Ser discípulo de Cristo exige fé, paciência e discernimento. Caminhamos recebendo toda sorte de informações e estímulos que nos deixam expostos a ciladas e distrações. Se manter no caminho é o desafio para o cristão atual.
Na noite da próxima terça (24), quando o papa Francisco abrir a chamada porta santa da basílica de São Pedro, no Vaticano, estará oficialmente inaugurado o Jubileu 2025, um ano especial para os católicos em que as chamadas indulgências poderão ser recebidas.
A esta altura é possível que você tenha se lembrado das aulas de história na escola, mais especificamente daquela parte em que se estuda a reforma protestante e toda a questão encabeçada pelo monge Martinho Lutero (1483-1546) contra a venda das indulgências. A crítica, naquela época, era que a Igreja estava comercializando vagas no céu.
De forma simplificada, indulgência é mais ou menos isso mesmo. A diferença é que, agora, ninguém está vendendo nada. "A indulgência é uma prática relacionada ao perdão dos pecados", diz à BBC News Brasil o sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, ex-coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e editor do jornal O São Paulo, da Arquidiocese de São Paulo.
Na crença católica, se o perdão dos pecados é recebido com o sacramento da confissão — que pode ser repetido quantas vezes o fiel desejar —, a culpa ou a dívida só é completamente paga depois de um período de purificação póstumo.
A indulgência é uma maneira de garantir esse benefício divino em vida — ou seja, um salvo-conduto para o paraíso. "Na realidade existe um pagamento da pena ligada ao pecado cometido", explica à BBC News Brasil a vaticanista e historiadora do catolicismo Mirticeli Medeiros, pesquisadora na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.
"Por exemplo: na confissão com um sacerdote a pessoa tem o pecado perdoado mas, principalmente em relação aos pecados mortais, existe uma dívida que fica. Esta, caso não exista a intervenção de uma indulgência plenária, será reparada somente no purgatório", esclarece ela.
Nota. É impressionante como os líderes da igreja de Roma complicaram uma questão que no Novo Testamento é fácil de entender. O Apóstolo Paulo assim expressa: "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito." (Romanos 8:1). Em vez de o crente andar preocupado com indulgências, indultos, classificação de pecados e uma parafernália de coisas criadas originalmente com o intuito de explorar os fiéis, a Bíblia nos mostra que toda a dívida que tínhamos pelos nossos pecados já foi paga por Jesus na cruz (Rom.4:26; Ef. 1:7) e já não resta nenhum sacrifício que tenhamos que fazer para obter o perdão dos nossos pecados (Heb.10:26-27).
Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas dão ênfase na chegada do reino de Deus com o ministério do Senhor Jesus Cristo. O reino de Deus chegou mas não ainda em sua plenitude. Já João dá ênfase à nova vida ou vida eterna como possibilidades imediatas, mesmo ainda não sendo realidades consumadas. No decorrer de toda a história cristã o reino de Deus se realiza no aspecto pessoal e individual dos cristãos, sendo estes os agentes que não somente anunciam a vinda do reino, como também influenciam a sociedade com os valores deste reino através de suas atitudes e comportamento.
Contudo, até que o reino de Deus se estabeleça em sua plenitude o mundo continua sendo do Maligno (I João 5:19); e as mazelas deste fato são vistas e sentidas em todas as dimensões da vida.
Jesus disse: "Tenho vos dito isto, para que tenhais paz; neste mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." (João 16:33).
Olhando o mundo hoje, após 2.000 anos da primeira vinda de Jesus, contemplamos consternados o agravamento dos conflitos, dores e sofrimentos. Conflitos não somente entre nações, mas também no aspecto individual, ideológico, político e familiar. Acentua-se o anseio pela consumação do reino de Deus, que com a volta de Jesus encerrará os dilemas e toda a problemática humana.
A escritora Ellen White também expressa o reino de Deus tanto como uma realidade presente, bem como uma manifestação futura. Alguns textos seguem abaixo:
"O reino da graça foi instituído imediatamente após a queda do homem, quando um plano foi concebido para a redenção da raça culpada. Ele então existia na intenção e pela promessa de Deus; e pela fé, os homens podiam tornar-se seus súditos. Contudo, só foi realmente estabelecido no momento em que Cristo deu Sua vida." (O Desejado de Todas as Nações, p. 234).
