quinta-feira, 13 de março de 2025

A saúde mental na era digital!

 


Vivemos em um mundo cada vez mais digital, onde a tecnologia se tornou parte integrante de nossas vidas. Embora a era digital traga inúmeras facilidades e oportunidades, é fundamental estar atentos aos seus impactos em nossa saúde mental. Este artigo explora os efeitos da tecnologia em nosso bem-estar emocional, oferece dicas práticas para usar as redes sociais de forma saudável e destaca a importância de cultivar conexões reais para uma vida mais equilibrada e feliz na era digital. A tecnologia nos conecta com pessoas e informações de forma instantânea, facilitando a comunicação, o aprendizado e o acesso a recursos diversos. No entanto, essa mesma conectividade constante pode gerar sobrecarga de informações, excesso de estímulos e comparação social nas redes sociais, impactando negativamente a saúde mental.

As redes sociais podem ser ferramentas úteis para manter contato com amigos e familiares, compartilhar momentos e interesses. Porém, o uso excessivo e inadequado das redes sociais pode levar à comparação social constante, à busca por validação externa, ao medo de ficar de fora (FOMO – Fear of Missing Out) e à baixa autoestima. As vidas “perfeitas” e editadas que vemos online nem sempre refletem a realidade, gerando frustração e insatisfação com a própria vida.

A internet, que deveria ser um espaço de troca e interação positiva, também pode se tornar palco de cyberbullying e da cultura do cancelamento, práticas de violência virtual que causam sofrimento emocional, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental para vítimas e agressores.

O tempo excessivo dedicado às telas pode levar ao sedentarismo, ao isolamento social e à diminuição do tempo dedicado a atividades físicas, interações sociais presenciais e hobbies offline, essenciais para a saúde física e mental.

O uso excessivo e compulsivo da tecnologia pode levar à dependência tecnológica, um padrão de comportamento caracterizado pela dificuldade em controlar o uso de dispositivos digitais e pela sensação de abstinência quando desconectado. A nomofobia, o medo de ficar sem celular ou internet, é uma manifestação dessa dependência.

Estabeleça limites de tempo para o uso de redes sociais e dos aplicativos, utilizando ferramentas de monitoramento e aplicativos que ajudam a controlar o tempo de tela. Defina horários específicos para verificar as redes sociais e evite o uso excessivo, especialmente antes de dormir.

Escolha seguir perfis e páginas que te inspiram, te informam de forma positiva e te fazem sentir bem. Evite contas que promovem comparações, conteúdo negativo, notícias alarmistas em excesso ou padrões de beleza irreais. Utilize a função “silenciar” ou “deixar de seguir” para contas que te fazem mal.

Saiba mais <Aqui>

quarta-feira, 12 de março de 2025

Por que não atravessar o rio Jordão?

 


    O episódio registrado em Números 32, no qual as tribos de Rúben e Gade, juntamente com a meia tribo de Manassés, recusam-se a atravessar o rio Jordão e entrar na terra prometida de Canaã, traz lições profundas que podem ser aplicadas à igreja nos dias de hoje, especialmente no contexto que antecede a volta de Jesus Cristo.

O Contexto Bíblico

    As tribos de Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés estavam em uma posição privilegiada. Elas haviam conquistado terras do lado oriental do rio Jordão, que eram boas para o pastoreio de seus rebanhos. Contudo, ao aproximarem-se do momento de atravessar para Canaã e tomar posse da terra prometida, um desejo de permanência e satisfação com o que já haviam conquistado tomou conta de seus corações. Estavam em um lugar confortável, já possuíam riquezas e suas necessidades estavam sendo atendidas. Por isso, ofereceram ao líder Moisés uma proposta: ficariam ali, do lado de fora da Terra Prometida, e não atravessariam o Jordão com o restante do povo.

    Moisés reagiu contra a atitude deles, pois a recusa representava uma falta de comprometimento com o projeto divino de conquista. Ele os admoesta, lembrando-os de que, ao desistirem da promessa de Deus, estariam desestimulando as outras tribos e enfraquecendo o exército de Israel. No entanto, as tribos de Rúben, Gade e Manassés se comprometem a ajudar o povo de Israel a conquistar Canaã, antes de retornarem à terra que já haviam conquistado.

