As ondas gravitacionais tiveram comprovação científica no início do mês de fevereiro do corrente ano (2016). Por experimento científico foi comprovado algo que já era aceito na teoria. O fato está relacionado com a teoria da Relatividade Geral proposta pelo físico Albert Einstein em 1915. Em termos gerais a referida teoria afirma que o espaço e o tempo constituem uma entidade geométrica unificada, ou seja, além das três dimensões espaciais conhecidas (altura, largura e profundidade) agrega-se uma quarta, o tempo. A teoria da Relatividade Geral é um avanço da teoria da Relatividade Especial proposta em 1905. Esta expôs a variação do espaço e do tempo para o sistema de referência conforme este se aproxime ou se distancie da velocidade da luz no vácuo. Porém ainda não reconhecia os efeitos gravitacionais que geram a noção de espaço-tempo curvo.
A constatação desta realidade, ou seja, que o tempo e o espaço variam, foi um dos elementos fundamentais para a formulação da teoria do Big Bang. Teoria esta que estabelece a origem do Universo a partir de uma explosão cósmica que deu origem a tudo, inclusive ao espaço e ao tempo.
A partir da definição que o espaço e o tempo tiveram uma origem como os demais elementos da natureza, pressupomos que Deus seja atemporal. Pois se Deus é a causa da criação do Universo, Ele não pode estar condicionado como se fosse mais um elemento do Cosmos. Esta é uma discussão que ainda remanesce em alguns círculos, no entanto não cabe mais tal discussão hoje. Pois é absurdo propor que Deus seja temporal frente a ideia de que Ele transcenda a sua própria criação.
Com o avanço da ciência deveria diminuir o conflito entre ciência e religião. O que atrapalha o progresso desta aproximação talvez sejam as posições inflexíveis de cada parte. Por um lado estão um grupo de cientistas que repudiam qualquer menção a Deus na concepção do Universo e de outro estão alguns religiosos que repudiam certos fatos evidenciados por estudos e descobertas científicas.
Uma análise razoável poderia considerar a explosão inicial, apontada na teoria do Big Bang, como parte do processo criativo de Deus. Talvez este fato possa ser o que ocorreu após a primeira ordem divina: "haja luz".
Seguindo este raciocínio, a evolução das espécies pode ser o instrumento divino para fazer a vida chegar a todos os rincões do mundo em seus mais diferentes ambientes e situações. Portanto um processo criativo dinâmico que se estendeu além da semana da criação para que a vida alcançasse todos os recônditos do globo terrestre, redundando numa riqueza de variedades que nos enche de admiração.
Acredito que o processo evolutivo não seja um fenômeno tão abrangente e radical que tenha gerado o ser humano de uma espécie inferior, nem que todas as espécies sejam provenientes de um ancestral comum. Tudo leva a crer que o processo evolutivo de algumas espécies foi possível a partir de uma capacidade conferida aos tipos básicos de animais e vegetais estabelecidos na semana da criação, que com o passar do tempo se modificaram e se dividiram em novas espécies e subespécies ao sofrer a ação de certos fatores, entre os quais os relacionados as condições ambientais. Acredito que esta visão de como a vida foi criada e se desenvolveu em nosso mundo, que concilia alguns postulados da ciência moderna com o relato bíblico da Criação, em nada desqualifica o Grande Criador como autor desta obra maravilhosa.
Aguinaldo C. da Silva
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