"Devemos viver cada dia como se estivéssemos na presença de Deus. Precisamos estar prontos para o grande dia do Senhor, porque virá como um ladrão na noite." (Eventos Finais, p. 11).
"A glória do reino de Deus será revelada no segundo advento de Cristo à terra. O Redentor virá em poder e majestade, acompanhado por miríades de anjos santos." (O Grande Conflito, p. 640).
Conclusão: Devemos viver e trabalhar pelo reino de Deus, em especial agora que sua consumação se aproxima através da breve volta de Jesus Cristo à Terra. Todos os anseios deveriam se voltar para esta realidade redentora que é almejada pelas gerações de crentes de todas as épocas.
Os cientistas estão correndo para rastrear espécies do oceano profundo antes que elas se percam, com a ajuda de fotógrafos que gostam do perigo.
Em 2010 quatro amigos, carregando 32 kg (71 lb) no valor de equipamento fotográfico, afundado sob as ondas da Baía de Sodwana, na costa leste da África do Sul. Foi então que o fotógrafo Laurent Ballesta olhou diretamente nos olhos de uma criatura que se pensava ter morrido com os dinossauros - tornando-o O primeiro mergulhador a fotografar um celacanto vivo.
"Não é apenas um peixe que pensávamos estar extinto", diz Ballesta. "É uma obra-prima na história da evolução."
"Toda vez que eles eram pegos, era muito profundo, muito profundo para as técnicas normais de mergulho na época", diz Ballesta. "Então, era apenas uma fantasia em minha mente." Mas, em 2000, Ballesta ouviu falar de um mergulhador chamado Peter Timm. "Durante um mergulho profundo, Timm encontrou um celacanto em uma caverna a apenas 120 metros de profundidade." Assim, em 2010, após um treinamento intensivo de aprofundamento, e com a ajuda de Recém-disponívelrebreather tecnologia de mergulho - o que lhe permitiria permanecer debaixo d'água por mais tempo do que era possível anteriormente - Ballesta recrutou Timm para ser seu guia.
Os celacantos vivem na zona bentônica - no fundo do mar - até 300 m (984 pés) ao longo de encostas e plataformas subaquáticas íngremes. Durante o dia, eles se reúnem em cavernas submarinas, só emergindo para se alimentar durante a noite. Foi nessas cavernas que Ballesta conheceu seu primeiro celacanto.
Curadores do Museu de História Natural
Um espécime de celacanto capturado em Grand Comoro em 1956, agora em exibição no Museu de História Natural de Londres (Crédito: Curadores do Museu de História Natural)
"[É uma] costa muito acidentada: muito swell, ondas, correntes - e tubarões", diz Ballesta. Pode ser possível morrer." E Outros ter Morreu tentando capturar este peixe indescritível em filme. No entanto, mesmo quando menino, Ballesta tinha o desejo de ultrapassar os limites da exploração oceânica. "Para ir mais fundo, por mais tempo, para explorar", diz ele. Foi esse impulso que levou Ballesta a se tornar um biólogo marinho, explorador, mergulhador profundo pioneiro e Fotógrafo subaquático multipremiado.
Nota. Acho interessante e surpreendente a postura dos evolucionistas em declarar que foi achado um fóssil vivo. Se não fosse encontrado vivo, simplesmente seria dito que o mesmo é um exemplo do processo da evolução, ou seja, que fez parte de um estágio do processo que gerou outras espécies modernas. Como foi encontrado vivo faz-se uma menção sobre a possibilidade de o mesmo ter evoluído. Afinal a espécie encontrada é um fóssil vivo ou não? A questão que surge é que assim como esta espécie encontrada outras poderiam ainda estar vivas e se estivessem poderiam ser consideradas apenas variedades diferentes e não animais que caracterizam os estágios do suposto processo da evolução das espécies.
