Há vários aspectos
ou realidades que devem estar presentes no discípulo ou caracterizarem sua
vida. Espera-se que aqueles que seguem a Jesus vivam numa atmosfera de paz, que suas ações estejam sob
os princípios morais da lei de Deus, que tenham um olhar benigno diante das mazelas da vida,
sentindo compaixão das pessoas na
condição de pecado em que elas estão.
Diante
deste quadro estamos em constante confrontação, ou seja, diariamente
contrastamos nossas ações com o padrão de conduta de um verdadeiro discípulo e
percebemos o quanto ainda nos distanciamos do ideal ou quão imperfeitos ainda
somos.
Sabemos que estes
aspectos só serão reais em nossa vida pela impressão viva e real de Cristo em nosso
coração. Portanto pela fé podemos ter uma percepção nítida da pessoa de Cristo,
fazendo que seus princípios e valores sejam por nós incorporados.
O
apóstolo Paulo diz que somos transformados pela contemplação da pessoa de Jesus
(II Cor. 3:18). É o reconhecimento de nossa inadequação diante do caráter de Cristo
que nos faz buscá-lo como ideal de vida e perfeição. Quanto mais nos
aproximamos de sua pessoa, mais aperfeiçoados e ricos em dons ficamos. Quanto
mais nos distanciamos dele mais descemos na escada da santificação e do
aperfeiçoamento pessoal.
A submissão ao
Espírito Santo é a condição para progredirmos na caminhada com Cristo. Esta
submissão redunda em obediência e abnegação. Quando escolhemos fazer a nossa
vontade ao invés da de Cristo, perdemos a oportunidade de crescermos no caminho
da santificação e de produzirmos os frutos do Espírito.
Há uma
interação entre nós e a fonte de vida que é Cristo. Por isto está escrito que
todo ramo que está ligado na videira verdadeira produz fruto. É a disposição da
vontade convertida nas decisões diárias que caracterizam esta relação. Hoje
quem venceu, eu ou Cristo? Deixei de fazer minha vontade para segui-Lo ou impus
minhas definições e gostos na hora da escolha.
A salvação que
se opera em nossa vida exige um contínuo morrer. Todos os dias somos convidados
a tomar a cruz de Cristo e assim permitir que Ele viva em nós. Esta é a forma
de nutrir nossa relação com Ele, e assim nossa espiritualidade não será um
ritualismo vazio ou fruto de mera tradição.
O
aperfeiçoamento do discípulo advém da intimidade com Cristo e não dos padrões
da sociedade. Ainda que nos encante o brilho do verniz social na expressão do
politicamente correto, a mudança de
natureza ocorre apenas pela ação do Mestre em nossa vida.
O toque da
graça divina atinge aquele que busca, pede, abre o coração e permite ser
influenciado diariamente pelo Espírito de Deus. Se estamos buscando sua graça e
os resultados são insuficientes é hora para quebrantar-nos, implorar o perdão e atender com seriedade aos apelos que o
Espírito hoje nos faz.
Aguinaldo
C. da Silva