sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Pastor da Bola de Neve e Lamartine Posella falam sobre o sábado no podcast Inteligência LTDA

 


Nota: Pastores evangélicos falando que o verdadeiro dia do Senhor é o sábado. Inusitado é que durante a entrevista um deles afirma que faz malabarismo teológico para tentar justificar o fato de  não impor isto para a sua congregação. A questão é que a admissão do sábado, como dia de guarda, implicaria nas conveniências pessoais e de certa forma traria perda de popularidade. Mas a verdade continua lá, clara e firme na Palavra de Deus. Seria o sábado uma prova que o coloca como um sinal entre Deus  e seus filhos? (Ezequiel 20:20)

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Em decisão histórica, Vaticano autoriza bênção para casais do mesmo sexo

 


Em uma decisão histórica, o Vaticano afirmou nesta segunda-feira (18) que passará a permitir que padres concedam bênçãos a casais do mesmo sexo.

A decisão, que vai de encontro à doutrina da Igreja Católica de condenar a união homossexual, está em um documento autorizado pelo papa Francisco divulgado nesta segunda.

Pela medida, padres católicos romanos podem a partir de agora administrar bênçãos a casais do mesmo sexo, se quiserem. Os padres também poderão se recusar a fazer o ritual, mas estão proibidos de impedir "a entrada (em igrejas) de pessoas em qualquer situação em que possam procurar a ajuda de Deus através de uma simples bênção”.

A bênção também não pode ter qualquer semelhança com uma cerimônia de casamento nem acontecer durante liturgias regulares da Igreja.

O documento que divulga a nova decisão afirma que a Igreja Católica continua a considerar a união entre casais do mesmo sexo um ato "irregular" e que a doutrina não mudou, mas afirmou também que a autorização de bênçãos é um "sinal de que Deus acolhe a todos".
Em outubro, em um discurso, o papa Francisco já havia indicado que a igreja pudesse passar a permitir a bênção a casais homossexuais em um futuro próximo.

Em agosto, ele disse que mulheres trans são "filhas de Deus" e que a igreja não pode tratá-las de forma diferente. Em janeiro, Francisco criticou países que criminalizam homossexuais e disse que "a homossexualidade não é crime".

Apesar dos avanços, no entanto, coletivos de homossexuais católicos cobram o pontífice por mais mudanças há mais de uma década.

Fonte: G1

Nota.  Um fato destacável do pontificado de Francisco é a abertura ao liberalismo ou progressismo dentro da igreja Católica. Esta postura atende a uma demanda  ideológica comportamental do Ocidente.   O
 Papado, que é uma amálgama político religiosa,  vem  no decorrer de sua história agindo e tomando decisões pautado muito mais por interesses seculares que pela  Bíblia. Nos últimos tempos este fato se exacerbou no intuito de garantir não somente a popularidade da igreja, mas sobretudo o aumento de sua influência política no mundo.  

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

No que implica a Conversão

 


    Sob o ponto de vista cristão, conversão é uma mudança de princípios e propósitos que leva o crente à uma mudança de comportamento e atitudes. Estas passam a ser consoantes aos ensinamentos do Senhor Jesus que tem valores diferentes do mundo. 

    Jesus disse: " Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia." (João 15:19).

    O apóstolo João escreveu:"  Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. " (1 João 2:16).

    O apóstolo Paulo disse: "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. (Gálatas 6:14).

    Esta é uma realidade que deve estar presente na consciência e na mente de todo professo cristão. Não há compatibilidade entre os valores do mundo e o objetivo de seguir a Jesus. Temos que rejeitar uma forma de comportamento para seguir outra. Digo isto num tempo no qual muitos professos cristãos  pretendem conciliar o mundo com o caminho do Mestre. Como cristãos não podemos conciliar, mas devemos reformar o mundo. Seguir a Jesus implica numa mudança de ótica ou cosmovisão. Esta nova visão de mundo nasce da consciência que somos portadores de uma natureza carnal corrompida,  tendenciosa a praticar os frutos da carne (Gálatas 5:20-21).  Portanto, devemos optar pela renúncia, abnegação e desprezo a tudo aquilo que nos incita à vaidade, orgulho, exibição ou ostentação.

