Ser discípulo de Cristo exige fé, paciência e discernimento. Caminhamos recebendo toda sorte de informações e estímulos que nos deixam expostos a ciladas e distrações. Se manter no caminho é o desafio para o cristão atual.
domingo, 17 de agosto de 2025
quarta-feira, 13 de agosto de 2025
A política norte-americana e o Apocalipse 13
Há uma tendência comprovada por vários fatos que vem se notabizando nas últimas décadas que preocupa muitos estudiosos de religião e política nos EUA — a fusão crescente entre poder político e agenda religiosa.
Historicamente, os EUA foram fundados sobre uma ideia de separação entre Igreja e Estado, mas nunca foram um Estado totalmente laico no sentido europeu. O cristianismo protestante, sobretudo o evangelicalismo, sempre teve peso cultural. O que vemos agora é algo mais profundo:
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Projeto 2025: não é apenas um plano administrativo, mas um documento com forte embasamento em valores morais cristãos conservadores, propondo uma remodelação do Estado alinhada a princípios religiosos.
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Escritório da Fé e da Oportunidade (Faith and Opportunity Initiative): criado para institucionalizar a parceria entre governo federal e organizações religiosas, ampliando seu alcance em políticas públicas.
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Suprema Corte cada vez mais inclinada a interpretações favoráveis a pautas religiosas, como no caso da ampliação do espaço para oração em escolas públicas ou isenções para empresas com base em crença.
O que torna o momento inédito não é apenas a presença da religião na política — isso já ocorreu antes, como na Moral Majority dos anos 80 —, mas o grau de alinhamento estratégico entre líderes religiosos e políticos com projeto de poder de longo prazo. Há alguns elementos que elevam o risco:
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Integração de discurso religioso a plataformas partidárias — A fé não é apenas argumento moral, mas “mandato divino” para determinadas políticas.
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Aproximação com narrativas escatológicas — Alguns líderes associam eventos políticos atuais a sinais proféticos, o que reforça um senso de urgência e legitima medidas extremas.
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Internacionalização da agenda — Igrejas e organizações religiosas americanas estão exportando sua visão política para América Latina, África e partes da Europa.
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Risco de legislação moral obrigatória — possibilidade de leis sobre liberdade religiosa moldadas sob base doutrinária específica.
Além do aspecto religioso, há um uso crescente do poder econômico e jurídico dos EUA para moldar comportamentos de países, instituições e até indivíduos.
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Tarifaço e guerras comerciais: política protecionista usada como instrumento de pressão geopolítica (ex.: tarifas sobre China, México, União Europeia).
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Sanções internacionais: restrições financeiras e comerciais contra países considerados adversários ou violadores de “valores americanos” (Irã, Venezuela, Rússia).
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Lei Magnitsky (2016, aplicada intensamente no governo Trump): permite ao presidente impor sanções a indivíduos estrangeiros acusados de corrupção ou violação de direitos humanos, congelando bens e proibindo entrada nos EUA — mecanismo que, embora criado com finalidade anticorrupção, também pode servir como instrumento seletivo de pressão política e ideológica.
Na prática, isso cria um arsenal de coerção econômica e diplomática que, combinado com uma agenda moral e religiosa, pode ser usado para alinhar nações inteiras a um modelo “aceitável” segundo a visão da liderança americana.
Se olharmos sob uma perspectiva apocalíptica, o cenário poderia se alinhar à ideia de um poder político-religioso global que, a partir dos EUA, influencia o mundo inteiro com imposições morais unificadas.
Essa leitura dialoga com textos como Apocalipse 13, onde há a descrição de uma autoridade que une religião e política para impor práticas religiosas universais.
O ponto chave é: nunca antes o poder religioso organizado esteve tão próximo de controlar diretamente o núcleo do governo federal americano com um plano tão explícito, e isso — tanto do ponto de vista geopolítico quanto profético — é algo para ser observado com atenção.
