sexta-feira, 26 de julho de 2024

O custo do discipulado

 


    Sabemos que a salvação é gratuita em Jesus Cristo, mas o percurso do discipulado tem um custo, ou seja, para nos manter no caminho de Cristo há necessidade de fazer escolhas e tomar decisões que irão influenciar ou mesmo definir nossa permanência no caminho do Mestre. Esta análise parte da premissa de que uma vez salvos não estamos incólumes de cair ou fracassar, mas que a carreira cristã exige perseverança, diligência e vigilância. 

    O Apóstolo Tiago escreveu: "Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas" (Tiago 1:25). Com certeza Tiago acreditava na salvação como algo que se realiza na vida de alguém quando se entrega a Jesus, mas  neste texto ele se refere à necessidade de abnegação e renúncia como parte da experiência do discipulado.

    Esta é uma verdade que deve ser levada em consideração para quem decide ser um discípulo de Jesus. Ele ilustrou o fato como quem quer construir uma torre e calcula os custos para ver se pode acabar o  empreendimento (Lucas 14:28-34). A parábola do Semeador também é uma referência ao caminho do discipulado e suas nuances.

    A semente, que é a Palavra de Deus, cai em diferentes solos que representam os corações humanos. Cada solo apresenta uma reação diferenciada. O solo à beira do caminho representa aqueles que são desatentos e deixam  as trivialidades, heresias e pensamentos enganosos  manipulados por Satanás tirarem a verdade do coração. O solo rochoso sugere aqueles que tem uma experiência superficial a ponto de receberem com entusiasmo a realidade do evangelho, mas depois desanimam e desistem. Geralmente são pessoas que têm compromissos superficiais e não calculam o custo do discipulado. O solo cheio de espinhos representa aqueles que permitem que as preocupações da vida, as riquezas e ambições sufoquem o relacionamento com Cristo. O foco deixa de estar no Reino de Deus e passa a estar nas coisas que este mundo oferece.

    Os vários solos mencionados na parábola aludem às muitas reações e experiências do crente no decorrer de sua jornada da fé, que podem confirmar ou desqualificar para a salvação. Acredito que em minha carreira cristã já tenha transitado um pouco por cada solo da parábola, no sentido de ter permitido, em certos momentos, ser desatento e insensível, em outros momentos ter sido superficial e negligente deixando que a semente germinada da Palavra não aprofunde suas raízes. Com certeza muitas vezes permito que os interesses deste mundo fique no foco a ponto de roubar momentos de devoção espiritual.

    O importante é que conhecendo a dinâmica do discipulado posso refazer ou reafirmar meu compromisso com Deus com mais consciência e sabedoria, a fim de realmente alcançar o galardão.  O Apóstolo Paulo, em certo momento de sua carreira, julgou ter combatido o bom combate da fé. Assim possamos como ele um dia ter esta sensação maravilhosa de ter transitado o caminho da fé não sem propósito, mas com esperança e boa perspectiva  do que nos aguarda.

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