quinta-feira, 12 de junho de 2025

As Pessoas que lutaram com Deus !

 


Ao longo das Escrituras, vemos que algumas das maiores vitórias espirituais foram concedidas àqueles que demonstraram perseverança, resignação e uma fé inabalável. Não se trata de uma fé meramente passiva, mas de uma disposição ativa de lutar com Deus — não contra Ele — como quem sabe que somente d’Ele pode vir a verdadeira bênção.

Um exemplo marcante é o de Jacó, que lutou com um anjo durante toda a noite (Gênesis 32:24-30). Este episódio é profundamente simbólico: Jacó, em desespero, não fugiu, não desistiu, não exigiu. Ele lutou, agarrou-se ao anjo e declarou: "Não te deixarei ir se não me abençoares." Mesmo ferido, Jacó permaneceu firme. Sua persistência e humildade foram recompensadas com um novo nome — Israel, “aquele que luta com Deus” — e com uma bênção que o transformou para sempre.

Outro exemplo é a mulher siro-fenícia (Marcos 7:24-30). Gentia e excluída dos privilégios do povo judeu, ela se aproximou de Jesus implorando a libertação da filha. A resposta inicial de Jesus parece dura: "Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos." Contudo, ela não se ofendeu, não se afastou, não se revoltou. Com resignação e fé, ela respondeu: "Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos." Essa resposta, cheia de humildade e confiança, fez Jesus exclamar: "Grande é a tua fé!" E sua filha foi curada naquele instante.

Lembramos ainda do paralítico junto ao tanque de Betesda (João 5:1-9). Por trinta e oito anos, ele permaneceu ali, esperando que as águas se movessem e alguém o ajudasse a entrar no tanque. Décadas de espera, sofrimento e frustração. Mas ele não amaldiçoou a Deus, não se revoltou, não desistiu. E, num determinado dia  Jesus se aproximou e lhe perguntou: "Queres ser curado?" Ao ouvir sua história, Jesus simplesmente lhe disse: "Levanta-te, toma o teu leito e anda." E naquele momento, a cura chegou.

Esses personagens contrastam fortemente com a atitude de Caim, que, ao ver que Deus não se agradou de sua oferta, se encheu de ira e revolta. Em vez de humildemente buscar entender a vontade de Deus e corrigir seu caminho, Caim preferiu culpar, julgar e, por fim, cometer um crime terrível. Sua indignação e falta de resignação o afastaram da presença de Deus.

Em todos esses casos, vemos que a vitória espiritual não está em vencer Deus, mas em não desistir d’Ele, mesmo quando Ele parece distante, silencioso ou até mesmo duro. Aqueles que perseveram, que aceitam a aparente demora ou silêncio divino com fé e humildade, são os que, no tempo certo, colhem frutos eternos.

A verdadeira luta espiritual é marcada pela persistência na fé, pela rendição voluntária ao tempo e à vontade de Deus. Não é uma fé que exige, mas uma fé que espera; não é uma alma que acusa, mas que se submete e confia. Aí está um dos segredos mais profundos da vida espiritual: lutar com Deus, não para vencer, mas para ser transformado.

sábado, 7 de junho de 2025

As Provações como preparo para as Grandes Vitórias da Vida !

 


A história sagrada está repleta de exemplos que destacam o valor da paciência e da fidelidade durante os períodos de provação e espera. Por meio da vida de personagens como José, Moisés e Daniel, aprendemos que as dificuldades podem se tornar o terreno fértil onde Deus molda o caráter e prepara Seus servos para grandes vitórias.

José foi vendido como escravo por seus próprios irmãos, traído e separado de sua família em um ato de profunda injustiça. No Egito, sua fidelidade a Deus permaneceu inabalável, mesmo ao ser falsamente acusado pela esposa de Potifar e lançado na prisão. Durante os anos de espera e sofrimento, José manteve sua confiança em Deus, acreditando que Suas promessas se cumpririam. No tempo devido, foi elevado ao posto de governador do Egito, salvando não apenas sua família, mas toda uma nação da fome. Ellen White escreve:

"Deus permitiu que ele fosse educado na escola da aflição. O Senhor estava preparando José para uma posição de grande responsabilidade e honra, e ele submeteu-se ao treinamento necessário." (Patriarcas e Profetas, p. 218)

