segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Rei Charles e papa Leão XIV em encontro histórico no Vaticano

 


Na última quinta-feira, dia 23/10 o rei  Charles III visitou o  Vaticano e rezou com o Papa Leão XIV. Esta visita está carregada de significado histórico e demonstra, não apenas por si, mas como parte de uma sequência de aproximações e reconciliações entre a Sé de Roma e poderes cristãos ou religiosos outrora  distanciados, que o processo de cura da “ferida de morte” da besta (Apocalipse 13:3-5) está em franco processo de consolidação.

O Concílio Vaticano II (1962-1965) iniciou uma era de abertura. Papas subsequentes, especialmente João Paulo II e Francisco, aprofundaram relações com outras igrejas cristãs (ortodoxas e protestantes) e com o Islã. A histórica visita de João Paulo II à Grécia Ortodoxa (2001) e à Síria Muçulmana, seus encontros inter-religiosos em Assis, e as declarações conjuntas do Papa Francisco com o Grande Imame de Al-Azhar são exemplos de como o papado se reposicionou como uma "voz moral global" e um líder espiritual de facto para uma ampla gama de crentes.

O Discurso do Papa Francisco no Congresso dos EUA (2015), também foi um momento inédito, em que um pontífice romano discursou em uma sessão conjunta do Congresso da principal nação protestante e secular. Francisco falou sobre mudanças climáticas, pobreza, imigração e família, projetando a autoridade moral do papado diretamente no coração do poder político mundial.

A Visita de Charles III: A imagem do monarca britânico, o Governador Supremo da Igreja da Inglaterra – uma igreja nascida justamente da ruptura de Henrique VIII com Roma – rezando com o Papa no epicentro do catolicismo, depois de  500 anos, simboliza uma reconciliação histórica e uma diminuição drástica das barreiras teológicas e políticas que definiram a Reforma Protestante.

Assim, a visita de Charles III ao Vaticano é mais do que protocolo — ela representa um grau de avanço real nessa “cura simbólica”. Não estamos apenas diante de um gesto pontual, mas de uma série de gestos que, juntos, mostram que a divisão está sendo enfrentada. Vemos um claro avanço no cumprimento profético dos eventos narrados em Apocalipse 13.



sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Quando as pedras falam

 


De tempos em tempos, escavações no Oriente Médio trazem à tona algo que faz o mundo todo parar e olhar de novo para as páginas da Bíblia. Foi o caso recente de uma inscrição encontrada em Israel que deixou arqueólogos “maravilhados” — um artefato que parece confirmar, mais uma vez, a ligação direta entre os relatos bíblicos e a história real do antigo povo de Israel. O achado se trata de uma bula de barro (selo) do período do Primeiro Templo, com o nome “Yedayah filho de Asayahu”, encontrada no solo do Monte do Templo. O nome que aparece no artefato aparece em registros bíblicos, sugerindo que a pessoa pode ter pertencido à administração do reino de Judá – embora não se possa afirmar com certeza que é a mesma figura mencionada nas Escrituras. Saiba mais <aqui> e <aqui>. Para quem crê, é como se as pedras começassem a falar, lembrando que a fé não se apoia  em mitos ou lendas, mas  em fatos concretos da história humana.

Nos últimos anos, várias descobertas têm reforçado essa ponte entre a Bíblia e a arqueologia. Um dos exemplos mais conhecidos é a estela de Tel Dan, uma pedra inscrita há quase 3 mil anos que menciona a “Casa de Davi”. Até sua descoberta, muitos estudiosos duvidavam da existência do rei Davi fora das Escrituras. Mas ali estava seu nome, gravado em aramaico, testemunhando que aquela dinastia realmente existiu.

Outro achado notável é a chamada “Pedra de Pilatos”, descoberta em Cesareia Marítima, no litoral de Israel. Ela confirma a existência de Pôncio Pilatos, o governador romano que julgou Jesus, exatamente como descrevem os Evangelhos. De forma semelhante, o Túnel de Ezequias, escavado sob Jerusalém, e a inscrição encontrada em seu interior revelam as obras hidráulicas do rei mencionado nos livros de Reis e Crônicas. São fragmentos do passado que coincidem, ponto por ponto, com o texto bíblico.

Os Manuscritos do Mar Morto, descobertos em meados do século XX e continuamente estudados, talvez sejam a maior de todas essas confirmações. Datando de mais de dois mil anos, eles contêm porções quase completas dos livros do Antigo Testamento. O mais impressionante é a fidelidade com que esses textos foram preservados: ao comparar os manuscritos antigos com as Bíblias modernas, as diferenças são mínimas. Isso mostra que, ao longo dos séculos, a mensagem essencial foi cuidadosamente transmitida, reforçando a confiança na integridade do texto sagrado.

Essas descobertas não apenas enriquecem a história — elas alimentam a fé. Em uma era dominada pelo ceticismo e pelo secularismo, em que muitos veem a Bíblia apenas como literatura simbólica, a arqueologia lembra que a fé cristã está enraizada em fatos reais, em pessoas e lugares que realmente existiram. Cada inscrição, cada fragmento de cerâmica, cada selo antigo é como um sussurro do passado dizendo: “o que está escrito aqui aconteceu de verdade”.

Isso não significa que a fé precise de provas para existir — a essência da fé é confiar mesmo sem ver. Mas, quando as escavações revelam elementos que confirmam o que a Bíblia já dizia há milênios, o coração do crente se enche de gratidão. A arqueologia não cria a fé, mas a fortalece; não substitui a Palavra, mas testemunha em favor dela.

Em tempos em que muitos duvidam da relevância da Bíblia, as pedras continuam a surgir do pó da terra, silenciosas, porém eloquentes, reafirmando que o Livro Sagrado resiste ao tempo e às críticas — não apenas como texto espiritual, mas também como documento histórico.