        A Bíblia recomenda-nos a vigilância e oração para não cairmos em tentação, sendo vítimas das ciladas do mundo. 

    "Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.  Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. " (1 João 2:14,15).

   É importante colocar em evidência este aspecto do discipulado num tempo em que professos cristãos tem defendido um comportamento liberal,  praticando costumes mundanos e ao mesmo tempo  professando serem seguidores de Jesus. Há muitas advertências quanto a este comportamento dúbio. Jesus disse que não podemos servir a dois senhores, também disse que o caminho largo e permissivo leva à perdição enquanto o estreito à salvação. (Luc. 16:13; Mat.7:13).

    Se quisermos ser vencedores, verdadeiramente fiéis e receber o galardão no dia da volta de Jesus temos que resistir o mundo, seus apelos, encantos e engodos. Devemos com diligência e disciplina resistir as astutas ciladas de Satanás. Em nosso tempo tem florescido uma geração de crentes despreocupada  com o assunto de santificação, que se  consideram "descolados'", reputando as regras de disciplina espiritual como "nada a ver", achando que sendo "boas pessoas" já estejam completos. Ledo engano, o jovem rico ao dialogar com Jesus também achava que "sendo bom" já era o suficiente para a salvação, mas contudo era um idólatra. 

    A caminhada espiritual envolve o rompimento com os paradigmas do mundo, a identificação de ídolos e armadilhas sutis, além de disciplina diligente e sistemática. As vezes somos enganados pelas nossas percepções e raciocínios superficiais. A escritora Ellen White escreveu o seguinte: 

     "Compete-nos conhecer nossas deficiências e pecados específicos, que causam trevas e debilidade espiritual, e apagaram nosso primeiro amor. É o mundanismo? É o egoísmo? É o amor à vaidade pessoal? É a luta pela primazia? É o pecado da sensualidade que está intensamente ativo? É o pecado dos nicolaítas transformando a graça de Deus em lascívia? É o uso incorreto e abuso de grande luz, oportunidades e privilégios, fazendo afirmações jactanciosas de sabedoria e conhecimento religioso, ao passo que a vida e o caráter são incoerentes e imorais? Seja o que for que tenha sido acariciado e cultivado até tornar-se forte e dominante, fazei decididos esforços para vencer, do contrário estareis perdidos. (Review and Herald, 7 de junho de 1887).

    Um pouco duras e impactantes as palavras acima, mas carregadas de verdade e sabedoria. Somos salvos por Jesus, mas permanecer salvo requer cuidado e vigilância. Os incautos e desprevenidos serão frustrados por Jesus ao ouvirem dele as palavras: "Não vos conheço, apartai-vos de mim ...". Estiveram tão perto da salvação mas não fizeram o preparo necessário, sendo representados pelas virgens loucas da parábola que não alcançaram a salvação.

    Ainda é tempo de mudanças e transformações. Vivemos no fim do  tempo da graça e hoje podemos mudar a direção de nossa carreira espiritual. Oxalá estas palavras sejam proveitosas na caminhada daqueles que um dia verão com alegria e regozijo Jesus voltar nas nuvens do céu.


Aguinaldo C. da Silva

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Israel é o termômetro do mundo?

 

     Considerações bíblicas relevantes sobre o papel de Israel na interpretação profética relacionada aos tempos finais.



 

A atualidade é marcada por conflitos, e o recente embate entre Israel e o Hamas suscita interpretações variadas no meio cristão, especialmente entre os dispensacionalistas, que veem em Israel um termômetro global.

Em sua forma de interpretar as profecias bíblicas utilizando-se do método futurista, acreditam que tudo que acontece em Israel como nação se espalhará pelo mundo[2]. Esses pensamentos possuem uma sólida base bíblica? O que a Palavra de Deus tem a dizer sobre o papel de Israel no tempo do fim e sobre quem é o Israel de Deus?

