terça-feira, 13 de maio de 2025

A necessária convicção da verdade no tempo do fim!

 


Vivemos no limiar dos momentos finais da história deste mundo. As profecias do Apocalipse se cumprem com impressionante exatidão, e os eventos atuais apontam para uma polarização definitiva entre dois grupos: os que seguem o Cordeiro, Jesus Cristo, e os que seguem a besta, símbolos proféticos que representam, respectivamente, o verdadeiro povo de Deus e os sistemas de apostasia. Diante disso, torna-se imperativo que cada cristão possua uma convicção clara, inabalável e biblicamente fundamentada da verdade.

No monte Carmelo, o profeta Elias confrontou o povo de Israel com uma escolha decisiva:
“Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e se Baal, segui-o.” (1 Reis 18:21).
A mesma pergunta ecoa hoje. Muitos professos cristãos vivem em incerteza, hesitando entre doutrinas contraditórias, tolerando ensinos que não resistem à prova da Escritura. Essa dubiedade é perigosa, especialmente no tempo do fim, quando, segundo Apocalipse 13 e 14, o mundo será dividido entre dois lados irreconciliáveis.

A Babilônia apocalíptica, símbolo de confusão religiosa, representa um sistema espiritual que agrega múltiplas doutrinas falsas e práticas corrompidas. Ela é descrita como “a mãe das prostituições e das abominações da Terra” (Apocalipse 17:5), indicando sua influência sobre várias denominações e seitas que se afastaram das verdades bíblicas. Em contraste, o povo de Deus, representado pelo remanescente fiel, “guarda os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12). Este grupo não está apoiado sobre tradições humanas, mas sobre a verdade singular e harmoniosa da Palavra de Deus.

Ellen G. White adverte com clareza sobre o perigo de uma fé vacilante ou mal fundamentada:

“Homens e mulheres estão tomando decisões agora que determinarão seu destino eterno. Uma terrível responsabilidade repousa sobre os que conhecem a verdade presente. O Senhor nos ordena que levantemos o estandarte da verdade — os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.”
(Obreiros Evangélicos, p. 147)

A indecisão doutrinária e a mistura de crenças contrárias à Bíblia enfraquecem a fé e neutralizam o poder do testemunho cristão. Não haverá lugar no tempo do fim para uma posição morna ou ambígua. Jesus mesmo disse:
“Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.” (Mateus 12:30)

A separação entre verdade e erro será nítida. O último chamado de Deus ao mundo é claro:
“Sai dela, povo meu, para que não sejais participantes dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas.” (Apocalipse 18:4)
Este é um apelo a deixar a Babilônia espiritual, ou seja, todas as formas de religião corrompida e retornar à simplicidade da fé bíblica.

Ellen White também enfatiza a importância de compreender e crer firmemente na verdade presente:

“Somente os que tiverem sido diligentes estudantes das Escrituras e que tiverem recebido o amor da verdade serão protegidos do poderoso engano que se apodera do mundo.”
(O Grande Conflito, p. 625)

A verdade presente é a verdade apropriada para o tempo atual, especialmente a tríplice mensagem angélica de Apocalipse 14:6-12. Este é o último aviso de Deus ao mundo e serve como divisor de águas entre os que adoram o Criador e os que se rendem ao poder da besta.

Assim, no tempo do fim, será vital tomar uma posição firme ao lado do povo de Deus, que permanece leal à Bíblia, mesmo em face da perseguição. A convicção não poderá ser baseada em sentimentos, tradições ou conveniência, mas na Palavra de Deus, claramente compreendida e aceita com fé viva.

O tempo da neutralidade já passou. A escolha que enfrentamos não é entre várias verdades, mas entre a verdade e o erro. Que cada um de nós possa, com a coragem de Elias, decidir firmemente:
“Quanto a mim e à minha casa, serviremos ao Senhor.” (Josué 24:15)


Por que Jesus não é fruto do imaginário humano?

 


C. S. Lewis, ao refletir sobre a figura de Jesus Cristo, argumentou que Ele não nos deixou a opção de considerá-lo apenas um grande mestre moral. Suas afirmações sobre Si mesmo — como sendo o Filho de Deus, o Caminho, a Verdade e a Vida — são radicais demais para serem atribuídas a um mero homem sábio. Lewis conclui que, diante de tais declarações, só existem três possibilidades: ou Jesus era um lunático, ou um mentiroso, ou de fato era quem dizia ser — o próprio Deus encarnado.

