Recentemente o jornal The Washington Post publicou uma matéria na qual o autor, Michael J. Coren, <veja aqui> faz uma exaltação pessoal do repouso sabático, bem como uma explanação histórica da guarda deste dia tanto por judeus como por cristãos.
O autor começa fazendo um relato de como se sente beneficiado ao encerrar toda sexta-feira o seu trabalho e a partir dali, por 24 horas, estar desligado de toda atividade laboral, inclusive de mídia social e noticiários. Declara que teve que lutar contra o hábito de querer estar sempre em atividade, mas que agora sente um benefício enorme em poder restaurar suas energias através do repouso sabático.
O texto continua apresentando um apanhado histórico do repouso sabático no decorrer das épocas, bem como destacando as vantagens em se praticar a guarda de um dia na semana como meio de aliviar o excesso de consumo e consequente agressão à natureza e ao ambiente.
"Durante milénios, as religiões consideraram este descanso ritual como uma necessidade espiritual. No entanto, o clero argumenta agora que esta prática, seja num contexto secular ou religioso, pode ajudar a redirecionar as sociedades mundiais para longe das alterações climáticas catastróficas. Na sua opinião, é tão essencial para o futuro como qualquer tecnologia de energia limpa ou veículo eléctrico."
"Um dia de descanso partilhado, no mínimo, poderá abrandar o ritmo de consumo, reduzir as emissões ou aliviar o fardo de tantas pessoas que trabalham exaustivamente aos fins-de-semana. Mas abrandar, mesmo que por um dia, também pode estar no cerne de uma mudança cultural que convença a sociedade de que um modo de vida mais sustentável não é apenas bom para o planeta, mas também para eles."
O texto enfatiza detalhes históricos sobre o repouso sabático pelo povo judeu, passando a descrever o seu significado para o mundo cristão. Neste tópico apresenta a abordagem do Papa Francisco em sua encíclica Laudato Si.
“O domingo, como o sábado judaico, deve ser um dia que cura as nossas relações com Deus, conosco próprios, com os outros e com o mundo”, escreve Francisco. “...Temos a tendência de rebaixar o descanso contemplativo como algo improdutivo e desnecessário, mas isso significa acabar com o que há de mais importante no trabalho: o seu significado.”
O autor também traz o comentário da rabina Laura Bellows de Dayenu, uma organização que mobiliza a comunidade judaica dos Estados Unidos para enfrentar a crise climática.
“O Shabat é uma das coisas mais radicais que você pode fazer”, diz Bellows, que credita o ritual por evitar o esgotamento. “Uma das razões pelas quais temos uma crise climática neste momento é o produto da desconexão, o resultado da subvalorização da vida, especialmente da vida não humana. O Shabat é um momento para lembrar que não somos máquinas; podemos ser humanos com todas as outras vidas. Esse tipo de conexão é o que impulsiona os movimentos ambientais e climáticos.”
O autor fala das leis dominicais conhecidas como "leis azuis", implantadas nos Estados Unidos no século XIX, informando que o Supremo Tribunal dos EUA afirmou em 1884 que estas serviam uma missão social vital de “proteger todas as pessoas da degradação física e moral que advém do trabalho ininterrupto." Esta decisão foi reafirmada pelo tribunal na década de 1960.
O articulista continua expondo os benefícios de um "sábado verde" ou "domingo climático" como viável e necessário para a sociedade atual. Cita os movimentos que defendem a ideia, como o Projeto Green Sabbath. Muitos estão implementando um Shabat tecnológico, evitando telas por 24 horas. A Cidade do México e Bogotá estão aos domingos entregando suas ruas ao uso dos ciclistas e pedestres. Coren conclui seu texto sugerindo que a questão climática não será resolvida só por imposição de leis, mas também por novas abordagens culturais e espirituais.
Com certeza a questão do repouso semanal será cada vez mais valorizada até se tornar algo impositivo à sociedade. Uma questão que não podemos esquecer é que o verdadeiro dia de descanso é sábado, conforme estabelecido pelo Criador ao completar sua obra. No entanto no decorrer da história do grande conflito, Satanás buscou substituir este dia por um dia de adoração pagã, o dia do Sol. Agora este falso sábado desvia o sentido original do verdadeiro, retomando seu valor ou importância sob a ótica da valorização da natureza e da preservação do ambiente. A história do grande conflito foi marcada pela luta entre o falso e o verdadeiro, entre o que é estabelecido por Deus e o que é colocado pelo homem em substituição à Sua vontade. E assim será até a segunda vinda de Jesus. Aos fiéis cabe manter o verdadeiro e fazer valer em suas vidas a real vontade de Deus.
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