A perspectiva dispensacionalista

O dispensacionalismo[3] surgiu no século XIX a partir das ideias de John Nelson Darby (1800-1882) e se popularizou grandemente no meio cristão evangélico por meio da Bíblia de Referências Scofield[4]. Para os dispensacionalistas, Deus tem diferentes planos e propósitos para Israel e para a Igreja, e esses planos são progressivamente revelados ao longo das eras. Os dois permanecerão separados para sempre[5]. O arrebatamento marca o fim da dispensação da graça, que se destina à igreja e dá continuidade à realização das promessas relacionadas à dispensação da lei, reservada para Israel durante o reino milenar[6].

Essa visão escatológica se baseia principalmente na profecia das setenta semanas de Daniel 9. Para os dispensacionalistas, sessenta e nove semanas proféticas já se cumpriram no passado com a vinda do Messias, mas a última semana de sete anos se cumprirá no futuro com o Israel literal[7]. A igreja será arrebatada secretamente e em seguida se iniciarão os sete anos de grande tribulação e perseguição sobre Israel, quando o templo de Israel será destruído pelo anticristo. Porém, quando se completarem os sete anos de tribulação, Jesus voltará visivelmente e estabelecerá o reino milenar tendo Israel como centro e cumprindo a Israel todas as promessas feitas a eles no Antigo Testamento[8]. É por conta desta forma de enxergar as profecias que uma boa parte dos protestantes ficam alvoroçados quando veem qualquer coisa acontecendo em Israel como nação.

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segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Como pornografia afeta o cérebro e hábitos sexuais de jovens como a cantora Billie Eilish

 

Algumas décadas atrás, a pornografia era uma indústria marginal, parte da contracultura e contava até com ativistas da liberdade de expressão nos EUA entre seus defensores. Vozes contrárias eram formadas principalmente por grupos religiosos e conservadores. Atualmente, a pornografia se encontra em um cenário bem distinto. É uma indústria bilionária, movimenta um quinto de todas as buscas realizadas em celulares e tem entre suas críticas mais contundentes uma artista jovem de imagem dark e rebelde. A cantora norte-americana Billie Eilish, de 20 anos, disse em uma entrevista recente que pornografia é “uma desgraça”, e relatou ter sido exposta a imagens “violentas” e “abusivas” quando começou a consumir esse tipo de conteúdo, aos 11 anos. Eilish afirmou que seu cérebro foi “destruído” por assistir a vídeos perturbadores de sexo com tão pouca idade. E ressaltou que muitas dessas produções distorcem os limites do que é considerado normal durante o sexo – incluindo o consentimento.

O avanço da pornografia está intimamente ligado à evolução tecnológica e das mídias. Em boa parte do mundo na era pré-internet, o material sexual mais amplamente disponível consistia de revistas com nudez (quase sempre feminina) e fitas VHS alugadas em videolocadoras, ambas com restrição de comercialização para menores de 18 anos. A chegada da web mudou o jogo. O aumento da velocidade de banda larga no mundo a partir do fim dos anos 2000 e a popularização do smartphone impulsionaram a quantidade e a variedade de pornô consumido – além de ter tornado mais fácil o acesso ao conteúdo.

Há pouco controle de verificação de idade para visitar sites de conteúdo explícito. No Reino Unido, grupos pela proteção de crianças têm realizado campanhas para que o órgão regulatório britânico estabeleça essa medida. Austrália e Canadá debatem o uso de uma identidade biométrica para acesso, mas há temores sobre invasão de privacidade de usuários adultos. No Brasil, tramita na Câmara um projeto do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT-MS) para exigir comprovação digital de maioridade.

Um levantamento feito com 9.250 pré-adolescentes entre 10 e 14 anos de cinco países mostrou que já consumiram material explícito nessa faixa etária 14,5% dos jovens entrevistados no Equador (a menor taxa) e 33% na Bélgica (a maior). O estudo foi publicado em julho de 2021 no periódico científico Journal of Adolescent Health e focou em moradores de áreas pobres.