Essa linha de raciocínio leva naturalmente à pergunta: poderia Jesus ter sido apenas uma invenção? Um personagem ficcional criado por seus seguidores? A resposta, à luz da história, do contexto e da transformação vivida por seus discípulos, aponta fortemente na direção contrária.

Jesus é singular em inúmeros aspectos. Sua personalidade une qualidades geralmente consideradas opostas: autoridade e humildade, firmeza e compaixão, justiça e misericórdia. Ele falava com a certeza de alguém que conhecia Deus intimamente, e ao mesmo tempo se aproximava dos marginalizados com uma ternura rara. Ensinava com uma sabedoria que desafiava os mais instruídos, mas com palavras acessíveis aos simples.

Além disso, os relatos de sua vida não seguem o padrão típico da mitologia ou da ficção antiga. Os Evangelhos apresentam um retrato sóbrio e realista, onde os heróis são falhos (inclusive os apóstolos), e onde Jesus, apesar de seus milagres, é rejeitado, traído e crucificado. Inventar um “Messias crucificado” em uma cultura onde isso era sinônimo de fracasso seria impensável se não houvesse algo extraordinário por trás dos fatos.

A maior evidência da autenticidade de Jesus está, talvez, na transformação radical dos seus discípulos. Homens simples, medrosos e dispersos diante da morte de seu mestre tornaram-se proclamadores destemidos de sua ressurreição. Todos, exceto um, sofreram perseguições severas e a morte violenta sem nunca negarem sua fé. Isso é difícil de explicar se tudo se tratasse de uma farsa. Quem morreria por algo que sabia ser mentira?

Mais ainda, a mensagem de Jesus rompe barreiras culturais, éticas e espirituais de maneira única. Ele não apenas falou de amor ao próximo, mas o encarnou em sua vida, atraindo até hoje bilhões de pessoas com sua proposta de redenção e reconciliação com Deus. Nenhuma ficção resiste com tanto poder transformador por tanto tempo.

Portanto, ao observarmos a profundidade de seus ensinamentos, a coerência de sua vida, a reação de seus seguidores, e o impacto contínuo de sua mensagem, fica claro que Jesus não poderia ter sido apenas uma criação literária ou uma lenda tardia. Ele é, de fato, uma figura singular — não apenas por aquilo que disse, mas por aquilo que viveu e inspirou nos que o seguiram.

A maior FRAUDE religiosa da HISTÓRIA!


 

sexta-feira, 9 de maio de 2025

O que significa a eleição de um Papa norte-americano na visão escatológica Adventista

 


A eleição do Papa Leão XIV (Robert Francis Prevost), o primeiro pontífice norte-americano da história, é um fato de significação  sem precedentes e tem implicações profundas concernentes a visão adventista da interpretação profética escatológica.

Os EUA que foram fundados sob o lema: "Uma nação sem rei e uma igreja sem Papa", estabelecido pelos Pais Peregrinos, que fugiram da perseguição religiosa no velho continente (Europa) para uma terra onde pudessem gozar da liberdade, jamais imaginaram que no futuro haveria uma aproximação entre os EUA e o Vaticano. 

Ellen White descreveu esta aproximação, colocando que  a "segunda besta" (EUA), exerceria influência a serviço da "primeira besta" (Papado).  (Apocalipse 13:11-17).

Os protestantes dos Estados Unidos serão os primeiros a estender as mãos através do abismo para apanhar a mão do espiritismo; estender-se-ão por sobre o abismo para dar mãos ao poder romano; e, sob a influência desta tríplice união, este país seguirá as pegadas de Roma, desprezando os direitos da consciência." (Grande Conflito, pág. 36).

Nesta visão de interpretação profética, a eleição de Leão XIV é um dos eventos mais significativos comparando com outros que impactaram no decorrer do século XX,  tais como a abertura da embaixada americana junto à Santa Sé em 1984, durante o governo Reagan, ou as declarações de autoridades como Hillary Clinton, durante o governo Obama, que defendeu fortemente o diálogo com o Vaticano. Embora o cumprimento total da profecia dependa de ações concretas de imposição religiosa (como um decreto dominical), essa mudança no Vaticano tende a:

·         Remover barreiras culturais entre EUA e Roma.

·         Sinalizar uma fusão ideológica em gestação.

·         Preparar o terreno para a crise final.