No fim das contas, essas descobertas nos convidam a olhar para as Escrituras com novo respeito. Elas nos lembram que o Deus que agiu na história continua agindo hoje — e que a verdade, cedo ou tarde, sempre vem à luz, até mesmo debaixo da terra.


quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Quando Teremos Paz?




Vivemos dias em que as palavras de Jesus, registradas em Mateus 24, soam mais atuais do que nunca: “Ouvireis de guerras e de rumores de guerras”. O cenário mundial parece refletir fielmente esse aviso profético. Em cada canto do planeta, os conflitos se multiplicam, e o temor de uma grande guerra global paira no ar. As nações, antes guiadas por tratados e instituições internacionais criadas no pós-guerra, como os acordos de Bretton Woods e demais organismos destinados a manter a estabilidade e a cooperação, agora voltam a agir sob a lógica dos antigos impérios: a lei do mais forte.

O que antes se tentava conter pela diplomacia e pelo diálogo, hoje é decidido pela força, pela pressão econômica e, em muitos casos, pela ameaça do uso de armas de destruição em massa. A humanidade vive sob a sombra de arsenais nucleares capazes de extinguir a vida no planeta várias vezes. O mundo tornou-se um lugar perigoso, instável e, sobretudo, inseguro.

A causa de tudo isso não está apenas nas estruturas políticas ou nos interesses econômicos, mas no coração humano. O apóstolo Paulo, em sua carta a Timóteo, já havia descrito o comportamento dos homens nos últimos dias: “Porque os homens serão amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem” (II Timóteo 3:2-3). Essa descrição é o retrato exato do nosso tempo — um tempo em que o egoísmo, a prepotência e a ambição se tornaram as forças motrizes da política e da economia global.

O ser humano, tomado por sua busca desenfreada por poder e domínio, age de forma impensada e irresponsável, colocando em risco não apenas o presente, mas o futuro de toda a espécie. A paz, tão sonhada e proclamada em discursos e tratados, permanece uma ilusão distante.

Mas há esperança. A verdadeira paz não virá de alianças frágeis, nem de arranjos políticos temporários. Ela só será possível com a vinda do Reino do nosso Senhor Jesus Cristo — um Reino de justiça, amor e verdade. Somente Ele poderá transformar o coração humano, raiz de toda discórdia e violência. A paz que o mundo busca externamente só poderá existir quando houver uma transformação interior, quando cada coração for renovado pela graça divina.

Assim, enquanto o mundo se agita em meio a guerras e incertezas, os que confiam em Cristo aguardam com fé e esperança o cumprimento da promessa: o advento do Príncipe da Paz, cuja presença trará o fim de toda dor, conflito e injustiça. Só então a tão sonhada paz será, finalmente, uma realidade eterna.


quarta-feira, 22 de outubro de 2025

22 de outubro de 1844 - uma data significativa!

 


Para muitos, o dia 22 de outubro de 1844 é lembrado apenas como o grande desapontamento do movimento adventista, quando Jesus não voltou conforme se esperava. No entanto, essa data possui profundo significado profético e teológico.

Primeiramente, ela marca uma nova compreensão da obra de Cristo no santuário celestial. A partir do estudo das profecias bíblicas, especialmente do livro de Daniel, os adventistas reconheceram que naquele momento Jesus iniciava a fase final de Seu ministério como Sumo Sacerdote diante de Deus — a obra de julgamento pré-advento.

Além disso, essa experiência está diretamente ligada à profecia de Apocalipse 10. Ali se descreve um movimento cujo “livrinho” é doce na boca, mas torna-se amargo no estômago — uma clara referência à expectativa jubilosa da volta de Cristo seguida pela amarga decepção. Ainda assim, do desapontamento nasceu uma nova missão: a proclamação das mensagens dos três anjos de Apocalipse 14, anunciando adoração verdadeira, juízo iminente e o chamado para sair da Babilônia espiritual — o conjunto de sistemas religiosos corrompidos por doutrinas falsas.

Esse despertar profético ocorre exatamente após o período dos 1260 anos (538 d.C. – 1798 d.C.), mencionado tanto em Daniel quanto em Apocalipse. A partir daí cumpre-se também a profecia de Daniel 12:4: “o saber se multiplicará”, não apenas em termos científicos e culturais, mas sobretudo no entendimento das verdades escatológicas.

Interessante notar que, nesse mesmo período da história mundial, surgem movimentos e ideologias contrárias ao plano divino:
• Charles Darwin publica A Origem das Espécies, promovendo uma visão naturalista da existência;
• O espiritismo moderno nasce com os fenômenos ocorridos na casa das irmãs Fox, nos EUA;
• Ideias marxistas começam a ganhar forma com os escritos de Karl Marx;
• Mais tarde, nos EUA, o movimento carismático da Rua Azusa desponta, contribuindo para confusões espirituais antes do verdadeiro reavivamento bíblico esperado.

Seria tudo isso coincidência? A profecia indica que não. Esses acontecimentos refletem a intensificação do grande conflito espiritual exatamente no período em que Deus levanta um povo remanescente (Apocalipse 12:17) para anunciar Sua verdade com poder ao mundo.

Por isso, 22 de outubro de 1844 não deve ser visto apenas como um fracasso histórico. Essa data marca o início de um novo capítulo profético para a igreja: o tempo do fim — o tempo final antes da segunda vinda de Jesus Cristo. Estamos hoje vivendo aproximadamente duzentos anos dentro desse período decisivo, em que a mensagem de Deus deve alcançar toda nação, tribo, língua e povo.

Assim, a relevância de 1844 permanece viva e merece nossa profunda consideração.

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terça-feira, 21 de outubro de 2025

A evolução do diálogo entre fé ciência

 


Ao longo dos séculos, a ciência tentou afastar Deus de suas equações. Mas as descobertas sobre a origem do universo, o ajuste fino da natureza e a complexidade do DNA reacenderam o debate sobre a existência de um Criador. Entenda como ciência e fé voltaram a se cruzar.