Moisés, criado como príncipe no Egito, foi chamado por Deus para libertar Israel da escravidão. Contudo, antes de assumir essa missão, passou quarenta anos em Midiã, vivendo como pastor no deserto. Durante esse tempo, Deus moldou seu caráter, ensinando-lhe paciência, humildade e dependência divina. Foi ali, longe do poder e da glória do Egito, que Moisés aprendeu a ouvir a voz de Deus e a confiar n’Ele para conduzir Seu povo. Ellen White afirma:

"O silêncio do deserto foi um descanso bem-vindo para aquele cuja vida havia sido cheia de excitação e tumulto. Em sua tranquila vida pastoril, cercado apenas pelos montes, as planícies e os céus estrelados, ele comungava com Deus." (Patriarcas e Profetas, p. 247)

Levado cativo para Babilônia ainda jovem, Daniel enfrentou inúmeras provações. Apesar de estar em um ambiente que promovia a idolatria e a corrupção, ele permaneceu fiel aos princípios divinos, recusando-se a comprometer sua fé. Sua paciência e fidelidade foram recompensadas com sabedoria, influência e a proteção de Deus, mesmo em situações como a cova dos leões. Ellen White comenta:

"Daniel e seus companheiros eram jovens de princípios firmes. Por meio da fé em Deus, foram firmes nas provas e triunfaram, porque entregaram suas vidas inteiramente ao controle divino." (Profetas e Reis, p. 482)

A Lição para Nós Hoje

As histórias de José, Moisés e Daniel nos mostram que Deus usa as provas da vida para nos preparar para missões maiores. A espera pode parecer longa, mas cada dificuldade é uma oportunidade de crescimento. Ellen White resume esse princípio ao dizer:

"Os que estão dispostos a ser ensinados por Deus aprenderão preciosas lições em meio às provas e dificuldades." (Testemunhos para a Igreja, vol. 9, p. 284)

Assim como esses servos de Deus, sejamos pacientes e fiéis, confiando que Ele está conduzindo todas as coisas para o nosso bem e para a Sua glória.


sexta-feira, 6 de junho de 2025

Novo Censo demográfico indica aumento do número de Evangélicos no Brasil

 


O percentual de evangélicos no Brasil bateu recorde e chegou a 26,9% da população, revelaram dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

📈No último Censo, em 2010, 21,6% dos brasileiros se declaravam evangélicos – o que mostra um aumento de 5,2 pontos percentuais. Em 1890, quando se começou a ter estatística sobre este grupo, apenas 1% da população se declarava evangélica.

📉Já o número de católicos chegou ao menor patamar da história56,7% dos brasileiros. Eles já foram 99,7% em 1872.

Quando se olha por faixa etária, o percentual de evangélicos sobe entre os mais jovens. Entre os brasileiros de 10 a 14 anos, 31,6% se declaram evangélicos. Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, são 28,9%.




Saiba mais <aqui>


NotaNão podemos deixar de lembrar que o termo “evangélico” tem alterado sua conotação no decorrer das últimas décadas. Na primeira metade do século XX era mais forte o segmento dos evangélicos tradicionais. Já na segunda metade daquele século se tornou mais forte os evangélicos pentecostais e no século XXI o neopentecostalismo. Dentro deste segmento a característica que tem se tornado a tônica principal é as “igrejas coach”, que servem seus membros com uma gama de “benefícios” psicológicos e emocionais onde a ênfase está na teologia do EU e não na teologia da CRUZ. Assim sem querer desmerecer o que representa o termo “Evangélicos” na atualidade, a realidade dos fatos é que há um distanciamento da visão de outrora, sendo já quase imperceptível o espírito e o fervor da primitiva igreja do Senhor Jesus Cristo.



quinta-feira, 5 de junho de 2025

Laodiceia e a Solução para uma Igreja Decadente

 


A carta à igreja de Laodiceia, a última das sete igrejas mencionadas no livro do Apocalipse (Ap 3:14-22), tem sido tradicionalmente interpretada como um retrato profético do estado da igreja cristã nos últimos dias da história. Diferente das outras igrejas, Laodiceia não recebe elogios — apenas advertência. Jesus a descreve como "morna", nem fria nem quente, e pronta para ser vomitada de Sua boca. Essa mornidão é um símbolo de indiferença espiritual, de um cristianismo de aparência, sem profundidade ou compromisso real.

