sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SÁBADO


No relato da criação, segundo o livro de Gênesis, o Criador descansou, abençoou e santificou o sétimo dia da semana, ou seja, o sábado. Para comemorar tudo aquilo que havia realizado nos seis dias anteriores, que segundo a narrativa de Gênesis 1, foi assim por Deus considerado muito bom, Deus assim estabeleceu um dia especial. (Gênesis 1:31).
E havendo Deus acabando no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera. ”(Gênesis 2:2,3).

Em sua infinita sabedoria, resolveu estabelecer  o sábado como um memorial  eterno da  Criação.  Um memorial que não se limita a um lugar ou objeto, pois está estabelecido no tempo e de forma cíclica surge  a cada sete dias. 
Um dos propósitos do sábado é servir como um marco no relacionamento do homem com Deus, o momento do auge na interação entre Crador e criatura.  Também serve para que o ser humano recomponha suas energias e desenvolva sua espiritualidade. Por isto Jesus falou: “O sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado.” (Marcos 2:27).
Por sua importância, a guarda do sábado não está situada entre as normas puramente cultuais do povo de Israel, mas  dentro do Decálogo, os  Dez Mandamentos que delineiam os próprios pilares da vida moral, escritas  em tábuas de pedra como símbolo de sua perenidade. O quarto mandamento como está na Bíblia, tem a seguinte redação:

Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia de sábado, e o santificou.” (Êxodo 20:8-11).

Entendemos que este mandamento não se limita ao povo judeu,  porque na ocasião em que Deus estabeleceu o repouso sábático não existia o povo judeu, mas apenas Adão e Eva, os pais de toda a humanidade.
Ao contrário do que muitos pensam, a observância do sábado foi mantida por Jesus e os apóstolos.
E era o dia da preparação e começava o sábado. As mulheres que tinham vindo  da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E no sábado descansaram, segundo o mandamento.” (Lucas 23:54 - 56). 

Se Jesus Cristo tivesse a intenção de abolir ou alterar este mandamento, com certeza por ocasião de sua morte já teria dado orientações claras a este respeito, sendo já observadas por seus seguidores. Mas os Apóstolos  continuaram a observar o descanso sabático mesmo depois da ascensão de Jesus (Atos 13:14, 42,44). 
Os apóstolos, tais como Paulo, freqüentavam a igreja aos sábados, e isto não era somente para pregar aos judeus,  vejamos o que diz o relato bíblico:
E no sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde julgávamos ter lugar para oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram.” Atos 16:13.

Mesmo em viagem longe de sua pátria (como é o contexto do texto bíblico acima), não deixavam de se congregarem para oração  e meditação na Escritura no dia de sábado. Depois de vários anos após a morte e ressurreição de Jesus, o apóstolo Paulo e os demais apóstolos  observavam a guarda deste dia. A mudança para o domingo como dia de guarda só ocorreu séculos mais tarde com a entrada de crenças pagãs no seio do cristianismo.
Hoje muitos cristãos acreditam erroneamente que não é mais necessáro guardar o sábado. Pensam que pode ser guardado o domingo ou  qualquer outro dia, e há aqueles que acham não ser preciso guardar dia nenhum.   Infelizmente o secularismo e a incredulidade tem entorpecido a sensibilidade de muitos para a necessidade de observância deste mandamento. O ser humano é quem sai perdendo com esta atitude, pois ao não mais lembrar de Deus como o grande Criador, perde a oportunidade de entrar em comunhão com Ele da forma que Ele estabeleceu e preferiu.
Com certeza se o homem mantivesse o repouso sabático teria mais saúde física e espiritual, agrediria menos a natureza e seria mais consciente de seu Criador. No livro de Isaías há uma promessa aos observadores do sábado. 
"Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras, então, te deleitarás no Senhor. Eu te farei cavalgar sobre os altos da Terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do Senhor o disse." (Isaías 58:13,14)

nEle que é o grande Criador da vida!

Aguinaldo C. da Silva





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