Palavras-chave sugeridas:
Deus e ciência, existência de Deus, Big Bang e fé, ajuste fino do universo, DNA e criação, Francis Collins, Georges Lemaître, origem do universo, filosofia da ciência, design inteligente


O começo de um desencontro

Durante a Revolução Científica, entre os séculos XVII e XVIII, o mundo ocidental viveu um entusiasmo sem precedentes com o poder da razão. A natureza, antes vista como obra misteriosa de Deus, passou a ser estudada como um sistema regido por leis matemáticas e previsíveis.

Isaac Newton, profundamente crente, via o universo como um grande mecanismo criado e mantido por Deus. Mas com o passar do tempo, a ideia de uma intervenção divina constante foi sendo descartada. O físico Pierre-Simon Laplace, ao apresentar sua teoria sobre o cosmos a Napoleão, respondeu com ironia:

“Senhor, não tive necessidade dessa hipótese.”

A frase simbolizou o auge do racionalismo: um universo autossuficiente, sem necessidade de um Criador. Contudo, o século XX viria a reabrir essa questão de forma surpreendente — não por meio da religião, mas pela própria ciência.


O Big Bang e o retorno da pergunta sobre a origem

No início do século XX, a cosmologia moderna virou de cabeça para baixo a ideia de um universo eterno. O padre e físico Georges Lemaître propôs que o cosmos teve origem a partir de um “átomo primordial” — teoria que seria confirmada por observações astronômicas e ficaria conhecida como o Big Bang.

O astrônomo Fred Hoyle, crítico da ideia, admitiu desconforto: “A noção de que o universo teve um início tem implicações metafísicas incômodas.

Mesmo o célebre Stephen Hawking reconheceu, em Uma Breve História do Tempo:

“Se o universo teve um começo, poderíamos supor que ele teve um Criador.”

E mais tarde, em outra reflexão, confessou:

“A questão sobre o que respirou fogo nas equações e criou o universo permanece um mistério.”

Assim, a cosmologia — que muitos acreditavam ter banido Deus — acabou devolvendo a velha pergunta filosófica: por que há algo em vez de nada?


O ajuste fino do universo: coincidência ou intenção?

Com o avanço da física teórica, cientistas perceberam algo ainda mais intrigante: as leis da natureza parecem ajustadas com precisão extraordinária para permitir a existência da vida. Pequenas variações em constantes fundamentais — como a gravidade ou a carga do elétron — tornariam o cosmos estéril.

O físico Paul Davies, em A Mente de Deus, afirmou:

“Parece que alguém ajustou as leis da física — não só para que o universo seja habitável, mas para que seja compreensível.”

O astrônomo Martin Rees reforçou essa percepção:

“As seis constantes fundamentais do universo estão calibradas com uma precisão inimaginável para permitir o surgimento de vida.”

Para o geneticista Francis Collins, ex-diretor do Projeto Genoma Humano, isso não é coincidência:

“Quanto mais estudo a ciência, mais acredito em Deus. A ciência é o meio pelo qual Ele revela Sua criação.”

Mesmo cientistas céticos, como o físico Sean Carroll, admitem que a precisão das condições iniciais “é um fato notável que precisa ser explicado”. A diferença está em como interpretamos esse fato: acaso ou intenção.


O DNA: a assinatura da vida

Se o cosmos já é surpreendente, a vida é um prodígio ainda maior. A descoberta da dupla hélice do DNA revelou uma estrutura de complexidade e elegância impressionantes. Cada célula contém bilhões de instruções genéticas organizadas como um software biológico.

O próprio Francis Crick, um dos descobridores do DNA, confessou:

“A origem da vida parece quase um milagre, tantas são as condições necessárias para que ela surja.”

Francis Collins descreveu o DNA como “a linguagem de Deus”, e mesmo o biólogo ateu Richard Dawkins reconheceu que “os seres vivos carregam a aparência de terem sido projetados com um propósito” — embora atribua isso à seleção natural.

A biologia moderna, ao revelar a dimensão informacional da vida, trouxe de volta uma pergunta que ecoa para além dos laboratórios: a informação pode existir sem um informante?


O reencontro entre fé e razão

Curiosamente, a ciência parece ter completado um ciclo. Depois de tentar eliminar Deus de suas explicações, hoje volta a reconhecer que talvez o mistério seja uma parte essencial da realidade.

Albert Einstein expressou isso de modo magistral:

“A coisa mais incompreensível sobre o universo é que ele é compreensível.”

Para Einstein, essa ordem profunda do cosmos indicava “a presença de algo maior — um espírito superior, mas não pessoal, que se revela na harmonia do mundo”.

O físico e teólogo John Polkinghorne, de Cambridge, resumiu a questão com equilíbrio:

“A ciência nos diz como o mundo funciona; a fé nos diz por que ele existe.”

E o Nobel Charles Townes, inventor do laser, afirmou:

“A ciência e a religião não são inimigas. São duas maneiras de tentar compreender o mesmo mistério.”


Conclusão

Ao contrário do que se imaginava, o progresso científico não destruiu a fé — apenas a transformou. O Deus das lacunas, invocado para explicar o que não se sabia, deu lugar ao Deus da ordem, percebido justamente no que a ciência revela de mais fascinante.

O Big Bang mostra um universo que começou; o ajuste fino sugere um cosmos que acolhe a vida; o DNA revela uma linguagem sofisticada que sustenta a existência. Nenhum desses fatos prova Deus — mas todos eles apontam para algo que transcende o acaso.

Talvez, como dizia o filósofo britânico Antony Flew — ateu durante a maior parte da vida e convertido no final —, “a descoberta de uma mente por trás do universo é a conclusão mais racional à qual cheguei, observando as evidências.”