Vício

Embora haja grande debate na comunidade médica sobre a precisão do termo – já que são necessárias certas condições para definir como patologia – psicólogos e psiquiatras começaram a tratar casos com aparelhos digitais que envolvem dependência. Uma dessas profissionais é Anna Lembke, professora da Universidade Stanford, nos EUA, e chefe da clínica médica especializada em dependências na mesma instituição.

Em entrevista à BBC News Brasil, ela diz que “as propriedades viciantes de qualquer droga são potencializadas por mais quantidade, mais acessibilidade, mais potência e mais novidade. Internet e aparelhos digitais portáteis promovem aumento de todos esses domínios, fazendo com que a pornografia de hoje se torne mais abundante, mais acessível, mais potente e com mais novidades do que a pornografia do passado – e portanto mais viciante”.

Para ela, “o vício em sexo é um enorme problema, que cresce de forma oculta” na sociedade e já levou alguns de seus pacientes a contemplar a ideia de suicídio. “Não diz respeito a estilos de vida ou normas sociais. É sobre os modos como a tecnologia transformou a conexão humana – e nisso também entra o sexo – em uma droga a que todos têm acesso, incluindo crianças.”

Lembke lançou em 2021 Dopamine Nation: Finding Balance in the Age of Indulgence (Nação Dopamina: Por que o excesso de prazer está nos deixando infelizes e o que podemos fazer para mudar). O livro examina o papel desse neurotransmisssor (central em atividades do cérebro ligadas a recompensa e prazer) no contexto do consumo compulsivo – de comida, celular, redes sociais, entre outros campos – na vida moderna. A pornografia também é um atrativo nessa dinâmica determinada por descargas de dopamina.

A professora da Universidade Stanford explica em seu livro que nosso organismo está sempre tentando manter a homeostase, uma condição relativa do equilíbrio corporal. Um dos pontos desse estado é o meio-termo entre prazer e dor. Após obter uma sensação prazerosa – seja ao comer chocolate ou pela masturbação -, o cérebro desencadeia um processo para compensar o outro lado da balança, com o intuito de voltar à homeostase. O lado da dor pode se manifestar como desconforto, irritação ou uma leve depressão. Há então o impulso de recriar a sensação anterior de prazer.

Essa dinâmica neural ocorre em todos, mas tem uma influência diferente nos mais jovens: o cérebro humano está em formação até os 25 anos. “Neurônios que ‘disparam’ juntos criam conexões entre si”, afirma Lembke. “Isso significa que se passarmos a adolescência consumindo pornografia em excesso, como mecanismo primário para obter um efeito de relaxamento – e é sobre isso o vício em pornografia -, então nós criaremos circuitos neurais robustos que se enraízam e se consolidam para a vida adulta.”

Tentar recriar repetidamente uma sensação de prazer pode diminuir sua intensidade com o tempo. É aí que funciona a analogia com o vício em drogas: surge a busca por doses mais fortes.

Na pornografia online isso muitas vezes se traduz em clicar em vídeos sexuais extremos, com violência ou algum tipo de tabu. “A dopamina responde à novidade em um ambiente, seja boa ou ruim. Porque leva alguém a adotar ou a evitar um comportamento, algo fundamental para a sobrevivência”, afirma Lembke.

Anna Lucia Spear King, professora da pós-graduação do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenadora-fundadora do Laboratório Delete-Detox Digital na mesma instituição, aborda dependências tecnológicas como “a ponta do iceberg, para investigar o que está por trás desse comportamento”.

Em sua visão, “dependências de um modo geral são fruto de uma vulnerabilidade da pessoa, junto com questões familiares e fragilidades emocionais. Isso é direcionado para um caminho que aparece disponível na vida delas”, diz. “Essa necessidade de preenchimento emocional é direcionada para a compulsão, por exemplo, pela pornografia online.” […]


Fonte: BBC


quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O fim chegou! Alarmismo ou realidade?


