Ser discípulo de Cristo exige fé, paciência e discernimento. Caminhamos recebendo toda sorte de informações e estímulos que nos deixam expostos a ciladas e distrações. Se manter no caminho é o desafio para o cristão atual.
terça-feira, 17 de setembro de 2024
quinta-feira, 11 de julho de 2024
A Lei de Deus e sua validade!
Vivemos numa época em que se questiona a validade dos mandamentos de Deus. Alguns cristãos se opõe à lei dos Dez Mandamentos, afirmando que sua validade se limitou ao povo judeu. Já a igreja Católica aceita sua validade até nos dias de hoje, no entanto declara ter o direito de alterá-la, como assim o fez, omitindo um dos mandamentos e alterando outro.
A Bíblia afirma que a lei de Deus, no que tange a expressão dos Dez Mandamentos, não tem limite de validade. É eterna porque é de cunho moral, por isto não se limita a época ou lugar. Prova disto é que ao fazer referência ao quarto mandamento (Marcos2:27), Jesus disse que o sábado foi feito por causa do homem (sentido universal), não declarou que a guarda do referido mandamento era apenas para o povo judeu.
Não limitou a validade dos mandamentos a uma determinada época, mas declarou que enquanto houver céu e terra nada seria omitido da lei.
"Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido." (Mateus 5:17-18).
Considerando o aspecto atemporal da lei de Deus, cito o comentário de C.S. Lewis, em seu livro Cristianismo Puro e Simples. Neste apresenta a lei moral como uma grande evidência da realidade do Criador. Em qualquer cultura ou lugar, todo o ser humano tem um senso de justiça, um princípio interior de classificar o certo e o errado. Isto pela ótica evolucionista/ateísta não seria esperado. Por que os princípios de justiça e altruísmo deveriam aparecer no homem, se pela seleção natural o egoísmo pode ser visto como um fator de sobrevivência?.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2024
O sentido amplo de expiação
As dimensões da expiação de Cristo não são competitivas e mutuamente excludentes. Elas se entrelaçam e formam a trama da grande história da redenção
Quando estudamos um tema, é importante prestar atenção ao fato de que algumas palavras têm significado amplo (polissemia). Por exemplo, Ellen White descreve a “expiação” como uma obra completa na cruz e, ao mesmo tempo, como algo que ocorre no santuário celestial depois da cruz. Isso pode causar confusão, pois ela usa a palavra “expiação” de diferentes maneiras.
Se você olhar os escritos dela, verá esses três usos diferentes da palavra “expiação”:
1) Expiação refere-se à cruz. Por exemplo: “Cristo efetuou uma expiação completa, dando Sua vida como resgate por nós” (Exaltai-O, p. 400).
2) Expiação refere-se ao ministério sumo sacerdotal de Cristo no santuário celestial, aplicando os benefícios da cruz. Por exemplo: “[Jesus] entrou no lugar santíssimo para fazer expiação pelos pecados do povo e purificar o santuário” (Manuscrito 69, 1912).
3) A expiação, num sentido mais amplo, refere-se a toda a obra de redenção. A expiação é vista aqui como um processo composto por partes indivisíveis, e ela iguala a “expiação” com o “plano da redenção” (O Desejado de Todas as Nações, p. 494-495; cf. p. 566), e até utiliza a expressão “plano de expiação” (O Grande Conflito, p. 503).
Na perspectiva (3), a obra (2) não é algo adicional à obra (1), no sentido de a cruz ter sido insuficiente. É garantia de erro pinçar textos do grupo (1) e ignorar os textos dos grupos (2) e (3), ou, pior ainda, colocar esses textos um contra o outro, como se fôssemos obrigados a escolher apenas um dos aspectos da obra de Jesus e rejeitar os outros.
Em outras palavras, tanto o processo inteiro quanto suas partes são chamados de “expiação”. Ao fazer isso, Ellen White reflete o que a própria Bíblia faz. No Dia da Expiação, por exemplo, cada parte do ritual é descrita como “expiação” (Lv 16:11, 18, 20), assim como o processo inteiro também é uma “expiação” (v. 34).
