveis: excelente, bom, regular, ruim e muito ruim, implementando um sistema de classificação, de acordo com as exigências impostas à prática religiosa na China, que é restrita.

Críticas à medida

Religiosos não identificados por motivos de segurança avaliam a medida como "discriminatória", visto que somente esse grupo é vigiado de perto pelas autoridades do governo.

"Se o pessoal religioso estiver sujeito a essa pontuação de crédito específica, deveriam existir sistemas de pontuação de crédito semelhantes estabelecidos também para profissionais de outros sectores", afirmam.

Fonte: Gazeta do Povo

NOTA. A China tem se notabilizado na prática de controle social em detrimento, muitas vezes, da liberdade individual e expressão de pensamento e crença. Esta prática manifestada hoje em países totalitários  ou ditatoriais, estará presente também futuramente  nos regimes democráticos. Sob diferentes pretextos e alegações justifica-se o controle social. Já vemos em nossa sociedade um controlismo crescente por parte do governo, implementado rotinas cada vez mais burocráticas e mecanismos que roubam a privacidade das pessoas. Muito em breve o simples ato de "comprar e vender" (Apoc.13), será condicionado pela postura ideológica ou religiosa dos cidadãos. 

terça-feira, 5 de setembro de 2023

IA está ajudando a traduzir a Bíblia para línguas raras

 


Provavelmente, nenhum livro no mundo foi tão traduzido quanto a Bíblia. Mas, ainda assim, organizações cristãs consideram que o número de línguas com acesso ao livro sagrado ainda é baixo.

Segundo a Aliança Global Wycliffe, que faz levantamentos anuais do acesso à Bíblia no planeta, de um total de 7.388 línguas no mundo, 724 têm toda a Bíblia traduzida, e 1.617 têm apenas o Novo Testamento. Os dados são de 2022.

Mirando essa lacuna, dois pesquisadores da área de Engenharia e Ciência da Computação — e que são cristãos — uniram-se para construir ferramentas de inteligência artificial (IA) que possam facilitar a tradução da Bíblia.

Essas ferramentas são englobadas pelo projeto Greek Room, fundado pelos pesquisadores Ulf Hermjakob e Joel Mathew, do Instituto de Ciências da Informação da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos EUA.

O projeto visa línguas que recebem pouco investimento — por exemplo, têm nenhum ou poucos dicionários, gramáticas e estudos sobre elas.


Hermjakob é alemão e evangélico luterano; Mathew é indiano e cresceu frequentando uma igreja evangélica pentecostal em seu país — inclusive, acompanhando os esforços dos pais em fazer traduções da Bíblia para línguas nativas faladas na Índia, atividade na qual a família se engajava.


Hermjakob e Mathew se conheceram na universidade — e se reconheceram na fé.

Eles consideram que o Greek Room está na fase piloto, sendo experimentado de forma colaborativa por agências de tradução ao redor do mundo.


"Neste momento, estamos fornecendo [as ferramentas de IA] para cerca de sete, oito línguas, a maioria delas asiáticas. Mas queremos chegar a uma escala de 70 a 80 línguas no próximo ano", disse Hermjakob, pesquisador sênior na USC, à BBC News Brasil.


"Antes, ficamos um ano no desenvolvimento do Greek Room. Eu diria que ele está no estágio piloto, mas já está em uso e está sendo considerado útil", comemora o pesquisador, há anos dedicado ao processamento de linguagem natural e aprendizado de máquina.

Ele preferiu não compartilhar quais as línguas já estão usando o Greek Room porque "em alguns lugares, cristãos, incluindo tradutores da Bíblia, são perseguidos por governos e grupos militantes".


O projeto traz ferramentas como corretor de ortografia, o rastreamento de caracteres e palavras que têm sinais de erro, o destaque a palavras e trechos que pareçam estar faltando e a apresentação de sugestões de palavras. A ideia é que ele seja integrado a outros programas de tradução já existentes.


Os criadores do Greek Room recebem financiamento de pesquisa de uma agência que faz parte da organização internacional Every Tribe Every Nation (Eten) — a qual trabalha com metas para impulsionar, até 2033, o acesso de todas as populações à Bíblias.


Fonte: BBC  e G1

Nota. O sinal mais concreto da volta de Jesus é a pregação do Evangelho a todo mundo (Mat. 24:14). Este falta muito pouco para ser globalmente disseminado. Ainda que haja milhões de indivíduos vivendo em países não cristãos, a Bíblia pode chegar a estes de inúmeras maneiras e com a ajuda das ferramentas da tecnologia este acesso é facilitado e dinamizado. Com certeza estamos muito perto de ver Jesus voltar! E nesta expectativa nosso ímpeto em testemunhar e ensinar o Evangelho se revigora ou naturalmente se amplia, isto se formos reais discípulos de Jesus.