Uma analise ampla e profunda torna a relação entre fé e ciência  não somente aceita mas também necessária. Complementares entre si, pois enquanto a ciência logra êxito em demonstrar a complexidade das estruturas e sua funcionalidade a fé consegue apontar para uma origem plausível dentro da lógica e da racionalidade. 

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Como o conhecimento de Deus transforma o caráter

 


Jó certa vez declarou: “Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te veem os meus olhos” (Jó 42:5). Essas palavras revelam uma profunda verdade espiritual: o conhecimento de Deus que realmente transforma não é o meramente intelectual, acadêmico ou teológico, mas aquele que nasce da experiência pessoal, do encontro vivo com o Criador.

Quando Jó contemplou a grandeza de Deus — tanto nas obras da criação quanto nas manifestações do Seu amor — sua visão de si mesmo e do mundo foi completamente modificada. A percepção da magnificência divina, seja na imensidão do universo (Salmo 8:3-6), seja nas perguntas que Deus lhe fez para mostrar os limites do saber humano, despertou nele humildade, reverência e confiança. Essa visão espiritual é mais do que admirar a natureza; é reconhecer, em cada detalhe, o reflexo do caráter de um Deus sábio, poderoso e amoroso.

Contemplar a grandeza de Deus também nos leva a considerar a profundidade do Seu amor. Quando meditamos em verdades como “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (João 3:16), somos tomados por um sentimento que mistura assombro e gratidão. Esse amor infinito nos constrange e nos eleva. Ele dissolve o orgulho, cura a sensação de insignificância e desperta em nós a dignidade de quem sabe que pertence à família de Deus: “Amados, agora somos filhos de Deus” (1 João 3:2).

O verdadeiro conhecimento de Deus transforma o caráter porque muda o centro da vida. Aquele que conhece a Deus deixa de buscar valor no reconhecimento humano, pois encontra seu valor em ser parte do Reino de um Deus tão vasto e glorioso. As dificuldades, as injustiças e a falta de aprovação social perdem o poder de abater quem tem consciência de que é filho do Criador do Universo.

Conhecer a Deus, portanto, não é acumular informações sobre Ele, mas viver em comunhão com Sua presença, sentir-se envolvido por Sua sabedoria e amor, e permitir que essa consciência guie cada decisão. É ter fé suficiente para ajustar o rumo da própria vida à Sua vontade. Por isso, Jesus afirmou: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3).

Assim, o conhecimento de Deus não apenas ilumina a mente, mas transforma o coração. Ele nos faz humildes, confiantes, pacíficos e amorosos — reflexos vivos do caráter daquele que nos criou e nos chama para andar em Sua luz.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Liderança Pró-Ativa: Um Chamado para Fazer a Diferença

 


Liderar não é apenas ocupar um cargo, ter autoridade formal ou exercer poder sobre outros. Liderança verdadeira começa dentro de casa, dentro de si mesmo, na maneira como se escolhe viver e influenciar os que estão ao redor. Cada pessoa, independentemente de títulos ou posições, é chamada a exercer algum tipo de liderança — seja como pai ou mãe, irmão, amigo, cidadão ou servo de Cristo.

A liderança pró-ativa é mais do que reagir às circunstâncias; é agir com discernimento e propósito. Ela é sensível às necessidades alheias e atenta ao contexto em que está inserida. O líder pró-ativo observa antes de agir, discerne antes de decidir e se antecipa aos desafios antes que eles se tornem crises. Não é alguém que apenas mantém o “status quo”, mas que busca constantemente crescer, inovar e inspirar outros a fazerem o mesmo.

Esse tipo de liderança é servidora — e o maior exemplo disso é Jesus Cristo, que, embora fosse o Senhor de tudo, escolheu servir. Ele lavou os pés de Seus discípulos, curou os enfermos, acolheu os marginalizados e, por amor, deu Sua vida. Ele mostrou que a verdadeira grandeza está em servir. Como Ele mesmo disse:

“O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mateus 20:28)

Ellen G. White, uma autora cristã de profunda sabedoria, escreveu:

“A verdadeira grandeza não consiste em ser senhor, mas em ser servo fiel de Deus.” (Educação, p. 57).

Ser um líder pró-ativo é ter uma visão — saber onde quer chegar e inspirar outros a caminharem nessa direção. É não se conformar com o “mais do mesmo”, mas buscar diariamente um diferencial que reflita o caráter de Cristo. É ser previdente, discernindo os tempos e conduzindo com sabedoria os que estão sob sua influência.

O mundo precisa desesperadamente de pessoas assim — líderes de esperança, de caráter, de fé. Não daqueles que apenas “veem a banda passar”, mas daqueles que marcham com propósito, deixando pegadas que inspirem outros a seguirem o mesmo caminho.

Portanto, seja você esse líder.
Lidere sua casa com amor, sua fé com coragem, sua comunidade com exemplo. Não espere um título para exercer influência. Que sua vida seja uma mensagem viva de esperança e transformação — uma marca deixada não nas pedras, mas nos corações.

“O maior desejo do mundo é o de homens — homens que não se comprem nem se vendam, homens sinceros e honestos, que não temam chamar o pecado pelo nome exato, homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola ao polo.”
Ellen G. White, Educação, p. 57

Nestes últimos dias em que estamos vivendo  o mundo, a comunidade e a igreja precisam de bons líderes. Comece hoje sendo alguém que contribui, ajuda, agrega, traga ou ofereça algum beneficio, mesmo que seja algo considerado pequeno como uma palavra de ânimo, um ar de simpatia ou atitude que  gere esperança. Com certeza fará alguma diferença.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

O maior capital de Pedro

 


Em Atos 3:6, Pedro, diante de um homem coxo que pedia esmolas à porta do templo, proferiu palavras que ecoam até hoje como testemunho de um coração cheio do Espírito Santo: "Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!". Essa declaração revela mais do que uma ausência de bens materiais — revela o que Pedro verdadeiramente possuía: o poder de Deus, a unção do Espírito Santo, o maior capital que um homem pode ter.

