sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Oração no pôr do sol de sexta-feira!

 


Senhor meu Deus, ao final de mais uma semana de trabalho, lutas e provas, chego a este sábado trazendo comigo o peso dos dias e o cansaço da alma. Houve momentos em que precisei sustentar-me apenas pela perseverança e pela resiliência, quando as respostas não vieram e o caminho pareceu incerto. Ainda assim, neste tempo separado, minha alma Te procura, desejando o Teu colo, a Tua paz e o silêncio que cura.

Como diz o salmista, reconheço: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim?” (Sl 42:5). Faço dessa pergunta uma oração, não para me acusar, mas para lembrar-me de onde vem minha esperança. Decido esperar em Ti, porque Tu és a minha salvação e o meu Deus, mesmo quando as circunstâncias não se explicam (Sl 42:5–6).

Neste descanso sagrado, peço que aquietes meu interior. Que minha alma esteja diante de Ti como “a criança desmamada no colo de sua mãe” — não exigente, não inquieta, apenas confiante e segura (Sl 131:2). Ensina-me a descansar sem pressa, a confiar sem controle, a aceitar que nem tudo precisa ser resolvido agora.

Vivemos dias imprevisíveis, e o futuro, muitas vezes, se apresenta envolto em incertezas. Ainda assim, encontro consolo na certeza de que Tu não desamparas um filho, mas velas por sua alma. Em Ti entrego meus temores, meus limites e aquilo que não posso mudar.

Assim, escolho repousar. “Em paz me deito e logo adormeço, porque só Tu, Senhor, me fazes viver em segurança” (Sl 4:8). Que este sábado seja mais do que uma pausa no tempo: seja um reencontro contigo, um sinal de que o verdadeiro descanso não está na ausência de problemas, mas na Tua presença.

Por isso, com humildade e fé, confesso:
minha alma descansa em Ti.
Amém.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Para que não seja apenas mais um Natal

 


Há quem viva o Natal como uma data marcada no calendário, repetida ano após ano, cercada de luzes, canções, filas nas lojas e expectativas sociais. Mas, se tudo isso for apenas um ciclo que se repete, então o Natal corre o risco de se tornar… apenas mais um Natal. A vinda Dele ao mundo, envolto em simplicidade e graça, foi muito mais que estabelecer uma data festiva ou marcante no calendário. Sua intenção era renovar as almas, curar os corações, revelar o Pai.

O sentido do Natal, em sua essência, não é cultural, não é folclórico nem tampouco uma celebração puramente emocional. O Natal é uma irrupção divina na história humana. O nascimento de Jesus é o acontecimento que transforma o mundo porque transforma pessoas, por dentro, no íntimo, onde o comércio não alcança, onde enfeites não iluminam, mas onde Deus escolheu habitar.

Por isso, o Natal comercial, na verdade, não faz sentido para quem busca viver o Cristo real. Não são os presentes que definem a festa, mas a Presença. Não é a troca de embalagens que cura feridas, mas a vivência do amor, da caridade, do espírito fraterno que se torna visível naqueles que se deixam moldar por Aquele que nasceu em Belém.

E, ainda assim, há um detalhe muitas vezes esquecido: amar o próximo como a nós mesmos pressupõe que saibamos nos acolher. Não uma autoestima baseada em vaidade ou mérito, mas um reconhecimento profundo: somos filhos de Deus, envolvidos por um amor que antecede nossa existência e sustenta nossa jornada.
Quando essa certeza repousa no coração, o amor ao próximo deixa de ser um esforço e passa a ser um transbordar. É compartilhar aquilo que primeiro nos impactou, que nos curou, que ressignificou nossa vida.

O Natal, então, não é apenas a comemoração da chegada de Cristo na história, mas a celebração de Sua chegada à nossa própria história pessoal. É permitir que Ele nasça novamente em nosso interior, iluminando áreas que ainda vivem em sombras, aquecendo afetos resfriados, despertando esperança onde parecia haver apenas rotina.

Somente assim, quando Cristo não é apenas lembrado, mas presente; não apenas citado, mas acolhido; não apenas celebrado, mas vivido — somente assim o Natal cumpre seu propósito eterno. E dessa transformação interior surge a possibilidade de um mundo melhor, de relações mais humanas, de uma vida verdadeiramente abundante, justa e digna, conforme a vontade do Pai.