Sob uma leitura profética, especialmente à luz de Apocalipse 13, esse conjunto poderia se assemelhar ao papel da “besta da terra” — um poder que surge com aparência de cordeiro (princípios de liberdade), mas que fala como dragão (imposição coercitiva). A aliança estreita com Israel e a possível colaboração futura com um poder religioso global (o Vaticano) reforçam a percepção de um governo mundial com base moral-religiosa, capaz de impor leis religiosas (como um descanso dominical obrigatório) sob o pretexto de paz, segurança e moralidade universal.
terça-feira, 12 de agosto de 2025
Tudo por Amor!
No centro da fé cristã, acima de qualquer doutrina, prática ou tradição, está o amor. Não um amor reduzido a sentimento passageiro, mas um compromisso vivo e ativo que reflete a própria natureza de Deus. Como ensina o apóstolo João: “Deus é amor” (1Jo 4:8). Amar, portanto, não é apenas um mandamento; é a expressão mais autêntica da vida de quem vive unido a Cristo.
Na vida cristã, tudo é por amor. Foi por amor que Jesus entregou a Si mesmo na cruz, tomando sobre Si nossos pecados e nos oferecendo vida eterna (João 3:16; I João 3:16). Esse amor é a essência do evangelho e o fundamento de nossa relação com Deus e com as pessoas. Quando amamos, refletimos o próprio caráter de Cristo, que não apenas falou sobre o amor, mas o viveu de forma prática e sacrificial.
O amor também é comunhão. Ele nos tira do isolamento e nos insere numa rede viva de relacionamentos onde cada pessoa tem valor infinito. Na Igreja, esse amor se manifesta em partilha, oração mútua, suporte nos momentos de dificuldade e celebração conjunta das vitórias. É o que torna a comunidade cristã um reflexo, ainda que imperfeito, da eternidade, onde todos estarão plenamente unidos no amor do Pai.
O amor cristão é relacional. Ele nasce da comunhão com Deus, que nos amou primeiro, e se estende naturalmente ao próximo. Na medida em que experimentamos o perdão, a graça e a bondade de Deus, somos chamados a reproduzir esses mesmos gestos nas relações humanas: perdoar, acolher, servir, ouvir e cuidar. Amar a Deus implica amar as pessoas que Ele criou, pois não há separação possível entre devoção e compaixão.
Ao pregarmos e testemunharmos, nossa motivação também deve ser o amor. Paulo nos lembra que até as ações mais nobres e eloquentes, se não forem movidas por amor, não têm valor diante de Deus (I Coríntios 13:3). Sem amor, o que fazemos pode se tornar apenas exibicionismo ou, pior, uma atitude interesseira. Mas quando é o amor que nos impulsiona, até os gestos mais simples ganham um peso eterno.
O amor molda nosso comportamento ético. Ele nos leva a agir com tolerância e moderação, a não retribuir o mal com o mal, mas a vencer o mal com o bem. Ele é como um tempero que dá sabor à vida, ou como um perfume que contagia e se espalha (II Coríntios 2:15-16). É o que nos faz diferentes, pois revela que estamos sendo transformados à semelhança de Cristo.
Viver o amor como essência da vida cristã é mais do que cumprir um ideal moral; é participar da própria vida de Deus. É permitir que o Espírito Santo molde nosso caráter, para que cada palavra, atitude e escolha se tornem canais da presença divina no mundo. Assim, a fé se torna visível, não apenas professada com os lábios, mas encarnada no modo como tratamos uns aos outros.
O amor é a expressão maior de maturidade, equilíbrio e clareza espiritual. É o que melhor nos distingue como seres humanos criados à imagem de Deus — mais até do que nossa capacidade de raciocinar ou criar. Ainda que alguns animais expressem instintivamente algo que pareça amor, somente o ser humano, movido pelo Espírito de Deus, pode amar de maneira consciente, sacrificial e plena.
Assim, viver o cristianismo é, em essência, viver o amor: o amor que recebemos de Cristo, que repartimos com os irmãos e que testemunhamos ao mundo como a mais alta prova de que Ele vive em nós.