 Analogia para a Igreja no Tempo Atual.

    Esse episódio pode ser visto como uma metáfora para a situação de muitos cristãos e igrejas nos dias atuais, especialmente no que diz respeito à vinda de Cristo e ao cumprimento do propósito divino.

  1. Satisfação com o Conforto Atual: Assim como as tribos de Rúben e Gade estavam satisfeitas com as terras que haviam conquistado, muitos cristãos se contentam com a vida espiritual que já possuem, sem desejar avançar mais no propósito de Deus. Há uma tendência de "acomodação", onde, após alcançarem um certo nível de crescimento espiritual, algumas pessoas ou igrejas não sentem mais a urgência de avançar, de ir além, de conquistar mais, ou de se preparar com seriedade para o retorno de Cristo.

  2. Falta de Comprometimento com a Missão Coletiva: A recusa das tribos em atravessar o Jordão sozinhas e ajudar na conquista da Terra Prometida pode ser comparada ao isolamento de algumas partes da igreja no cumprimento da missão de pregar o evangelho e expandir o Reino de Deus. Muitas igrejas ou cristãos preferem uma vida de conforto, sem se envolver nas lutas, nos desafios e na missão da evangelização e discipulado. O compromisso com a grande comissão de Cristo (Mateus 28:19-20) muitas vezes se torna secundário em relação às preocupações pessoais ou denominacionais.

  3. A Tentação de Ficar na Terra "Segura": Como as tribos de Israel estavam diante de uma terra segura para o pastoreio, muitos cristãos, em nossa época, podem se sentir tentados a "ficar em suas zonas de conforto" – longe das batalhas espirituais e da luta pela expansão do Reino de Deus. Isso reflete a postura de algumas igrejas e cristãos que preferem um cristianismo sem desafios, sem perseverança, sem a necessidade de renovação espiritual ou de preparação para a vinda de Cristo. A busca por prosperidade material, conforto ou segurança temporal pode ser um obstáculo para avançar em direção ao propósito eterno de Deus.

  4. A Promessa de Uma Vida Eterna: O exemplo das tribos de Israel também nos lembra que, embora tenham conquistado algo valioso ao ficarem com terras boas, isso não deveria ser suficiente, pois a verdadeira promessa de Deus era uma terra superior, Canaã. Da mesma forma, o cristão não pode se contentar com as bênçãos temporais, mas deve ter os olhos fixos na promessa eterna da vida com Cristo. A verdadeira terra prometida para os cristãos é o Reino de Deus, que se manifestará plenamente na volta de Jesus Cristo. Este é o objetivo final que devemos buscar, e é por esse propósito que devemos viver.

A Aplicação

Assim como Moisés exortou as tribos de Israel a não se conformarem com as bênçãos temporárias e a não se afastarem da missão, a Igreja de Cristo nos dias de hoje precisa manter seu foco na vinda do Senhor e na missão de expandir o Seu Reino. A busca pelo conforto pessoal e pelas "terras já conquistadas" não deve impedir a Igreja de se envolver ativamente no cumprimento da grande comissão.

Estamos nos aproximando da volta de Cristo, e a igreja não pode se contentar com uma vida cristã sem ardor missionário, sem compromisso com a santidade e sem viver a expectativa da vinda do Senhor. Devemos ser como o apóstolo Paulo, que, ao final de sua vida, disse que "luta boa combati, acabei a carreira, guardei a fé" (2 Timóteo 4:7), com uma visão focada no prêmio eterno.

Portanto, a atitude de Rúben, Gade e Manassés serve como um alerta para todos os cristãos: não nos contentemos com as atrações deste mundo ou mesmo com as bênçãos já recebidas, mas olhemos firmemente para o futuro, para a promessa de Deus, que se cumprirá plenamente na volta de Jesus Cristo.




quinta-feira, 6 de março de 2025

A Falsa Paz e os Rumores de Guerra: Um Sinal dos Últimos Tempos!

