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terça-feira, 29 de abril de 2025

Qual o sinal do batismo do Espírito Santo?


 

    A visão predominante nas igrejas pentecostais no que se refere à evidência do recebimento do Espírito Santo, considera o “falar em línguas” (glossolalia) como a manifestação essencial ou primária deste evento na vida do crente.

    Os adventistas do sétimo dia, baseados na Bíblia, entendem esse evento de forma mais ampla e centrada na transformação do caráter e no serviço cristão. As evidências bíblicas apontam para o batismo do Espírito Santo como sendo  uma experiência espiritual profunda, que envolve o recebimento da presença divina para capacitação na missão, santificação da vida e comunhão com Deus. Essa experiência não está limitada a manifestações carismáticas visíveis ou emocionais. Em vez disso, ela se evidencia principalmente por meio dos frutos do Espírito, conforme descritos em Gálatas 5:22–23 — amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Esses frutos indicam que a vida do crente está sendo moldada pelo Espírito de Deus.

    Num escopo bíblico mais amplo o batismo do Espírito pode ser visto como parte do processo contínuo de conversão e crescimento espiritual. Ele pode ocorrer no momento da conversão, mas também pode ser renovado diariamente à medida que o crente se submete à direção do Espírito. A missão evangelizadora da igreja é outra marca fundamental dessa experiência, pois o Espírito Santo é visto como o poder capacitador para o testemunho cristão, como exemplificado na vida dos apóstolos após o Pentecostes.

    Quanto ao dom de línguas, a sua existência é bíblica, mas devemos compreender como a capacidade dada por Deus para comunicar o evangelho em idiomas humanos reais, com o propósito de edificação e expansão do Reino de Deus — e não como uma linguagem extática ininteligível ou sinal obrigatório do batismo espiritual. Essa interpretação se baseia em textos como Atos 2, onde os discípulos falaram em línguas compreensíveis por pessoas de diversas nações ali presentes.

    Portanto, não deve existir a ênfase em um sinal específico, mas na transformação do caráter, no crescimento espiritual e na dedicação ao serviço. O batismo do Espírito Santo é considerado essencial à vida cristã, mas sua verdadeira evidência está em uma vida frutífera, obediente e centrada em Cristo.

 

Fundamento Bíblico

    O batismo do Espírito Santo é uma promessa feita por Jesus a todos os crentes (João 14:16–17; Atos 1:5,8). Ele é essencial para a missão da igreja e para o crescimento espiritual dos membros.

O apóstolo Paulo declara que todos os crentes são batizados em um só Espírito no momento em que aceitam a Cristo:

Pois em um só Espírito todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e a todos nós foi dado beber de um só Espírito.” ( 1 Coríntios 12:13).

    Paulo também afirma que o verdadeiro sinal da presença do Espírito Santo são os frutos do Espírito, não dons específicos:

Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.” ( Gálatas 5:22–23).

 

Entendimento sobre o Dom de Línguas

    Os adventistas reconhecem a existência do dom de línguas, mas interpretam seu uso conforme o modelo bíblico de línguas humanas reais, dadas por Deus para comunicar o evangelho a pessoas de diferentes idiomas — como exemplificado em Atos 2:

Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.” ( Atos 2:4).

    O milagre aqui foi de compreensão linguística, e não de uma linguagem extática incompreensível. O dom de línguas, conforme descrito no Novo Testamento, consistia na capacidade de falar idiomas humanos reais não aprendidos previamente. A ênfase da Bíblia está na comunicação clara e compreensível da verdade.

    Ellen G. White enfatizou a necessidade de sermos cheios do Espírito Santo, mas associava isso à vida consagrada, caráter cristão e testemunho fiel — não a sinais externos.

O batismo do Espírito Santo, como no dia de Pentecostes, levará os filhos de Deus à unidade. Removerá todas as barreiras... A todos os que o recebam, o Espírito trará uma nova capacidade para conhecer e amar a Deus.” ( Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, vol. 8, p. 20).

Ela também advertiu contra a exaltação de manifestações emocionais:

As manifestações exteriores não são prova de que o coração está renovado pela graça de Deus.” ( Ellen G. White, Evangelismo, p. 610).

“Sentimentos não são fé. Eles são duas coisas distintas. Fé não se baseia em impressões; ela vem pela Palavra de Deus.” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 25).