Em última análise, o amor é o fio que costura todas as virtudes cristãs. É ele que dá sentido à oração, à obediência e à missão. Sem amor, a religião se torna vazia; com amor, cada ato simples se transforma em adoração. Quem vive nesse amor já experimenta, aqui e agora, um vislumbre do Reino de Deus.
sábado, 9 de agosto de 2025
sexta-feira, 8 de agosto de 2025
Quais os limites da Exposição do corpo?
Os limites da exposição do corpo e da nudez é um assunto que, além dos aspectos de lugar e propósito, deve ser considerado sempre pelos critérios do Equilibrio e da Sabedoria. Muitas vezes a mera repressão rígida gera um resultado inverso daquele que se pretende, enquanto o permissivismo indiscriminado é igualmente problemático.
A Bíblia
não promove nem um “puritanismo” exagerado que demoniza o corpo, nem uma
liberdade irrestrita que banaliza a nudez. O equilíbrio bíblico está em reconhecer
a dignidade do corpo como criação de Deus, e ao mesmo tempo cuidar da pureza do
coração e do testemunho.
1. O problema dos extremos
- Repressão excessiva (ex.:
era vitoriana)
Criava uma cultura de tabu e vergonha sobre o corpo a ponto de gerar curiosidade doentia. O corpo era visto quase como algo “sujo”, e isso gerava hipocrisia: na aparência, pureza; na prática, dupla vida. - Permissividade total
Quando tudo é exposto sem filtro, o corpo pode perder o valor simbólico e a intimidade pode ser distorcida levando à banalização do sexo.
2. O equilíbrio saudável
- Educação para o respeito: ensinar que o corpo é bom,
criado por Deus, mas que tem um propósito e um contexto para ser exposto.
- Liberdade orientada: não criar uma cultura de
vergonha do próprio corpo, mas também não expor de forma que desperte
desejos fora do lugar.
- Naturalidade sem banalização: lidar com temas de
sexualidade e anatomia de forma aberta e bíblica em casa, para que os
filhos aprendam a ver o corpo com naturalidade e respeito, não como tabu
nem como brinquedo.
3. O princípio bíblico
O
equilíbrio é bem expresso por Paulo:
“Todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas convêm; todas as coisas me são lícitas,
mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” (1 Coríntios 6:12)
E também:
“Andai de
modo digno do Senhor, agradando-lhe em tudo.” (Colossenses 1:10)
Isso quer
dizer que o corpo pode ser apreciado, cuidado e até visto (em certos
contextos familiares, médicos, culturais) sem culpa — mas dentro dos limites
que preservem a santidade e a intimidade.
Resumo:
Só repressão não educa — muitas vezes até gera efeito contrário. O caminho é formar consciência moral e autocontrole para que, mesmo diante da possibilidade de ver ou mostrar o corpo, a pessoa saiba discernir o que convém, o que edifica e o que preserva a pureza.
Como vencer os pecados da carne
A Bíblia é muito direta e prática ao aconselhar quem luta com pecados da carne — especialmente aqueles ligados à sexualidade — porque reconhece a força dessa inclinação e o perigo espiritual que ela representa. Ela não se limita a dizer “não faça”, mas aponta estratégias concretas e espiritualmente eficazes para resistir e vencer. Aqui estão os principais conselhos bíblicos:
1. Fugir, não negociar
A Bíblia não sugere “negociar” com a tentação sexual, mas fugir dela imediatamente.
“Fugi da impureza” (1 Coríntios 6:18).
“Foge também das paixões da mocidade” (2 Timóteo 2:22).
Quando José foi assediado pela esposa de Potifar (Gênesis 39:12), ele não argumentou ou tentou resistir ficando no mesmo lugar — ele saiu correndo. Isso ensina que o caminho da vitória começa com afastamento imediato das ocasiões de pecado.
2. Evitar ambientes e gatilhos
Provérbios adverte sobre não andar perto da tentação:
“Não se desvie para os caminhos dela, nem se aproxime da porta da sua casa” (Provérbios 5:8).
Isso inclui evitar lugares, conteúdos e companhias que despertam a inclinação. O pecado sexual se alimenta do que os olhos e a mente recebem (Mateus 5:28).