A decadência de Laodiceia pode ser atribuída a três causas principais que assolam a igreja moderna:

  1. Acomodação pelo conforto tecnológico
    Vivemos em uma era de conveniência e rapidez. A tecnologia, embora útil, tornou a espiritualidade algo facilmente substituível ou negligenciado. Cultos online, orações automatizadas, leituras bíblicas por aplicativos — tudo isso, se usado sem vigilância, pode alimentar uma fé superficial. O discipulado exigente, que requer tempo, sacrifício e comunhão real, perde espaço diante do conforto digital. A fé se torna mais uma opção no cardápio da vida moderna, ao invés de ser o centro dela.

  2. Ideologia secularista centrada na satisfação própria
    O espírito de Laodiceia diz: "Estou rico, abastado e não preciso de coisa alguma" (Ap 3:17). Esta autossuficiência reflete a ideologia moderna do “viva sua verdade” e da busca incessante pela autorrealização. A teologia do eu tomou o lugar da teologia da cruz. A igreja morna é aquela que adota a linguagem do mundo — sucesso, autoestima, prosperidade — mas esquece a linguagem do Reino — arrependimento, serviço, entrega.

  3. Crise de fé diante de novas correntes de pensamento
    A pós-modernidade trouxe uma avalanche de questionamentos sobre a verdade absoluta, a moral cristã e a própria existência de Deus. Muitos cristãos, ao se depararem com visões materialistas, relativistas e espiritualidades alternativas, sucumbem a uma fé vacilante ou sincretista. Em vez de influenciar o mundo, são absorvidos por ele. Isso gera uma igreja confusa, hesitante, sem identidade clara.

Mas há solução.

Cristo, ao exortar Laodiceia, também oferece cura:
"Eu repreendo e disciplino a todos quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te" (Ap 3:19).
O caminho de volta começa com o arrependimento — o reconhecimento da mornidão e a rejeição da autossuficiência. É necessário recuperar o primeiro amor, descrito em Apocalipse 2:4, e voltar às práticas simples e profundas da fé: oração sincera, comunhão genuína, serviço sacrificial e dependência total de Deus.

Jesus ainda está à porta e bate (Ap 3:20). Ele não arromba. Ele convida. A restauração da igreja decadente não será resultado de uma nova tecnologia, nem de uma adaptação cultural mais refinada, mas de um encontro renovado com Cristo — íntimo, pessoal, transformador. Quando Ele entra, tudo muda: a mornidão dá lugar ao fogo do Espírito, a tibieza cede ao fervor do amor, e a vaidade é substituída pela humildade do discípulo.

Laodiceia pode ser a mais trágica das sete igrejas, mas também pode ser a que experimenta o mais poderoso avivamento — se ouvir a voz do Amado e abrir a porta.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Há Esperança no Grande Conflito!

 


A história do universo, segundo a Bíblia, é marcada por um conflito grandioso e abrangente, cujas raízes remontam aos céus. Em Apocalipse 12:7 lemos: “Houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhava o dragão e os seus anjos.” Essa passagem marca o início do que a tradição cristã compreende como o Grande Conflito – uma guerra cósmica entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás, entre a verdade e o engano.

Expulso do céu, Satanás trouxe seu espírito de rebelião à Terra. A entrada do pecado no mundo, através da queda de Adão e Eva, deu início à extensão terrena desse conflito, que tem se desdobrado através dos séculos em múltiplas formas: guerras, opressões, injustiças, idolatria, e principalmente, na corrupção moral e espiritual da humanidade.

A violência decorrente desse conflito não se limita ao campo físico. Ela se manifesta também nas dimensões psicológicas, emocionais e espirituais da experiência humana. A inquietação interior, os traumas, as crises de identidade e os dilemas morais são, muitas vezes, reflexos de um coração em guerra, separado de Deus e carente da paz que só Ele pode oferecer.

Jesus, ao descrever os sinais do fim, advertiu: “E ouvireis de guerras e rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim” (Mateus 24:6). Ele previu uma intensificação dos conflitos, um mundo em convulsão, marcado por instabilidade e angústia. Esses sinais servem como alerta da proximidade de Sua segunda vinda e do desfecho final do conflito.