A crescente cooperação em áreas como política externa, ética global e até mesmo em certas questões morais (como a defesa de valores tradicionais em alguns contextos) pode ser interpretada como um movimento em direção à profecia descrita no livro  Grande Conflito. O envolvimento do Vaticano em fóruns globais (ONU, G7, etc.) e a influência dos EUA nesses espaços criam oportunidades para uma ação conjunta. 

Ainda não estamos no clímax profético, mas essa eleição é um marco histórico que pode acelerar o processo. Se o governo americano passar a adotar  discursos ou políticas alinhadas ao Vaticano (ex.: enfatizar o "descanso dominical" sob justificativas econômicas/ambientais), será um passo direto para o cumprimento de Apocalipse 13.

Mesmo que o cenário completo ainda exija mais alguma mudança na postura dos EUA em relação a um futuro cerceamento da liberdade religiosa ou à imposição de normas que venham a infringir a consciência individual, a possibilidade deste evento profético ocorrer vai se tornando cada vez mais razoável.

Uma guerra, colapso econômico ou desastre ambiental pode ser o gatilho para que essa aliança se consolide como "solução" para a humanidade (como previsto em O Grande Conflito, p. 589).

 Recomendação: Aos crentes fieis observadores da  Palavra de Deus, cabe redobrada atenção, vigilância, estudo das profecias e muita oração a fim de obter preparo para os dias finais da história deste mundo.


quarta-feira, 7 de maio de 2025

Ex-funcionária do governo diz que EUA fizeram superbunkers para 'ricos e poderosos' escaparem do 'fim do mundo'

 


Uma ex-funcionária do setor de habitação que trabalhou no governo do presidente George H. W. Bush (1989 a 1993, sucedendo Ronald Reagan) declarou que o governo dos EUA passou anos capitalizando recursos para a construção de uma "cidade" subterrânea secreta onde os ricos e poderosos podem se abrigar em caso de um "evento de quase extinção" da vida na Terra.

Catherine Austin Fitts, de 74 anos, que atuou como secretária assistente de Habitação e Desenvolvimento Urbano entre 1989 e 1990, fez as alegações chocantes durante uma participação no podcast do ex-apresentador da Fox News Tucker Carlson, embora não haja evidências concretas para sustentar suas alegações acerca dos superbunkers. Segundo Catherine, a explicação é simples: o projeto dos superbunkers é tão secreto quando o programa espacial dos EUA.

A ex-funcionária citou uma pesquisa do economista Mark Skidmore, da Universidade Estadual de Michigan, que divulgou um relatório em 2017 afirmando que ele e uma equipe de acadêmicos haviam descoberto US$ 21 trilhões em "gastos não autorizados nos departamentos de Defesa e Habitação e Desenvolvimento Urbano entre 1998 e 2015", contou reportagem no "NY Post".

À época, Skidmore observou que começou a investigar os gastos não declarados depois de ouvir Catherines "se referir a um relatório que indicava que o Exército tinha US$ 6,5 trilhões em ajustes, ou gastos, não respaldados no ano fiscal de 2015".

"Considerando o orçamento de US$ 122 bilhões do Exército, isso significava que os ajustes não respaldados eram 54 vezes maiores do que os gastos autorizados pelo Congresso. Normalmente, esses ajustes nos orçamentos públicos representam apenas uma pequena fração dos gastos autorizados", observou o relatório do economista.

Inicialmente, Skidmore disse que achava que Catherine havia cometido um erro, afirmando que presumiu que ela quisesse dizer US$ 6,5 bilhões, não trilhões.

"Então, eu mesmo encontrei o relatório e, com certeza, eram US$ 6,5 trilhões", esclareceu ele.

De acordo com Catherine, que trabalhou como banqueira de investimentos antes de ingressar no governo Bush, esse dinheiro foi usado para financiar o desenvolvimento do que ela descreveu como uma "base subterrânea, infraestrutura urbana e sistema de transporte" que tem sido mantido em segredo do público.

"Uma das coisas que observei no processo de analisar para onde todo esse dinheiro está indo é a base subterrânea, a infraestrutura urbana e o sistema de transporte que está sendo construído. Construímos um número extraordinário de bases subterrâneas e, supostamente, sistemas de transporte", relatou ela.

Ela contou a Carlson que passou dois anos pesquisando para onde os US$ 21 trilhões haviam ido, alegando ter descoberto evidências de que existem cerca de 170 instalações secretas apenas nos EUA. Segundo Catherine, várias dessas bases estão localizadas sob os oceanos, não apenas no subsolo.