Os países nórdicos lideram a adoção de um futuro sem transações em numerário, enquanto a Arménia, a Geórgia e a Alemanha ficam para trás, de acordo com uma análise recente.
Os países nórdicos da Europa estão mais preparados do que o resto da Europa para um futuro em que o dinheiro vivo deixará de ser utilizado nas transações, segundo uma nova análise.
O Finansplassen, um site norueguês de informação financeira, agregou dados do Banco Mundial, do Eurostat e de outros bancos de dados disponíveis ao público para analisar o grau de preparação de cada país europeu para permitir que as pessoas paguem sem dinheiro.
Avaliaram o número de caixas automáticos e terminais de pagamento disponíveis por cada 100 000 habitantes, o limite que os titulares de cartões podem gastar em compras sem contacto e o número de pessoas que efetuam operações bancárias online.
Menos ATMs significa que o país depende menos de dinheiro e um maior número de terminais de pagamento significa que existe uma "maior infraestrutura" para transferências eletrónicas, de acordo com um porta-voz da Finansplassen.
A sua análise mostrou que a Noruega é o país mais preparado para um futuro sem dinheiro: tem um dos números mais baixos de caixas automáticos e cerca de 96% da população faz operações bancárias online, de acordo com a análise.
A Finlândia e a Dinamarca ocupam o segundo e o terceiro lugares na análise, porque têm mais caixas automáticos do que a Noruega e um número ligeiramente inferior de terminais de pagamento, mas aproximadamente a mesma percentagem de pessoas que utilizam serviços bancários online.
Os Países Baixos, a Suécia, a Islândia, a Estónia, a Lituânia, Chipre e a Suíça completam o top 10 da análise, enquanto a Arménia, a Geórgia e a Alemanha são os países menos adaptados aos sistemas sem numerário.
Porquê os países nórdicos?
De acordo com o estudo, cinco dos 10 países que não utilizam dinheiro são países nórdicos.
Olle Pettersson, especialista em finanças pessoais da Finansplassen, disse à Euronews Next que os países nórdicos, em particular, consideram os sistemas sem numerário "úteis" porque ajudam a ultrapassar alguns dos desafios destes países, como a escassa densidade populacional ou as condições climatéricas adversas que tornam os pagamentos tradicionais um pouco mais difíceis.
Estes países também têm uma vantagem, continuou Pettersson, porque têm uma elevada confiança nas instituições públicas e populações pequenas, o que facilita a experimentação de novas políticas.
Em 2016, o maior banco norueguês, o DNB, pediu para deixar de usar dinheiro vivo porque estava preocupado com atividades ilegais como o branqueamento de capitais, de acordo com o Independent.
Na mesma altura, os consumidores aderiram ao Vipps MobilePay, uma "carteira móvel nórdica" que permite aos seus clientes "enviar dinheiro tão facilmente como enviar uma mensagem de texto", de acordo com o site.
Lançada em 2015, a Vipps MobilePay conta agora com 11,5 milhões de utilizadores na Noruega, Finlândia e Dinamarca, diz a empresa.
Nota. Esta é uma tendência que envolverá todo o mundo. No Brasil está em fase de conclusão o Drex, moeda digital que entrará em operação a partir de 2026. Contudo acende uma luz de alerta quanto ao aumento do controle do governo sobre a vida econômica dos cidadãos. Com certeza estamos rumando para uma vida cada vez mais vigiada e controlada pelo Estado. Ao ler Apocalipse 13, temos uma nítida impressão que esta profecia pode se cumprir em nossos dias, afinal todos os recursos e mecanismos necessários para tal situação estão sendo disponibilizados. É notável o fato de como as coisas se encaminham para uma situação que foi prevista há tanto tempo, ou seja, há quase dois mil anos. A palavra de Deus não falha!
A declaração final da Cúpula de Líderes do G20 foi divulgada nesta segunda-feira (18). No texto, líderes mundiais abordaram desde as mudanças climáticas até guerras e taxação de super-ricos. Leia a íntegra nesta matéria.
Nota. A angústia citada na declaração do G20 faz-nos lembrar da "angustia das nações", mencionada na Bíblia com relação aos eventos finais da história.
"Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; e na terra, angústia das nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados." (Lucas 21:25,26).
Ellen White escreveu que a angústia das nações decorre de crises econômicas, guerras e o declínio moral, culminando em uma falta de soluções humanas:
"Os poderes da Terra, em sua perplexidade, não podem encontrar alívio. Eles olham para o futuro com terror, pois estão em expectativa dos eventos que virão sobre o mundo." (Testemunhos para a Igreja, Vol. 9, p. 13).
White também destacou que os desastres naturais e o caos ambiental seriam um sinal claro do fim dos tempos:
"Estamos vivendo no meio da crise dos séculos. Em rápida sucessão, juízos divinos estarão caindo sobre o mundo: incêndios, inundações, terremotos, guerras, violência de todo tipo. Algo grande e decisivo está prestes a acontecer." (Eventos Finais, p. 27)
Segundo o que ela escreveu, o afastamento de Deus leva ao declínio moral e à perplexidade global. Destacou também que o egoísmo, a ambição e o desprezo pelas leis divinas colocariam as nações em conflito:
"O mundo está em confusão. Governantes e estadistas, homens que ocupam posições de confiança e autoridade, estão profundamente perplexos. Eles têm medo de alguma grande catástrofe iminente." (O Grande Conflito, p. 582).
Para os verdadeiros filhos de Deus tais eventos assombrosos não devem levar ao pânico, mas deverão lembrar sempre das ternas asas protetoras como um abrigo certo e seguro nas horas cruciais da história deste mundo.
As mudanças climáticas são reais. Cada vez mais as evidências indicam que não há espaço para o negacionismo, contudo levantam-se perguntas intrigantes e relevantes. Uma destas é sobre até que ponto o ser humano é o causador destas mudanças no ambiente natural ou se podemos reverter a situação através de recursos ou processos tecnológicos.
Uma questão que vai se evidenciando é que apesar de todos os esforços já realizados e das metas estabelecidas, como as que foram assumidas no Acordo de Paris (2015), à medida que o tempo passa esta possibilidade de reversão vai se tornando cada vez mais irrealizável. Saiba mais <aqui>.
Diante disto outra pergunta surge para os cristãos, a saber, se tais eventos estão previstos na Bíblia como sinais do fim.
A Bíblia mostra que a Terra sofre como resultado do pecado humano. Em Romanos 8:22, lemos que "toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora". A deterioração da natureza pode ser vista como uma consequência da degradação moral e espiritual da humanidade.
Também a Bíblia coloca o aumento de desastres naturais como terremotos, maremotos, incêndios e inundações como parte dos sinais dos tempos descritos na Bíblia (Mateus 24, Lucas 21, Joel 2).
Ellen White frequentemente mencionou que as catástrofes naturais são um sinal do fim dos tempos, resultado do aumento do pecado e da rejeição dos princípios de Deus. Em "O Grande Conflito", ela escreveu que desastres e calamidades são permitidos por Deus para alertar as pessoas sobre a necessidade de um retorno à obediência e reverência (O Grande Conflito, p. 589-590).
É relevante o que que Jesus falou sobre os sinais de sua volta dizendo que estes são "princípio das dores". No grego esta expressão se refere às dores de uma parturiente, o que denota um sentido de agravamento gradual em frequência e intensidade.
Trazendo isto para o contexto atual o que a Bíblia indica é que a situação não irá melhorar, mas agravar, até que o Senhor Jesus volte e traga uma nova era de paz para seus filhos.
“Muitos protestantes supõem que a religião católica não é atrativa, e que seu culto é um conjunto de cerimônias, fastidioso e sem sentido. Enganam-se, porém. Embora o romanismo se baseie no engano, não é impostura grosseira e desprovida de arte. O culto da Igreja Romana é um cerimonial assaz impressionante. O brilho de sua ostentação e a solenidade dos ritos fascinam os sentidos do povo, fazendo silenciar a voz da razão e da consciência. Os olhos ficam encantados. Igrejas magnificentes, imponentes procissões, altares de ouro, relicários com pedras preciosas, quadros finos e artísticas esculturas apelam para o amor do belo. O ouvido também é cativado. A música é excelente. As belas e graves notas do órgão, misturando-se à melodia de muitas vozes a ressoarem pelas elevadas abóbadas e naves ornamentadas de colunas, das grandiosas catedrais, não podem deixar de impressionar a mente com profundo respeito e reverência.