Que este Natal não seja mais um.
Que seja o Natal — aquele que renova, que desperta, que transforma.
Aquele em que Cristo nasce, novamente, dentro de nós.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

A perseguição aos cristãos se intensifica no mundo

 


Nos dias atuais, a perseguição religiosa tem causado grande sofrimento aos cristãos em vários países. Constata-se uma intensificação crescente de oposição ao cristianismo, evocando as metáforas bíblicas que descrevem a Igreja sob ataque no cenário profético do final dos tempos.  A cada ano, novos relatórios documentam que milhões de cristãos vivem sob pressão, discriminação, violência ou perseguição institucional.

Segundo o mais recente relatório Open Doors, publicado em 2025, mais de 380 milhões de cristãos em todo o mundo enfrentam “níveis elevados” de perseguição e discriminação por causa da fé.

Em 2024, aproximadamente 4.476 cristãos foram mortos por motivos ligados à fé,  e só na África, a maioria dessas mortes ocorreu na Nigéria.

A perseguição não se limita à violência extrema. Em vários países, como a China, a opressão assume formas mais sutis, porém igualmente gravosas: fechamento de igrejas, restrições ao culto, vigilância digital, proibição de participação de menores em eventos religiosos, prisões arbitrárias, detenção de pastores e proibição de reuniões nas chamadas “igrejas domésticas”.

Ao mesmo tempo, comunidades inteiras são forçadas a fugir, emigrar ou viver na clandestinidade da fé. Igrejas são destruídas, comunidades desfeitas, famílias desintegradas  e a prática religiosa cristã, em muitas regiões, se torna um ato de coragem e risco.

Na Bíblia, no capítulo 24 do Evangelho segundo Jesus Cristo, Ele alerta seus discípulos: haverá perseguição, tribulação, falsos profetas e ódio por causa do nome Dele — e tudo isso como parte dos “últimos dias”. Com certeza esses acontecimentos contemporâneos são indícios de que o mundo se aproxima do clímax do conflito cósmico entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas.

Quando lemos as notícias vindas da Nigéria, da China, do Paquistão, do Oriente Médio e de muitos outros lugares, vemos que a igreja passa por um ponto difícil da história, sendo que em alguns lugares se aproxima de épocas sombrias  como nos primórdios — e talvez pior. A mídia, os relatórios, os testemunhos: todos apontam para um cenário em que seguir a Cristo representa coragem, convicção e, muitas vezes, sofrimento real.

As estatísticas globais de perseguição, morte, discriminação, opressão e destruição de igrejas,  contrariam expectativas de outrora, tendo em vista os avanços da democracia e dos direitos humanos no mundo. Agora se vê, em vários países, um retrocesso dos direitos de liberdade religiosa e livre expressão de fé.  A evangelização continua, mesmo em meio ao risco, e a fé permanece em meio as provas, mostrando a necessidade cada vez maior de preparo e vigilância espiritual daqui em diante. Sobretudo do  “espírito de perseverança” predito para os dias finais da história.


Referências

  • Open Doors — “World Watch List 2025”: mais de 380 milhões de cristãos sofrem perseguição ou discriminação elevada. Vatican News

  • Dados de mortes, prisões e ataques em 2024: 4.476 cristãos mortos por motivos de fé; aumento no número de detidos e comunidades forçadas a deslocar-se. Vatican News

  • Situação da China: fechamento de igrejas, aumento da vigilância, restrições a menores e igrejas domésticas — agravamento da repressão religiosa. China Christian Daily

  • Conflitos regionais e perseguição em países como Nigéria, Paquistão, países de maioria islâmica — contexto mundial da opressão aos cristãos. Sir Agenzia

 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Assinatura de Deus na Criação

 


Quando olhamos para a vida em sua origem mais profunda, descobrimos um alfabeto silencioso que sustenta tudo o que respira: A, T, G e C, as quatro letras do DNA. Essas pequenas moléculas formam sequências capazes de instruir a formação de proteínas, células e organismos inteiros. Não são apenas blocos químicos; funcionam como um código, uma linguagem que dirige a vida com precisão matemática.

E onde existe código, naturalmente surge a pergunta: quem o escreveu?