As dimensões da expiação de Cristo não são competitivas e mutuamente excludentes. Elas se entrelaçam e formam a trama da grande história da redenção.
(Isaac Malheiros, Facebook) via Outraleitura
quinta-feira, 29 de junho de 2023
Deveríamos celebrar as festas judaicas?
Hoje vemos alguns grupos de professos cristãos afirmando que deveríamos celebrar as festas do calendário religioso judaico. Quanto a isto temos alguns pontos a considerar que esclarecem a questão, ou ao menos, ajudam a esclarecê-la:
1) O apóstolo Paulo escreveu: "Eu, Paulo, vos afirmo que Cristo de nada vos servirá, se vos deixardes circuncidar. E outra vez declaro solenemente a todo homem que se permite circuncidar, que ele, desse modo, fica obrigado a cumprir toda a lei" Gálatas 5:2-3.
Uma coisa que fica clara no texto paulino é que não estamos obrigado a cumprir toda Lei, isto porque ela não trata só da parte moral (Dez Mandamentos), mas é um conjunto de regulamentos que inclui leis civis, cerimoniais, sanitárias e de saúde. Entendemos que boa parte da Lei já cumpriu o seu propósito ou papel ao representar o sacrifício vicário de Cristo na cruz, parte que Paulo denomina de "sombras de coisas futuras" ( Heb.10:1; Col.2:16-17). Sendo assim, entendemos que toda a parte cerimonial perdeu sua eficácia quando Jesus rendeu sua vida no madeiro e o véu do templo se rasgou de alto abaixo (Mat. 27:51). Este cerimonialismo que se referia ao sacrifício de Cristo, estava prefigurado não somente nos sacrifícios de animais realizados no templo diariamente, mas também na festas, como é o caso da Páscoa. Portanto entendemos que esta festa foi substituída pela cerimônia da Santa Ceia. Outras festas tinham tanto um sentido expiatório, como é o caso do Yon Kippur ( Dia da Expiação), quanto cívico ou mais voltado ao povo de Deus como nação. Quanto a isto irei discorrer no próximo tópico sobre a vigência do período de Israel como povo escolhido de Deus.
2) Israel, como nação, foi representante da verdade revelada por Deus, constituindo Seu povo até o começo da era do Novo Testamento, ou seja, o ano 34 d.C. Segundo a profecia de Daniel no capítulo 9, havia um tempo determinado para que Israel cumprisse seu propósito. "Setenta semanas estão determinadas sobreo o teu povo ...(verso 24). Aplicando o principio de interpretação profética de cada dia valendo 1 ano (Ezeq.4:6; Num.14:34), entendemos que se trata de semanas de anos. Neste período de 490 anos, alguns fatos ocorreriam, entre os quais: a reconstrução de Jerusalém e do templo nas primeiras 7 semanas (49 anos), depois passados mais 62 semanas (434 anos) viria o Messias o ungido e no meio da última semana seria expiado os pecados pelo sacrifício de Jesus. Sem querer entrar em muitos detalhes, basta dizer que esta profecia abrange o período que vai desde a ordem para reconstruir Jerusalém (457 a.C) - (Dan.9:25) até o fim do período que Israel permaneceu como nação escolhida (34 d.C), passando este encargo a ser exercido pela igreja cristã.
3) Os que defendem a observância das festas judaicas, entre outros ritos cerimoniais da antiga aliança, geralmente também defendem a ideia da restauração de Israel como povo de Deus nos últimos dias. Usam como base certos textos encontrados no Antigo Testamento, como Ezequiel 37 e Jeremias 30; os quais entendemos que se referem à restauração pós-exilio babilônico ou a uma situação de prosperidade e bênçãos que era condicionada pela fidelidade e obediência do povo, que infelizmente não se cumpriu na nação de Israel. Israel só cumpriu parcialmente o propósito de Deus como nação escolhida e depositária da Palavra revelada. Israel falhou não somente pela desobediência e hipocrisia, mas sobretudo pela rejeição a Jesus como Filho de Deus e a seu sacrifício expiatório na cruz.