No Apocalipse, o clímax dessa batalha se apresenta simbolicamente na batalha do Armagedom (Apocalipse 16:16), onde as forças do bem e do mal se confrontam pela última vez. Essa não é meramente uma guerra geopolítica, mas uma batalha espiritual final, na qual todas as potências da impiedade se levantam contra Deus e Seu povo. Contudo, a vitória pertence a Cristo.

Ellen G. White, em sua obra "O Grande Conflito", descreve essa luta em profundidade. Ela afirma:

“Desde o início do grande conflito no céu até seu encerramento final, o grande tema tem sido a vindicação do caráter de Deus diante do universo.”
O Grande Conflito, p. 678

E também:

“A história do grande conflito entre o bem e o mal, desde que começou no Céu até sua final extinção, é também uma demonstração do imutável amor de Deus.”
O Grande Conflito, p. xi (introdução)

A realidade do Grande Conflito nos ajuda a entender por que o mundo está como está — mas também nos aponta para a esperança de sua restauração. O mal tem prazo de validade. O sofrimento tem um fim marcado. E quando Cristo voltar, Ele dará fim à presença do pecado e trará verdadeira paz e justiça.

“E Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.”
Apocalipse 21:4

O conflito é real. Mas a vitória também é. E está em Jesus.

terça-feira, 3 de junho de 2025

A progressiva aproximação entre a Besta do Mar e a Besta da Terra!

 

A história das relações entre os Estados Unidos da América e o Vaticano revela mais do que uma evolução diplomática ou uma mudança de paradigma geopolítico. À luz da profecia bíblica e dos escritos do Espírito de Profecia, este processo deve ser compreendido como parte do cumprimento dos eventos finais descritos no livro do Apocalipse. O que antes parecia improvável — a aliança entre uma nação fundada sobre princípios protestantes e a Igreja de Roma — se concretiza como sinal da proximidade dos juízos de Deus.

Durante o século XIX, os Estados Unidos eram, aos olhos do mundo, uma terra de liberdade civil e religiosa. A Constituição americana representava um baluarte contra qualquer forma de tirania eclesiástica. Por isso mesmo, a aproximação com o poder papal era vista como contrária ao espírito da nação. Um episódio simbólico ilustra esse antagonismo: no final do século XIX, o Vaticano presenteou os EUA com uma relíquia sagrada, uma pedra da escadaria do Palácio de Pilatos. Longe de ser honrada, a relíquia foi destruída e lançada no rio por cidadãos nova-iorquinos, demonstrando a repulsa pública à interferência da Igreja de Roma.

Entretanto, a profecia já havia antecipado uma mudança. A “besta que subia da terra”, descrita em Apocalipse 13:11, que “tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, mas falava como dragão”, representa os Estados Unidos. A nação fundada sobre os princípios de liberdade e justiça eventualmente falaria como o dragão — um símbolo de intolerância, perseguição e união ilícita entre o poder civil e o religioso.

Ellen G. White, em sua obra O Grande Conflito, escreveu com clareza profética:

“Quando o protestantismo estender a mão através do abismo para apanhar a mão do poder romano, quando se curvar por sobre o abismo para dar a mão ao espiritismo, quando sob a influência desta tríplice união, nosso país repudiar todo princípio de sua Constituição como um governo protestante e republicano, e fizer provisões para a propagação das mentiras e ilusões papais, então saberemos que o tempo chegou em que a maravilhosa atuação de Satanás está para ocorrer, e que o fim está próximo.”
O Grande Conflito, p. 588

A história recente confirma essa união crescente. Durante a década de 1980, Ronald Reagan e o Papa João Paulo II firmaram uma parceria estratégica, conhecida como a “Santa Aliança”, com o objetivo de derrotar o comunismo. Essa aliança envolveu cooperação política, diplomática e até operações secretas em países do Leste Europeu, como a Polônia. Em 1984, os EUA estabeleceram formalmente relações diplomáticas com o Vaticano — uma mudança impensável décadas antes, quando a separação entre Igreja e Estado era tida como sagrada.

No século XXI, a influência católica dentro da política e da cultura norte-americanas se intensificou. Cardeais norte-americanos passaram a ocupar papéis centrais na Cúria Romana, e muitos líderes políticos expressaram abertamente sua sintonia com o pensamento social da Igreja. O clímax desse processo se deu em maio de 2025, com a eleição de Papa Leão XIV, o primeiro papa nascido em solo americano. Esse evento simboliza não apenas o poder global crescente do catolicismo americano, mas a consolidação da união entre os EUA e Roma — uma união com implicações escatológicas profundas.