 




    O rumo dos acontecimentos nos últimos tempos tem causado preocupação e temor sobre o futuro do nosso planeta. Analistas e especialistas em geopolítica tem alertado sobre as reais possibilidades e consequências de um conflito global iminente.  Por outro lado entidades governamentais e autoridades científicas tem apresentado previsões de um provável colapso ambiental global nos próximos 3 ou 5 anos. Saiba mais <aqui> e <aqui>.

    Nos últimos dias algumas mídias seculares tem postado conteúdos relacionando textos bíblicos aos conflitos no oriente Médio e a segunda vinda de Jesus  (confira <aqui> e <aqui>). Há uma expectativa  de grandes mudanças para o mundo em diferentes segmentos da sociedade. Na visão dos evangélicos baseados na Bíblia, a expectativa é da chegada  do fim desta era e a implantação do reino de Jesus Cristo em sua segunda vinda.

    Mas o que indica mesmo que estamos na reta final da história deste mundo? Qual é a diferença principal de hoje em relação a outros períodos críticos da história? O  agravamento simultâneo de várias  crises no mundo e o aspecto dos problemas ambientais tem sido o diferencial.  É preocupante o acúmulo de problemas de alta complexidade, como por exemplo as guerras atuais, porém sabemos  que apesar de ser de difícil solução, pode-se conseguir de alguma forma, um alívio temporário ou pausa nestes conflitos. No entanto, a questão ambiental demonstra-se ser uma crise que extrapola os recursos humanos de contenção. Sem entrar na polêmica sobre o grau de responsabilidade do homem pelo agravamento desta, a verdade é que, de fato, se trata de uma ameaça real e os esforços para tentar conter os danos estão se esgotando ou são utópicos.  Os principais acordos internacionais, como o de Paris (2015), não estão sendo cumpridos e tudo indica que não serão atingidas as metas  estabelecidas. 

    Uma avaliação mais realista, segundo alguns especialistas do clima, indica que já passamos do ponto de reversibilidade da crise ambiental, ou seja, não tem mais volta ou forma de contenção da mesma. Esta visão vem se confirmando nos eventos climáticos extremos ocorridos nos últimos tempos e tem surpreendido os especialistas no assunto em várias partes do mundo. Na realidade a natureza tem extrapolado os nossos recursos de previsibilidade, fato é que muito pouco tem sido feito para minimizar os danos de tantas tragédias e catástrofes climáticas. A administração pública e os mecanismos de defesa civil tem sido pegos de surpresa pela alta incidência dos eventos climáticos. Mas o mais grave se trata da possibilidade de alteração do fino e complexo sistema de ventos e correntes marinhas que controla o equilíbrio do clima no mundo. Não se pode prever de forma exata o  momento em que o sistema climático global vai colapsar, mas temos a indicação certa de que estamos a caminho de mudanças imprevisíveis e com certeza catastróficas. 

    Jesus, após citar vários sinais que cresceriam em frequência e intensidade comparáveis às dores de parto (Mat. 24:6-8), menciona o florescimento da  figueira antes da chegada do verão (um fenômeno cíclico da natureza), como ilustração para a nossa observação dos sinais que anunciam a aproximação de sua volta  (Mat. 24:32-33). Isto indica que além dos sinais pontuais citados por Jesus (guerras, fomes, terremotos), há um contexto amplo de eventos que possibilitará aos crentes a percepção da brevidade do Seu retorno.  A nossa atenção deve se concentrar na amplitude dos sinais, já que em outras épocas também houve guerras, pestes, fomes e terremotos, agora, além da  maior intensidade destes fatos, podemos notar também outras evidências indicativas, como declínio moral e sinais da natureza. 

    Sobre a resposta à pergunta que é o título deste post, sobre se é alarmismo ou realidade as projeções que indicam o final dos tempos, acho que é de cunho pessoal. Aquele que não quiser ver não verá, mas as indicações, sinais e evidências são abundantes.

    "Então Ele lhes ponderou: “Quando começa a entardecer, dizeis: ‘Haverá bom tempo, pois o céu está avermelhado’. Ou, pela manhã, dizeis: 'Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho nublado'. Sabeis, com certeza, discernir os aspectos do céu, mas não podeis interpretar os sinais dos tempos? (Mateus 16:2,3). 