Conclusão

Portanto, na compreensão adventista, o batismo do Espírito Santo é uma experiência de renovação espiritual, concedida a todos os que se entregam sinceramente a Deus. Ele se manifesta não por um sinal específico, como o falar em línguas, mas através de uma vida transformada e dedicada à missão. Essa experiência deve ser buscada continuamente e é fundamental para o reavivamento pessoal e coletivo da igreja.

sábado, 15 de março de 2025

Imortalidade da alma ou ressurreição dos mortos?


      A obra: 'Imortalidade da Alma ou Ressurreição dos Mortos?', escrita pelo renomado teólogo Oscar Culmann em meados do século XX sacudiu o mundo cristão da época, chamando a atenção para algo que é revelado pela Escritura Sagrada e corroborado pela própria lógica, ou seja,  que são incompatíveis entre si as crenças da  imortalidade da alma com a ressurreição.

    Segue abaixo um trecho da introdução da referida obra:

"Se perguntássemos hoje a um cristão comum ( quer um bem versado protestante ou católico, quer não) sobre o que ele pensa ser o ensino do Novo Testamento a respeito do ensino do homem após a morte, com poucas exceções saberíamos a resposta: ' A imortalidade da alma.'  No entanto essa  ideia amplamente aceita é um dos maiores equívocos do cristianismo. Não há razão para tentar esconder este fato, ou clamufá-lo, reinterpretando a fé cristã. Isto é algo que deve ser discutido com toda franqueza.

Mas, será mesmo verdade que a fé dos primitivos cristãos na ressurreição é incompatível com o conceito grego da imortalidade da alma? Não ensina o Novo Testamento, sobretudo o Evangelho de João, que já temos a vida eterna? Será que a morte no Novo Testamento é sempre concebida como o "último inimigo" duma maneira diametralmente oposta à do pensamento grego, que vê na morte um amigo?  Não escreve Paulo: "Ó morte, onde está o teu aguilhão?" Veremos no final que existe pelo menos uma analogia, mas primeiro salientar as diferenças fundamentais entre os dois conceitos."   

    A doutrina da imortalidade da alma é incompatível com a ressurreição porque, entre outras coisas, antecipa a recompensa eterna desfazendo a necessidade do juízo, também acaba desfazendo a realidade e consequência ultima do pecado. Porque me preocuparei em abandonar o pecado se sou inerentemente imortal? 
    Esta falsa doutrina que adentrou no seio do cristianismo  foi resultado do sincretismo religioso e cultural nos primeiros séculos, sobretudo pela influência grega. A Bíblia ensina que o homem é mortal em virtude da queda no pecado (Gên 2.17, Rom. 5:12-21). A condição da imortalidade só será possível depois da ressurreição para os que morrerem salvos ou para os que estiverem vivos na segunda vinda de Jesus e serão transformados num abrir e piscar de olhos. (I Cor, 15:51-52). Saiba mais <aqui>.





sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Por que o papa Francisco vai distribuir 'salvo-condutos ao céu' em 2025

 



Na noite da próxima terça (24), quando o papa Francisco abrir a chamada porta santa da basílica de São Pedro, no Vaticano, estará oficialmente inaugurado o Jubileu 2025, um ano especial para os católicos em que as chamadas indulgências poderão ser recebidas.

A esta altura é possível que você tenha se lembrado das aulas de história na escola, mais especificamente daquela parte em que se estuda a reforma protestante e toda a questão encabeçada pelo monge Martinho Lutero (1483-1546) contra a venda das indulgências. A crítica, naquela época, era que a Igreja estava comercializando vagas no céu.

De forma simplificada, indulgência é mais ou menos isso mesmo. A diferença é que, agora, ninguém está vendendo nada. "A indulgência é uma prática relacionada ao perdão dos pecados", diz à BBC News Brasil o sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, ex-coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e editor do jornal O São Paulo, da Arquidiocese de São Paulo.


Na crença católica, se o perdão dos pecados é recebido com o sacramento da confissão — que pode ser repetido quantas vezes o fiel desejar —, a culpa ou a dívida só é completamente paga depois de um período de purificação póstumo.

A indulgência é uma maneira de garantir esse benefício divino em vida — ou seja, um salvo-conduto para o paraíso. "Na realidade existe um pagamento da pena ligada ao pecado cometido", explica à BBC News Brasil a vaticanista e historiadora do catolicismo Mirticeli Medeiros, pesquisadora na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.

"Por exemplo: na confissão com um sacerdote a pessoa tem o pecado perdoado mas, principalmente em relação aos pecados mortais, existe uma dívida que fica. Esta, caso não exista a intervenção de uma indulgência plenária, será reparada somente no purgatório", esclarece ela.


