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quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Qual o sentido da vitória de Trump no contexto profético escatológico?

 


    A recente vitória eleitoral de Donald Trump para a presidência dos EUA surpreendeu os analistas políticos e até mesmo os institutos de pesquisa. Sua vitória foi surpreendente pela larga vantagem em relação a sua concorrente Kamala Harris, apesar de tantos processos e acusações que o cercavam durante a campanha. Seria o fenômeno Trump uma simples reação da sociedade americana em função de problemas sociais e econômicos que aquela nação enfrenta? 

    Pelo que pesquisei vai muito além de uma reação aos problemas momentâneos. Existe uma construção ideológica que está em progresso já há alguns anos. Esta congrega, entre outras ideologias, a teologia do domínio. A teologia do domínio (ou "Dominion Theology") é uma corrente teológica presente em alguns círculos cristãos conservadores, especialmente entre certos grupos evangélicos, que defendem a ideia de que os cristãos têm a responsabilidade de “dominar” ou exercer autoridade sobre a sociedade e as instituições. A principal passagem bíblica usada é Gênesis 1:29, onde fala sobre "subjugar a terra" e "ter domínio" sobre toda a criação.

Essa teologia se desenvolveu em várias vertentes, sendo algumas delas:

  1. Reconstrucionismo Cristão: Uma das expressões mais radicais da teologia do domínio, defendida por pensadores como R.J. Rushdoony e Gary North. Eles propõem que a sociedade deve ser organizada com base nas leis do Antigo Testamento, promovendo mudanças nas leis civis, econômicas e educacionais de acordo com princípios bíblicos. Em sua forma extrema, o reconstrucionismo busca substituir o sistema legal secular por um sistema baseado na lei bíblica.

  2. Sete Montanhas de Influência: Um movimento mais recente que promove a ideia de que os cristãos devem influenciar as “sete montanhas” da sociedade: governo, educação, economia, mídia, religião, família e entretenimento. Esse movimento tem ganhado espaço entre algumas lideranças evangélicas americanas e defende a ocupação desses setores para "preparar o caminho" para o Reino de Deus.

  3. Nacionalismo Cristão: Relacionado à teologia do domínio, o nacionalismo cristão defende uma visão em que os valores e a identidade cristã devem ser protegidos e promovidos no âmbito nacional, o que implica, para alguns, uma união entre identidade nacional e religiosa.  

    Embora esta teologia ainda não tenha ganhado adesão de forma ampla entre as denominações cristãs nos Estados Unidos, em virtude daqueles que temem o fim da separação entre Igreja e Estado, ela vem ganhando espaço na liderança evangélica conservadora daquela nação. E aí surge um indicativo do que poderá acontecer no futuro com relação ao governo e a política.

    Pode ser considerado por alguns que a  aproximação do governo com setores religiosos seja algo positivo. Trump prometeu abrir um escritório de fé junto à Casa branca para atender aos  pastores e outros líderes religiosos. Mas lembremos do que foi no passado a união da Igreja com o Estado, com certeza esta ligação trará, em algum grau, riscos ao pluralismo, podendo transformar o governo em um agente de uma determinada doutrina religiosa. As lições do passado indicam que pode resultar em políticas públicas que refletem dogmas religiosos específicos, em vez de serem baseadas em princípios universais de justiça e igualdade.

    Ellen White, ainda no século XIX, previu uma amalgamação entre igreja e estado na América do Norte.

"Quando as igrejas protestantes buscarem o apoio do braço secular, então haverá uma formação de imagem à besta; e assim as igrejas protestantes deverão sofrer a indignação e a punição de Deus” (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 366).

    Diferentes analistas tem considerado esta eleição americana como um ponto de inflexão no desenvolvimento político dos EUA  que terão consequências e mudanças muito significativas para as demais nações do mundo. Podemos, com certeza, afirmar que estas mudanças tem relação com o cumprimento profético do Apocalipse.    













quinta-feira, 5 de setembro de 2024

O que Ellen G. White escreveu sobre os sinais dos tempos!

 

Ellen G. White, uma das fundadoras da Igreja Adventista do Sétimo Dia, escreveu extensivamente sobre muitos aspectos proféticos, incluindo sinais dos tempos que antecederiam a volta de Jesus Cristo. Em algumas de suas obras, ela mencionou sinais de fogo e fumaça como eventos que podem estar relacionados aos sinais do fim dos tempos.

Aqui estão algumas citações e trechos relacionados:

1. Incêndios como Sinais do Fim

Ellen White mencionou eventos como incêndios e grandes tragédias como parte dos sinais dos tempos. Um exemplo importante é o incêndio de Chicago, que ela mencionou em suas obras:

"Deus tem um propósito ao permitir que essas calamidades visitem nossas cidades. Esses juízos são um de Seus meios para despertar homens e mulheres à percepção do perigo que correm. O fogo e as inundações estão destruindo propriedades e vidas humanas."
(Testemunhos para a Igreja, vol. 7, p. 82)

Nesse trecho, Ellen White vê grandes desastres, como incêndios, como advertências para as pessoas refletirem sobre suas vidas e seu relacionamento com Deus.