Muitos pesquisadores e pensadores cristãos enxergam no DNA uma evidência da ação de uma mente superior. A extraordinária organização da informação genética, sua capacidade de se replicar e de produzir sistemas interdependentes — como o metabolismo e a síntese de proteínas — apontam para o que alguns chamam de complexidade irredutível: estruturas que não funcionam se forem desmontadas em partes menores, como se já tivessem sido concebidas prontas desde o início. Para esses estudiosos, como o bioquímico Michael Behe e o filósofo da ciência Stephen C. Meyer, o DNA não é apenas química; é um “texto” que carrega propósito e intenção.

Mesmo dentro do pensamento científico convencional, há uma admissão importante: a origem do código genético permanece um mistério. Não há consenso sobre como a primeira molécula capaz de armazenar e transmitir informação surgiu. A biologia explica muitos processos após o surgimento da vida, mas o primeiro passo — aquele salto entre a química bruta e a informação organizada — continua sem resposta.

O mais intrigante é que, fora da biologia, sistemas que contêm informação codificada só surgem de mentes inteligentes: livros, softwares, linguagens, música, algoritmos. Por isso, muitos veem no DNA um indício poderoso de que a vida não é um evento cego, mas o resultado de um projeto.

Para quem crê, essa constatação ecoa as palavras antigas do salmista:

“Os céus proclamam a glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das suas mãos.” (Salmo 19:1)

Talvez, no nível mais microscópico da vida, esse anúncio continue sendo feito — não com estrelas, mas com letras químicas que formam frases invisíveis em cada célula.
Para muitos, o DNA é justamente isso: a assinatura de Deus na criação, escrita em toda criatura, revelando que por trás da vida há propósito, ordem e cuidado.

Referências sugeridas para aprofundamento:

  • Michael Behe — Darwin’s Black Box (1996)

  • Stephen C. Meyer — Signature in the Cell (2009)

  • Francis Collins — The Language of God (2006)


sábado, 6 de dezembro de 2025

Anjos e demônios em cenário real


 Quando se fala em anjos e demônios, muitos pensam imediatamente na famosa obra de Dan Brown. Mas a realidade espiritual que a Bíblia descreve está muito além da ficção. Trata-se de um conflito cósmico real, que envolve cada ser humano e que se intensifica à medida que a história deste mundo se aproxima de seu desfecho.

O apóstolo Paulo nos advertiu claramente: “a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados, contra as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestes” (Efésios 6:12). Ou seja, muito do que vemos na superfície — crises, tentações, conflitos, ideologias e seduções — tem por trás uma batalha invisível, travada entre os anjos de Deus e os anjos caídos.

Anjos em missão constante

A Bíblia apresenta os anjos como seres reais, atuantes e profundamente envolvidos com a história humana. O sonho de Jacó, registrado em Gênesis 28, revela uma “escada” que ligava o céu à terra, sobre a qual “anjos subiam e desciam”. Esse detalhe é significativo: eles subiam primeiro, indicando que sua presença entre nós é constante. Estão em missão, guardando, protegendo, orientando e executando as ordens de Deus em favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hebreus 1:14).

Essa imagem da escada não é apenas poética; ela revela que o céu não está distante. Há um fluxo contínuo de atividade divina no mundo, mesmo quando não percebemos. Deus não nos deixou à deriva — Seus mensageiros estão presentes, atuantes, movendo-se entre o visível e o invisível.

A outra face da batalha: anjos caídos em ação

No entanto, a Escritura também revela que um terço dos anjos se rebelou com Satanás e foi expulso do céu (Apocalipse 12:4, 7–9). Esses seres, agora identificados como demônios, continuam sua obra de engano com intensidade crescente. Eles não se apresentam como realmente são; pelo contrário, “se disfarçam em anjos de luz” (2 Coríntios 11:14).

É por isso que o engano espiritual assume formas tão variadas: manifestações sobrenaturais, supostos “santos” já falecidos aparecendo como intercessores, fenômenos místicos, espiritualistas e até mesmo avistamentos de ovnis e entidades misteriosas — caminhos pelos quais muitos têm sido levados a crer em mensagens contrárias à verdade bíblica.

Satanás é mestre em se aproveitar da curiosidade humana pelo espiritual e pelo extraordinário. Seu objetivo é o mesmo desde o Éden: distorcer a verdade e afastar a humanidade da Palavra de Deus.