“Este esplendor, pompa e cerimônias exteriores, que apenas zombam dos anelos da alma ferida pelo pecado, são evidência da corrupção interna. A religião de Cristo não necessita de semelhantes atrativos para se fazer recomendável. À luz que promana da cruz, o verdadeiro cristianismo apresenta-se tão puro e adorável que decorações externas nenhumas poderão encarecer-lhe o verdadeiro valor. É a beleza da santidade, o espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.
“O fulgor do estilo não é necessariamente índice de pensamento puro, elevado. Altas concepções de arte, delicado apuro de gosto, existem amiúde em espíritos que são terrenos e sensuais. São frequentemente empregados por Satanás a fim de levar homens a esquecer-se das necessidades da alma, a perder de vista o futuro e a vida imortal, a desviar-se do infinito Auxiliador e a viver para este mundo unicamente.
“Uma religião de exibições externas é atraente ao coração não renovado. A pompa e cerimonial do culto católico têm um sedutor, fascinante poder, pelos quais são enganados muitos, que chegam a considerar a Igreja Romana como a própria porta do Céu. Ninguém, a não ser os que têm os pés firmados nos fundamentos da verdade, e o coração renovado pelo Espírito de Deus, se acha ao abrigo de sua influência. Milhares que não têm um conhecimento experimental de Cristo serão levados a aceitar as formas da piedade sem a sua eficácia. Esta é a religião que precisamente desejam as multidões.”
A recente vitória eleitoral de Donald Trump para a presidência dos EUA surpreendeu os analistas políticos e até mesmo os institutos de pesquisa. Sua vitória foi surpreendente pela larga vantagem em relação a sua concorrente Kamala Harris, apesar de tantos processos e acusações que o cercavam durante a campanha. Seria o fenômeno Trump uma simples reação da sociedade americana em função de problemas sociais e econômicos que aquela nação enfrenta?
Pelo que pesquisei vai muito além de uma reação aos problemas momentâneos. Existe uma construção ideológica que está em progresso já há alguns anos. Esta congrega, entre outras ideologias, a teologia do domínio. A teologia do domínio (ou "Dominion Theology") é uma corrente teológica presente em alguns círculos cristãos conservadores, especialmente entre certos grupos evangélicos, que defendem a ideia de que os cristãos têm a responsabilidade de “dominar” ou exercer autoridade sobre a sociedade e as instituições. A principal passagem bíblica usada é Gênesis 1:29, onde fala sobre "subjugar a terra" e "ter domínio" sobre toda a criação.
Essa teologia se desenvolveu em várias vertentes, sendo algumas delas:
Reconstrucionismo Cristão: Uma das expressões mais radicais da teologia do domínio, defendida por pensadores como R.J. Rushdoony e Gary North. Eles propõem que a sociedade deve ser organizada com base nas leis do Antigo Testamento, promovendo mudanças nas leis civis, econômicas e educacionais de acordo com princípios bíblicos. Em sua forma extrema, o reconstrucionismo busca substituir o sistema legal secular por um sistema baseado na lei bíblica.
Sete Montanhas de Influência: Um movimento mais recente que promove a ideia de que os cristãos devem influenciar as “sete montanhas” da sociedade: governo, educação, economia, mídia, religião, família e entretenimento. Esse movimento tem ganhado espaço entre algumas lideranças evangélicas americanas e defende a ocupação desses setores para "preparar o caminho" para o Reino de Deus.
Nacionalismo Cristão: Relacionado à teologia do domínio, o nacionalismo cristão defende uma visão em que os valores e a identidade cristã devem ser protegidos e promovidos no âmbito nacional, o que implica, para alguns, uma união entre identidade nacional e religiosa.
