A história das relações entre os Estados Unidos da América e o Vaticano revela mais do que uma evolução diplomática ou uma mudança de paradigma geopolítico. À luz da profecia bíblica e dos escritos do Espírito de Profecia, este processo deve ser compreendido como parte do cumprimento dos eventos finais descritos no livro do Apocalipse. O que antes parecia improvável — a aliança entre uma nação fundada sobre princípios protestantes e a Igreja de Roma — se concretiza como sinal da proximidade dos juízos de Deus.
Durante o século XIX, os Estados Unidos eram, aos olhos do mundo, uma terra de liberdade civil e religiosa. A Constituição americana representava um baluarte contra qualquer forma de tirania eclesiástica. Por isso mesmo, a aproximação com o poder papal era vista como contrária ao espírito da nação. Um episódio simbólico ilustra esse antagonismo: no final do século XIX, o Vaticano presenteou os EUA com uma relíquia sagrada, uma pedra da escadaria do Palácio de Pilatos. Longe de ser honrada, a relíquia foi destruída e lançada no rio por cidadãos nova-iorquinos, demonstrando a repulsa pública à interferência da Igreja de Roma.
Entretanto, a profecia já havia antecipado uma mudança. A “besta que subia da terra”, descrita em Apocalipse 13:11, que “tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, mas falava como dragão”, representa os Estados Unidos. A nação fundada sobre os princípios de liberdade e justiça eventualmente falaria como o dragão — um símbolo de intolerância, perseguição e união ilícita entre o poder civil e o religioso.
Ellen G. White, em sua obra O Grande Conflito, escreveu com clareza profética:
“Quando o protestantismo estender a mão através do abismo para apanhar a mão do poder romano, quando se curvar por sobre o abismo para dar a mão ao espiritismo, quando sob a influência desta tríplice união, nosso país repudiar todo princípio de sua Constituição como um governo protestante e republicano, e fizer provisões para a propagação das mentiras e ilusões papais, então saberemos que o tempo chegou em que a maravilhosa atuação de Satanás está para ocorrer, e que o fim está próximo.”
— O Grande Conflito, p. 588
A história recente confirma essa união crescente. Durante a década de 1980, Ronald Reagan e o Papa João Paulo II firmaram uma parceria estratégica, conhecida como a “Santa Aliança”, com o objetivo de derrotar o comunismo. Essa aliança envolveu cooperação política, diplomática e até operações secretas em países do Leste Europeu, como a Polônia. Em 1984, os EUA estabeleceram formalmente relações diplomáticas com o Vaticano — uma mudança impensável décadas antes, quando a separação entre Igreja e Estado era tida como sagrada.
No século XXI, a influência católica dentro da política e da cultura norte-americanas se intensificou. Cardeais norte-americanos passaram a ocupar papéis centrais na Cúria Romana, e muitos líderes políticos expressaram abertamente sua sintonia com o pensamento social da Igreja. O clímax desse processo se deu em maio de 2025, com a eleição de Papa Leão XIV, o primeiro papa nascido em solo americano. Esse evento simboliza não apenas o poder global crescente do catolicismo americano, mas a consolidação da união entre os EUA e Roma — uma união com implicações escatológicas profundas.
À luz da profecia, essa união prepara o cenário para o cumprimento das ordens da segunda besta, que fará com que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta (Apocalipse 13:12), ou seja, restaurará a supremacia papal por meio da coerção religiosa. A liberdade de consciência — outrora pedra angular da nação americana — será sacrificada em nome de uma falsa unidade espiritual.
Conclusão Profética
O que vemos hoje não é apenas um realinhamento político. É o desenrolar da profecia. A união dos Estados Unidos com o papado marca o início dos eventos finais que culminarão com a imposição da marca da besta e a perseguição ao povo fiel de Deus. Assim, cada movimento diplomático, cada gesto de aproximação, cada símbolo de união entre Washington e Roma deve ser compreendido como parte da preparação para o último grande conflito entre a verdade de Deus e os enganos de Satanás.
“É tempo de despertarmos do sono, porque agora a nossa salvação está mais perto do que quando aceitamos a fé.” — Romanos 13:11
Referência bibliográfica:
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Weigel, George. Witness to Hope: The Biography of Pope John Paul II. Harper Perennial, 2005.
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Allen Jr., John L. The Rise of Benedict XVI: The Inside Story of How the Pope Was Elected and Where He Will Take the Catholic Church. Image, 2005.
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Riccards, Michael. The United States and the Holy See: The Long Road. Lexington Books, 2010.