Pedro, outrora impulsivo, vacilante e temeroso, tornou-se, após Pentecostes, um canal de cura, vida, e transformação. Isso só foi possível porque ele obedeceu à ordem de Jesus: "Ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lucas 24:49). Essa espera não foi passiva. Foi uma busca ativa, marcada por oração, confissão, arrependimento e unidade. Foi ali que o Espírito veio — não como mera experiência emocional, mas como dynamis, poder para testemunhar, curar, perdoar, e transformar o mundo ao redor.

A Bíblia não sugere, mas ordena: "Enchei-vos do Espírito" (Efésios 5:18). Não é opcional para quem deseja viver como discípulo e apóstolo — um enviado. Ser cheio do Espírito é condição essencial para levar o evangelho não apenas com palavras, mas com vida. Com gestos, com atitudes. Com compaixão, fé, esperança, humildade e verdade. O verdadeiro evangelho é pregado quando o caráter de Cristo é visível nos atos cotidianos.

Pedro e os demais discípulos, ao receberem o Espírito, também receberam a cura de suas próprias falhas. Medo, disputas por posição, ressentimentos — tudo foi posto de lado em favor de uma unidade viva, que até hoje serve de referência para a Igreja. Esse Espírito criou um povo de corações ardentes, mãos abertas e pés dispostos a ir. A Igreja não nasceu forte por causa de estratégias ou estruturas, mas por estar cheia de Deus.

Nos dias de hoje, essa plenitude parece escassa. As igrejas crescem em número, mas muitas vezes carecem do poder que transforma. Precisamos com urgência da chuva serôdia, prometida em Joel 2:23 — o derramar final do Espírito sobre os que estiverem preparados. A chuva serôdia é comparada àquela que amadurece a colheita, que prepara os frutos para serem recolhidos. Ela traz renovação, coragem, discernimento e um amor ardente pelas almas. Ela é dada para a última grande obra de evangelização antes do retorno de Cristo.

Mas essa chuva não cairá sobre todos indiscriminadamente. O Espírito não é derramado sobre os que vivem para si mesmos, preocupados com status, reconhecimento, prazeres e conforto. Ele é dado àqueles que têm coração sincero, espírito reto, que vivem em harmonia com a Palavra. Gente que não busca posição, mas presença. Que não quer aplausos, mas a aprovação de Deus.

Pedro não tinha prata nem ouro. Mas tinha algo muito maior. Ele tinha o Espírito. E com isso, tinha tudo. Esse é o maior capital de um cristão. E está disponível a todo aquele que, como os discípulos, espera, busca, se consagra e se entrega.

"O que tenho, isso te dou..." — que essa também seja a nossa oração e a nossa oferta ao mundo.


terça-feira, 7 de outubro de 2025

O massacre silencioso de cristãos na Nigéria e a indiferença da mídia internacional

 


Enquanto os olhos do mundo se voltam para os conflitos em Gaza e na Ucrânia, um verdadeiro massacre silencioso acontece na Nigéria — e quase ninguém fala sobre isso. Em pleno século XXI, o país mais populoso da África vive uma onda de violência que tem dizimado comunidades inteiras de cristãos, muitas vezes com o total descaso das autoridades e a indiferença da mídia internacional.

Um genocídio pouco noticiado

De acordo com relatórios de organizações locais e internacionais de direitos humanos, mais de 7.000 cristãos foram assassinados na Nigéria apenas entre janeiro e agosto de 2025, além de cerca de 7.800 pessoas sequestradas nesse mesmo período. Isso representa uma média de mais de 30 cristãos mortos por dia — números que rivalizam com os de zonas de guerra oficialmente reconhecidas.
Entre 2009 e 2025, estima-se que cerca de 185.000 civis tenham sido mortos em incidentes com motivações religiosas ou étnico-religiosas. Desses, aproximadamente 125.000 eram cristãos, e outros 60.000 muçulmanos moderados que também foram vítimas do extremismo.

A tragédia não se resume às mortes. Mais de 19.000 igrejas foram destruídas, centenas de vilas cristãs desapareceram, e milhares de fiéis se encontram deslocados, vivendo em campos de refugiados dentro do próprio país.

As causas: radicalismo, negligência e impunidade

As origens desse horror são múltiplas, mas se cruzam em três eixos principais:

  1. Extremismo religioso – Grupos terroristas como o Boko Haram e o Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP) continuam promovendo ataques sistemáticos contra comunidades cristãs, com o objetivo declarado de “limpar” regiões do norte e centro da Nigéria da presença cristã.

  2. Conflitos entre pastores e agricultores – Disputas antigas por terras e recursos naturais foram intensificadas pelas mudanças climáticas e o avanço do deserto, tornando-se terreno fértil para o ódio étnico e religioso. Milícias de pastores Fulani, muitas vezes armadas e radicalizadas, têm atacado vilas cristãs com brutalidade crescente.

  3. Negligência estatal – O governo nigeriano tem sido amplamente criticado por sua falta de resposta eficaz. Em muitos casos, as forças de segurança não chegam a tempo — ou simplesmente não intervêm. Poucos agressores são presos, e as investigações raramente resultam em justiça.

Essa combinação explosiva de fanatismo e impunidade cria um ambiente onde matar cristãos se torna um crime sem consequência.

O silêncio ensurdecedor da mídia global

Talvez o aspecto mais chocante de toda essa tragédia seja o silêncio da mídia internacional. Enquanto guerras em regiões geopolíticas estratégicas recebem cobertura constante, o sofrimento de milhares de nigerianos passa despercebido. Quando noticiado, é frequentemente descrito como “conflito étnico” ou “disputa por terras”, evitando mencionar o caráter religioso da perseguição.