O fato marcante que delimitou o fim do período de Israel como nação escolhida foi o apedrejamento de Estevão em 34 d.C. Ali começou o período em que a igreja cristã passou a ser o povo de Deus na Terra, ou seja, Israel agora é espiritual, não mais uma nação no sentido étnico, mas um povo que transpõe fronteiras, etnias e nacionalidades. Depois de um certo tempo pregando só aos judeus, os discípulos passaram a pregar o evangelho a todas as nações, sendo destacado a orientação do Espírito Santo para isto, como é o caso da visão recebida por Pedro do lençol repleto de animais (Atos 10). O apóstolo Paulo comentando o fato da universalidade da igreja, escreveu o seguinte: "Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre, não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gálatas 3:28).
segunda-feira, 14 de junho de 2021
segunda-feira, 24 de maio de 2021
sexta-feira, 30 de abril de 2021
sábado, 24 de abril de 2021
sábado, 27 de junho de 2020
A Lei como regra de vida !
A pergunta que se levanta é: Se a lei não salva ou justifica, como foram salvo os fiéis da era do Antigo Testamento?
Christopher Wright comenta:
“No Sinai, Deus entrou numa aliança com o povo de Israel (e com o restante das nações em vista) chamando‑o para ser seu representante (sacerdotalmente) e para ser separado (santo). Ele lhe deu um dom da graça – não para que pudessem merecer sua salvação, uma vez que já haviam sido redimidos, mas para moldá‑los como um povo modelo, a fim de fossem uma luz para as nações.” 1
sábado, 28 de março de 2020
Papa reza só e concede indulgência plenária por pandemia de coronavírus
domingo, 30 de abril de 2017
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
A lei e os profetas duraram até João?
quarta-feira, 1 de junho de 2016
O juízo pré-advento
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
Verdades sobre o Juízo Final
1) Todos passaremos diante do juízo de Deus.
"Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal." (I Cor. 5:10)
2) Deus promete trazer a juízo toda obra.
3) A nossa responsabilidade perante Deus é individual.
4) A lei de Deus é o padrão ou norma pela qual todos serão julgados.
5) Apenas os fiéis serão dignos de receber o galardão da salvação.
6) O juízo de Deus se inicia na iminência da segunda vinda de Cristo à Terra.
"O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos."(Apoc. 3:5)
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Escritor evangélico brasileiro rejeita imortalidade da alma

“A ideia da imortalidade da alma não é cristã, é grega”, prossegue Kivitz. “É a crença no dualismo espírito-matéria que compreende o corpo como ‘prisão da alma’, como acreditava Platão. O corpo é o invólucro da pessoa, cuja essência é o espírito. Nessa compreensão, na morte, o espírito se desprenderia do corpo e poderia, então, caminhar rumo à sua plena realização. O espiritismo vai pegar essa ideia e dizer que a reencarnação do espírito é o caminho do aperfeiçoamento.
“Mas a Bíblia ensina diferente. A antropologia bíblica, entretanto, apresenta o ser humano como uma unidade corpo/espírito, que atende pelo nome de alma vivente. A alma não é um terceiro elemento, como café (corpo), leite (espírito) e canela (alma). A alma é o nome do conjunto corpo (café) e espírito (leite). A alma é o café com leite, misturados originalmente com intenções definitivas. ‘Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente’ (Gênesis 2:7).
“A morte é a separação entre corpo e espírito e, justamente por isso, é a destruição da pessoa. A Bíblia não considera que ‘o espírito é a pessoa’, e que quando o corpo morre a pessoa continua viva, pois o espírito se desprende do corpo e atinge sua plenitude. A Bíblia não considera que exista pessoa sem corpo. Na verdade, uma ‘pessoa sem corpo’ é um defunto, está morta.
“A esperança cristã, portanto, não é a imortalidade da alma, mas a ressurreição. A ressurreição é a vitória total, a reintegração perfeita das facetas humanas que nunca deveriam ter sido separadas pela morte.
