O estudo em questão é da psicóloga Susan Fiske, da Universidade de
Princeton. Ela tirou imagens de cérebros de homens heterossexuais
enquanto olhavam imagens sexualizadas de mulheres usando biquines. A
descoberta foi que a parte do cérebro ativada era aquela que normalmente
acende quando as pessoas vão utilizar alguma ferramenta – eles viam
mulheres como objetos inanimados que recebiam uma ação sua. Mais nada.
Os caras que mais tiveram incidência desse comportamento foram aqueles
que mais conseguiam desativar a parte do cérebro que leva em
consideração as intenções de outras pessoas (o córtex medial
pré-frontal). Eles respondiam frente a essas imagens como se as mulheres
fossem não-humanas.
Essa explicação vem do livro “The Equality Illusion: The Truth about
Women and Men Today” de Kat Banyard. Caso você se interesse.
E o que ela diz é que homens – nem todos eles, é claro – olham para a
mulher como se ela estivesse ali para lhe servir. É quase como se
qualquer mulher fosse uma boneca inflável, levando o assunto para o
sexo. E isso é extremamente nocivo à sociedade e as relações entre os
gêneros.
Só que, ao mesmo tempo, tudo isso é possível de ser mudado. Há
milhares de homens que tratam mulheres com respeito, que entendem que
nem toda mulher se interessará por ele e que não estará disponível.
Mulheres têm vontades e são elas que regem suas decisões.
O homem pode entender isso, mas grande parte deles não quer – assim
como uma boa parte das mulheres. E então cabe a nós, mulheres e homens
conscientes, colocarmos limites e lutarmos contra a exploração que esse
tipo de pensamento tão arraigado na sociedade causa. Esse é o tipo de
ideia que faz com que estupradores sintam-se certos, assim como
agressores.
A mulher é humana e sente-se ofendida quando tratada de outra
maneira. Temos desejos, vontades, sonhos e aspirações e não merecemos
nada aquém de respeito. Nós tomamos nossas decisões e devemos escolher
com quem queremos dividir nosso tempo, nosso corpo e nossos desejos.
Já os homens, devem repensar a relação que tem com as mulheres. Se
você sente que esse tipo de efeito acontece com você, pode lutar contra
ele, abrir a cabeça, mudar de posicionamento. Nada é imutável. E estudos
desse tipo servem para que a gente note que a sociedade, da forma que é
hoje, causa danos permanentes no nosso cérebro.
Mudar não é simples. Sair do padrão imposto pela sociedade também não
é. Mas tudo isso é valioso, libertador e faz com que você consiga
enxergar o mundo com um pouco mais de clareza. E a mudança está nas mãos
de cada um. Deixar de repetir posturas que não acrescentam nada ao
mundo só depende de cada um de nós.
É a velha história da Matrix. Qual a cor do seu comprimido?
FONTE: Yahoo
Nota. Numa sociedade de consumo e superficialista, onde a imagem do corpo da mulher é usada para vender desde carro até shampoo, não é de se admirar que haja este tipo de reação mental. Noto que a solução passa pela mudança de comportamento da própria mulher, se valorizando mais, não deixando ser tratada como mercadoria, haja vista a facilidade com que as celebridades posam para revistas masculinas e outras coisas do gênero. A sensualidade exacerbada do carnaval, funk, e alguns programas de tv, são exemplos desta mentalidade viciada e tacanha.
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