Essa diferença de tratamento revela um viés profundo: a vida de cristãos africanos parece ter menos valor jornalístico que a de civis em regiões de maior interesse político ou econômico. O resultado é um genocídio silencioso — invisível para grande parte do público global.

A responsabilidade do mundo

Ignorar essa crise é permitir que ela continue. O mundo precisa cobrar do governo nigeriano uma postura firme contra o extremismo e exigir que organismos internacionais atuem na proteção das minorias religiosas.
É preciso também que a imprensa internacional rompa o silêncio e reconheça que há, hoje, na Nigéria, uma das piores crises humanitárias e religiosas do planeta.

Conclusão

O que acontece na Nigéria não é apenas um conflito local — é uma catástrofe humana e moral. A cada semana, novas famílias cristãs são assassinadas, igrejas destruídas e comunidades inteiras apagadas do mapa. Tudo isso sob o olhar indiferente de um mundo distraído.

Dar visibilidade a essa realidade é o primeiro passo para quebrar o ciclo de silêncio, impunidade e esquecimento. O sangue derramado na Nigéria clama por justiça — e por voz.


Referências:

domingo, 5 de outubro de 2025

Saúde psicológica - qual é a sua perspectiva de vida?

 


A vida humana é, em grande parte, moldada pela forma como cada pessoa organiza suas dinâmicas interiores — os modos pelos quais define seus alvos, constrói seu sentido de bem-estar e busca realização. Essas dinâmicas podem ser vistas como “forças de orientação” que conduzem o indivíduo em direção ao que considera ser a sua plenitude. Entretanto, nem todas conduzem à paz interior; algumas, ao contrário, aprisionam em ciclos de insatisfação e fuga.

Há pessoas cuja dinâmica é a da busca constante. Vivem em movimento, impulsionadas pela sensação de que algo ainda falta: um novo objetivo, uma nova conquista, uma nova experiência capaz de preencher o vazio que persiste. Essa busca, embora mova a vida, pode tornar-se uma armadilha quando o horizonte de plenitude é sempre deslocado para além do presente. O “ainda não” torna-se um tormento, e a felicidade, um ponto inatingível.

Outros vivem presos ao passado. Suas decisões, emoções e até esperanças são filtradas pelas lentes de experiências que já não existem — feridas, culpas, idealizações ou nostalgias. Essa fixação impede o florescimento do presente e o acolhimento do novo. É como tentar caminhar olhando apenas para trás: inevitavelmente, tropeça-se no que está adiante.

Há também os que projetam-se demasiadamente no futuro. Vivem de expectativas, de planos que nunca se concretizam, e sofrem por antecipação. A mente está sempre um passo à frente do tempo real, e o presente se esvai sem que a alma o habite.

Por fim, há os que optam pela fuga — evitam responsabilidades, compromissos e realidades que a vida naturalmente impõe. Criam bolhas de negação, muitas vezes travestidas de liberdade, mas que escondem medo, imaturidade ou exaustão emocional.

Diante de tais dinâmicas, a postura mais saudável parece ser aquela que reconhece o valor do presente como espaço de equilíbrio entre memória, esperança e responsabilidade. O passado não deve aprisionar, mas instruir; o futuro não deve gerar ansiedade, mas inspirar; e o presente precisa ser vivido com atenção e propósito. É nele que o ser humano pode experimentar plenitude real — não como algo a ser alcançado, mas como algo que se revela quando a mente e o coração estão em harmonia com o agora.

Nesse contexto, a fé em Deus ocupa um lugar singular. Ela não se confunde com a busca desenfreada, nem se prende a um passado idealizado ou a um futuro ilusório. A fé autêntica é enraizada no presente, pois é no “hoje” que o homem encontra a presença divina. Quando a fé se torna um eixo de vida, ela reorganiza as crenças e emoções: o passado é perdoado, o futuro é entregue, e o presente é vivido com confiança. Assim, a fé age como um lenitivo para a alma, não por prometer fuga da realidade, mas por conferir-lhe sentido. Jesus afirmou: “Não andeis ansiosos pelo dia de amanhã, pois o amanhã cuidará de si mesmo” (Mateus 6:34). A fé verdadeira reorganiza as crenças e emoções: o passado é perdoado, o futuro é entregue, e o presente é vivido com confiança.

A verdadeira plenitude, portanto, não está em conquistar tudo, mas em descansar na confiança de que tudo está nas mãos de Deus. A fé não elimina a busca, mas a orienta; não apaga o passado, mas o redime; não nega o futuro, mas o coloca sob a esperança. Quando a vida é organizada a partir dessa perspectiva, a dinâmica interior deixa de ser uma corrida e passa a ser uma jornada — serena, consciente e fecunda.


sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Igreja Católica pode reconhecer um Playstation como relíquia

 


O interesse pelos objetos pessoais de Carlo Acutis vêm aumentando desde sua canonização no dia 7 de setembro.

Acutis é conhecido como o primeiro santo milenial, o que traz à tona uma questão inusitada.

Seu PlayStation, ou ao menos o controle usado por ele, poderia ser considerado uma relíquia oficial?

Para responder à questão é preciso entender o que é uma relíquia para a Igreja Católica e quais são as classificações que elas podem ter.

Quais são os tipos de relíquias existentes?

Na fé católica, qualquer um que morre em estado de comunhão e amizade com Deus pode ser considerado santo.

A Igreja reconhece oficialmente que uma pessoa está no céu após investigar ao menos dois milagres atribuídos à intercessão dessas pessoas.

Relíquias são restos mortais de um santo ou objetos que pertenceram a ele. Para a Igreja, venerar relíquias ajuda os fiéis a aproximar-se de Deus pelo exemplo e intercessão.