Enganos do tempo do fim

Jesus advertiu que, no final dos tempos, os enganos seriam tão intensos que, “se possível, enganariam até os eleitos” (Mateus 24:24). Isso revela duas realidades:

  1. Os enganos serão envolventes, convincentes e altamente persuasivos.

  2. Somente quem estiver firmemente ancorado na Palavra de Deus permanecerá inabalável.

Vivemos num cenário espiritual carregado, marcado por ideologias confusas, espiritualidade sem compromisso com a verdade, experiências místicas desvinculadas da Escritura e uma crescente normalização do sobrenatural distorcido. Em meio a isso, anjos e demônios atuam — uns para salvar, outros para destruir.

Chamado à vigilância

Não estamos abandonados no campo de batalha. Deus enviou Seus anjos para nos proteger, guiar e fortalecer. Mas Ele também nos chama à vigilância, ao estudo da Bíblia e à comunhão diária. O cristão que vive desperto, revestido da armadura espiritual descrita em Efésios 6, discerne a verdade em meio ao engano.

Estamos vivendo dias solenes. O conflito invisível é real. E, ainda que os olhos humanos não vejam, o céu inteiro está em movimento — anjos subindo e descendo, lutando por nós, enquanto o inimigo intensifica sua última ofensiva.

Que estejamos do lado certo, firmes naquele que venceu todas as trevas: Jesus Cristo, Senhor dos anjos e Rei que está prestes a voltar.




sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Oração no pôr do sol de sexta-feira, chegando o Sábado!


 

Senhor, meu Pai,
Nesta tarde de sexta-feira, no limiar do sábado que lembra o Teu descanso e Tua criação, eu venho até Ti, exausto.

Minha alma está pesada pelas tribulações do caminho,
meu corpo, cansado pelo labor da semana,
e meu espírito, esgotado pelas contrariedades que não cessam.
As lutas, as preocupações e o peso das obrigações
sugaram minhas forças e apagaram meu entusiasmo.

Por isso, Senhor misericordioso, eu imploro:
Estende sobre mim Tua mão poderosa e compassiva.
Concede-me o alívio que só Tu podes dar.
Lava-me com Tua infinita misericórdia
e renova em mim as fontes da esperança e da alegria.

Pai, suplico que derrames sobre mim os dons do Teu Espírito Santo,
aqueles que Tu mesmo prometeste e que geram vida verdadeira:
Concede-me o amor para amar além das minhas forças,
alegria que é fruto da Tua presença e não das circunstâncias,
paz que acalma todo tumulto interior.
Dá-me a paciência para suportar o que não posso mudar,
bondade para tratar os outros com Tua graça,
benignidade mesmo quando sou contrariado.
Firmeza em minha , ainda que pequena como um grão de mostarda,
mansidão para conter meu espírito agitado,
domínio próprio para governar meus pensamentos e ações.

Renova-me por completo, ó Deus.
Infunde em mim um novo sopro de vida,
um novo ânimo para prosseguir,
e um novo entusiasmo para viver cada dia como um dom de Tuas mãos.

Que este descanso que se aproxima seja um verdadeiro sábado para minha alma,
um encontro renovador contigo,
fonte de toda água viva e de todo repouso.

Eu te entrego meu cansaço, minhas ansiedades e minha fraqueza.
Em troca, peço apenas Tua presença, Tua paz e Teu Espírito.

Em nome de Jesus, que é nosso descanso e nossa força,
Amém.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Católicos, ortodoxos e evangélicos se unem para terminar a obra em 2033

 


A tendência atual de unidade ecumênica pluralista, exemplificada pelo movimento liderado pelo Papa em colaboração com igrejas evangélicas para uma campanha global de evangelização até 2033, representa uma significativa mudança no cenário religioso. Documentos como o "Pacto de Cachoeira" (2020), assinado entre líderes católicos e evangélicos, e a Declaração Conjunta Católico-Evangélica (2023) promovem uma "unidade na diversidade" que minimiza diferenças doutrinárias em favor de objetivos evangelísticos comuns.

Segundo fontes como o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos e relatórios da Associação Evangelística Billy Graham, esta iniciativa busca estabelecer "uma frente unida para alcançar o mundo com uma mensagem básica do evangelho até 2033". O Papa Francisco declarou em seu documento "Todos Irmãos" (Fratelli Tutti, 2020) a necessidade de "encontrar-nos em coisas essenciais, não nas divisões secundárias".