Embora esta teologia ainda não tenha ganhado adesão de forma ampla entre as denominações cristãs nos Estados Unidos, em virtude daqueles que temem o fim da separação entre Igreja e Estado, ela vem ganhando espaço na liderança evangélica conservadora daquela nação. E aí surge um indicativo do que poderá acontecer no futuro com relação ao governo e a política.
Pode ser considerado por alguns que a aproximação do governo com setores religiosos seja algo positivo. Trump prometeu abrir um escritório de fé junto à Casa branca para atender aos pastores e outros líderes religiosos. Mas lembremos do que foi no passado a união da Igreja com o Estado, com certeza esta ligação trará, em algum grau, riscos ao pluralismo, podendo transformar o governo em um agente de uma determinada doutrina religiosa. As lições do passado indicam que pode resultar em políticas públicas que refletem dogmas religiosos específicos, em vez de serem baseadas em princípios universais de justiça e igualdade.
Ellen White, ainda no século XIX, previu uma amalgamação entre igreja e estado na América do Norte.
"Quando as igrejas protestantes buscarem o apoio do braço secular, então haverá uma formação de imagem à besta; e assim as igrejas protestantes deverão sofrer a indignação e a punição de Deus” (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 366).
Diferentes analistas tem considerado esta eleição americana como um ponto de inflexão no desenvolvimento político dos EUA que terão consequências e mudanças muito significativas para as demais nações do mundo. Podemos, com certeza, afirmar que estas mudanças tem relação com o cumprimento profético do Apocalipse.
Na época em que vivemos, as pessoas dizem sentir, ao mesmo tempo, sede de Deus e fastio da igreja. No passado, juntava-se a “fome à vontade de comer”. Hoje, porém, essas duas coisas parecem quase o oposto uma da outra. Por isso, são muitos os que optam por viver, cada vez mais, uma religião própria, solitária, individualista, pouco ou nada dogmática e fechada em si mesma; daquelas que dispensam a necessidade de prestar contas de sua vida a alguém. Talvez essa seja uma nova forma de exercício da liberdade, um jeito pós-moderno de garantir a privacidade e o bem-estar neste mundo hipervigiado, invasivo, saturado de informação e, de muitas maneiras, opressor. A religiosidade praticada nas pequenas aldeias e vilas de antigamente não é mais bem-vinda na grande aldeia global que o planeta se tornou. Esse brado por independência ou morte tem, de fato, ajudado a matar a religião que, historicamente, dependia de uma estreita convivência entre os fiéis para funcionar, qualquer que fosse a denominação.
Em contrapartida, nas igrejas de nosso tempo, ao menos nas grandes cidades e nas congregações maiores, os membros tendem a manter uma “distância segura” uns dos outros, apostar em relacionamentos superficiais, caprichar na aparência pessoal, investir em eventos de alto nível, orbitar em torno de figuras de prestígio, superestimar os talentos artísticos de alguns e menosprezar a força dos pequenos atos de amor de todos juntos no cumprimento da missão de Cristo. Essa fórmula traz como resultado o fastio de igreja, ou seja, a sensação, justificada ou não, de que congregar seja algo irrelevante para o cultivo de uma espiritualidade genuína ou, na melhor das hipóteses, algo semelhante a uma sobremesa saborosa, mas que, infelizmente, não alimenta a alma faminta e carente de salvação.
É nesse contexto que encontramos os desigrejados, um grupo de crentes que dispensa a convivência com outros crentes pelo receio de perder ou prejudicar a própria fé no contato com a fé dos demais. Os desigrejados não desejam nem se sentem preparados para se expor a esse risco. Preferem evitar conflitos e conviver pacificamente com todos, ainda que isso ocorra sem a partilha do pão, sem a entrega do tempo, sem o serviço ao necessitado, sem o alinhamento das ideias, sem o exercício diário do perdão ou, talvez, terceirizando tudo isso, para que haja mais comodidade e eficiência afinal. Os desigrejados amam a Deus, mas não a família de Deus. Gostam da cereja do bolo, mas preferem jogar o restante fora sob a alegação de que precisam se manter “em forma”. Sentem que Deus é acolhedor, mas a igreja não; que Deus é amorável, mas a igreja não; que Deus não lhes pede nada, mas que a igreja é exigente demais. Então eles colocam a religião num baú e a deixam lá, guardada. Eles abraçam a espiritualidade, algo que é bem mais amplo que religião, porém bem menos preciso e palpável também. Dizem que ser espiritual e ser religioso são coisas incompatíveis, e optam por ser espirituais, não importando exatamente o significado disso na prática. Cada pessoa terá que decidir por si mesma, argumentam. Afinal, a salvação é individual.