Fonte: Page not found

Nota. Na situação atual do mundo ouvimos falar de várias formas de sobrevivencialismos, desde a exploração de outros planetas até a construção de bunkers subterrâneos. No entanto, a atitude mais produtiva seria a preparação para a volta do Senhor Jesus Cristo. Isto porque os sinais estão se cumprindo conforme as suas predições e outras alternativas são completamente mirabolantes e descabidas.

terça-feira, 6 de maio de 2025

O Papa é o sucessor de Pedro ou do último imperador de Roma?

 


Segundo a doutrina da Igreja Católica, o papado tem origem no apóstolo Pedro. Esta crença se baseia na passagem de Mateus 16:18,  "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" -  passagens esta com divergentes interpretações no mundo cristão. Portanto, a  tradição sustenta que Pedro foi o primeiro bispo de Roma e que, ao morrer mártir na cidade, teria iniciado uma sucessão apostólica que culminaria na figura do Papa. Esta sucessão é vista como fundamento da autoridade papal (Catecismo da Igreja Católica, §882–884). 2

Perspectiva Histórico-Crítica

Do ponto de vista da historiografia moderna, não há evidências documentais contemporâneas ao apóstolo Pedro que confirmem que ele tenha exercido um cargo formal de “Papa” em Roma. A figura do Papa, como chefe universal da Igreja, é resultado de um processo gradual de desenvolvimento institucional.3

Há registros patrísticos que mencionam a presença de Pedro em Roma, como os escritos de Clemente de Roma (final do século I) e Inácio de Antioquia (início do século II), mas esses testemunhos não definem Pedro como "Papa" em sentido moderno. 4

Consolidação do Bispo de Roma

Nos primeiros séculos, o bispo de Roma era um entre vários líderes de igrejas importantes (Antioquia, Alexandria, Jerusalém).5 Com o tempo, especialmente após o Édito de Milão (313 d.C.) e o Édito de Tessalônica (380 d.C.), o cristianismo ganhou status legal e, depois, oficial dentro do Império Romano. Isso conferiu ao bispo de Roma uma proeminência crescente.6

Afirmação do Primado Papal

A doutrina da primazia papal foi defendida com mais vigor a partir do Papa Leão I (440–461 d.C.)7, que utilizou tanto argumentos teológicos (Pedro como fundamento da Igreja) quanto políticos (autoridade de Roma como capital do império). 8

Conclusão

Historicamente, o papado não surgiu de forma instantânea com o apóstolo Pedro, mas foi se constituindo gradualmente à medida que o bispo de Roma ganhava autoridade e prestígio dentro da estrutura do Império e da Igreja. No entanto a teologia católica considera a sucessão de Pedro como legítima e essencial para a unidade da fé cristã.

Referências:

1. Catecismo da Igreja Católica. Edição Típica Vaticana, 1992.

2. Brown, Raymond E. An Introduction to the New Testament. Yale University Press, 1997.

3. Pagels, Elaine. The Gnostic Gospels. Vintage Books, 1979.
4. Ehrman, Bart D. Peter, Paul, and Mary Magdalene. Oxford University Press, 2006.
5. Chadwick, Henry. The Early Church. Penguin Books, 1993.
6. González, Justo L. The Story of Christianity: Volume 1. HarperOne, 2010.
7. Duffy, Eamon. Saints and Sinners: A History of the Popes. Yale University Press, 2006.
8. Kelly, J. N. D. Oxford Dictionary of Popes. Oxford University Press, 1986.


domingo, 4 de maio de 2025

Os Sinais dos Tempos e a Indiferença Progressiva

 


Jesus exortou Seus discípulos a interpretarem corretamente os sinais à sua volta, destacando a necessidade de estarem atentos às manifestações que apontam para os planos divinos e para os tempos proféticos. No entanto, há uma ameaça insidiosa que pode silenciar essa sensibilidade: a síndrome do sapo fervido.

A metáfora do sapo fervido descreve um fenômeno em que um sapo colocado em água aquecida lentamente não percebe a mudança de temperatura até ser tarde demais, resultando em sua morte. Este conceito é frequentemente aplicado para ilustrar como mudanças graduais e quase imperceptíveis podem levar indivíduos ou sociedades a aceitarem situações que, inicialmente, seriam consideradas inaceitáveis. No contexto cristão, essa metáfora ganha profundidade, pois a gradual adaptação aos valores do mundo pode levar à anestesia espiritual.

