segunda-feira, 19 de junho de 2023

As profecias no tempo do fim, assustam ou revigoram?

 


       As vezes ouço comentários acerca dos dias finais da história deste mundo e de como será difícil suportar todas as circunstâncias que  se apresentarão nesta ocasião. Sinceramente este assunto realmente traz uma certa preocupação a todo cristão que estuda a Bíblia e conhece as profecias acerca do tempo do fim. Mas por outro lado, há um certo estímulo ao se perceber que as coisas estão ocorrendo conforme o script  profético da Bíblia, ou seja, conforme previram as profecias escatológicas.

      Se as coisas estão ocorrendo conforme a revelação, é porque a Bíblia é verdadeira e os que nela creem não estão perdendo tempo, mas estão num caminho seguro. Esta inferência serve de alento constantemente para o crente, um reforço a nossa fé e zelo pelas coisas espirituais. No início da igreja cristã o fervor era intenso, com certeza o apego à palavra da Escritura e os fatos que mostravam seu cumprimento naqueles dias foi determinante nesta experiência. Jesus predisse sua morte e ressurreição e isto aconteceu, Jesus instruiu quanto ao revestimento de poder pela atuação do Espírito Santo e isto ocorreu no Pentecostes (Atos 2). Jesus previu quanto às provas e perseguições e isto aconteceu cabalmente. Jesus falou quanto a destruição de Jerusalém e do templo e isto também ocorreu com exatidão no ano 70 d.C.

    O sentimento que pairava nos corações dos primeiros discípulos era de que deviam ser fieis, pois não havia porque duvidar, tudo confirmava as palavras de Jesus e sua palavra se cumpria à risca. No momento final da história deste mundo ou nos dias que antecedem este momento, a experiência é semelhante a dos primeiros cristãos, que viram grandes eventos e experimentaram muitas bênçãos de Deus. Se vemos hoje terremotos, fomes e pestes serem um indicativo da breve volta de Jesus (Mateus 24), outros eventos mais específicos  confirmam ainda mais que Apocalipse 13 está para se cumprir em nossos dias  e que já não falta muito para a consumação dos séculos.

    Com certeza as agruras que os cristãos hão de passar são assustadoras. Deixar de comprar ou vender designa uma perda de direitos civis fundamentais à subsistência, principalmente se tratando de uma sociedade capitalista, com alto grau de controle do Estado e numa complexa conjuntura econômica e  financeira. Mais do que isto a percepção de que pode faltar o sustento básico material, como água, comida e abrigo, mexe com os instintos básicos e o senso de autopreservação.  Diante deste quadro só aqueles que estiverem com a fé avivada poderão permanecer firmes. A percepção de que estão correndo por dentro na jornada espiritual será o grande alento.

    Quando estudo as profecias de Daniel e Apocalipse e percebo nos fatos que estão ocorrendo na atualidade o desenrolar profético e o cumprimento dos eventos finais, sinto-me fortalecido e revigorado. Sinto na realidade o impulso de aprofundar ainda mais minha relação com Deus, buscar o aperfeiçoamento ou santificação que ainda não vivenciei. Olhar para trás, no sentido de se render ao desânimo, acomodar-se diante dos prazeres e distrações da vida parece não ser uma boa opção.

    Como um atleta que percebe a aproximação da linha de chegada e parte para o sprint final, assim deveria ser o cristão que está vivendo no tempo atual. Olhar para trás como fez a mulher de Ló, é rumar para a derrota. O apóstolo Paulo mesmo sabendo que seus dias estavam chegando ao fim, era reanimado pela certeza de que havia combatido o bom combate e guardado a fé (II Tim. 4:7-8). Ele olhava para trás no bom sentido, ou seja, em ver que sua trajetória, mesmo marcada por lutas e privações, era vitoriosa. 

    Este sentimento deve estar, em alguma medida, no coração dos filhos de Deus nesta época. A sensação de que mesmo não sendo perfeito, tenho um vínculo com Deus que me torna alcançado por sua graça. Que apesar dos fracassos e lutas, estou rendido ao Espírito Santo a ponto de desprezar os ídolos e a meu próprio egoísmo.  Isto não deve ser apenas uma sensação, mas uma convicção nutrida pela fé.

    Não temos a revelação da data da volta do Senhor Jesus, portanto não temos a convicção plena de que Ele virá em nossa época, mas a cada dia vemos fatos grandiosos que estão mudando o curso da história se desencadearem diante de nós. Estamos acompanhando uma guerra que mudará a configuração da geopolítica mundial. Possivelmente decorrerão outros acontecimentos em rápida sucessão que culminarão com os eventos finais. Não sabemos isto com exatidão, mas uma coisa é certa: tudo isto deve nos empurrar para cima , no sentido de aumentar a nossa fé e o desejo de se encontrar com o Autor da história.

"Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará." Habacuque 2:3.


Aguinaldo C. da Silva


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