Fonte: G1


Nota. É impressionante como  os líderes da igreja de Roma complicaram uma questão que no Novo Testamento é fácil de entender. O Apóstolo Paulo assim expressa: "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito." (Romanos 8:1). Em vez de o crente andar preocupado com indulgências, indultos, classificação de pecados e uma parafernália de coisas criadas originalmente com o intuito de explorar  os fiéis, a Bíblia nos mostra que toda a dívida que tínhamos pelos nossos pecados já foi paga por Jesus na cruz (Rom.4:26; Ef. 1:7) e já não resta nenhum sacrifício que tenhamos que fazer para obter o perdão dos nossos pecados (Heb.10:26-27).





quinta-feira, 11 de julho de 2024

A Lei de Deus e sua validade!

 


    Vivemos numa época em que se questiona a validade dos mandamentos de Deus. Alguns cristãos  se opõe à lei dos Dez Mandamentos, afirmando que sua validade se limitou ao povo judeu. Já a igreja Católica aceita sua validade até nos dias de hoje, no entanto declara ter o direito de alterá-la, como assim o fez, omitindo um dos mandamentos e alterando outro.

    A Bíblia afirma que a lei de Deus, no que tange a expressão dos Dez Mandamentos, não tem limite de validade. É eterna  porque é de cunho moral, por isto não se limita a época ou lugar. Prova disto é que ao fazer referência ao quarto mandamento (Marcos2:27), Jesus disse  que o sábado foi feito por causa do homem (sentido universal), não declarou que a guarda do referido mandamento era apenas para o povo judeu. 

    Não limitou a validade dos mandamentos a uma determinada época, mas declarou que enquanto houver céu e terra nada seria omitido da lei.

"Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido." (Mateus 5:17-18).

   Considerando o aspecto atemporal da lei de Deus, cito o comentário de C.S. Lewis, em seu livro Cristianismo Puro e Simples. Neste apresenta a lei moral como uma grande evidência da realidade do Criador. Em qualquer cultura ou lugar, todo o ser humano tem um senso de justiça, um princípio interior de classificar o certo e o errado. Isto pela ótica evolucionista/ateísta não seria esperado. Por que os princípios de justiça e altruísmo deveriam aparecer no homem, se pela seleção natural o egoísmo pode ser visto como um fator de sobrevivência?. 

    Lewis apresenta  a Lei moral, como um princípio harmônico universal regendo a conduta humana. Algo que é real, não  é uma invenção humana. Assim como a tabuada é um princípio básico da matemática e  não uma invenção humana, sabemos que podemos errar o cálculo mas isto não invalida a tabuada. Assim nossas tentativas de cumprir a lei moral podem ser imperfeitas e fracassadas, mas isto não elimina  a referida lei.

    Em sua última abordagem o referido autor vai na contramão dos pregadores que  falam  que é impossível guardar a lei, portanto não devemos nos preocupar com ela, ou seja, torná-la inválida na prática. Por não sermos guardadores perfeitos da lei isto não a invalida para nós, muito pelo contrário ela deve continuar sendo nosso padrão de vida. Muitos que defendem a não validade da lei nos dias de hoje pela razão apresentada, também passam a ideia que Deus se equivocou no tempo do Antigo Testamento ao manifestar Sua lei e no Novo Testamento  corrigiu sua atitude concedendo a graça. Sem entrar a fundo na última questão, podemos já dizer que se trata de um ensinamento equivocado e herético. Na realidade Deus  revelou um único plano de redenção tanto no novo quanto no antigo testamento. Neste plano tanto a lei quanto a graça  tem o seu lugar e expressão destacada em cada era.
    
    A questão da lei de Deus foi um fator basilar para o grande conflito que se originou no céu. Agora no final dos tempos Satanás concentra sua luta contra aqueles que ainda reconhecem a validade da lei de Deus.
     "E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo." (Apoc. 12:17).


    
    



sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

O sentido amplo de expiação

 As dimensões da expiação de Cristo não são competitivas e mutuamente excludentes. Elas se entrelaçam e formam a trama da grande história da redenção

expiação

Quando estudamos um tema, é importante prestar atenção ao fato de que algumas palavras têm significado amplo (polissemia). Por exemplo, Ellen White descreve a “expiação” como uma obra completa na cruz e, ao mesmo tempo, como algo que ocorre no santuário celestial depois da cruz. Isso pode causar confusão, pois ela usa a palavra “expiação” de diferentes maneiras.

