sexta-feira, 11 de agosto de 2023

O Último Império

 


    Como estudioso das profecias escatológicas, percebo um cumprimento profético  no cenário geopolítico atual. O  Apocalipse, capítulos 13 e 17, nos mostra que no cenário final da história deste mundo haverá um alinhamento de nações (reis),  que  em comum acordo com a Besta irão reger as nações por um certo período de tempo. Minha observação  confrontava com diversas dificuldades  no sentido de isto vir a ocorrer em nosso tempo. Em especial considerava a falta de unidade ideológica necessária para uma coalisão política na forma descrita pela profecia bíblica. Na minha avaliação não via como um centro unipolar pudesse tomar conta do mundo no sentido de impor sansões coercitivas, mas de repente tudo começou a mudar.  

    Durante  séculos houve um cenário de multipolaridade na geopolítica global. Até o início do século XX a política entre as nações foi marcada por alianças e acordos entre as potências ou impérios, que determinava o jogo de poder e a estabilidade alcançada naquela fase da história. O quadro passou a se alterar depois da segunda guerra mundial, estabelecendo-se uma bipolaridade geopolítica entre os EUA  e  a URSS, período marcado pela guerra fria. Com o final da União  Soviética, os Estados Unidos da América passaram a exercer um domínio hegemônico no mundo. A partir da segunda década deste século este domínio passou a ser questionado ou ameaçado por potências emergentes como China e Rússia. No entanto, hoje percebe-se que a hegemonia americana se manterá ainda por algum tempo, fortalecendo-se na atualidade os laços políticos entre EUA e as potências da Europa. Contrariamente ao que pretendia Rússia e China, a invasão da Ucrânia pela Rússia  revitalizou a OTAN e fortaleceu os laços das nações do Ocidente. 

    Por uma série de razões, percebe-se a necessidade de um governo global no mundo, isto é o que  dizem diferentes personalidades e lideranças da atualidade. Isto parece ser algo inevitável num futuro próximo. Há muitos problemas que exigem uniformidade de ações e isto demanda imposições que interfiram na soberania dos povos. Pelo rumo que vai tomando o cenário geopolítico atual percebe-se quem são os atores deste grande cumprimento profético. Há um alinhamento ideológico muito forte entre as lideranças democratas estadunidenses, o Papa Francisco e várias lideranças globalistas europeias, saiba mais <aqui>. O pensamento comum destas lideranças está ganhando força nas  reuniões de cúpulas e fóruns representativos. Os planos e projetos para atender as questões cruciais hoje no mundo, seja no aspecto ambiental, econômico ou político, são idealizados e propostos por este núcleo de poder.

    Ellen White, em seus dias ainda no século XIX,  escreveu o seguinte: "Mostrou-se que os Estados Unidos são o poder representado pela besta de chifres semelhantes aos do cordeiro, e que esta profecia se cumprirá quando aquela nação impuser a observância do domingo, que Roma alega ser um reconhecimento especial de sua supremacia. Mas nesta homenagem ao papado os Estados Unidos não estarão sós. A influência de Roma nos países que uma vez já lhe reconheceram o domínio, está ainda longe de ser destruída. E a profecia prevê uma restauração de seu poder. "Vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a Terra se maravilhou após a besta." Apoc. 13:3. A aplicação da chaga mortal indica a queda do papado em 1798. ( O Grande Conflito pág. 579).

    Esta visão acerca do cumprimento profético de Apocalipse 13 foi gradativamente ganhando relevância no decorrer do século XX. Na época da citada escritora, os EUA ainda eram uma promessa como potência hegemônica. Mas depois dos conflitos mundiais a ascensão norte-americana se consolidou e passou esta nação a conduzir por sua influência, capacidade econômica e militar, os fatos de interesse global.  Parece ainda que há algumas arestas a serem aparadas na geopolítica global para que ocorra um evento da magnitude descrita na profecia de Apocalipse 13, mas o contexto atual denota que tais fatos podem ocorrer de forma rápida. 

    O cumprimento desta previsão da escatologia adventista é uma poderosa evidência que pesa a favor de sua veracidade e relevância. A medida que os eventos vão se encaixando no cenário descrito por esta interpretação, cresce a expectativa que os demais eventos também ocorrerão na forma indicada.  Acima de tudo aponta o fato de que estamos chegando nos últimos dias da história deste mundo e que logo será instaurado um novo Reino superior a todos os impérios humanos e que jamais será destruído, o Reino do Senhor Jesus que se estabelecerá na sua segunda vinda.

Aguinaldo C. da Silva







 

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