Os sinais dos tempos são, muitas vezes, sutis, outras vezes  se apresentam como eventos grandiosos que demandam atenção imediata, mas com o passar do tempo corre-se o risco da banalização dos fatos e a perda do  senso da gravidade da situação, perdendo-se o impacto que os sinais devem causar em nossa percepção e espiritualidade.

 A mensagem de alerta, embutida nos sinais dos tempos, é um chamado à vigilância e ao arrependimento. No entanto, quando essas mensagens deixam de ser percebidas, os cristãos correm o risco de se tornarem insensíveis ao Espírito Santo, comprometendo sua caminhada de fé.

Tendo em vista o que foi acima exposto devemos refletir e orar para manter-nos alertas. Ao olharmos os fatos como incidentes passageiros perdemos o foco dos sinais, mas se olharmos no aspecto do aumento da frequência e da intensidade dos fenômenos e das crises  nos últimos tempos perceberemos a gravidade da situação e entendemos a mensagem dos sinais.

Abaixo segue alguns documentários que  mostram que realmente estamos vivendo numa época diferenciada, que apresentam acontecimentos em frequência recorde e completamente sem comparação com outras épocas.







sábado, 3 de maio de 2025

Os Momentos Cruciais da Parábola das 10 Virgens

 


A parábola das 10 virgens, registrada em Mateus 25:1-13, é uma narrativa profunda e simbólica que reflete a necessidade de vigilância e prontidão para a vinda de Cristo. No verso 6, o grito “Aí vem o noivo” marca um ponto crucial na história. Ele simboliza o anúncio inesperado de que o momento tão aguardado chegou, colocando em evidência a preparação ou a falta dela por parte das virgens.

O grito à meia-noite é uma chamada urgente, despertando todas as virgens do sono e alertando-as para a iminente chegada do noivo. Esse grito não só quebra o silêncio da noite, mas também cria um momento de crise. É nesse ponto que a diferença entre as virgens prudentes e as néscias se torna evidente. As prudentes estavam preparadas com azeite suficiente, enquanto as néscias foram apanhadas desprevenidas e tentaram corrigir sua negligência tarde demais.

O Grito à Meia-Noite

A meia-noite representa o ponto final de um ciclo, um momento de crise e de transição. No contexto da parábola, o grito à meia-noite ocorre em meio a um cenário de escuridão, simbolizando o auge das crises globais que ameaçam a sobrevivência da humanidade. Em tempos recentes, passou-se a reconhecer a gravidade dessas crises de forma mais clara, especialmente após eventos marcantes da história moderna, como as guerras mundiais do século XX, o surgimento da ameaça nuclear, o avanço das mudanças climáticas, pandemias globais, e a crescente instabilidade econômica, política e social. Esses acontecimentos trouxeram à tona a fragilidade da humanidade e reforçaram a percepção de que vivemos em um período singular e crítico da história.

O grito “Aí vem o noivo” neste contexto pode ser entendido como os alertas crescentes que estudiosos da Bíblia e pregadores têm feito, à luz dos sinais descritos nas Escrituras. Guerras, desastres naturais, a pregação global do evangelho, e o colapso de valores éticos e morais são todos indicativos de que a meia-noite profética chegou — o momento em que a humanidade está à beira de uma transição definitiva.

O Curto Período Entre o Grito e a Chegada

A parábola nos revela que há um intervalo breve entre o grito à meia-noite e a chegada efetiva do noivo. Esse curto período é de extrema importância, pois é nele que as virgens precisam estar prontas para encontrar o noivo. No entanto, as virgens néscias, ao perceberem que não têm azeite suficiente, tentam corrigir sua negligência, mas acabam perdendo o momento crucial.

Se interpretarmos essa dinâmica em termos dos eventos finais da história humana, podemos compreender que vivemos atualmente nesse curto período entre o anúncio profético da volta de Jesus e o seu cumprimento. É um momento em que as crises globais, combinadas com os sinais proféticos, clamam por uma preparação espiritual urgente, mas também é um tempo em que muitos podem ser encontrados desatentos ou despreparados.

Todas Despreparadas, Mas Com Diferentes Condições

No verso 6, o grito “Mas à meia-noite ouviu-se um grito: ‘Aí vem o noivo!’” desperta todas as virgens, revelando que, naquele momento, nenhuma delas estava completamente pronta para encontrar o noivo. No entanto, a diferença crucial entre as prudentes e as néscias é destacada logo em seguida: as prudentes tinham azeite em reserva, enquanto as néscias não.