“A partir dessa concepção antropológica: o ser humano é uma unidade corpo-espírito, podemos concluir que não pode haver separação entre cuidar do corpo ou do espírito, pois cuidamos mesmo é da pessoa, que chamamos de ‘homem todo’. A ação que se destina apenas ao cuidado do espírito de um ser humano, na verdade é uma ação voltada ao não-homem, pois não existe ‘só o espírito’. [...]
“Parafraseando Ortega Y. Gasset, podemos dizer que Jesus é Salvador do ‘homem e suas circunstâncias’, que engloba a vida em suas dimensões física, psico-emocional, espiritual, social, econômica, política e outras.
“É por esta razão que o Novo Testamento chama de salvação tanto a cura do corpo quanto o perdão para os pecados (Mateus 9:1-8); tanto a ressurreição do corpo (João 11) quanto a superação do poder do dinheiro (Lucas 19:1-10); tanto a libertação do cativeiro dos espíritos diabólicos quanto a reintegração social (Marcos 5:1-20). [...]
“A missão da igreja, portanto, não consiste apenas do testemunho de uma mensagem verbal, convocando espíritos humanos a que recebam perdão para os pecados e se acomodem na esperança do céu pós morte. A missão da igreja consiste em levar o evangelho todo para o homem todo, convocando pessoas (unidade corpo-espírito) para que se integrem e participem do reino de Deus desde já, rendendo todas as áreas e dimensões da existência humana à autoridade de Jesus.”
(Ibab) via Criacionismo
Nota: Engana-se quem pensa que só os Adventistas rejeitam a imortalidade da alma. Na realidade grandes teólogos têm manifestado esta compreensão, ou seja, que a morte é o fim da vida e da existência, que os mortos poderão voltar à consciência só através da ressurreição.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Nos bastidores do Grande Conflito
No grande conflito que se iniciou no Céu com a revolta de Lúcifer, algumas coisas que motivaram este conflito continuam em foco aqui na Terra. Entre estas figura:
1) Desejo de adoração própria.
Satanás disse em seu coração: "Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo." Isaías 14:14. O desejo de auto adoração foi uma das colunas de sua revolta. Hoje esta ideia é propagada em nosso mundo de várias formas. Nas músicas, filmes, filosofia, etc., serve como lema para o caráter ambicioso e concupiscente do ser humano. A adoração ao ego, o culto ao hedonismo e as paixões é a palavra de ordem da presente época. A mesma premissa do diabo ainda reverbera hoje de forma ampla na sociedade. Por outro lado a Palavra de Deus ordena adorar a Deus. É a Ele que devemos render adoração para que possamos estar em equilíbrio, paz e felicidade. Este é o primeiro pilar do confronto que aconteceu no Céu.
2) Obediência aos princípios de Deus
A segunda coisa que estava na base do conflito no Céu é a obediência aos princípios de Deus. A lei de Deus está no centro do grande conflito, pois é a expressão do caráter de Deus, tanto é que no santuário terrestre os Dez Mandamentos figuravam no lugar mais sagrado do santuário, o Santíssimo, dentro da arca da aliança. Ali Deus manifestava sua glória e era o lugar que o sumo sacerdote uma vez no ano entrava buscando perdão. No decorrer das épocas Satanás perseguiu e deturpou a Lei. Hoje uma das ideias mais propagadas na sociedade é do relativismo moral. Esta determina que não há base moral universal, ou seja, cada um define sua própria lei e norma de conduta. Uma grande tentativa diabólica para tirar a validade e a importância da lei de Deus. No entanto, o Apocalipse revela o santuário celestial aberto no céu mostrando a arca da aliança (Apoc.11.19). Assim nas horas finais da história deste mundo a lei moral de Deus será exaltada, pois o grande conflito chega ao fim e Deus é vencedor, seu caráter e princípios serão finalmente reconhecidos por todo o Universo.