À luz da profecia, essa união prepara o cenário para o cumprimento das ordens da segunda besta, que fará com que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta (Apocalipse 13:12), ou seja, restaurará a supremacia papal por meio da coerção religiosa. A liberdade de consciência — outrora pedra angular da nação americana — será sacrificada em nome de uma falsa unidade espiritual.

Conclusão Profética

O que vemos hoje não é apenas um realinhamento político. É o desenrolar da profecia. A união dos Estados Unidos com o papado marca o início dos eventos finais que culminarão com a imposição da marca da besta e a perseguição ao povo fiel de Deus. Assim, cada movimento diplomático, cada gesto de aproximação, cada símbolo de união entre Washington e Roma deve ser compreendido como parte da preparação para o último grande conflito entre a verdade de Deus e os enganos de Satanás.

É tempo de despertarmos do sono, porque agora a nossa salvação está mais perto do que quando aceitamos a fé.” — Romanos 13:11


Referência bibliográfica:

  • Weigel, George. Witness to Hope: The Biography of Pope John Paul II. Harper Perennial, 2005.

  • Allen Jr., John L. The Rise of Benedict XVI: The Inside Story of How the Pope Was Elected and Where He Will Take the Catholic Church. Image, 2005.

  • Riccards, Michael. The United States and the Holy See: The Long Road. Lexington Books, 2010.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Por que o apelo apocalíptico para sair de Babilônia ?

 



No simbolismo profético do livro do Apocalipse, Babilônia não se refere apenas à antiga cidade mesopotâmica, mas representa uma realidade espiritual profundamente corrompida: um sistema religioso que se afastou da verdade original do Evangelho. Esta "Babilônia mística" é descrita como uma igreja cristã apostatada, que ao longo dos séculos tem disseminado seu "vinho" — suas doutrinas enganosas e ideologias — embriagando as nações e deturpando a essência pura da fé cristã.

Em Marcos 7:8-13, Jesus já advertia sobre a substituição da Palavra de Deus pelas tradições humanas. Essa mesma crítica se aplica à Babilônia profética, que trocou o Evangelho eterno por ritos vazios, relíquias idolatradas e tradições que sufocam o sentido vivo das Escrituras. O "espírito de Babilônia" não é apenas um erro teológico; é uma influência entorpecedora que obscurece a mente e o coração, impedindo a verdadeira adoração ao Deus Criador.

Na escatologia bíblica, esse sistema religioso chega ao seu clímax de oposição à verdade nos últimos tempos. Em Apocalipse 14:6-12, uma tríplice mensagem é proclamada ao mundo, chamando todos a voltarem-se para o Evangelho eterno, a adorarem o Criador e a rejeitarem o falso sistema de adoração representado por Babilônia e suas "filhas" — outras instituições religiosas que compartilham de suas práticas e doutrinas desviadas.

Apocalipse 18 ecoa um chamado solene e urgente: “Sai dela, povo meu”. É uma convocação divina à separação espiritual e doutrinária de tudo aquilo que contradiz a Palavra de Deus. Esse chamado não é motivado por sectarismo, mas por amor — amor à verdade e à salvação. Deus, em Sua misericórdia, convida Seu povo a abandonar a confusão religiosa e retornar à simplicidade e pureza do Evangelho de Cristo.

O grande conflito final da história da humanidade se dará entre dois sistemas de adoração: um fundamentado na verdade bíblica, outro na tradição humana. A escolha será clara: ou seguimos a Palavra viva de Deus, ou permanecemos sob a influência de Babilônia. No fim, somente aqueles que seguem ao Cordeiro, que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus (Apocalipse 14:12), estarão firmes diante do trono divino.

Este é o tempo do discernimento e da decisão. Que cada coração seja despertado para reconhecer o contraste entre a luz do Evangelho e as trevas do engano religioso. Que a verdade liberte, e que o povo de Deus atenda ao chamado: sair de Babilônia e adorar ao único digno — o Criador dos céus e da terra.

sábado, 31 de maio de 2025

Tudo aqui e agora - uma base pouco sólida!