 



    Vivemos em um tempo paradoxal, onde a busca pela paz é incessante, mas os conflitos e rumores de guerras parecem se multiplicar. Esse cenário não é uma coincidência, mas um cumprimento profético das Escrituras e um sinal dos tempos em que vivemos. A Bíblia e os escritos de Ellen G. White nos ajudam a entender essa aparente contradição.

O Anúncio Profético de Jesus


    No Sermão do Monte, Jesus advertiu Seus discípulos sobre os tempos futuros: "E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é necessário que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino" (Mateus 24:6-7). Essas palavras de Cristo apontam para um período em que, apesar dos esforços humanos pela paz, a instabilidade e os conflitos seriam uma realidade constante.

    Ellen White, em seus escritos, reforça essa ideia, afirmando que "o tempo de angústia, que há de aumentar até o fim, está muito próximo" (Eventos Finais, p. 10). Ela descreve um mundo em que a humanidade, afastada de Deus, busca soluções humanas para problemas que só podem ser resolvidos pela intervenção divina. Enquanto os líderes mundiais proclamam paz, seus corações estão cheios de ambição e egoísmo, o que inevitavelmente leva a conflitos.


A Ilusão da Paz sem Deus


    A Bíblia nos alerta que a verdadeira paz só pode ser encontrada em Cristo. "Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá" (João 14:27). O mundo tenta estabelecer a paz através de acordos políticos, alianças militares e avanços tecnológicos, mas essas soluções são temporárias e falhas. Ellen White explica que "a paz de que o mundo tanto se gaba é uma paz falsa; não é a paz de Cristo" (O Grande Conflito, p. 589).


    Essa falsa paz é uma característica dos últimos dias, quando "dirão: Paz e segurança! Então, lhes sobrevirá repentina destruição" (1 Tessalonicenses 5:3). A humanidade, em sua rebelião contra Deus, busca uma paz que exclui o Príncipe da Paz. Essa rejeição à soberania de Deus resulta em caos e conflito, pois "não há paz para os ímpios, diz o Senhor" (Isaías 48:22).


O Papel de Satanás nos Conflitos


    Lembremo-nos de que Satanás é o grande instigador dos conflitos e guerras. Ele é descrito como "o acusador de nossos irmãos" (Apocalipse 12:10) e "o príncipe deste mundo" (João 12:31). Seu objetivo é semear discórdia, medo e destruição, afastando as pessoas de Deus. Enquanto os seres humanos buscam paz, Satanás trabalha nos bastidores para promover divisões e violência.


O Verdadeiro Caminho para a Paz

A paz verdadeira não pode ser alcançada sem Deus. Jesus disse:

"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." (João 16:33)

Essa paz não é simplesmente a ausência de guerra, mas um estado de reconciliação com Deus e submissão à Sua vontade. Enquanto os homens tentarem construir um mundo de paz sem Deus, encontrarão apenas mais caos e destruição.

Ellen G. White também escreve:

O único fundamento seguro para a paz e a justiça entre os homens e as nações é a lei de Deus. Rejeitando-a, os homens estão cavando a sepultura de sua própria destruição.” (Profetas e Reis, p. 185)


A Esperança em Meio ao Caos


    Apesar desse cenário sombrio, a Palavra de Deus nos oferece esperança.  Somos encorajados a confiar em Deus, mesmo em meio ao caos: "Ainda que a terra se transtorne, e os montes se abalem no seio dos mares, o Senhor dos Exércitos está conosco" (Salmo 46:2,7).


    Vivemos em um tempo de preparação. Os conflitos e rumores de guerras são sinais de que a volta de Jesus está próxima. Enquanto o mundo busca uma paz ilusória, somos chamados a ser portadores da verdadeira paz, que só pode ser encontrada em Cristo. Devemos nos apegar às promessas de Deus, viver em comunhão com Ele e compartilhar Sua mensagem de esperança com um mundo em desespero.