Aguinaldo C. da Silva
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
A questão das carnes na visão de Paulo
Paulo enfrentou um caso destes na igreja de Corinto. Havia festivais pagãos oferecidos aos deuses nos templos da cidade, onde se sacrificavam animais e se comia a carne deles. Fazia parte da cultura pagã daqueles dias. Os novos convertidos de Corinto, grande parte deles ex-idólatras (1Cor 6:9-11), estavam cheios de dúvida se podiam ao menos comer carne, pois sempre corriam o risco de, sem saber, estarem comendo a carne de algum animal que havia sido oferecido aos ídolos e aos demônios.
Eles haviam discutido o assunto e se dividiram em dois grupos: os “fortes,” que achavam que podiam comer, e os “fracos,” que achavam que não e preferiam ficar com os legumes (leia 1Co 8—10 para ver o contexto). E mandaram uma carta a Paulo sobre isto (1Cor 8:1). Eram os crentes livres para comer carne mesmo correndo este risco? A resposta de Paulo foi tríplice:
1) O crente não deveria ir ao templo pagão para estas festas e ali comer carne, pois isto configuraria culto aos ídolos e portanto, idolatria. É referindo-se a participar do culto pagão que ele diz “não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios” (1Cor 10:19-23).
2) O crente poderia aceitar o convite de um amigo pagão e comer carne na casa dele, mesmo com o risco de que esta carne tivesse sido oferecida aos ídolos. E não deveria levantar o assunto. Se não houvesse ninguém que levantasse a questão e ninguém que fosse se sentir ofendido, o crente poderia comer a carne oferecida por seu amigo descrente. Se, todavia, houvesse alguém presente ali que se escandalizasse, o crente não deveria comer. A proibição de comer não era porque era pecado, mas porque iria ofender o irmão de consciência débil e fraca que porventura estivesse ali também, como convidado (1Cor 10:27-31).
3) E por fim, Paulo diz que o crente pode comer de tudo que se vende no mercado sem perguntar nada. O argumento dele é que a terra e a sua plenitude – isto é, tudo o que Ele criou – é de Deus e intrinsecamente bom, se usados corretamente. (1Cor 10:25-26).
Mais tarde, ele escreve a Timóteo criticando os que “exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado” (1Tim 4.3-4).
Parece claro que o raciocínio de Paulo é que a carne só se torna anátema e proibida para o crente enquanto estiver no ambiente pagão de consagração aos ídolos. Uma vez que a carne saiu de lá e foi para o açougue e de lá para a mesa do crente ou do seu vizinho descrente, não representa mais qualquer ameaça espiritual. De outra forma, Paulo não teria permitido o seu consumo em casa e na casa de um amigo. A restrição é somente no ambiente de culto e consagração pagã.
Alguns dos coríntios, para não arriscar, tinham preferido só comer legumes, com receio de ficarem contaminados com os demônios a quem a carne teria sido oferecida: “o débil come legumes” (Rm 14.2). Paulo certamente preferia que os crentes da cidade seguissem o caminho dos que ele chama de “fortes,” que é daqueles que já aprenderam que só há um Deus e um Senhor e que tudo é dele. A Igreja não pode ficar refém da ética dos “débeis” pois inevitavelmente descamba para o legalismo. Mas, ele admite que “não há este conhecimento em todos” (1Co 8.7) e determina que, em amor e consideração a estes irmãos, haja respeito e consideração uns para com os outros.
Em resumo: à exceção dos churrascos nos templos pagãos, os crentes podiam comer em casa carne comprada no mercado, e na casa de amigos descrentes quando convidados. Quem não se sentisse a vontade para fazer isto, por causa da consciência, que comesse legumes. Não havia problemas, desde que não condenassem os que se sentiam tranquilos para comer carne. E estes, não deveriam zombar e desprezar os outros.
Fonte: tempora-mores.blogspot.com.br
Nota. O elucidativo artigo acima deixou claro que Paulo estava falando sobre carnes sacrificadas aos ídolos e não de tipos de carnes em si, se era de animal imundo ou limpo - ver Levítico 11. Assim em declarações como: "tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado” (1Tim 4.3-4), se referia a carnes de animais sacrificados em templos pagãos. As orientações de Levítico 11 se referem a uma regra de saúde que é válida ainda em nossos dias, pois Deus ainda tem interesse em nossa boa saúde e conservação.