Com tantos protestos sociais espontâneos irrompendo por toda parte, desde a Tunísia até Tel Aviv e Wall Street, é evidente que existe algo ocorrendo globalmente que necessita de definição. Estão em circulação duas teorias unificadoras que me intrigam. Uma delas diz que isso é o início da “Grande Ruptura”. A outra afirma que tudo o que está ocorrendo faz parte da “Grande Mudança”. Você decide.
Paul Gilding, ambientalista australiano e autor do livro “The Great Disruption” (“A Grande Ruptura), argumenta que essas manifestações se constituem em um sinal de que o atual sistema capitalista obcecado com o crescimento está atingindo os seus limites financeiros e ecológicos. “Eu vejo o mundo como um sistema integrado, de forma que não enxergo esses protestos, a crise da dívida, a desigualdade, a economia ou a mudança climática de forma isolada. O nosso sistema está passando por um processo doloroso de ruptura”, afirma Gilding. E é isso o que ele quer dizer com o termo Great Disruption.
“O nosso sistema de crescimento econômico, de democracia inefetiva, de sobrecarga do planeta Terra – o nosso sistema – está devorando a si próprio vivo. O movimento Occupy Wall Street (Ocupar Wall Street) é como aquela criança da história dizendo aquilo que todos sabem, mas têm medo de dizer: o imperador está nu. O sistema está falido. Pensem sobre a promessa do capitalismo global de mercado. Se deixarmos o sistema funcionar, se permitirmos os ricos ficarem mais ricos, se deixarmos que as corporações se concentrem nos lucros e que a poluição continue ocorrendo sem taxação e contestação, todos teremos uma vida melhor. Pode ser que a riqueza não seja igualmente distribuída, mas os pobres ficarão menos pobres, aqueles que trabalharem mais arduamente conseguirão empregos, os que estudarem mais obterão empregos melhores e nós contaremos com riqueza suficiente para consertar o meio ambiente.
“Mas o que estamos presenciando agora – de forma mais extrema nos Estados Unidos, mas basicamente no mundo inteiro – é a maior de todas as quebras de promessas”, acrescenta Gilding. “Sim, os ricos estão ficando mais ricos e as corporações estão lucrando – e os executivos delas são regiamente recompensados. Mas, enquanto isso, a situação do povo está piorando – a população está se afogando em dívidas referentes à casa própria ou à educação –; muita gente que trabalhou duro está desempregada; muitos que estudaram bastante não conseguem obter um bom emprego; o meio ambiente está sendo cada vez mais danificado; e as pessoas estão percebendo que os seus filhos ver-se-ão em uma situação ainda mais difícil do que os pais”.
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Nota. Uma severa crise social e ambiental está rondando o mundo. Algo deve mudar e com certeza afetará radicalmente nossas vidas. É hora de olharmos para cima com esperança! Pois quem fundou este mundo logo virá restabelecer todas as coisas. O que mais poderia nos confortar a não ser Ele?