Elas podem ser classificadas em três categorias diferentes:

  • primeira classe: partes do corpo do santo, como ossos, cabelo e sangue;
  • segunda classe: objetos de uso pessoal do santo ou que tiveram contato com seu corpo, como vestimentas, terços, utensílios e livros;
  • terceira classe: objetos dos fiéis que tocaram o túmulo do santo ou relíquias nas outras classes.

Afinal, o videogame de Acutis pode ser considerado uma relíquia?

É nesse contexto que muitos estão questionando se o playstation de São Carlo Acutis poderia ser considerado uma relíquia de segundo grau.

Ele ganhou um PlayStation aos 8 anos, embora limitasse o uso a apenas uma hora por semana. Tanto o console, quanto os controles seguem em posse da família Acutis.

Até o momento não se sabe se a Santa Sé considera a possibilidade, caso o videogame seja aceito será a primeira relíquia do tipo na história.

Fonte: BrasilParalelo

Nota. A questão da instituição de santos intercessores estabelecidos pela igreja de Roma contradiz frontalmente o ministério intercessório do Senhor Jesus Cristo, como foi  bem comentado na postagem anterior. Milagres, sinais ou prodígios que supostamente dão respaldo à atitude tomada por parte do clero são na realidade enganos malignos usados para confundir e desviar as pessoas da verdade. Um estratagema que vem ocorrendo no decorrer da história e tem se intensificado no tempo do fim.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Jesus ascendeu ao céu para ser nosso sumo sacerdote

 


Quando Jesus ressuscitou e ascendeu ao céu, Sua missão não terminou. Pelo contrário, iniciou-se uma fase essencial da obra da salvação: o ministério sacerdotal de Cristo no Santuário Celestial. A Bíblia afirma claramente que Ele não voltou ao céu para descansar, mas para cumprir uma função especial em favor da humanidade, intercedendo por aqueles que confiam em Seu sacrifício.

O apóstolo Pedro declarou:

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (Atos 3:19).

Aqui vemos que o perdão e o apagamento dos pecados não são apenas um ato momentâneo no Calvário, mas um processo contínuo ligado ao ministério de Cristo no céu. Se há o “apagamento” dos pecados, é porque existe uma obra mediadora em curso, na qual Jesus, como sumo sacerdote, aplica os méritos de Seu sangue aos que se arrependem.

O livro de Hebreus aprofunda esse tema:

  • “Temos um grande sumo sacerdote que penetrou nos céus, Jesus, o Filho de Deus” (Hebreus 4:14).

  • “Cristo entrou... no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (Hebreus 9:24).

  • “Ele vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25).

Esses textos mostram que o Santuário Celestial é o ambiente real onde Jesus ministra atualmente. O tabernáculo terrestre, construído nos dias de Moisés, era apenas uma figura do verdadeiro. Agora, no céu, Cristo executa a obra final da redenção, apresentando diante do Pai Seu sacrifício perfeito e assegurando perdão, vitória e esperança para Seu povo.

Entretanto, o inimigo de Deus sempre tentou obscurecer esta verdade. Ao longo da história, especialmente a partir da formação do sistema religioso centralizado em Roma, surgiram inúmeros falsos intercessores: santos mortos invocados, Maria colocada como “mediadora” e sacerdotes humanos apresentados como canais necessários para chegar a Deus. Tudo isso desviou os olhos de milhões de pessoas do verdadeiro ministério de Cristo.

A Escritura, porém, é clara:

“Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1 Timóteo 2:5).

Esse ensino evidencia a estratégia do maligno: substituir o sacerdócio celestial de Cristo por imitações humanas que escravizam a fé. Assim, a mensagem do Santuário Celestial torna-se fundamental para restaurar a confiança no único Intercessor verdadeiro.

Portanto, compreender que Jesus ascendeu ao céu como nosso sumo sacerdote é reconhecer que hoje Ele está ativo, trabalhando em favor de Seus filhos. Ele não está em repouso, mas em plena obra de amor, intercedendo, perdoando e preparando-nos para a vida eterna. Ao fixarmos nossos olhos no Santuário Celestial, lembramos que nossa salvação está segura em Cristo, e que nenhuma tradição humana pode substituir o poder de Sua mediação.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

O 2º mandamento (não imagens/idolatria) e o 4º (sábado) no NT

 Embora a proibição da idolatria e do culto a imagens esteja mais explicitamente enunciada no Antigo Testamento (por exemplo, Êxodo 20:4, 5; Deuteronômio 5:8, 9; Isaías 42:8), o Novo Testamento também reafirma de maneira clara esse princípio, mesmo que com outra linguagem.

Vejamos alguns textos:

  • 1 João 5:21 – “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.”
    Aqui João encerra sua carta com uma advertência direta e abrangente contra qualquer forma de idolatria, incluindo imagens.
  • Atos 17:29 – Paulo, no Areópago de Atenas, afirma: “…não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem.”
    Ou seja, Paulo nega explicitamente que Deus possa ser representado por imagens materiais.
  • Romanos 1:22, 23, 25 – Paulo descreve a degeneração da humanidade: “…mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis… e adoraram e serviram à criatura em lugar do Criador.”
    Aqui vemos o princípio central: transformar coisas criadas em objeto de culto é uma perversão da adoração verdadeira.
  • 1 Coríntios 10:14 – “Portanto, meus amados, fugi da idolatria.”
    Paulo alerta que qualquer prática de idolatria, incluindo a adoração de imagens, é incompatível com a fé cristã.
  • Apocalipse 9:20 – “Os outros homens, que não foram mortos por essas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar.”
    Este texto mostra claramente que o culto a imagens é denunciado como idolatria e rejeitado no juízo de Deus.

Conclusão:
Embora o Novo Testamento não repita literalmente a fórmula do segundo mandamento (“não farás para ti imagem de escultura…”), ele reafirma com toda clareza que a adoração de imagens ou ídolos é proibida e contrária à adoração ao Deus vivo.