3. Disciplinar o pensamento
O combate começa na mente:
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto… se há alguma virtude… nisso pensai” (Filipenses 4:8).
Controlar o que se vê, lê e imagina é essencial, porque o pecado sexual sempre começa como uma fantasia antes de se tornar ato.
4. Vigiar e orar
Jesus foi claro:
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41).
A oração sincera e constante é força para dizer “não” quando a carne grita “sim”.
5. Usar o corpo para a glória de Deus
Paulo lembra que nosso corpo pertence a Deus:
“Acaso não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo… e que não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6:19-20).
Lembrar que o corpo é um santuário muda a perspectiva e nos dá motivo para cuidar da pureza.
6. Substituir o mal pelo bem
Não basta apenas “parar de pecar”; é preciso preencher o tempo e a mente com coisas boas: serviço a Deus, estudo da Palavra, atividades edificantes.
“Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12:21).
7. Confessar e buscar ajuda
Tiago 5:16 orienta:
“Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis.”
Ter alguém maduro espiritualmente para prestar contas ajuda a quebrar ciclos de pecado.
quarta-feira, 6 de agosto de 2025
Deus é Viável pela Ciência ?
Desde os primórdios da história humana, a religiosidade tem sido uma expressão marcante e universal da experiência humana. As mais antigas civilizações conhecidas — egípcios, sumérios, hindus, hebreus, gregos e romanos — manifestaram uma profunda crença em forças superiores, divindades e num propósito transcendente para a existência. Em praticamente todas as culturas antigas, a ideia de um Criador, deuses ou forças espirituais era algo natural, evidente e intrínseco ao entendimento do mundo. O ateísmo, por sua vez, era uma ideia rara, muitas vezes considerada uma aberração do pensamento ou uma dissidência filosófica isolada, como em alguns círculos do epicurismo na Grécia Antiga, mas sem expressão social significativa.
Foi apenas a partir do Iluminismo, nos séculos XVII e XVIII, e posteriormente com a Revolução Industrial, que o ser humano passou a vislumbrar a possibilidade de se redescobrir como espécie autônoma, capaz de superar suas limitações sem recorrer ao transcendente. A fé na razão e no progresso científico parecia prometer uma redenção secular, substituindo Deus pela ciência como fonte última de salvação e verdade. Nesse contexto, o ateísmo floresceu como postura intelectual e filosófica. O evolucionismo de Darwin, lançado com A Origem das Espécies em 1859, foi prontamente adotado por muitos como uma explicação naturalista e autossuficiente para a origem e diversidade da vida — uma espécie de confirmação científica para o ideal iluminista de emancipação humana.
No entanto, os séculos seguintes ofereceram provas contundentes de que a ciência, embora poderosa, é insuficiente para responder às questões mais fundamentais da existência. As duas grandes guerras mundiais, as crises econômicas, os genocídios e a crescente desumanização nas sociedades modernas revelaram que o avanço tecnológico não foi acompanhado de um progresso moral correspondente. A ilusão de autossuficiência humana começou a ruir. Como disse C.S. Lewis, “a tragédia do homem moderno não é que ele saiba demais, mas que ele saiba muito pouco sobre as coisas mais importantes.”
Mesmo no campo científico, diversas descobertas desafiaram a explicação materialista da existência. Muito antes de Darwin, o naturalista Jean-Baptiste Lamarck já intuía que a vida possuía uma direção e um princípio organizador. Louis Pasteur, por sua vez, demoliu a ideia da geração espontânea com seus experimentos sobre a abiogênese. Ele afirmou:
“Jamais a matéria inanimada deu origem à vida.”
Essa declaração, feita com base empírica, foi um duro golpe na ideia de que a vida poderia surgir do acaso.
No século XX, as descobertas em genética e biologia molecular elevaram ainda mais o nível de complexidade do problema da origem da vida. O DNA, uma molécula que armazena vastas quantidades de informação com precisão impressionante, levou muitos cientistas a reavaliar as explicações naturalistas. Francis Crick, prêmio Nobel e um dos descobridores da estrutura do DNA, confessou:
“Um homem honesto, armado com todo o conhecimento que temos hoje, só poderia afirmar que, de algum modo, a origem da vida parece um milagre, tantas são as condições que teriam de ser satisfeitas para que ela surgisse.” (Life Itself: Its Origin and Nature, 1981)
O físico britânico Paul Davies escreveu:
“A impressão de projeto é avassaladora.”
