A Bíblia deixa claro que o plano de Deus e Suas profecias não podem ser impedidos de cumprirem-se. Excetuando-se as profecias de cunho condicional, as demais se cumprem à risca conforme está determinado em Sua Palavra. Ao longo da história, homens e nações tentaram resistir ao que o Senhor havia determinado. O rei Herodes, em sua paranoia de manter o poder, chegou ao extremo de mandar matar crianças na tentativa de impedir o nascimento do Messias. Porém, o plano da salvação seguiu inabalável, pois o Senhor já havia preparado refúgio no Egito para José, Maria e o menino Jesus. Outro exemplo também marcante foi o de Pedro ao tentar dissuadir Jesus de cumprir sua missão com relação ao seu sacrifício, deixando ser martirizado na cruz (Mateus 16:21-23).
Esses episódios revelam a ilusão de pensar que é possível fugir ou impedir o cumprimento profético. O conselho do Senhor permanece firme, e Suas palavras não falham. E esse princípio se aplica também às profecias ainda por se cumprir. O livro do Apocalipse anuncia que chegaria o tempo em que ninguém poderia comprar nem vender sem estar de acordo com o sistema da “besta” (Apocalipse 13:16–17). Essa previsão bíblica, há muito tempo vista com certa distância, hoje parece ganhar contornos mais palpáveis à medida que novas tecnologias e instrumentos de controle econômico se desenvolvem.
Nos últimos anos, as moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) surgiram como um desses mecanismos com potencial para centralizar e monitorar transações financeiras. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump assinou, em janeiro de 2025, uma ordem executiva proibindo a criação de uma versão digital oficial do dólar, o chamado “CBDC do Fed”. Muitos viram nisso uma barreira contra um possível sistema de controle que poderia, futuramente, se alinhar ao cenário profético. No entanto, enquanto nos EUA esse projeto foi barrado, em dezenas de outros países o processo avança. Da Europa à Ásia e à África, bancos centrais desenvolvem e testam moedas digitais com diferentes níveis de rastreabilidade e controle.
Mesmo no contexto norte-americano, a ausência de uma CBDC não significa que restrições econômicas não possam ser aplicadas. A própria legislação financeira, o poder das grandes corporações de tecnologia e mecanismos jurídicos já permitem limitar ou bloquear transações em certas circunstâncias. Assim, o cumprimento profético de Apocalipse 13 não depende exclusivamente de um modelo tecnológico específico, mas pode se manifestar de diferentes formas, sempre que o poder humano buscar controlar a liberdade de consciência e restringir a subsistência daqueles que não se alinham ao sistema vigente.
À luz da Bíblia, a questão central não é se os homens conseguirão ou não adiar esses desdobramentos, mas sim se estaremos espiritualmente preparados para enfrentá-los. Assim como em determinadas situações no passado não houve como impedir o que estava profetizado de acontecer, também os líderes atuais perceberão que o que está previsto na Palavra de Deus se cumprirá. Resistir pode até retardar ou desviar a forma dos acontecimentos, mas não altera o resultado final. A grande lição é que a segurança não está em tentar evitar o cumprimento das profecias, mas em estar ao lado d’Aquele que governa a história e cuja Palavra não falha: “céus e terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24:35).
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