Os desigrejados sentem que não precisam do pão que a igreja oferece. Os ex-igrejeiros, por sua vez, sentem falta do pão que a igreja foi, mas que deixou de ser; então decidem fazer jejum
É também nesse contexto que encontramos os ex-igrejeiros, ou seja, aqueles que um dia foram exímios frequentadores de igreja, mas que hoje já não são, embora se mantenham na fé. Trata-se de um grupo novo, porém crescente, quase desconhecido, pouco estudado e absolutamente curioso e interessante. Eles também são crentes que evitam o “excesso de igreja”. E têm razão de sobra para isso! A diferença é que eles a desejam ardentemente e, ao mesmo tempo, a evitam sistematicamente. É contraditório, mas é real. Eles são fruto de uma espécie de “amor bandido”, que atrai e repele ao mesmo tempo; que agrada e decepciona; que encanta e entristece, pois se parece demais com as relações de amor e ódio que muitos de nós já vivemos ou vimos alguém viver, e cuja sorte lamentamos. Os ex-igrejeiros sentem que o modelo de igreja que predomina hoje está longe do ideal, e tal modelo, de modo nenhum satisfaz a sede de sua alma. Em função disso, eles se tornam altamente seletivos e vivem à caça de líderes que inspirem, comunidades que acolham, iniciativas que funcionem e experiências impactantes que os façam reviver a essência do evangelho bíblico. Neles, fome e fastio convivem, como ocorreu com Israel quando, no deserto, rumo a Canaã, o povo recebeu de Deus o maná. Provavelmente estivessem agradecidos por não passar fome no deserto, mas, ao mesmo tempo, se queixaram daquele “pão vil”.
Os desigrejados sentem que não precisam do pão que a igreja oferece. Os ex-igrejeiros, por sua vez, sentem falta do pão que a igreja foi, mas que deixou de ser; então decidem fazer jejum. O primeiro grupo se destaca pela religiosidade intimista, solipsista, anti-institucionalizada. O segundo grupo é fruto da desilusão, do saudosismo e de um idealismo ambíguo, que bebe do passado, mas não consegue assimilar o presente nem construir o futuro. Como esses dois grupos tornarão a encontrar o caminho de volta à igreja? Eis a pergunta que não quer calar. Obviamente, a resposta não é fácil. Mas se conseguissem se reintegrar, os ex-igrejeiros poderiam revolucionar a igreja e ajudar a reavivá-la, uma necessidade bem real em muitos lugares. O desafio deles, porém, é reavivar primeiramente a si mesmos e entender que ainda têm um dever a cumprir, uma visão a compartilhar e um legado a transmitir. E só conseguirão ter sucesso se descobrirem o jeito de fazer isso sem o peso da autoridade que um dia exerceram e que já não conseguirão recuperar, porque os tempos mudaram. Os desigrejados, por sua vez, pouco têm a oferecer à comunidade de fé além de sua ausência, sua crítica e seu desdém. O que encontram na igreja é, em certa medida, um pouco daquilo que eles mesmos oferecem. Se, porém, aprenderem a plantar outro tipo de semente, não é garantia, mas talvez possam colher frutos diferentes.
Finalmente, há um terceiro e último grupo envolvido na problemática: o dos igrejados. É para eles que este artigo foi escrito. Seremos capazes de manter abertas as portas da igreja para os outros dois grupos? Se eles vierem, ou melhor, quando eles vierem, estaremos preparados para recebê-los como irmãos? Ou desejaremos trocar de posição com eles? O que Jesus teria a nos ensinar sobre o assunto se nós, humildemente, O buscássemos com disposição e fervor? Reflita e decida. Agora é com você.