Olhando por um determinado aspecto parece ser algo positivo e interessante, tendo em vista o objetivo de concluir a missão dada pelo Senhor Jesus Cristo de pregar o evangelho a todo mundo. Mas uma reflexão deve ser feita quanto aos critérios e paradigmas  que revela a Bíblia, em especial sobre a mensagem a ser dada pelo povo de Deus no tempo final.

A ordem explícita de Cristo para fazer discípulos “ensinando-os a observar TODAS as coisas” que Ele ordenou (Mateus 28:19–20) significa mais do que pregar: exige retenção doutrinária, ensino íntegro e preservação da fé recebida. A fórmula de Cristo — “ensinando-os a guardar todas as coisas” — delimita missão e unidade verdadeira em torno da doutrina e obediência à sua Palavra.

Não se trata de recusar qualquer cooperação prática entre cristãos de tradições diferentes — há campos missionários onde a colaboração em ações humanitárias, testemunho público e plantação de igrejas é legítima e frutífera. O que o texto bíblico aponta como preocupante no cenário atual é que a unidade não pode ser confundida com uniformidade doutrinária: a Bíblia apresenta unidade de fé como unidade na verdade revelada (cf. Efésios 4:3–6). Quando movimentos ecumênicos dão prioridade à cooperação prática e à visibilidade de massa sem aclarar se a cooperação preserva as doutrinas centrais (Cristo, salvação pela graça, arrependimento, autoridade das Escrituras), corre-se o risco de uma “unidade” que dilui a fé. 

A mensagem profética para o tempo do fim: "Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados" (Apocalipse 18:4) - pressupõe:

  1. Identificação clara do que constitui "Babilônia" (sistemas religiosos apóstatas)

  2. Reconhecimento de suas "doutrinas impuras" - misturas teológicas que corrompem o evangelho

  3. Separação prática como resposta à revelação divina

A metáfora bíblica de Babilônia representa precisamente a confusão (Babel) doutrinária e a unidade artificial construída sobre compromissos com verdades essenciais. Movimentos ecumênicos que buscam unidade à custa da clareza doutrinária podem, sem intenção, criar estruturas que a profecia descreve como característica de Babilônia.

Concluindo podemos dizer que é  legítimo e necessário orar pela salvação de todos e participar de iniciativas missionárias, mas sempre com raízes firmes nas Escrituras. A grande comissão de Cristo não é apenas proclamação genérica, é ensino que forma discípulos obedientes a tudo o que Ele mandou. No tempo do fim o Apocalipse mostra duas coalizões amplas, uma liderada pela besta com ensinos religiosos falsos e outra liderada pelo Cordeiro pregando o evangelho eterno que engloba o  arrependimento, fé em Cristo, graça e santidade. Aderir a uma “unidade” que aceite sincretismos em nome de números ou prestígio, com certeza se trata de um refinado engodo. O impacto global do evangelho no tempo do fim será moldado pela fidelidade à Palavra e pelo espírito profético de arrependimento e adoração que o Apocalipse convoca.




terça-feira, 2 de dezembro de 2025

É tempo de crer !

 


A mensagem apocalíptica que ecoa com urgência crescente no tempo do fim, assim diz: “Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apocalipse 14:7). 

No contexto do tempo do fim, esse “temor” não se reduz a um medo servil, mas desdobra-se em fé viva, obediência consciente e devoção integral. É um chamado ao crer autêntico – precisamente quando a fé enfrenta seus desafios mais profundos.

Após séculos de influência de correntes como o Iluminismo, o Darwinismo, o Marxismo e outras visões materialistas, o mundo contemporâneo de uma forma geral tem relegado a fé ao campo do privado, do supersticioso ou do meramente tradicional. A religiosidade tornou-se, para muitos, um “penduricalho da tradição” – um hábito cultural vazio, desprovido de significado existencial real. Mas a exortação do Apocalipse é diametralmente oposta: no auge da crise final, a resposta humana não pode ser a indiferença ou o ritualismo superficial. Deve ser uma adesão deliberada, um crer que envolve o coração e a mente.