E ele não estava sozinho. Fred Hoyle, astrofísico renomado, comparou a possibilidade de a vida ter surgido por acaso à probabilidade de um tornado passar por um ferro-velho e montar um Boeing 747.
O argumento não é apenas teológico, mas epistemológico e filosófico: a ordem, a informação e a fineza das condições do universo sugerem um planejamento. A matemática e a física, ao descreverem leis tão elegantes, evocam não o caos, mas a mente — e muitos cientistas honestos têm reconhecido isso. John Lennox, matemático de Oxford, resume:
“O universo não apenas está ajustado para a vida; ele parece esperar pela vida.”
A fé, portanto, não é incompatível com a razão, tampouco é um refúgio da ignorância. Pelo contrário, como disse o geneticista Francis Collins, ex-diretor do Projeto Genoma Humano:
“A ciência não pode responder às perguntas mais profundas: Por que estamos aqui? O que é o bem e o mal? Existe vida após a morte? Essas são perguntas que a ciência não foi feita para responder — e, no entanto, são as mais importantes.” (The Language of God, 2006)
Assim, a ideia de Deus permanece não apenas viável, mas necessária diante das evidências. A história humana nos mostrou a falência de projetos autossuficientes. A ciência, longe de eliminar Deus, revela a complexidade e a beleza de um universo que parece ter sido pensado, desenhado — criado. O Criador não é uma hipótese superada, mas uma presença que a própria razão, quando honesta, ainda reconhece com reverência.
terça-feira, 5 de agosto de 2025
Deus - o bem maior!
"Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum além de Ti" — Salmo 16:2
Essa breve declaração de Davi carrega uma profundidade espiritual que desafia os alicerces de uma fé superficial. Ela revela um coração que não apenas reconhece Deus, mas que se apega a Ele com total exclusividade, como o único bem verdadeiro. É um amor essencial, despido dos ornamentos da religiosidade formal, livre das distrações de tradições que, embora muitas vezes bem-intencionadas, podem se tornar fardos que sufocam a vida espiritual autêntica.
Hoje, muitos se veem enredados numa prática religiosa repleta de penduricalhos: rituais, costumes, fórmulas, tradições herdadas e repassadas sem reflexão. Isso pode gerar uma fé baseada na aparência, uma espiritualidade de fachada, onde se preserva a forma mas se perde o conteúdo. Davi, ao contrário, aponta para um relacionamento que nasce da essência, não da estrutura. Ele não menciona sacrifícios, templos ou mandamentos cerimoniais. Ele declara: Deus é o seu único bem.
Para que se possa dizer com sinceridade o que Davi disse, é necessário um desprendimento radical: da vaidade, da busca por status, da tentativa de agradar os homens em vez de a Deus. Isso exige uma purificação de consciência, uma transformação interior que nos conduza a buscar aquilo que é do alto, e não o que é da carne. Paulo reforça essa ideia em Gálatas 6:8-9:
“Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.”
O mundo moderno nos bombardeia com distrações, necessidades fabricadas, comparações constantes e uma avalanche de estímulos que anestesiam a alma. Perdidos em trivialidades, muitos têm dificuldade de perceber que a presença de Deus vale mais do que qualquer conquista material ou prestígio social. É preciso romper com essa lógica mundana, ajustando nossa personalidade e prioridades à luz do Espírito. Colocar Deus em primeiro lugar não é apenas um discurso piedoso — é uma disciplina, uma escolha consciente de viver para Ele e por Ele.
Proferir como Davi: "Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum além de Ti" exige mais do que palavras — exige rendição. Exige que nossa fé saia do campo das convenções religiosas e entre no terreno da sinceridade viva, onde Deus não é um acessório da vida, mas o seu centro absoluto.