 

A busca desenfreada pelas coisas materiais tem sido uma das grandes armadilhas do coração humano. Em um mundo que valoriza o acúmulo de bens, o status e o prazer imediato, muitos constroem suas vidas sobre fundamentos frágeis e passageiros. No entanto, a Palavra de Deus nos oferece uma perspectiva diferente — uma que aponta para valores eternos, e não temporários.

Jesus, em Lucas 12:16-20, conta a parábola do rico insensato. Este homem acumulou uma grande colheita, encheu seus celeiros e disse a si mesmo: “Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te”. Mas Deus lhe disse: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”. Essa história ilustra a futilidade de uma vida centrada apenas no material. Quando a alma humana se ancora nos prazeres carnais e nas riquezas deste mundo, ela se torna vulnerável ao desalento quando as circunstâncias mudam — e elas inevitavelmente mudam.

Quantas pessoas, ao perderem sua saúde, seu emprego ou seu prestígio, mergulham em profundo desespero? Isso acontece porque sua existência estava fundamentada no que é passageiro. Quando os ventos das adversidades sopram, aquilo que parecia sólido se desfaz como areia movediça. Sem um sentido maior, resta apenas o vazio — a perda do propósito, da vontade de seguir em frente.

Contudo, o apóstolo Paulo nos aponta um caminho diferente: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2 Coríntios 4:17). A espiritualidade genuína não nega as dificuldades da vida, mas oferece alento que transcende as circunstâncias imediatas. Ela enraíza o ser humano em algo eterno, sólido e seguro. Como diz o salmista, aquele que medita na Palavra do Senhor “é como árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não murcha” (Salmo 1:3). Esse é o retrato do homem que se sustenta mesmo no tempo da seca, pois está alimentado por uma fonte que não seca.

Jesus nos ensina ainda em Mateus 6:19-21: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu... porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” O coração humano precisa de um foco, de um centro gravitacional. Quando esse centro está no céu — na presença de Deus, em Sua justiça, amor e promessa eterna — a alma encontra firmeza, propósito e esperança, mesmo diante das perdas e frustrações terrenas.

Portanto, é imperativo que redirecionemos o foco da vida. Não para os bens que acumulamos ou os prazeres que desfrutamos, mas para o relacionamento com o Criador, que dá sentido à existência. Só assim, ancorados no eterno, seremos capazes de atravessar as tempestades da vida com a alma firme e com esperança no coração. A esperança é uma das três virtudes teologais (fé, esperança e amor),  que são dons divinos que nos permitem amar a Deus e aos outros e nos conectam com Ele.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

O cristão deve ser liberal ou conservador ?

 


A questão “ser cristão liberal ou conservador” tem gerado muitos debates dentro do mundo cristão contemporâneo. A polarização, muitas vezes refletida no campo político e cultural, tem invadido também a espiritualidade e a prática religiosa, dividindo cristãos em campos ideológicos. No entanto, essa dicotomia não deveria existir, pois o modelo de Cristo não se encaixa perfeitamente em nenhuma dessas categorias humanas e limitadas. 

Jesus foi integral. Ele criticou os fariseus não por darem o dízimo (um preceito da Lei), mas por negligenciarem a justiça, a misericórdia e a fé (Mateus 23:23). Ele não anulou um mandamento em favor de outro; Ele unificou os princípios espirituais, mostrando que o verdadeiro discípulo não deve viver uma espiritualidade fragmentada. Essa visão integral é o que nos capacita a ser sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:13-14), vivendo uma fé que é relevante, coerente e transformadora em todas as esferas da vida.

Os rótulos criados no espectro da vivência da fé são falhos e podem incorrer em erros. O liberalismo, quando aplicado à fé, pode tender ao relativismo moral, onde os valores absolutos são diluídos em nome da inclusão ou da cultura do momento. O conservadorismo, por outro lado, pode cair no erro do legalismo, do moralismo rígido, da exclusão e da perda de compaixão. Ambos os extremos perdem a essência do evangelho, que é graça e verdade (João 1:14).

Muitos cristãos estão sendo  moldados pelos discursos ideológicos, seja de direita ou de esquerda, ao invés de desenvolverem uma mente cristã renovada (Romanos 12:2). Não podemos olvidar o fato que muitos aderem ao espírito do século para evitar a impopularidade e o confronto com a cultura atual. Isso pode levar à aceitação de padrões morais mundanos sob o disfarce de “amor” ou “tolerância”. 