Se você olhar os escritos dela, verá esses três usos diferentes da palavra “expiação”:

1) Expiação refere-se à cruz. Por exemplo: “Cristo efetuou uma expiação completa, dando Sua vida como resgate por nós” (Exaltai-O, p. 400).

2) Expiação refere-se ao ministério sumo sacerdotal de Cristo no santuário celestial, aplicando os benefícios da cruz. Por exemplo: “[Jesus] entrou no lugar santíssimo para fazer expiação pelos pecados do povo e purificar o santuário” (Manuscrito 69, 1912).

3) A expiação, num sentido mais amplo, refere-se a toda a obra de redenção. A expiação é vista aqui como um processo composto por partes indivisíveis, e ela iguala a “expiação” com o “plano da redenção” (O Desejado de Todas as Nações, p. 494-495; cf. p. 566), e até utiliza a expressão “plano de expiação” (O Grande Conflito, p. 503).

Na perspectiva (3), a obra (2) não é algo adicional à obra (1), no sentido de a cruz ter sido insuficiente. É garantia de erro pinçar textos do grupo (1) e ignorar os textos dos grupos (2) e (3), ou, pior ainda, colocar esses textos um contra o outro, como se fôssemos obrigados a escolher apenas um dos aspectos da obra de Jesus e rejeitar os outros.

Em outras palavras, tanto o processo inteiro quanto suas partes são chamados de “expiação”. Ao fazer isso, Ellen White reflete o que a própria Bíblia faz. No Dia da Expiação, por exemplo, cada parte do ritual é descrita como “expiação” (Lv 16:11, 18, 20), assim como o processo inteiro também é uma “expiação” (v. 34).

As dimensões da expiação de Cristo não são competitivas e mutuamente excludentes. Elas se entrelaçam e formam a trama da grande história da redenção.

(Isaac Malheiros, Facebook)  via Outraleitura

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Pastor da Bola de Neve e Lamartine Posella falam sobre o sábado no podcast Inteligência LTDA

 


Nota: Pastores evangélicos falando que o verdadeiro dia do Senhor é o sábado. Inusitado é que durante a entrevista um deles afirma que faz malabarismo teológico para tentar justificar o fato de  não impor isto para a sua congregação. A questão é que a admissão do sábado, como dia de guarda, implicaria nas conveniências pessoais e de certa forma traria perda de popularidade. Mas a verdade continua lá, clara e firme na Palavra de Deus. Seria o sábado uma prova que o coloca como um sinal entre Deus  e seus filhos? (Ezequiel 20:20)

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Deveríamos celebrar as festas judaicas?

 


    Hoje vemos alguns grupos de professos cristãos afirmando que deveríamos celebrar as festas do calendário religioso judaico. Quanto a isto temos alguns pontos a considerar que esclarecem a questão, ou ao menos, ajudam a esclarecê-la:

1) O apóstolo Paulo escreveu: "Eu, Paulo, vos afirmo que Cristo de nada vos servirá, se vos deixardes circuncidar. E outra vez declaro solenemente a todo homem que se permite circuncidar, que ele, desse modo, fica obrigado a cumprir toda a lei" Gálatas 5:2-3. 

    Uma coisa que fica clara no texto paulino é que não estamos obrigado a cumprir toda Lei, isto porque ela não  trata só da parte moral (Dez Mandamentos), mas é um conjunto de regulamentos que inclui leis civis, cerimoniais, sanitárias e de saúde. Entendemos que boa parte da Lei já cumpriu o seu propósito ou papel ao representar o sacrifício vicário de Cristo na cruz, parte que  Paulo denomina de "sombras de coisas futuras" ( Heb.10:1; Col.2:16-17). Sendo assim, entendemos que toda a parte cerimonial perdeu sua eficácia quando Jesus rendeu sua vida no madeiro e o véu do templo se rasgou de alto abaixo (Mat. 27:51). Este cerimonialismo que se referia ao sacrifício de Cristo, estava prefigurado não somente nos sacrifícios de animais realizados no templo diariamente, mas também na festas, como é o caso da Páscoa. Portanto entendemos que esta festa foi substituída pela cerimônia da Santa Ceia. Outras festas tinham tanto um sentido expiatório, como é o caso do Yon Kippur ( Dia da Expiação), quanto cívico ou mais voltado ao povo de Deus como nação. Quanto a isto irei discorrer no próximo tópico sobre a vigência do período de Israel como povo escolhido de Deus.