Aguinaldo C. da Silva





domingo, 15 de outubro de 2023

O que significa o atual conflito em Israel no contexto profético?


 




    O recente ataque do grupo terrorista do Hamas contra a nação de Israel tem despertado a  atenção de muitos em relação aos eventos bíblicos relacionados ao tempo do fim. Muito conteúdo tem sido disseminado explorando o fato de forma sensacionalista ou especulativa. Principalmente os evangélicos que seguem a teologia dispensacionalista  alegam um significado especial no referido evento.

    No entanto, quero chamar a atenção para  o fato desta visão não ser amplamente baseada nas  profecias bíblicas, ou seja, não condizente com uma visão coerente ao que está revelado na Sagrada Escritura. O dispensacionalismo tem em John Nelson Darby (1800-1882) seu principal expoente, o qual é considerado o sistematizador deste sistema teológico. No entanto suas raízes  chegam em Francisco Ribera (1537 - 1591), que foi o principal disseminador da escola futurista de interpretação profética. Ribera, um teólogo jesuíta,  viveu no tempo da Reforma Protestante, e em reação ao movimento da Reforma desenvolveu um método de interpretação que contrariava o método de interpretação profética usado pelos reformadores deste período, ou seja,  o método historicista de interpretação profética. Para os principais reformadores o Papa representava a figura do anticristo, simbolizada pela "ponta pequena" de Daniel 7,8 e Apocalipse 13. Para fazer um contraponto ao ensino protestante, Ribera desenvolveu um sistema alternativo de interpretação que jogava o cumprimento profético descritos nos livros de Daniel e Apocalipse para o fim dos tempos e não ao longo da história, como ensinava os reformadores.

    A escola de interpretação profética futurista serviu de arcabouço para o desenvolvimento do dispensacionalismo e outras heresias, como a crença no arrebatamento secreto. Em tempos mais recentes certos estudiosos da Bíblia passaram a ver a data de 1948 (fundação do Estado de Israel), como uma data chave para os eventos finais, sendo os fatos concernentes à moderna nação de Israel considerados como um "relógio profético escatológico".  Esta visão escatológica tem como premissa a ideia de que Israel seria restaurado no tempo do fim, para que se cumprisse a última semana do período das 70 semanas proféticas de Daniel 9. No entanto pelo método historicista de interpretação profética o período das 70 semanas de Daniel 9 terminou no ano 34 d.C, quando Israel  deixou de representar o povo de Deus como nação, passando  a igreja cristã a ocupar esta função (Gál. 3:28).

    Depois de encerrado o período determinado que Israel deveria cumprir seu papel (Dan.9:24), as referências à Israel como povo de Deus devem ser tomadas no contexto da igreja. Jesus  já tinha predito em sua parábola que os trabalhadores da vinha iriam ser destruídos e Deus a daria a outros (Lucas 20:9-18).  Também Paulo disse que já "não são os filhos da carne  que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência", se referindo ao fato de ser a fé e não a condição de ser descendente  de Abrão, o fator que faz Deus considerar como seus filhos. Nesta época o tempo Israel já tinha sido cumprido e o evangelho estava sendo disseminado aos demais povos e nações.

    Portanto é equivocada a interpretação que coloca a restauração de Israel como um evento relevante de dimensão escatológica. O moderno Estado de Israel não é o relógio profético dos dias finais, como afirmam alguns, mas as profecias bíblicas trazem em si a revelação necessária para sabermos em qual tempo estamos vivendo. A Bíblia diz que com relação a nação de Israel, até o fim estava determinado assolações (Daniel 9:26). Isto tem se cumprido à risca no decorrer da história, nas opressões e perseguições que tem sofrido o povo judeu. Mas não há um embasamento bíblico para estabelecer a ideia de que o anticristo invadirá Israel e impedirá os sacrifícios no futuro templo, cumprindo assim o que está escrito em Daniel 9:27. O fato ali referido já foi cumprido no ano 30 d.C, com a morte de Jesus, que determinou a inutilidade dos sacrifícios como  meio de se obter o perdão dos pecados. A partir da morte e ressureição de Jesus os olhos dos crentes devem estar voltados para o santuário celestial apenas, que passou a ser o único palco de intercessão realizado pelo próprio Senhor Jesus como nosso sumo sacerdote (Hebreus 7,8,9).