O fato de todas as virgens estarem adormecidas no momento do grito é significativo. Isso indica que, mesmo entre os crentes, existe uma tendência ao cansaço espiritual ou à falta de vigilância diante da demora do noivo. Contudo, a condição de cada grupo se torna evidente quando o grito ressoa. As prudentes, embora inicialmente adormecidas, haviam se preparado com antecedência, mantendo uma reserva de azeite. Já as néscias, ao perceberem que suas lâmpadas estavam se apagando, entram em pânico e tentam remediar sua negligência, mas é tarde demais.

O Azeite em Reserva: Símbolo de Vida Espiritual Autêntica

O azeite, elemento central da parábola, é frequentemente interpretado como símbolo do Espírito Santo e da comunhão contínua com Deus. Na vida espiritual, ele representa:

  1. A Intimidade com Deus: O azeite é fruto de uma vida de oração, meditação na Palavra e busca sincera por Deus. É algo que não pode ser adquirido de forma instantânea ou superficial, mas que exige dedicação e entrega diárias.

  2. A Perseverança na Fé: Manter uma reserva de azeite significa estar preparado para tempos de espera e adversidade, sem perder a conexão com Deus. As prudentes demonstram essa perseverança, enquanto as néscias confiam em uma preparação insuficiente.

  3. A Dependência do Espírito Santo: O azeite reflete a atuação do Espírito Santo na vida do crente, capacitando-o a viver de forma vigilante e obediente, independentemente das circunstâncias externas.

  4. A Responsabilidade Pessoal: Cada virgem era responsável por sua própria reserva de azeite. Isso ressalta que a preparação espiritual é individual e intransferível. Não é possível depender da fé ou da espiritualidade de outros no momento crucial.

Reflexão Final

Se de fato estamos vivendo entre os versos 6 e 10 de Mateus 25, este é um tempo de graça, mas também de grande urgência. A mensagem do grito à meia-noite é um convite para abandonar a indiferença e buscar a preparação espiritual necessária. O azeite das lâmpadas, muitas vezes interpretado como o Espírito Santo e a comunhão contínua com Deus, não pode ser adquirido no último momento ou emprestado de outros. Ele é o fruto de uma vida de vigilância e entrega ao Senhor.

Que possamos estar atentos ao grito que ecoa em nossos dias, vivendo com vigilância, fé e prontidão. O noivo, Jesus Cristo, certamente virá, e que possamos ser encontrados entre os prudentes, com nossas lâmpadas acesas e cheias de azeite, prontos para entrar com Ele no banquete eterno.



sexta-feira, 2 de maio de 2025

Os "Candidatos à Besta do Apocalipse" e a Estabilidade da Interpretação Historicista

 


    Ao longo da história recente, diversas figuras públicas — especialmente líderes políticos influentes — foram apontadas, por intérpretes de viés futurista, como possíveis candidatos a ocupar o papel da Besta do Apocalipse descrita em Apocalipse 13. Entre os nomes que já receberam tal designação estão: Ronald Reagan, Barack Obama, Emmanuel Macron e Donald Trump. Em todos os casos, os motivos variaram de numerologia (como o caso de Reagan, cujo nome completo "Ronald Wilson Reagan" tem três palavras de seis letras — 666)1, à retórica carismática, influência internacional, ou políticas polarizadoras.

    Essas interpretações vêm, em sua maioria, da escola futurista, especialmente em sua vertente dispensacionalista, que ganhou força com os escritos de John Nelson Darby no século XIX2 e foi posteriormente popularizada nos Estados Unidos através da Scofield Reference Bible (1909)3. O dispensacionalismo entende que grande parte das profecias de Daniel e Apocalipse se referem a eventos ainda futuros, geralmente vinculados ao período da chamada "Grande Tribulação". Nessa perspectiva, a Besta é muitas vezes entendida como um líder político mundial que surgirá nos últimos dias, possivelmente à frente de um governo global.

    Essa abordagem, no entanto, tem levado a um padrão de constante revisão e atualização de candidatos ao papel da Besta, à medida que o cenário político internacional muda. A cada nova eleição ou conflito, surge um novo "anticristo em potencial", criando um ciclo de previsões que raramente se concretizam e acabam sendo descartadas com o tempo. Esse fenômeno levanta questões sérias sobre a estabilidade hermenêutica desse modelo.