2) Israel, como nação, foi representante da verdade revelada por Deus, constituindo Seu povo  até o começo da era do Novo Testamento, ou seja, o ano  34 d.C. Segundo a profecia de Daniel no capítulo 9, havia um tempo determinado para que Israel cumprisse seu propósito. "Setenta semanas estão determinadas sobreo o teu povo ...(verso 24). Aplicando o principio de interpretação profética de cada dia valendo 1 ano (Ezeq.4:6; Num.14:34), entendemos que se trata de semanas de anos. Neste período de 490 anos, alguns fatos ocorreriam, entre os quais: a reconstrução de Jerusalém e do templo nas primeiras 7 semanas (49 anos), depois passados mais 62 semanas (434 anos) viria o Messias o ungido e no meio da última semana seria expiado os pecados pelo sacrifício de Jesus.  Sem querer entrar em muitos detalhes, basta dizer que esta profecia abrange o período que vai desde a ordem para reconstruir Jerusalém (457 a.C) - (Dan.9:25) até o fim  do período que Israel permaneceu como nação escolhida (34 d.C), passando este encargo a  ser exercido pela igreja cristã.

3)  Os que defendem a observância das festas judaicas, entre outros ritos cerimoniais da antiga aliança, geralmente também defendem a ideia da restauração de Israel como povo de Deus nos últimos dias. Usam como base certos textos encontrados no Antigo Testamento, como Ezequiel 37  e Jeremias 30; os quais entendemos que se referem à restauração pós-exilio babilônico ou a uma situação de prosperidade e bênçãos que era condicionada pela fidelidade e obediência do povo, que infelizmente não se cumpriu na nação de Israel. Israel só cumpriu parcialmente o propósito de Deus como nação escolhida e depositária da Palavra revelada. Israel falhou não somente pela desobediência e hipocrisia, mas sobretudo pela rejeição a Jesus como Filho de Deus e a seu sacrifício expiatório na cruz.

    O fato marcante que delimitou o fim do período de Israel como nação escolhida foi o apedrejamento de Estevão em 34 d.C. Ali começou o período em que a igreja cristã passou a ser o povo de Deus na Terra, ou seja,  Israel agora é  espiritual, não mais uma nação no sentido étnico, mas um povo que transpõe fronteiras, etnias e nacionalidades. Depois de um certo tempo pregando só aos judeus, os discípulos  passaram a pregar  o evangelho  a todas as nações, sendo destacado a orientação do Espírito Santo para isto, como é o caso da visão recebida por Pedro do lençol repleto de animais (Atos 10). O apóstolo Paulo comentando o fato da universalidade da igreja, escreveu o seguinte: "Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre, não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gálatas 3:28).

CONCLUÇÃO: Como vimos pelo que foi abordado até aqui, não há base bíblica para acharmos que devemos, na nova aliança, celebrar as festas judaicas. Aqueles que defendem esta observância, devem aceitar a vigência da nação de Israel como povo de Deus até os nossos dias, sendo assim deveriam concordar com a ideia dispensacionalista da reconstrução do templo de Jerusalém na atualidade e a volta dos sacrifícios neste lugar, o que ao meu ver, contraria totalmente a revelação dada por Deus na era do Novo Testamento.

Aguinaldo C. da Silva

sábado, 27 de junho de 2020

A Lei como regra de vida !



       Há diferentes segmentos e igrejas cristãs que desconsideram o real valor e sentido da lei, dizem que a lei deixou de ser válida na era do Novo Tempo ou que foi abolida na cruz. Algumas declarações de Paulo são tomadas isoladas ou fora de contexto para basear esta visão sobre a lei.
No entanto, as declarações de Paulo expõe sua inutilidade para justificação do pecador. Diante da lei não encontramos salvação, mas percepção do pecado. "Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado." (Rom. 3;20).

       Paulo coloca em vários de seus escritos a verdadeira função da lei, no seu sentido primário a lei é um parâmetro para a vida, um instrumento pautador da conduta, uma regra áurea. " Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás." (Rom. 7:7)

       A Lei tem também o papel de revelar o caráter de Deus, que é amor (I João 4.16). Jesus confirmou o conceito expresso por certo doutor da lei: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e o teu próximo como a ti mesmo." (Lucas 10.27-28). 
     A expressão da Lei é o amor, uma expressão que se realiza quando os seus mandamentos são praticados ou adotados na  vida prática. Não é possível dizer que a manifestação espontânea de amor  dispense a guarda ou observância dos mandamentos individualmente. Mas a manifestação do amor só será legítima se envolver a observância dos mandamentos. O amor ao próximo se concretiza quando os mandamentos da lei (não matar, furtar, adulterar ...) são  individualmente observados.