O Chamado para os Filhos de Deus

Diante desse cenário, os cristãos são chamados a não se deixarem enganar pelos falsos discursos de paz e segurança, mas a se prepararem espiritualmente para o retorno de Cristo. Devemos confiar em Deus e proclamar a verdadeira paz, que só pode ser encontrada em uma vida rendida a Cristo.

O tempo em que vivemos confirma as profecias bíblicas. Enquanto o mundo clama por paz, mas colhe conflitos, devemos erguer os olhos para o verdadeiro Príncipe da Paz e nos preparar para Sua breve volta.

"Ora, vem, Senhor Jesus!" (Apocalipse 22:20)

terça-feira, 4 de março de 2025

O segredo obscuro do Vaticano e a profecia de Daniel


 

Autocratas e ditadores no contexto do 666

 


    No contexto escatológico que o livro do Apocalipse apresenta, os EUA se encaixam como sendo a segunda besta. Saiba mais <aqui><aqui>. Este poder dará amparo e sustentação  à primeira besta ou anticristo. A segunda besta não terá  características totalmente ameaçadoras, mas também algumas características benignas, descritas na profecia como chifres de cordeiro  (Apoc. 13:11).  Ambas as bestas tem grande capacidade persuasiva, se valendo de  figuras carismáticas e enganadoras, que surgem em um momento de crise global para oferecer soluções aparentemente milagrosas, mas que, na realidade, busca consolidar um poder absoluto e opressivo. 

    Líderes como Donald Trump, com sua habilidade de mobilizar grandes segmentos da população através de uma comunicação direta e muitas vezes polarizadora, traz em si  características ideais para este papel, mesmo dentro de uma estrutura democrática. Um líder político que manipula as massas e se apresenta como sustentáculo da moralidade e do conservadorismo, no entanto também promove a desinformação e usa o medo e a divisão para alcançar seus objetivos. Sua retórica já alimentou teorias da conspiração, deslegitimou instituições democráticas,  se colocando como o único capaz de resolver os problemas da nação.

     Sua capacidade de manipular a verdade, seu apelo ao nacionalismo exacerbado e sua disposição para alinhar-se com regimes autocráticos podem ser vistos como sinais de uma liderança que, em última instância, busca subverter os valores fundamentais da liberdade e da justiça. Em um cenário futuro, onde a instabilidade política, econômica e social estará ainda mais acentuada, a atuação de um líder assim será possivelmente mais aceita e bem quista pelas massas. 

    Em suma, a figura de um líder que se apresenta como religioso e até bom cristão, pode ser justamente aquele que contribuirá para a opressão e a luta final contra o povo de Deus. Flertar com a autocracia e desafiar as normas democráticas é um  alerta claro sobre os riscos de se permitir que o autoritarismo ganhe espaço na política global. 

    Apesar dos problemas o regime democrático é ainda o que garante condições de liberdade aos cristãos. Foi justamente com o anseio por liberdade de culto e livre expressão de pensamento que os pais peregrinos cruzaram o oceano para criar uma nação democrática que servisse de exemplo ao mundo. 

     No entanto, como já está profetizado, está nação deixará suas características benignas "chifres de cordeiro" para "falar como dragão". Com certeza no futuro, essa dinâmica contribuirá para a sustentação de uma figura ainda mais centralizadora e opressiva, o próprio anticristo,  um poder enganador que prometerá salvação, mas que, na realidade, conduzirá à destruição.

segunda-feira, 3 de março de 2025

A falácia do perfeccionismo!

 


        A visão adventista sobre a salvação e a santificação tem um foco claro no processo contínuo de transformação que ocorre na vida do cristão. De acordo com a Bíblia,  a santificação é uma obra progressiva do Espírito Santo, que deve ser cultivada ao longo da vida do cristão.  Já o o perfeccionismo, ou seja, a ideia de que a última geração de crentes estará além da possibilidade de pecar,  é uma visão extremista, chegando a ser  contraditória à compreensão bíblica sobre a natureza humana e a salvação.