A verdade é que a ética mundana tem entrado em muitas igrejas, não necessariamente pela sua aparência escandalosa, mas pela distorção sutil da verdade. Quando o amor é pregado sem santidade, ou quando a verdade é defendida sem compaixão, estamos longe do modelo de Jesus.

Ellen White comenta  que  ter a mente desenvolvida, discernimento e fidelidade à Palavra são fundamentais para resistir às influências mundanas. Sobre a contaminação do mundanismo nas igrejas, ela também alerta:

“O espírito do mundo é penetrante. Penetra em toda a parte e se adapta facilmente às formas religiosas, obscurecendo a linha divisória entre o cristão e o mundano.”
Testemunhos para a Igreja, vol. 5, p. 131

Portanto, o verdadeiro cristão não é liberal nem conservador, mas fiel ao evangelho de Cristo, que é vivo, atual, radical e amoroso. A missão cristã não é escolher um lado político, mas ser um reflexo fiel de Jesus — cheio de verdade, justiça, graça e compaixão.

Conclusão

O que está em jogo não é escolher entre liberalismo e conservadorismo, mas viver uma fé autêntica, integral e centrada em Cristo. Essa fé:

  • Não relativiza valores bíblicos.

  • Não abraça o moralismo estéril.

  • Vive com amor, sem ceder ao pecado.

  • Defende a verdade, sem perder a graça.

O desafio dos nossos dias é viver não conforme o mundo, mas conforme o Reino (Romanos 12:2). Para isso, precisamos de discernimento espiritual, profundidade bíblica e coragem para sermos luz em meio às trevas — não polarizados, mas enraizados em Cristo.

terça-feira, 27 de maio de 2025

O Sábado - uma dádiva divina ao homem!

 


Na criação do mundo, o sábado foi instituído por Deus como um dia sagrado, separado para descanso, comunhão e renovação espiritual. Em Gênesis 2:2-3, lemos que "havendo Deus terminado no sétimo dia a sua obra que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra... e o abençoou e o santificou". A origem do sábado, portanto, está enraizada no próprio exemplo do Criador, não como um fardo, mas como uma bênção concedida ao ser humano. Esta visão, do sábado como uma bênção ao homem, é enfatizada por Jesus, nas palavras:

" E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado." (Marcos 2:27).

No texto das dez palavras sagradas, ou seja, os Dez Mandamentos,  o sábado aparece como o quarto preceito a ser observado pelo homem (Êxodo 20:8-11). Deus incluiu o sábado entre os Dez Mandamentos, chamando seu povo a lembrar-se desse dia e a santificá-lo. Porém, sua relevância não era apenas legal ou ritual, mas profundamente espiritual. Em Ezequiel 20:20, Deus declara: “Santificai os meus sábados, pois servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que eu sou o Senhor vosso Deus.” O sábado, portanto, é mais que um dia de descanso — é um sinal visível da aliança, um lembrete constante da soberania de Deus e da santificação que Ele opera em seu povo.

Os benefícios da guarda do sábado vão além da dimensão espiritual. Ao obedecer ao mandamento divino, o ser humano experimenta um descanso físico e mental essencial. Estudos contemporâneos demonstram que períodos regulares de repouso contribuem significativamente para a saúde do corpo, da mente e do espírito. Contudo, o sábado bíblico oferece algo mais: um reencontro com o Criador, um tempo de reconexão com a Palavra, com a família e com a criação de Deus.

Na escatologia bíblica, o sábado ressurge como uma marca distintiva do povo fiel no tempo do fim. Em Apocalipse 12:17, está escrito: “Irou-se o dragão contra a mulher e foi fazer guerra ao restante da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.” Essa “mulher” representa a igreja fiel, e os que guardam os mandamentos, inclusive o sábado, são o remanescente que permanece leal a Deus em meio à apostasia generalizada. O sábado, nesse contexto, torna-se uma marca de lealdade a Deus em contraste com a obediência a sistemas humanos.

Assim, o sábado é um memorial da criação, um sinal da aliança, um instrumento de restauração física e espiritual, e uma prova de fidelidade nos tempos finais. Guardá-lo não é apenas uma questão de tradição ou legalismo, mas um ato de amor, fé e submissão ao Criador. É a lembrança semanal de que pertencemos a um Deus que nos fez, nos redimiu e que em breve voltará para nos buscar.