Como afirmam as Escrituras, a fé é condição fundamental para a salvação: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Marcos 16:16). E Paulo complementa: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10:9). Esta fé salvadora não é um assentimento intelectual passivo. É um reconhecimento que altera a orientação da vida. No tempo do fim, esse crer é ainda mais crucial – é a âncora em meio ao caos, a luz em meio às trevas do ceticismo generalizado.

Portanto, o chamado à fé no livro de Apocalipse significa:

  1. Transcender a superficialidade: Rejeitar uma fé de fachada, herdada mas não examinada, professada mas não vivida. É mergulhar num relacionamento pessoal com o Divino. Manifestar uma fé que se torna ativa no amor e firme na esperança.

  2. Integrar coração e racionalidade: A verdadeira adoração não exige o abandono da razão, mas sua consagração. Envolve um coração amoroso e uma mente engajada, que encontra nas evidências da criação, da história e da experiência pessoal motivos para confiar no Criador.

  3. Manifestar a fé com obediência e devoção: O “temor a Deus” do Apocalipse se expressa em reverência prática, em escolhas alinhadas com Sua vontade e em submissão aos seus mandamentos de forma integral. Inclusive na observância do sábado, que é o mandamento que apresenta as insígnias da soberania de Deus.

  4. Responder ao chamado urgente: A mensagem é para “a hora do seu juízo” – um tempo de decisão. Abandonando as pregações superficiais do Evangelho que ensinam um caminho sem compromisso e  submissão, devemos reconhecer que o juízo já começou no santuário do céu para confirmar os que são fieis e sinceros seguidores da Palavra

O mundo pode proclamar a morte de Deus ou reduzi-Lo a um conceito inofensivo, mas a mensagem final é um convite urgente a voltar-se para Ele com temor-reverente, fé genuína e adoração total. Não há mais espaço para neutralidade. O momento é de decisão, de entrega, de confiança radical. Em meio ao ruído das ideologias e à desilusão com as promessas vazias do materialismo, soa a voz divina, convidando à reconciliação e à adoração autêntica.

É tempo de crer. De fato, de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento.  Diante do relativismo e do niilismo pós-modernos, crer torna-se um ato de coragem e clareza. A salvação é oferecida graciosamente através de Cristo, mas aguarda aqueles que, neste tempo decisivo, respondem positivamente ao apelo do Santo Espírito a que sejamos verdadeiros adoradores. Que este tempo seja o dia da sua decisão de fé.



sábado, 29 de novembro de 2025

Sábado: O Abraço Semanal de Deus

 


Há ciclos que o céu determina:
o dia nasce do movimento da Terra,
o mês segue a Lua,
o ano acompanha o caminho do Sol.

Mas existe um dia que não depende dos astros — veio do coração de Deus.
Esse dia é o sábado, o sétimo dia, o primeiro presente entregue à humanidade antes mesmo de existir pecado, sofrimento ou ansiedade.

O sábado não veio da astronomia; veio do amor.
É o único pedaço do tempo que Deus abençoou, santificou e separou pessoalmente (Gn 2:3).
É como se Ele tivesse colocado um pequeno altar dentro da semana, um espaço reservado não para observamos o céu, mas para Ele observar o nosso coração.

Um dia criado para nos lembrar quem somos

Na criação, Deus não descansou por cansaço — Ele descansou para nos ensinar.
Ensinou que a vida não é uma corrida interminável,
que o valor não vem do que produzimos,
e que a alma humana precisa de um ritmo que não é ditado pelo relógio, mas pela graça.

O sábado foi instituído como um lembrete silencioso:
nós pertencemos a Deus, não ao trabalho;
pertencemos ao Criador, não à rotina.

É um dia para recuperar a identidade que tantas vezes se perde entre compromissos, pressões e preocupações.

Um remédio para o corpo e para a alma

Hoje, a ciência confirma o que a Bíblia já ensinava:
o corpo humano tem ritmos naturais que se reorganizam a cada sete dias.
Há ciclos semanais no humor, na imunidade, na energia e até na recuperação do organismo.

É como se a própria biologia tivesse sido criada para suspirar no sétimo dia.

Quando obedecemos ao convite divino de “lembrar do sábado” (Êxodo 20:8), não estamos apenas cumprindo um mandamento — estamos voltando ao ritmo para o qual fomos criados.