    O perfeccionismo, entendido como a crença de que um grupo específico de cristãos será completamente livre de pecados antes da segunda vinda de Cristo, não encontra respaldo nas Escrituras. Ao contrário, a Bíblia nos ensina que, enquanto vivermos nesta terra, todos os seres humanos ainda estão sujeitos às fraquezas e tentações da carne. Em 1 João 1:8-10, é declarado que "se dissermos que não temos pecado, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós." Essa passagem nos lembra que a perfeição humana não é alcançada por esforço próprio, mas que somos todos dependentes da graça de Deus para a nossa salvação.

    O apóstolo Paulo escreveu: " Não que já a tenha alcançado, ou que já seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.  Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Filip. 3:12,13).

    Nem mesmo o profícuo apóstolo Paulo considerava ter alcançado a perfeição. Antes se colocava como alguém que olhava para o alvo, que com certeza é Jesus, nosso modelo e exemplo maior a ser seguido.   Dentro desta perspectiva, a ideia de que a última geração de crentes será livre de pecar também contraria a ênfase na dependência constante de Cristo. A Bíblia fala sobre a santificação como uma transformação diária, mas sempre com a consciência de que a vitória final sobre o pecado será alcançada apenas pela intervenção de Deus no momento da segunda vinda de Cristo. Em 1 Coríntios 15:51-52, Paulo fala da transformação que ocorrerá quando Cristo voltar: "num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta." Este é o ponto culminante onde a natureza humana será plenamente restaurada, e a promessa de liberdade do pecado será cumprida.

    Portanto, a visão de que a última geração de crentes será livre da possibilidade de pecar está em desacordo com o ensino bíblico sobre a natureza humana caída e a necessidade de uma contínua dependência da graça divina. Em vez de promover uma ideia de perfeccionismo que leva à confiança em nossos próprios méritos, os crentes devem se sentir chamados a viver em humildade, reconhecendo suas falhas e buscando uma transformação contínua pela ação do Espírito Santo.

    Ao invés de buscar a perfeição em si mesmos, somos ensinados a olhar para Cristo, cuja perfeição e graça são a única fonte de salvação e transformação. A esperança é a de que, por meio de Cristo, seremos finalmente libertos do poder do pecado na segunda vinda, e não por um esforço humano isolado de Deus. O chamado é para a vigilância e o amadurecimento espiritual, confiando sempre na obra de Cristo em nossas vidas e aguardando com fé a completa restauração prometida.





segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Amor e Serviço: O Caráter do Discipulado


     Após a ressurreição, Jesus apareceu a seus discípulos à beira do mar da Galileia. Ali, após uma refeição compartilhada, ocorreu um dos diálogos mais marcantes das Escrituras. Três vezes, Jesus perguntou a Pedro: "Tu me amas?" (João 21:15-17). E três vezes, ao receber a resposta afirmativa de Pedro, Jesus respondeu com uma ordem: "Apascenta as minhas ovelhas."

    Jesus estava, neste diálogo, conduzindo um processo de restauração na vida de Pedro. Este discípulo o havia negado publicamente por três vezes, agora Jesus lhe dava uma nova chance ao perdoá-lo e indicar sua missão. Sem dúvida, o doloroso processo de conversão de Pedro fê-lo passar  por uma transformação que o capacitava a ser um verdadeiro discípulo e apóstolo do Evangelho.  

    As palavras: "Apascenta as minhas ovelhas", revelam o verdadeiro caráter do discipulado. Amar a Cristo não se limita a um sentimento ou uma confissão verbal, mas se manifesta no cuidado e no serviço ao próximo. Pedro, que antes negara seu Mestre, agora recebia a oportunidade de reafirmar seu amor através do compromisso com o rebanho de Deus. Seu chamado não era apenas para pregar, mas para cuidar, proteger e nutrir espiritualmente aqueles que lhe seriam confiados.

    Ellen White comenta sobre essa passagem, enfatizando que "o amor a Cristo não pode ser ocultado; sua santa influência será revelada em todos aqueles que verdadeiramente o possuem" (O Desejado de Todas as Nações, p. 515). O serviço ao próximo é a maior evidência desse amor. Ela também destaca que "o amor é o princípio que está na base da criação e do governo de Deus e que deve estar na base da vida do cristão" (Caminho a Cristo, p. 59).

