O que está faltando para termos uma experiência real com Cristo? Para vivermos um cristianismo exuberante, nos sentindo seguros ao imaginarmos Ele voltando nas nuvens do céu.
As
Amarras: Os interesses
carnais, a rotina do dia a dia, as vãs subtilezas do presente século, tendem a
arrefecer nosso fervor e carinho por Cristo. Passamos a nos acomodar com nossa
mornidão espiritual, achando que é bom que Cristo volte, mas não agora.
Querendo receber a plenitude do Espírito Santo, mas notando que o vaso não está
pronto para recebê-Lo. Assim vamos adiando a concretização de nosso anseio em sermos cristãos exuberantes, convictos,
abençoados.
A
Rendição: Precisamos desistir de nossos subterfúgios ou de nós
mesmos. Enquanto considerarmos de algum valor as coisas deste mundo, Cristo não
tomará posse do trono de nosso coração. Isto só acontecerá com uma rendição
voluntária a Cristo. Quando nos conscientizar-nos da futilidade das coisas
deste mundo reconheceremos finalmente a necessidade de Cristo em nossa vida.
Caso contrário não conseguiremos progredir. O pastor e escritor adventista Morris
Venden comenta o assunto da seguinte forma:
“Quando estudei as técnicas de salvamento, o
instrutor da Cruz Vermelha nos ensinou algumas salvaguardas ao tentarmos salvar
uma pessoa que está se afogando. Disse ele: "Se for absolutamente
possível, não pule na água imediatamente para salvá-lo. Observe-o com muito
cuidado, mas espere até que ele esteja prestes a afundar pela tradicional
'terceira vez'. Quando ele chegar a este ponto, então mergulhe e salve-o, mas
não antes disto." Por que ele nos
advertiu a esperar? Se mergulhássemos imediatamente, a vítima estaria se
debatendo. Ela se agarraria a nós em um aperto mortal, e ambos poderíamos nos
afogar. Mas se esperássemos até que ela parasse de lutar, então poderíamos com
segurança salvá-la.
Você
sabia que a salvação humana se baseia no mesmo princípio? Devemos chegar à
condição na qual estamos prontos a parar de combater as ondas do pecado. Jesus
nos vê debatendo-nos no mar da vida. Estamos lutando desesperadamente tentando
combater nossos pecados, tentando vencer nossos problemas. Mas o diabo é mais
forte e mais hábil do que nós. Não parece que iremos alcançar a vitória.
Finalmente, quando desistimos e estamos quase prontos a afundar para sempre,
admitimos que não podemos ter sucesso. Olhamos desesperadamente para o Céu em
busca de auxílio. Só então Jesus pode vir salvar-nos.” (Extraído do livro:
Como tornar real o cristianismo.)
A nossa entrega ou rendição é a chave para a
vitória em Cristo. Em
outras palavras é a escolha da soberania de Jesus em nossa vida que nos leva à
conversão. Cristianismo tem a ver com quem
você serve, quem tem a primazia em sua vida e não apenas ao conjunto de normas
e doutrinas assumidas. Quando percebemos que Cristo é o Mestre por excelência e
a este devemos amoldar nossos gostos e desejos, começa a caminhada. Certa vez
Jesus foi taxativo com seus discípulos e disse em outras palavras: “Se vocês não
estão contentes em me seguir, o caminho está aberto”. Então Pedro respondeu: “Senhor
para quem iremos? Tu tens a palavra da vida.” (João 6:68).
Esta certeza expressa nas palavras de
Pedro é o que deve ser manifestado pelo verdadeiro discípulo. Além da vida
eterna, Jesus tem a essência de toda sabedoria e quer tornar-nos perfeitos,
equilibrados, exuberantes em qualidade de vida. Se não acreditarmos nesta
realidade não poderemos recebê-lo de fato. A partir disto passamos a ajustar
todos os nossos interesses e realidades ao foco que é Cristo, do qual obtemos
esperança e força para sermos vitoriosos. E desta interação depende toda a vida
cristã.
Aguinaldo C. da Silva