      Há, em nossa época, a ideia de que Jesus substituiu a lei pelo amor quando disse: "Um novo mandamento voz dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós ..." (João 13.34). Sem querer fazer uma análise exegética completa do texto, em poucas palavras podemos entender que Jesus queria enfatizar uma forma mais intensa de amor, que estava ligada ao fato da morte próxima que Ele sofreia dando a vida pelos pecadores, assim nós também devemos dar a vida pelos irmãos.  Em nenhum lugar dos evangelhos Jesus relativiza, aboli ou diminui o valor da Lei, mas contrariamente a isto Ele diz que não veio abolir a lei e qualquer que alterasse os mandamentos seria considerado o menor no reino dos céus (Mat. 5.17,19).

      Voltando ao apóstolo Paulo, este não declara a abolição da lei na era do Novo Testamento, mas sua validade ainda em seus dias. Ele disse: "E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom... Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor, assim que eu mesmo com entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne a lei do pecado" (Rom. 7:12,25).

       A pergunta que se levanta é: Se a lei não salva ou justifica, como foram salvo os fiéis da era do Antigo Testamento?
"Portanto, que diremos do nosso antepassado Abraão? Se de fato Abraão foi justificado pelas obras, ele tem do que se gloriar, mas não diante de Deus. Que diz a Escritura? "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça". Ora, o salário do homem que trabalha não é considerado como favor, mas como dívida. Todavia, àquele que não trabalha, mas confia em Deus que justifica o ímpio, sua fé lhe é creditada como justiça." (Rom. 4.1-5).
 
       Abraão foi justificado pela fé, apesar de ter guardado todos os mandamentos durante a sua vida (Gên. 26.5). Pois a salvação pela fé é a única forma que Deus usou tanto na era do Antigo quanto do Novo testamentos.
      Mas se a lei tinha como objetivo e utilidade pautar a conduta e instruir as pessoas, por que foi concedida em tábuas de pedra quatro séculos depois? O deserto foi para os israelitas uma experiência de reabilitação, após um longo período de escravidão no Egito e esquecimento dos princípios e valores transmitidos aos patriarcas. Deus pretendia formá-los como uma nação com um propósito especial: ser uma luz e uma bênção para as demais nações (Gên. 12,3).

Christopher Wright comenta:

“No Sinai, Deus entrou numa aliança com o povo de Israel (e com o restante das nações em vista) chamando‑o para ser seu representante (sacerdotalmente) e para ser separado (santo). Ele lhe deu um dom da graça – não para que pudessem merecer sua salvação, uma vez que já haviam sido redimidos, mas para moldá‑los como um povo modelo, a fim de fossem uma luz para as nações.” 1

       O propósito de moldar o seu povo conforme a imagem do Senhor Jesus é a intenção de Deus em todas as eras. Para isto a lei foi concedida como parâmetro de conduta ou regra de vida. Disse o salmista que bem aventurado é quem "tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite." (Salmos 1:2). 
       Se referindo a Nova Aliança, Paulo afirma citando Jeremias, que o  objetivo de Deus  é escrever os mandamentos no coração de seus filhos. É na  nova aliança a ocasião que se realizará tal intensão divina.
 
"Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por povo." (Hebreus 8:10).

Que nossa vida seja pautada pela lei de Deus e que sua eficácia seja a marca de nosso discipulado - com frutos caracterizados pelo Seu amor!


Aguinaldo C. da Silva


1 WRIGHT, Christopher J. H. A missão do povo de Deus : uma teologia bíblica da missão da igreja / Christopher J. H. Wright ; tradução Waléria Coicev. São Paulo : Vida Nova 2012. p. 51
  

sábado, 28 de março de 2020

Papa reza só e concede indulgência plenária por pandemia de coronavírus

Papa Francisco rezou nesta sexta-feira (27) sozinho diante da imensa praça de São Pedro vazia e deu a bênção e a indulgência plenária ao mundo pela pandemia de coronavírus que o assola. Não há registro de gesto semelhante na história do Vaticano.
Foi um ritual inédito, durante o qual ele deu a bênção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo) a todos os fiéis.
A bênção permite que mais de 1,3 bilhão de católicos obtenham a indulgência plenária, ou seja, o perdão de seus pecados, em um momento tão difícil, com medidas de confinamento que afetam mais de 3 bilhões de pessoas.
A bênção extraordinária Urbi et Orbi é a mesma que os pontífices costumam transmitir apenas em 25 de dezembro e no domingo de Páscoa, datas em que se lembra o nascimento e a morte de Jesus.
A imagem do chefe da Igreja católica orando sozinho diante da imensa esplanada pelo fim da guerra contra um inimigo invisível é quase cinematográfica.
Fonte: G1

