domingo, 21 de maio de 2023

O Perigo do Secularismo !

 


    Analisando o secularismo pelo contexto histórico, pode-se dizer que há algo de positivo, em especial considerando a separação entre igreja e estado, ou seja o laicismo. No entanto analisando no sentido prático da fé, o secularismo está na raiz do abandono da fé e dos valores espirituais na presente época. Um fenômeno que tem se estendido a partir da Europa para as demais regiões do mundo, se caracterizando pela perda de interesse em questões religiosas, ou mais especificamente nas atividades da igreja. Irei expor três tópicos que são basilares na análise em questão.

1) O homem no centro do mundo. Esta é a ideia central do Humanismo, corrente de pensamento que floresceu no período de transição entre a Idade Média e Moderna, coloca os ideais de valorização humana nos campos: filosófico, moral e estético. O relativismo moral é fruto deste movimento, que surgiu na esteira de pensadores inspirados no Iluminismo e potencializados pelo Evolucionismo e Ateísmo. Hoje os ambientes acadêmicos e a mídia em geral tem sido instrumentos de disseminação desta forma de pensamento. Por outro lado esta visão tem criado uma certa aversão ao chamado Fundamentalismo religioso, que no âmbito cristão se constitui por aqueles que fazem uma leitura literal da Bíblia, ou seja, não de forma alegórica, são considerados assim os que acreditam na semana da Criação, no dilúvio de Noé e na literalidade dos milagres relatados. Depois de minada a confiança no texto bíblico a fé e o zelo característico e necessário ao crente  se esvai naturalmente. Aí se concretiza o processo de apostasia ou abandono da vida religiosa que é fato recorrente na atualidade.

2) O prazer como um fim em si mesmo. Esta é outra  ideia que tem influenciado e determinado o comportamento de nossos dias. Uma visão inspirada no Hedonismo, corrente de pensamento que surgiu na Grécia antiga que coloca o prazer como bem supremo ou condição que dá sentido para a vida ou existência humana. A busca pelo prazer na presente época tem se colocado como um ídolo moderno. A idolatria ou a adoração a falsos deuses condenada na Bíblia em relação ao antigo Israel é expressa hoje, na sociedade atual, por formas mais sutis, no entanto igualmente ofensivas a Deus. Ao se colocar no centro, retirando de Deus o lugar devido, não Lhe rendendo adoração e louvor, o homem se coloca como seu próprio deus. Este é um fator de desiquilíbrio que causa frustração e tédio, pela constante e insuficiente tentativa de agradar a si mesmo. Um vazio existencial tem se instalado decorrente do quadro anteriormente descrito. Já falou Fiodor Dostoieviski, que há no homem um vazio do tamanho de Deus. Para preencher este vazio há, por vezes, tentativas malogradas, seja por vícios ou por outras coisas de efeito temporário ou superficial. A fuga de Deus, proposta por ateus e secularistas que veem na religião um aglomerado de amarras comportamentais,  se revela na verdade não  na solução para a verdadeira realização humana, mas num desvio dela.

3) Baseado no tópico anterior, se verifica a influência anestesiante do secularismo em relação as necessidades espirituais do homem. Uma  acomodação inebriante proporcionada pelos recursos tecnológicos disponíveis ou confortos proporcionados nos dias atuais, tem se constituído em fator de distração e esfriamento da fé. Nesta análise vê-se o caráter sutil e capcioso do secularismo, primeiramente em minar a fé e depois em conduzir a um desvio alienante. Pois leva a uma forma paralela de encontrar o sentido da vida fora de Deus.  Nesta esteira vem diferentes propostas, como a Nova Era ou movimento New Age, com o lema "paz sem Cristo". O cuidado do cristão na presente época é não deixar se envolver ou ser seduzido por alguma destas propostas. Parece que no tempo do apóstolo Paulo já havia formas semelhantes de desvio da fé, como o citado abandono de Demas da causa missionária para desfrutar os prazeres do "presente século".  Paulo fala das vãs conjecturas nas palavras: "Pois virá o tempo que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo seus próprios desejos." (II Timóteo 4:3).

     No contexto atual descrito anteriormente, há uma proclamação apocalíptica, tentando despertar as pessoas para a verdadeira adoração, que aponta para o Criador como o único ser digno de recebê-la. Também anuncia a necessidade de preparo para a segunda vinda do Senhor Jesus. 

"E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória; porque é vinda a hora de seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas." Apocalipse 14:6-7.

      Esta é uma proclamação de despertamento, tentando alertar os habitantes da Terra sobre a verdadeira adoração e a necessidade de preparo espiritual diante do iminente retorno de Jesus à Terra.


Aguinaldo Carvalho da Silva

  

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