Quem chega a esse ponto encontra a verdadeira liberdade: não depende mais das ilusões que o mundo oferece, nem da aprovação de instituições ou tradições humanas. Encontra um tesouro que não pode ser corrompido, um bem que não pode ser roubado, uma presença que satisfaz completamente.
Esse é o chamado: abandonar o superficial, rejeitar a hipocrisia, e buscar a Deus com todo o coração — não como um complemento à vida, mas como a própria vida.
domingo, 3 de agosto de 2025
quinta-feira, 31 de julho de 2025
Lei Magnitsky - Terremoto e Guerras !
Sinais dos Tempos e o Avanço Profético: Uma Leitura dos Acontecimentos Recentes
Os acontecimentos desta semana levantam sérios alertas proféticos para os que estudam as Escrituras à luz da escatologia bíblica. Três eventos em especial chamam atenção: a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pelos EUA, um terremoto de magnitude 8,8 na costa da Rússia — o quinto maior da história —, e o aumento das tensões entre Tailândia e Camboja, mais um capítulo no crescente cenário de conflitos internacionais.
Esses eventos, embora distintos, podem ser vistos, sob a perspectiva profética, como peças que se encaixam no cenário dos últimos dias, conforme descrito nas Escrituras — especialmente em Mateus 24 e Apocalipse 13.
Guerras e Terremotos — Mateus 24 Ganha Vida
Jesus, em Mateus 24, advertiu que, nos últimos dias, haveria “guerras e rumores de guerras”, bem como terremotos em vários lugares. O conflito entre Tailândia e Camboja, num contexto global cada vez mais polarizado e instável, não é um incidente isolado. Ao contrário, faz parte de um panorama em que as nações estão sendo agitadas, como mares revoltos. A escalada bélica em diversas regiões do mundo, somada ao aumento da frequência e intensidade de desastres naturais — como o recente terremoto devastador na Rússia —, são indícios de que o tempo da graça se aproxima do fim.
Esses “sinais nos céus e na terra” não são apenas fenômenos naturais ou políticos. Para o estudante das profecias, eles são como toques de trombeta, chamando a atenção do mundo para o breve retorno de Cristo.
O Crescente Domínio Econômico e Político dos EUA — Apocalipse 13
A aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, ainda que à primeira vista pareça um ato isolado de política internacional, revela algo mais profundo: o avanço da influência norte-americana sobre os assuntos internos de outras nações, inclusive no campo judicial. A Lei Magnitsky permite aos EUA impor sanções unilaterais com base em critérios morais e de direitos humanos, mas o uso desse instrumento de forma seletiva e estratégica levanta o alerta profético.
No contexto de Apocalipse 13, os Estados Unidos são identificados como a segunda besta, que “subiu da terra” (v.11) e que exerce toda a autoridade da primeira besta (o poder papal) diante dela. Essa besta “faz com que todos... adorem a primeira besta”, e também “faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa... para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal” (v.16-17).
Este domínio econômico e político crescente dos EUA, manifestado por sanções internacionais e pela imposição de padrões de conduta política e moral, é um prenúncio do poder coercitivo que Apocalipse prediz. Ele prepara o cenário para um tempo em que a liberdade religiosa e econômica estará condicionada à conformidade com as diretrizes ditadas por esse poder — possivelmente incluindo a observância forçada de um dia de adoração, como a guarda do domingo.
Conclusão: Um Chamado à Vigilância
Estamos vendo, diante de nossos olhos, a convergência de sinais proféticos: desastres naturais de proporções históricas, instabilidade geopolítica, e a intensificação da hegemonia dos EUA, especialmente no campo econômico e moral. Tudo isso aponta para o rápido cumprimento das profecias de Mateus 24 e Apocalipse 13.
Como povo de Deus, somos chamados a permanecer vigilantes, aprofundando nosso relacionamento com Cristo e firmando os pés na verdade revelada. O tempo da decisão se aproxima. Como nos dias de Noé, muitos ignoram os sinais; mas aqueles que têm olhos espirituais os reconhecem e se preparam.
“Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mateus 24:42).