No caso do sábado, o Novo Testamento também não o repete em forma de mandamento (“lembra-te do dia de sábado para o santificar”), mas mostra pela prática e por alusões que ele continuava a ser observado pelos cristãos:

  • Jesus guardava o sábado (Lc 4:16) e afirmou que o sábado foi feito “por causa do homem” (Mc 2:27), ou seja, como bênção universal, não apenas para os judeus.
  • As mulheres que prepararam o corpo de Jesus “no sábado repousaram, segundo o mandamento” (Lc 23:56). Note que Lucas, escrevendo décadas depois da cruz, ainda chama o sábado de “mandamento”.
  • Paulo tinha o costume de ir à sinagoga aos sábados para pregar (At 17:2; 18:4), e em Atos 16:13 procurou um local de oração no sábado.
  • O sábado aparece em conexão com a criação e com a redenção (Hb 4:4-9), sendo chamado de “um descanso sabático para o povo de Deus” (sabbatismos, em grego).

Assim:

  • A idolatria é explicitamente proibida no NT com repetição clara das ordens.
  • O sábado não aparece em forma de proibição ou novo mandamento, mas é confirmado pela prática de Jesus, dos discípulos e da igreja apostólica, além de ser teologicamente fundamentado na criação e na redenção.

Imagens e sábado no NT: quadro comparativo

TemaTratamento no ATTratamento no NTExemplos de textoForma de reafirmação
Imagens / IdolatriaProibição direta nos Dez Mandamentos: “Não farás para ti imagem de escultura…” (Êx 20:4-5; Dt 5:8-9).Reafirmação explícita e repetida da proibição de adorar ídolos ou imagens.At 17:29 – “Não devemos pensar que a Divindade é semelhante a ouro, prata ou pedra, trabalhados por arte e imaginação do homem.”
1Co 10:14 – “Fugi da idolatria.”
1Jo 5:21 – “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.”
Ap 9:20 – condena quem adora ídolos.
Repetição clara: o NT proíbe a idolatria de modo direto, confirmando e ampliando o mandamento.
SábadoMandamento do Decálogo: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20:8-11; Dt 5:12-15). Fundado na criação e na redenção.Não aparece em forma de ordem repetida, mas é confirmado por exemplos, alusões e fundamentos teológicos.Lc 4:16 – Jesus tinha o costume de guardar o sábado.
Mc 2:27, 28 – “O sábado foi feito por causa do homem… o Filho do Homem é Senhor do sábado.”
Lc 23:56 – mulheres repousaram no sábado “segundo o mandamento”.
At 17:2; 18:4 – Paulo pregava no sábado.
Hb 4:9 – “Resta um repouso sabático (sabbatismos) para o povo de Deus.”
Reafirmação por prática e teologia: Jesus, discípulos e igreja primitiva guardavam o sábado; fundamentação na criação e no descanso escatológico.

A IDENTIDADE DO POVO REMANECENTE Pr Alberto Tim


 

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Estudo alerta que qualquer quantidade de álcool aumenta risco de demência

 

O estudo concluiu que quanto mais álcool se consome, maior é o risco de demência.

O consumo de álcool aumenta o risco de demência, independentemente de as pessoas terem predisposição genética para a condição neurodegenerativa, sugere um novo estudo de grande escala.

Esta é a mais recente investigação a confirmar que até um consumo moderado de álcool pode representar riscos para a saúde.

Apesar de algumas notícias indicarem alegados benefícios de se beber em pequenas quantidades, a pesquisa tem demonstrado repetidamente que nenhuma quantidade de álcool é segura para a saúde.

“Para qualquer pessoa que escolha beber, o nosso estudo sugere que um maior consumo de álcool leva a um maior risco de demência”, afirmou, em comunicado, Stephen Burgess, investigador na Universidade de Cambridge.

O estudo, publicado na revista BMJ Evidence-Based Medicine, incluiu cerca de 560 mil pessoas no Reino Unido e nos Estados Unidos, acompanhadas ao longo de vários anos, bem como dados genéticos de cerca de 2,4 milhões de pessoas.

Na primeira parte do estudo, os investigadores perguntaram às pessoas quanto bebiam e depois determinaram a relação entre álcool e os riscos de demência. Analisaram também marcadores genéticos ligados ao consumo de álcool para considerar o seu efeito cumulativo ao longo da vida.

Quanto maiores os riscos genéticos associados ao álcool, maiores os riscos de demência, concluiu o estudo.

Se alguém beber três bebidas por semana, por exemplo, terá uma probabilidade 15% maior de desenvolver demência do que alguém que beba uma bebida por semana.

“A evidência genética não oferece suporte para um efeito protetor [do álcool] – na verdade, sugere o contrário,” disse Anya Topiwala, uma das autoras do estudo e investigadora clínica sénior na Universidade de Oxford.

O estudo, porém, não prova conclusivamente que o consumo de álcool causa demência, "apenas que os dois estão interligados", alertou Tara Spires-Jones, diretora do Centro para Ciências do Cérebro na Universidade de Edimburgo, que não fez parte do estudo.

No entanto, “trabalhos fundamentais em neurociência mostraram que o álcool é diretamente tóxico para os neurónios no cérebro,” acrescentou em comunicado.

Numa investigação, onde foram utilizados exames cerebrais, os investigadores descobriram que a ingestão de uma ou duas unidades de álcool por dia estava associada a reduções no volume do cérebro e a alterações na sua estrutura, o que pode levar à perda de memória e à demência.

Os autores do estudo mais recente afirmaram que as suas conclusões somam-se ao crescente conjunto de evidências que mostram que eliminar o álcool pode trazer benefícios significativos para a saúde.

“Reduzir o consumo de álcool na população pode desempenhar um papel significativo na prevenção da demência,” conclui Anya Topiwala, uma das autoras.

Fonte: Euronews