    Por fim, a crença de que os fatos relacionados à moderna nação de Israel no tempo do fim sejam um relógio profético contradiz a previsão bíblica de que a volta de Jesus Cristo será como a visita do ladrão, ou seja, acompanhada do fator surpresa, apesar de tantos sinais que ele profetizou. Jesus relatou os sinais da proximidade de sua vinda, tais como: guerras, pestes, fome, terremotos; sendo estes como "dores de parto", ou seja, que se acentuam em frequência e intensidade à medida que se aproxima sua volta. No entanto o dia e a hora não estão revelados (Mat. 24:36). Isto indica que estamos vivendo no tempo do fim e devemos estar preparados, sendo desnecessário e incorreto especularmos sobre uma agenda escatológica. Ao verdadeiro cristão cabe o dever de estar preparado, pois não sabe quando será o fim de sua vida e se permanecer vivo até à volta do Senhor Jesus deve aguardá-lo com alegria e exultação, vigiando na Palavra e guardando os Seus mandamentos.  

Aguinaldo C. da Silva


quinta-feira, 5 de outubro de 2023

"Laudate Deum" - O Papa convoca à uma nova ordem global para salvar o planeta

 


A recém publicada exortação Laudate Deum vem como um desdobramento da Encíclica Laudate Si (2015). Esta é uma manifestação em prol da defesa do planeta em face da ameaça das mudanças climáticas. Tenta conscientizar de forma vigorosa a necessidade de medidas e ações que evitem ou minimizem a situação de degradação ambiental que se adensa em nossos dias.

Para Francisco é necessário fazer mais do que os recursos técnicos já apresentados, a situação envolve problemas mais profundos do sistema mundial. Nas entrelinhas pode-se entender uma crítica ao atual sistema capitalista ou à ordem mundial vigente. A necessidade de reformá-la ou recriá-la é entendida em diferentes trechos do documento.

Alguns trechos interessantes da Laudato Deum:

Quando se fala duma possível forma de autoridade mundial regulada pelo direito, não se deve necessariamente pensar numa autoridade pessoal. Falamos sobretudo de organizações mundiais mais eficazes, dotadas de autoridade para assegurar o bem comum mundial, a erradicação da fome e da miséria e a justa defesa dos direitos humanos fundamentais. O importante é estarem dotadas duma real autoridade que possa assegurar a realização de alguns objetivos irrenunciáveis. Deste modo dar-se-ia vida a um multilateralismo que não depende das circunstâncias políticas instáveis ou dos interesses de poucos e que tem uma eficácia estável.”

O mundo está a tornar-se tão multipolar e, simultaneamente, tão complexo que é necessário um quadro diferente para uma cooperação eficaz. Não basta pensar nos equilíbrios de poder, ocorre também responder aos novos desafios e reagir com mecanismos globais aos desafios ambientais, sanitários, culturais e sociais, sobretudo para consolidar o respeito dos direitos humanos mais elementares, dos direitos sociais e do cuidado da casa comum. Trata-se de estabelecer regras universais e eficazes para garantir esta proteção mundial.”

"Tudo isto pressupõe que se adote um novo procedimento para a tomada de decisões e a legitimação das mesmas, porque o procedimento estabelecido há vários decénios não é suficiente nem parece ser eficaz. Neste contexto, são necessários espaços de diálogo, consulta, arbitragem, resolução dos conflitos, supervisão e, em resumo, uma espécie de maior «democratização» na esfera global, para expressar e incluir as diversas situações. Deixará de ser útil apoiar instituições que preservem os direitos dos mais fortes, sem cuidar dos direitos de todos."