    Por outro lado, a escola historicista (que está na base da visão Adventista) oferece um contraste notável. Essa abordagem interpreta as profecias apocalípticas como se cumprindo progressivamente ao longo da história, desde os dias dos apóstolos até a consumação final. Essa linha foi amplamente adotada por reformadores protestantes como Martinho Lutero, João Calvino, John Knox e os puritanos ingleses, que identificaram a Besta, bem como o "homem do pecado" de 2 Tessalonicenses 2, com o sistema papal romano. Lutero, por exemplo, declarou: "Eu estou convencido de que o Papa é o anticristo verdadeiro"4.

    Autores historicistas como Isaac Newton, em sua obra Observations upon the Prophecies of Daniel, and the Apocalypse of St. John (1733), interpretaram os eventos de Apocalipse como representações simbólicas da história da Igreja, incluindo o surgimento do papado, as perseguições medievais, a Reforma e os conflitos europeus subsequentes5. Essa leitura não depende de especulações baseadas em figuras contemporâneas, mas de uma estrutura contínua e coerente, que busca reconhecer o desenvolvimento do cristianismo institucional ao longo dos séculos como o palco do cumprimento profético.

    Enquanto o futurismo tende a ser reativo aos eventos atuais — levando a interpretações frequentemente sensacionalistas — o historicismo mantém uma abordagem sistemática, ancorada em eventos históricos já realizados. A repetida troca de nomes e rostos no papel da Besta entre os futuristas pode, portanto, ser vista como evidência de uma certa fragilidade interpretativa. Em contraste, a escola historicista permanece notável por sua consistência exegética ao longo de mais de cinco séculos.

    Em termos teológicos, essa estabilidade pode ser entendida como um reflexo de uma hermenêutica mais sólida, que reconhece a progressividade da revelação histórica. O futurismo, ao deslocar o cumprimento profético para um futuro indefinido, frequentemente desconsidera o papel central da história da Igreja — e, consequentemente, da luta entre verdade e erro — como o palco primário da batalha escatológica.

Conclusão

    A multiplicidade de "candidatos à Besta" sugeridos por futuristas ao longo das últimas décadas evidencia um problema fundamental: a falta de estabilidade hermenêutica. Em contraste, a abordagem historicista oferece um modelo interpretativo que, embora menos popular em círculos modernos, apresenta uma coerência histórica notável e se ancora na tradição reformada. Esse contraste levanta uma questão importante: estariam os eventos do Apocalipse mais conectados à história já percorrida do que a um futuro sempre em mutação? Para muitos estudiosos historicistas, a resposta continua sendo um firme "sim".

Referências :

  1. Moyer, Elgin. Who Was Who in Church History. Keats Publishing, 1974. Essa alegação sobre Reagan se popularizou entre grupos de interpretação literalista e conspiratória.

  2. Darby, John Nelson. The Collected Writings of J.N. Darby, Vol. 2: Doctrinal. London: G. Morrish, 1867.

  3. Scofield, C. I. The Scofield Reference Bible. Oxford University Press, 1909. A obra foi crucial para espalhar o dispensacionalismo nos EUA.

  4. Lutero, Martinho. WA (Weimarer Ausgabe), Vol. 8, p. 708. Ver também: An den christlichen Adel deutscher Nation, 1520.

  5. Newton, Isaac. Observations upon the Prophecies of Daniel, and the Apocalypse of St. John. London: J. Darby and T. Browne, 1733.


Os primeiros cristãos guardavam o domingo e criam na imortalidade da alma?

 


Nos primeiros séculos, os chamados Pais da Igreja não guardavam o domingo da forma como hoje muita gente entende “guardar” (como substituição do sábado do quarto mandamento). Eles passaram a celebrar o domingo como um dia de culto e comemoração da ressurreição de Cristo – mas não como um novo sábado nem como um dia mandado por Deus para ser santificado no lugar do sábado bíblico. Na verdade, eles se reuniam todos os dias, conforme o livro de Atos.

Alguns pontos importantes:

• O sábado continuava sendo reconhecido. Muitos cristãos judeus guardavam o sábado. Já entre os cristãos gentios o costume foi mudando com o tempo.
• Domingo era um dia de celebração, chamado de “dia do Senhor” (dies dominica ou dies dominus em latim), mas não havia mandamento divino para santificá-lo. Era um costume, não uma ordenança bíblica.
• Pais como Justino Mártir (c. 100–165 d.C.) mencionam reuniões no domingo, mas deixam claro que era por associação à ressurreição de Cristo, não por um mandamento para substituir o sábado.
• Concílios posteriores, como o Concílio de Laodiceia (século 4), começaram a oficializar regras para o domingo e desencorajar a guarda do sábado, mas isso é bem posterior ao Novo Testamento.