Nota. O Papa usando de uma de suas prerrogativas como sumo pontífice ou Pontífice Maximus, título herdado do imperador romano, concede indulgência plenária a todos os católicos. É importante destacar que a indulgência plenária foi instituída durante a Idade Média e nada mais é que  uma afronta ao ministério intercessório do Senhor Jesus no santuário celestial (Hebreus 7,8,9). A mediação entre Deus e os pecadores é de exclusividade  do Senhor Jesus (I Timóteo 2:3-6) e o poder de perdoar pecados é um atributo divino. Lembremos do episódio em que Jesus foi acusado pelos judeus de blasfêmia porque perdoava pecados, assim se colocando como Deus (Marcos 2:5-7). Todas estas ações do mandatário maior da igreja Católica contradizem a Palavra de Deus e são o cumprimento de Daniel 7, onde diz que um poder chamado de "ponta pequena" iria jogar a verdade por terra, atacar os santos do Altíssimo e seu santuário. Este poder que teve domínio temporal por 1260 dias proféticos ou anos literais (538 d.C a 1798 d.C) voltará a ter predominância no final dos tempos, conforme as profecias de Apocalipse capítulos 13 e 17).

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A lei e os profetas duraram até João?

     Quando Jesus  expõe a sua interpretação da lei, os lideres religiosos olham com desconfiança e incredulidade para este novo rabino. Jesus não tinha passado pela escola de formação dos rabinos judeus, mas tinha autoridade. Autoridade que foi reconhecida tanto pelas pessoas comuns quanto por alguns mestres em Israel. Jesus apresenta sua messianidade não só pelos milagres realizados, mas principalmente por sua mensagem.  Neste contexto Ele diz;
“A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele. E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.”Lucas 16:16,17.
    No manuscrito grego está assim : “A lei e os profetas até João...” (Lucas 16:16 ) a palavra " DURARAM " é um acréscimo do tradutor. A passagem correlata que está em Mateus 11:13, traz a expressão "PROFETIZARAM  até João”. Profetizaram de quem? Profetizaram  da vinda de Jesus. João Batista foi o último que anunciou a vinda do Salvador. A lei e os profetas era uma referência à própria Bíblia, que naqueles dias se consistia só do antigo testamento. Portanto Jesus procurou embasar-se na Bíblia para demonstrar sua messianidade. Após sua ressurreição, ao conversar com dois discípulos no caminho para Emaús, sem que eles o reconhecessem, usou também as Escrituras para que eles entendessem o porquê de sua morte e ressurreição. "E começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as escrituras.” Lucas 24;27.
   Portanto estava ali com eles alguém que tinha autoridade para interpretar a lei e ensiná-la ao povo. Afinal, foi ele quem a concedeu a Moisés no monte Sinai. Foi com esta autoridade que Ele disse que é lícito fazer o bem no sábado (Mateus 12:12). Não disse que era lícito fazer todo ou qualquer trabalho neste dia, numa tentativa de abolir parte dos mandamentos. Sua intenção era orientar quanto a guarda deste preceito. Por isto disse; “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. MateusHYPERLINK "https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/5/17+" HYPERLINK "https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/5/17+"5:17.
   A grande verdade que Jesus tentou transmitir diz respeito à necessidade de integralidade ou completude na vida cristã. Ele disse: "Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras." LucasHYPERLINK "https://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/11/42+" HYPERLINK "https://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/11/42+"11:42 (negrito acrescentado)
   Segundo Jesus o erro principal do lideres religiosos daquele tempo era a parcialidade com que interpretavam os preceitos e mandamentos. Agregar os aspectos apontados por Cristo (zelo e amor) aos preceitos da Palavra de Deus é uma necessidade básica ainda hoje. 
   Frequentemente vemos versões superficiais do Evangelho sendo oferecidas às pessoas. Interpretações que buscam enfatizar algum aspecto, mesmo que importante da Palavra de Deus, seja dons, bênçãos ou prosperidade, mas que omitem ou que desconsideram outros. Como discípulos de Cristo devemos preconizar a integralidade da Palavra de Deus. Este é um dos aspectos de nossa fidelidade, demonstrando assim nosso amor e realidade de nossa comunhão com Ele.
   Reconhecemos o caráter progressivo da verdade como uma revelação que se amplia no decorrer da Bíblia Sagrada. E assim também é em nossa vida a medida que vamos incorporando gradativamente em nosso viver. Devemos solicitar a ajuda do Espírito Santo tanto para compreender quanto para praticar aquilo que é da vontade do Pai.