    O verdadeiro discípulo não apenas proclama a fé, mas age em conformidade com ela. Assim como Pedro foi chamado a apascentar as ovelhas de Cristo, cada seguidor de Jesus é convocado ao serviço altruísta. O amor genuíno a Deus se expressa no cuidado pelos necessitados, na paciência com os fracos e na dedicação em conduzir almas ao Salvador. O discipulado não é um status, mas uma missão de amor e serviço.

    Que nossa resposta à pergunta de Jesus – "Tu me amas?" – seja um amor demonstrado em atos, em uma vida de entrega e cuidado pelos que nos cercam. Pois, como diz Ellen White: "O verdadeiro caráter cristão se manifesta na vida diária" (A Ciência do Bom Viver, p. 36). Amar a Cristo é viver para servir.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

O que é pior - a hipocrisia ou a incredulidade?

   

    O que é pior, a hipocrisia ou a incredulidade? Esta é uma boa pergunta ao olharmos para o caráter de certos líderes, em especial daqueles que se arrogam como professos cristãos, instrumentos der referência moral ou de legalidade.

    A incredulidade, ou falta de fé, é frequentemente vista como um obstáculo ao relacionamento com Deus. A própria Bíblia aponta a fé como um dos elementos centrais para a salvação (Efésios 2:8). No entanto a Bíblia apresenta a hipocrisia  como mais grave, porque envolve engano intencional: aparentar justiça enquanto o coração está longe de Deus. Além disso, os hipócritas não só enganam a si mesmos, mas também prejudicam os outros, apresentando uma falsa imagem de Deus.

    A Bíblia  enfatiza  a hipocrisia como mais severamente condenada e Jesus a criticou abertamente em várias ocasiões. A incredulidade, embora grave, é frequentemente abordada com compaixão e um convite para a fé. Jesus demonstrou paciência com pessoas incrédulas, como Tomé (João 20:24-29), mas reservou suas palavras mais duras para os hipócritas.

    Sobretudo, muitos que se estribam na boa religiosidade caem no pecado da arrogância, sendo dissimulados, insensíveis, chegando as vezes a serem desumanos. A Bíblia fala em Tiago 4.6: " Deus resiste aos soberbos  mas dá graça aos humildes.

    Dos pecados e faltas humanas a Bíblia assim afirma: " Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina:  Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal." (Provérbios 6:16-18).

    Estes pecados, que aparecem na classificação dos  mais ofensivos a Deus, infelizmente são vistos na prática de professos religiosos. Isto indica que a incoerência e falsidade religiosa é ainda mais negativa que a mera incredulidade. Isto porque ao se declarar como incrédulo o indivíduo pode apenas estar sendo sincero em sua mísera condição. Pior é ter uma capa de piedade, assim como os fariseus do tempo de Jesus, mas no íntimo estarem tramando o assassinato, a violência e a injustiça.

     O mau exemplo de certos cristãos faz com que muitos não tenham interesse pelos ensinamentos do cristianismo, Como foi o caso de Mahatma Ghandi, que disse que  só não se tornaria cristão por causa dos cristãos. 

    Jesus usou os piores adjetivos para classificar alguns líderes religiosos de seu tempo. 

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia." (Mateus 23:27).

    Com certeza hoje Jesus faria o mesmo ao ver certos líderes no tempo atual defendendo pautas morais em palanques políticos, mas na prática agredindo os mais fracos, não tendo qualquer senso ético de respeito e consideração pelas classes e povos oprimidos, Assim como no tempo de Jesus, podem ser moralistas em algumas situações, porém são parciais em outras. Sobretudo pecando contra a justiça e a misericórdia ao focar em seus próprios interesses. 


sábado, 15 de fevereiro de 2025

O Mundo e a Vida Cristã !