Exemplos históricos:

1. Justino Mártir (Primeira Apologia, cap. 67) escreveu: “No dia chamado domingo, todos nós reunimo-nos, pois é o primeiro dia no qual Deus, tendo operado uma mudança nas trevas e na matéria, criou o mundo, e Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos no mesmo dia.”

Aqui vemos o domingo sendo comemorado – mas não como um sábado.

2. Irineu de Lião (c. 130-202 d.C.), em Contra Heresias, fala da “nova criação” associada ao domingo, mas também sem dizer que aboliram o sábado.
3. Tertuliano (c. 155-220 d.C.), em De Corona, menciona que os cristãos se abstinham de ajoelhar no domingo em honra à ressurreição – mas reconhece que muitas dessas práticas eram “tradições” (traditio), não mandamentos.
4. Concílio de Laodiceia (c. 363-364 d.C.):
• Cânon 29 diz: “Os cristãos não devem judaizar descansando no sábado, mas trabalhar nesse dia; devem, entretanto, honrar o domingo e, se possível, não trabalhar nele como cristãos.”

Isso mostra que a guarda do sábado ainda existia entre cristãos naquela época – e o concílio buscava suprimir isso.

Resumindo: os primeiros Pais da Igreja comemoravam o domingo, mas não o guardavam como o sábado. A mudança da observância do sábado para o domingo como “dia de descanso” foi um processo lento, social, teológico e político que só se consolidou séculos depois, especialmente com influência do imperador Constantino e da Igreja imperializada.

E quanto à imortalidade da alma?

Alguns Pais da Igreja criam na imortalidade da alma, outros não – e muitos tinham uma visão misturada entre o que aprenderam da Bíblia e conceitos platônicos (filosofia grega). Ou seja: não era uma crença uniforme entre eles, e, com o tempo, o pensamento cristão foi ficando mais platônico (influenciado por Platão), principalmente a partir do século 2.

Explicando melhor:

• No Novo Testamento, a esperança cristã é a ressurreição dos mortos (João 5:28, 29; 1 Coríntios 15), não a imortalidade natural da alma.
• O pensamento hebraico (do qual Jesus e os apóstolos fazem parte) via o ser humano como uma unidade viva – alma vivente (Gênesis 2:7) – e não acreditava em uma alma imortal separada do corpo.
• A filosofia grega (principalmente Platão) dizia que a alma é imortal e separada do corpo – ideia que começou a influenciar os cristãos bem cedo.

Sobre os Pais da Igreja:

• Justino Mártir (c. 100-165 d.C.) cria que a imortalidade é um dom concedido por Deus aos justos, e não algo natural da alma. Ele argumentava contra a ideia de que a alma é naturalmente imortal.
• Taciano, discípulo de Justino, também ensinava que a alma não é imortal por natureza.
• Teófilo de Antioquia (c. 180 d.C.) ensinava que o ser humano é mortal e que a imortalidade seria concedida apenas aos fiéis.
• Irineu de Lião (c. 130-202 d.C.) também combateu a ideia da alma imortal por si mesma. Em Contra Heresias, ele enfatiza que só Deus é imortal e que o ser humano depende da comunhão com Ele para ter vida eterna.
• Tertuliano (c. 155-220 d.C.) já demonstra mais influência grega, defendendo a sobrevivência da alma separada do corpo, mas, ainda assim, de forma imperfeita em relação ao que se tornou depois o dogma da “imortalidade natural”.
• Orígenes (c. 185-253 d.C.) ensinava a preexistência da alma – uma doutrina totalmente grega e não bíblica – que depois foi considerada heresia.
• Agostinho de Hipona (354-430 d.C.), já no século 4/5, consolidou o ensino da alma imortal, muito fortemente baseado em Platão, especialmente em sua forma “cristianizada” através de Plotino (neoplatonismo).

Conclusão: os primeiros Pais da Igreja não criam todos na imortalidade natural da alma.
Essa crença se infiltrou aos poucos, vinda da filosofia grega, e se consolidou de vez séculos depois, especialmente com Agostinho e os concílios posteriores.

Fonte: Outraleitura