Esta visão é compartilhada por outras lideranças de vulto na atualidade. A agenda globalista é um instrumento talhado a quatro mãos, no qual o Vaticano quer imprimir sua marca indelével. Com certeza, os capítulos que se seguirão culminarão com os eventos finais da história deste mundo. A humanidade já atravessou muitas crises no decorrer de sua história, mas agora há um adensamento em muitos aspectos que caracteriza ser uma crise sui generis. Diante do fato não poderia, aquela que é considerada a maior autoridade religiosa do planeta, deixar de propor, interferir ou se pronunciar. No entanto a proposta de uma governança global como a possível solução para a atual crise é surpreendente, principalmente aos que não conhecem as profecias bíblicas de cunho escatológico. Aos que conhecem e aceitam o método historicista de interpretação profética do Apocalipse, reconhecem a solenidade dos dias que estamos vivendo e com certeza estão se preparando para a breve volta do Senhor Jesus! 

Aguinaldo C. da Silva 

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

China implementa sistema de pontuação em crédito social para religiosos

 


Shandong se tornou a primeira província chinesa a implementar um programa de pontuação de crédito social somente para pessoas que seguem alguma religião.

A medida do Partido Comunista Chinês (PCC) de "avaliar a confiabilidade" da população existe desde 2018, mas entrou em vigor integralmente em 2020. A grande novidade é a criação de uma plataforma exclusiva para cidadãos envolvidos com alguma minoria religiosa, na qual eles recebem ou perdem "créditos" a partir de suas ações.

De acordo com a ONG ChinaAid, uma organização cristã internacional de direitos humanos fundada em 2002, a ação é "mais uma forma de repressão e discriminação pelo governo", uma vez que, além de vigiar as atividades das igrejas na região, seus membros serão acompanhados, individualmente.

O projeto foi deliberado durante uma conferência de trabalho de implementação experimental, nos dias 21 e 22 de agosto. Para a reunião, mais de 30 pessoas se reuniram de cidades e condados da província, incluindo Zibo, Rizhao, Linyi, Dezhou, Qingzhou, Taian e distrito de Taishan.

De acordo com a ONG, o objetivo da medida política é "explorar e incentivar a recolha, identificação, avaliação e aplicação de informações de crédito do pessoal religioso".

Durante a reunião, os membros do Comitê Provincial de Assuntos Étnicos e Religiosos de Shandong exigiram das várias partes da província o aumento de sua consciência ideológica. As respectivas áreas também devem considerar a acumulação de crédito como ponto focal para apoiar a gestão rigorosa dos assuntos religiosos.

O programa divide a coleta de informações de crédito em três tipos: informações básicas, informações adversas e informações honorárias. Por meio da “Plataforma de Informação sobre Religião Inteligente”, será realizada a troca de dados, que serão recolhidos e introduzidos pelos departamentos de assuntos religiosos em nível provincial, municipal e distrital, bem como por organizações religiosas.

A avaliação de crédito será dividida em cinco níveis: excelente, bom, regular, ruim e muito ruim, implementando um sistema de classificação, de acordo com as exigências impostas à prática religiosa na China, que é restrita.

Críticas à medida

Religiosos não identificados por motivos de segurança avaliam a medida como "discriminatória", visto que somente esse grupo é vigiado de perto pelas autoridades do governo.

"Se o pessoal religioso estiver sujeito a essa pontuação de crédito específica, deveriam existir sistemas de pontuação de crédito semelhantes estabelecidos também para profissionais de outros sectores", afirmam.

Fonte: Gazeta do Povo

NOTA. A China tem se notabilizado na prática de controle social em detrimento, muitas vezes, da liberdade individual e expressão de pensamento e crença. Esta prática manifestada hoje em países totalitários  ou ditatoriais, estará presente também futuramente  nos regimes democráticos. Sob diferentes pretextos e alegações justifica-se o controle social. Já vemos em nossa sociedade um controlismo crescente por parte do governo, implementado rotinas cada vez mais burocráticas e mecanismos que roubam a privacidade das pessoas. Muito em breve o simples ato de "comprar e vender" (Apoc.13), será condicionado pela postura ideológica ou religiosa dos cidadãos.