 Aguinaldo Carvalho da Silva

quarta-feira, 1 de junho de 2016

O juízo pré-advento

     Este é um assunto que tem provocado muita incompreensão por parte de muitos estudiosos da Bíblia. Meu objetivo aqui não é elucidar todos os aspectos deste ícone da doutrina adventista, mas expor a viabilidade teológica do tema, a partir de uma leitura refletida sobre alguns textos bíblicos. Uma análise meticulosa do livro de Apocalipse lança luz sobre o assunto, tornando o tema propício de ser assimilado. O primeiro deles é Apocalipse 3 verso 5. Lá esta escrito:
O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante de seus anjos.”
Neste texto o crente é apontado como um combatente, se há vencedores isto indica que há luta. O apóstolo Paulo também se refere à carreira cristã como o “combate da fé” (II Tim. 4:7). Só é possível saber quem é vitorioso depois de encerrada a luta, não podemos determinar isto durante a prova.  O autor do Apocalipse está dizendo que os crentes ou todos aqueles que ingressaram para o Reino de Deus, serão em algum momento após a jornada da fé, olhados pelo seu Senhor, e somente os vitoriosos serão mantidos no livro da vida, ou seja, não terão seus nomes riscados. Um momento de selamento, onde a posição de salvo se torna definitiva e não mais haverá  a possibilidade de reversão.  Alguém poderá dizer que este momento seja logo após a morte. Mas o mesmo livro de Apocalipse diz que haverá um momento definido para este julgamento. “E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados ...” (Apoc11:18).
Com relação ao julgamento diante do trono branco (Apoc20:11-15), é dito: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.” (Apoc. 20:15). Aí a questão não gira mais em torno de se manter ou riscar o nome do livro da vida, mas em apenas verificar se o nome está escrito no livro da vida. Isto nos leva a inferir que o momento de se verificar quem irá permanecer com o nome no livro da vida não será após o milênio, nem durante o mesmo, pois neste tempo a igreja já estará no Céu participando de um outro julgamento, o de Satanás e dos ímpios (I Cor. 6:2-3). Assim sendo, o momento em que os justos serão apresentados diante da platéia celestial será antes do segundo advento de Cristo à Terra.
Na Parábola das Bodas (Mateus 22:1-14), Jesus ratifica esta idéia, os convidados são observados nas cortes celestiais e os que não têm a veste nupcial serão lançados fora. A Parábola das 10 virgens também enfatiza esta verdade. As virgens loucas também aceitaram o convite, permaneceram lado a lado com as virgens prudentes, até recebem o azeite, mas não o guardaram devidamente e por isto não foram recebidas pelo noivo.
A grande maioria dos evangélicos consideram esta doutrina incompatível com a justificação pela fé. Talvez o problema esteja na compreensão do fenômeno da salvação.  Somos salvos quando nos encontramos com Cristo e recebemos Sua graça, mas o permanecer na graça depende de como nos relacionamos com Cristo. Neste caminho há sinergismo, interação; não somos salvos compulsoriamente. O ouvir e atender a voz do Espírito Santo depende de nós. A Bíblia diz que aquele que perseverar até o fim este será salvo (Mateus 10:22). A compreensão da salvação sem este último elemento cria um conceito deturpado da graça. Um conceito de que eu não preciso vigiar, exercer fé, perseverar nas provas.
Muito ao contrário de ser um julgamento para se encontrar méritos pessoais para a salvação, este é um julgamento para ver quem permaneceu firme no relacionamento com Cristo. Apesar de o rompimento deste relacionamento já trazer consequências imediatas; perante as hostes celestiais haverá um dia em que as coisas serão colocadas às claras (Romanos 2:16; Hebr. 4:13; 10:30; Apoc. 3:5; Exodo 32:33). 
           

Aguinaldo C. da Silva