 


    Este tema traz à tona uma antiga polêmica entre liberalismo e conservadorismo. Até que ponto o crente pode participar ou desfrutar de certos prazeres que o mundo oferece? Na minha juventude este dilema era mais intenso, ao menos para mim. Há cristãos com posturas mais ou menos restritivas quanto ao assunto. Hoje compreendo que na visão bíblica, há de fato,  incompatibilidades entre "as coisas do mundo" e a vida cristã. Este é um daqueles assuntos que demanda discernimento e equilíbrio, mas no grosso da questão pode-se afirmar categoricamente que há de se ter cuidado e vigilância constantes com as diferentes situações e contextos que encontramos no mundo.

     Em termos gerais a Bíblia apresenta o "mundo" como um sistema de vida que está em oposição aos princípios de Deus, sendo guiado por desejos egoístas, materialismo e a busca por prazeres momentâneos em vez de valores eternos. A Bíblia descreve o "mundo" como um sistema caído, influenciado pelo pecado. Por exemplo, em 1 João 2:15-17, lemos:

"Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo."

    Aqui, o "mundo" representa tudo o que afasta o ser humano de Deus, como desejos desordenados e a busca de glórias humanas. Podemos dizer também que o mundo é um campo de experimentação de Satanás para desencaminhar da verdade ou conduzir à fontes enganosas de realização pessoal e paz

    A escritora Ellen White assim escreveu:

"Satanás opera constantemente para atrair os homens para o amor ao mundo e para afastá-los de Deus. Ele sabe que, se puder controlar o coração, a mente seguirá." (Caminho a Cristo, p. 44).

"O mundo é um campo de treinamento para o inimigo de Deus. Ele tem atraído muitos através da concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida." (O Grande Conflito, p. 478).

    A questão mais crítica na relação do cristão com o mundo diz respeito à santidade. Neste aspecto Ellen White comenta:

"Cristo nos chama a uma vida mais elevada, uma vida de abnegação e serviço. Devemos estar constantemente em guarda contra a conformidade com o mundo." (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 223).

"Nosso caráter deve refletir o caráter de Cristo. Precisamos manter nossos olhos fixos nas coisas do alto, onde Cristo está." (Mensagens aos Jovens, p. 66).

    Segundo a Bíblia a  vida cristã é um chamado para viver em santidade e refletir o caráter de Deus. Em Romanos 12:2, o apóstolo Paulo diz:

"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."

    Isso implica que os cristãos devem resistir à conformidade com padrões que contradizem os princípios de Deus. Neste aspecto se estabelece uma luta entre a natureza carnal e a espiritual. Esta luta e potencializada pelas astutas ciladas do inimigo. Em Efésios 6:12, Paulo escreve:

"Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais."

    O "mundo" é descrito como influenciado por forças espirituais que se opõem a Deus, tornando necessário que o cristão se proteja e permaneça firme. Um dos principais lemas para isto é estabelecer o Reino de Deus como prioridade. Jesus ensina que a verdadeira riqueza e propósito estão em buscar o Reino de Deus e Sua justiça, acima de tudo. Em Mateus 6:33, Ele diz: "Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."

    A busca pelo Reino de Deus é incompatível com um estilo de vida que coloca o foco em riquezas materiais ou status terreno.  A Bíblia descreve os cristãos como "peregrinos e forasteiros" neste mundo (1 Pedro 2:11). Isso significa que a vida terrena é temporária, enquanto o destino final é a eternidade com Deus. Por isso, os cristãos são chamados a viver com uma perspectiva eterna, em contraste com o foco temporal e material do mundo.

Conclusão

A vida cristã não implica em desprezar as coisas boas que Deus criou no mundo, mas em rejeitar qualquer sistema, prática ou desejo que desvie do plano de Deus. A incompatibilidade surge porque o cristão é chamado a viver de acordo com valores espirituais, enquanto o mundo, na visão bíblica, tende a exaltar aquilo que é passageiro e muitas vezes contrário à vontade de Deus. Por isso, a Bíblia convida os cristãos a serem luz no mundo (Mateus 5:14), vivendo de forma a apontar para Deus e não para os valores transitórios do mundo.