A narrativa de sucesso de cimeiras como a COP 30 é, frequentemente, a de um "acordo de último minuto" que salva o processo diplomático da falência. No entanto, este triunfo é invariavelmente diluído pela realidade: os compromissos continuam a ser insuficientes para travar o aquecimento global abaixo de 1,5°C, as finanças para os países mais vulneráveis são escassas e a implementação fica à mercê da vontade política de cada nação. O sistema baseia-se na lógica do menor denominador comum, onde a soberania nacional e os interesses econômicos de curto prazo são, de fato, os pilares inabaláveis. Cresce a desconfiança de que estes acordos estão fadados à ineficácia por priorizarem o lucro e a economia; este é um diagnóstico preciso da arquitetura do problema.
Aqui reside o paradoxo insuperável: a solução radical, um "reset económico" que desmonte a engrenagem de consumo e produção baseada em combustíveis fósseis, é vista como politicamente inviável. Qualquer nação que o tentasse unilateralmente arriscaria a sua competitividade no tabuleiro global, um preço que nenhum líder está disposto a pagar. A "soberania" torna-se, assim, o escudo por detrás do qual se protegem não apenas identidades nacionais, mas também poderosos interesses instalados. Esta resistência transforma a ação climática numa corrida onde os corredores estão amplamente presos a cadeias limitantes.
Perante este cenário, o pessimismo é a reação compreensível e lógica. A trajetória atual não aponta para um futuro sem catástrofes ambientais severas. Uma possível solução realmente eficaz para a mitigação ambiental ainda está no âmbito do desconhecido. Esta deveria ser algo que transcenda ou suplante os interesses e o egoísmo humano. Com certeza os olhos dos verdadeiros cristãos devem estar sendo dirigidos para o alto - a volta do Senhor Jesus é a saída não só para este, mas para os demais dilemas humanos.
Podemos, portanto, olhar para o futuro ambiental do mundo não com um pessimismo resignado, mas com um realismo lúcido. O mundo não irá unir-se num consenso harmonioso para salvar o planeta. Em vez disso, o futuro daqui até a volta de Jesus será moldado por uma colisão contínua entre a crise climática em aceleração e a ação crescente mas pouco eficaz de atores estatais e não-estatais, enquanto a humanidade buscará se adaptar a um mundo mais quente e instável. A esperança, nesse contexto, deixa de ser uma expectativa no sucesso dos recursos e estratégias humanas, passando a ser na bondade e graça de Deus em apressar o seu reino, estabelecendo seu domínio e governo eternos.

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