O descanso sabático:

  • acalma o coração,

  • silencia o medo,

  • reorganiza pensamentos,

  • cura cansaços antigos,

  • e devolve a alegria que a semana tenta roubar.

O sábado é um bálsamo.
E um bálsamo que vem diretamente das mãos de Deus.

O sétimo dia é um encontro

O sábado é mais do que uma pausa; é um encontro semanal com o Criador.
Um encontro onde Deus nos chama a sentar, respirar, agradecer e lembrar:

“Eu sou o Senhor do teu tempo.
Eu sou o Senhor da tua vida.
Eu sou o teu descanso.”

No sábado, Deus não pede produtividade — Ele oferece presença.
Não pede esforço — Ele oferece descanso.
Não exige desempenho — Ele oferece graça.

E quando paramos para estar com Ele, tudo se alinha:
o corpo repousa,
a mente desacelera,
e a alma floresce.

Um presente que continua novo

Em um mundo que corre sem parar, o sábado é quase um milagre.
Um gesto divino que atravessa os séculos dizendo:

“Filho, filha, descanse.
Eu cuido de você.”

O sétimo dia continua sendo o abraço semanal de Deus.
Um lembrete de que não estamos sozinhos,
de que a vida tem um ritmo sagrado,
e de que o Criador ainda caminha conosco —
dia após dia, semana após semana,
até aquele grande descanso final prometido em Cristo.

Que cada sábado seja para nós esse momento santo:
um retorno à paz,
um reencontro com Deus,
e uma antecipação do descanso eterno.





sexta-feira, 28 de novembro de 2025

E se Jesus já estiver voltando?

 


No final desta tarde de sexta-feira, quando a luz já começava a se recolher e o sábado despontava silencioso, senti algo nascer dentro de mim — uma espécie de inquietação sagrada, um chamado suave, porém firme, para testemunhar mais como cristão. Não foi um pensamento planejado, tampouco fruto de algum discurso emotivo. Foi quase como um toque interior, daqueles que nos lembram que a fé viva não se limita ao que cremos, mas ao que compartilhamos.

Tenho plena consciência de que Jesus virá como um ladrão, inesperadamente, e por isso não faz sentido marcar datas. Nunca fui adepto dessas previsões. Ainda assim, confesso que quando ouço pessoas mencionando anos como 2027 ou 2030, umas amparadas em leituras bíblicas discutíveis, outras em análises seculares sobre geopolítica, ambiente e economia global — um lampejo de expectativa me atravessa. Não a expectativa ingênua de acreditar cegamente em cálculos humanos, mas aquele suspiro íntimo de quem pensa: “Quem dera que seja verdade.”

Não entro no mérito das teorias; sei bem o quanto são polêmicas. O que me chama a atenção é outra coisa: o fato de que diferentes vozes, de áreas completamente distintas, falam sobre um ponto de ruptura iminente na história. Cristãos e não cristãos, cada qual com seus fundamentos, apontam para um cenário global de tensões e crises que parecem escapar às soluções humanas. E quando visões tão distintas convergem para a mesma direção, é difícil ignorar o sinal de alerta que se acende dentro de nós.

Mas, acima de qualquer previsão, existe algo que não posso evitar: a responsabilidade de estar preparado. E, mais do que isso, a responsabilidade de ajudar outros a se prepararem também. Percebo que um dos caminhos para manter meu coração desperto, vigilante e cheio de fé é justamente proclamar a volta de Jesus — não como um slogan apocalíptico, mas como a esperança viva que dá sentido ao nosso caminhar.

Não quero estar ocioso, inerte, acomodado com o curso deste mundo. Não quero ser alguém que, diante da proximidade do fim, apenas observa à distância. Quero ser encontrado em movimento, em serviço, em testemunho. Quero viver como quem realmente crê que o Senhor virá  e que Sua chegada será o grande desfecho de todas as dores e o início de toda a alegria.

E talvez seja exatamente este sentimento, que hoje me visitou ao cair da tarde, que revela o verdadeiro preparo: um coração que não se conforma, uma fé que não se esconde, uma esperança que se recusa a permanecer em silêncio. Porque, se de fato estivermos próximos da volta de Jesus , seja em poucos anos, seja quando Ele quiser , eu desejo ardentemente ser encontrado proclamando, vivendo e aguardando aquele dia com todo o fervor da alma.