Ser discípulo de Cristo exige fé, paciência e discernimento. Caminhamos recebendo toda sorte de informações e estímulos que nos deixam expostos a ciladas e distrações. Se manter no caminho é o desafio para o cristão atual.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
DAVOS - O DEGELO DA INFLAÇÃO !
Por muitos anos, o Fórum Econômico de Davos foi realizado em clima de festa. Ali costumava se discutir até quando se estenderia o ciclo de prosperidade internacional. A partir da crise de 2008, o clima do famoso resort suíço mudou. Ficou mais austero e sombrio. As principais lideranças da economia mundial passaram a se debruçar sobre temas espinhosos como os gargalos do crédito bancário e a necessidade de regulamentar com mais rigor o sistema financeiro. Na reunião deste ano, uma nova preocupação veio à tona: a escalada da inflação, pela primeira vez, tomou conta dos debates. Teme-se que a alta dos preços das commodities contamine as economias nacionais, sem distinguir entre países desenvolvidos, emergentes e pobres. Afinal, a tendência inflacionária está criando dor de cabeça para autoridades de Pequim a Nova Délhi. Todos consideram que a alta dos preços dos alimentos pode pôr em xeque até mesmo a estabilidade social. “As commodities sobem puxadas pelo forte crescimento dos emergentes e o impacto na inflação é enorme”, advertiu, em Davos, o economista americano Nouriel Roubini, que ganhou fama ao prever a derrocada do sistema bancário.
No ano passado, o custo dos alimentos subiu a níveis assustadores. O índice de preços da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), que mede cereais, carnes e laticínios, entre outros, sobe desde julho de 2010. Em novembro passado chegou a patamares recorde. “Preços mais altos de alimentos e volatilidade são as maiores ameaças para a recuperação da estabilidade econômica e social. Você viu o que aconteceu na Argélia e em outros países recentemente?”, diz Ngozi Okonjo Iwela, diretora-geral do Banco Mundial e ex-ministra das Finanças da Nigéria, referindo-se às manifestações de estudantes e trabalhadores argelinos contra o aumento de preço de itens básicos. Os Brics, na verdade, não estão de braços cruzados. O Brasil deu início a uma nova rodada de alta dos juros e restringiu o crédito. A China também elevou os juros, valorizou ligeiramente a moeda e tomou medidas contra a especulação de preços de alimentos. O Banco Central indiano adotou o mesmo remédio, depois que as expectativas com a safra de arroz não se confirmaram. E a Rússia também iniciou sua política de aperto monetário. Claro que essas medidas vão cobrar seu preço. Os Brics deverão crescer menos em 2011 em relação a 2010.
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