2. Fogo e Fumaça como Sinais do Juízo

Ela também escreveu sobre o uso de símbolos de fogo e fumaça em um contexto mais profético, associando-os ao julgamento de Deus sobre a Terra:

"O Senhor vai mostrar que Ele é Deus, e que Seu julgamento está por vir. Sinais serão dados nas estrelas, no sol, e na lua, e ‘fogo e colunas de fumaça’ aparecerão como prenúncios do grande e terrível dia do Senhor."
(Manuscript Releases, vol. 14, p. 91)

Aqui, ela está citando a profecia de Joel 2:30-31, que fala de sangue, fogo e colunas de fumaça como sinais que precederiam o grande dia do Senhor.

3. Desastres Urbanos e a Causa de Reformas

Ellen White muitas vezes ligou esses eventos ao chamado de Deus para o arrependimento e reforma, alertando que o tempo para isso estava se esgotando:

"Sinais de fogo e fumaça, terremotos, calamidades, e grandes destruições de vidas e propriedades são advertências de Deus para que as pessoas abandonem o mal e busquem a justiça."
(Manuscript Releases, vol. 21, p. 66)

Aqui, ela relaciona esses eventos catastróficos à necessidade de uma reforma moral e espiritual.

4. A Queda de Cidades e o Juízo Final

Ellen White advertiu sobre a destruição de grandes cidades no contexto do juízo final:

"Na Palavra de Deus são dadas advertências das terríveis cenas que estão por vir. Devemos estar cientes das calamidades que rapidamente se aproximam, quando vastas cidades serão destruídas e destruídas repentinamente por bolas de fogo, e nuvens de fumaça subirão para o céu."
(Eventos Finais, p. 112)

Nesse trecho, a destruição por fogo é um símbolo do juízo divino, e ela descreve isso como algo que acontecerá rapidamente e de maneira devastadora.

Contexto Profético

Ellen White acreditava que esses eventos serviriam para despertar a humanidade para a realidade do tempo do fim e a necessidade de buscar uma relação mais próxima com Deus.

Essas citações mostram que Ellen White interpretava eventos de destruição por fogo e sinais de fumaça como advertências e manifestações dos juízos divinos, frequentemente associando-os à proximidade da segunda vinda de Cristo.



sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Israel é o termômetro do mundo?

 

     Considerações bíblicas relevantes sobre o papel de Israel na interpretação profética relacionada aos tempos finais.



 

A atualidade é marcada por conflitos, e o recente embate entre Israel e o Hamas suscita interpretações variadas no meio cristão, especialmente entre os dispensacionalistas, que veem em Israel um termômetro global.

Em sua forma de interpretar as profecias bíblicas utilizando-se do método futurista, acreditam que tudo que acontece em Israel como nação se espalhará pelo mundo[2]. Esses pensamentos possuem uma sólida base bíblica? O que a Palavra de Deus tem a dizer sobre o papel de Israel no tempo do fim e sobre quem é o Israel de Deus?

A perspectiva dispensacionalista

O dispensacionalismo[3] surgiu no século XIX a partir das ideias de John Nelson Darby (1800-1882) e se popularizou grandemente no meio cristão evangélico por meio da Bíblia de Referências Scofield[4]. Para os dispensacionalistas, Deus tem diferentes planos e propósitos para Israel e para a Igreja, e esses planos são progressivamente revelados ao longo das eras. Os dois permanecerão separados para sempre[5]. O arrebatamento marca o fim da dispensação da graça, que se destina à igreja e dá continuidade à realização das promessas relacionadas à dispensação da lei, reservada para Israel durante o reino milenar[6].

Essa visão escatológica se baseia principalmente na profecia das setenta semanas de Daniel 9. Para os dispensacionalistas, sessenta e nove semanas proféticas já se cumpriram no passado com a vinda do Messias, mas a última semana de sete anos se cumprirá no futuro com o Israel literal[7]. A igreja será arrebatada secretamente e em seguida se iniciarão os sete anos de grande tribulação e perseguição sobre Israel, quando o templo de Israel será destruído pelo anticristo. Porém, quando se completarem os sete anos de tribulação, Jesus voltará visivelmente e estabelecerá o reino milenar tendo Israel como centro e cumprindo a Israel todas as promessas feitas a eles no Antigo Testamento[8]. É por conta desta forma de enxergar as profecias que uma boa parte dos protestantes ficam alvoroçados quando veem qualquer coisa acontecendo em Israel como nação.

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