No debate milenar entre a ciência e a religião, os cientistas e os
religiosos apresentam seus argumentos tentando convencer os demais. Uma
minoria busca um “mínimo denominador comum” convincente.
Esta semana, contudo, o embate entre criacionismo e Big Bang pode ter
ganhado um capítulo importante. O professor Nathan Aviezer, da
Universidade Bar Ilan de Israel veio a público defender fortemente que
as crenças científicas e religiosas podem viver juntas em harmonia.
Ao lançar seu livro “In the Beginning” [No Princípio], ele afirmou
que os cientistas há décadas estão buscando pelas ondas produzidas pela
gravidade, mas esse tem sido um feito difícil. Afinal, a gravidade é um
bilhão de bilhão de vezes mais fraca que as forças elétricas, que também
produzem ondas.
Contudo, argumenta, “se houve uma enorme mudança gravitacional, então
talvez com algum equipamento muito sensível, você poderia detectá-las.”
Para ele, o Big Bang causou essa mudança “por isso não havia esperança
de que talvez você pudesse ver as ondulações causadas pelo Big Bang”. É
nesse momento que entra o relato do primeiro versículo de Gênesis, onde
mostra que Deus criou o céu e a Terra.
Embora todos os cientistas também usem um momento inicial para o
estabelecer o surgimento do universo, eles não necessariamente atribuem
isso a Deus, preferindo argumentar que aconteceu espontaneamente.
Nessa disputa pelo primeiro momento, os cientistas apostam na
explosão conhecida como Big Bang, enquanto judeus e cristãos defendem
que foi o momento em que Deus disse “Haja luz”.
“A criação da luz foi essencialmente a criação do universo”, resume
Aviezer. “Cada palavra escrita na Torá [Antigo Testamento] se encaixa
nas descobertas científicas mais recentes. Elas estão em harmonia exata
com as palavras da Torá. ”
O renomado rabino Benny Lau, concorda que essa teoria científica é
compatível com a história judaica revelada no Livro de Beresheet
[Gênesis]. Para ele, os conceitos de tempo na Bíblia não são os mesmos
que aqueles que usamos agora, pois ‘um dia’ pode perfeitamente ser o
mesmo que um milhão de anos. Mesmo assim, para Lau, as últimas
descobertas científicas não alteram o entendimento judaico sobre como
tudo começou.
O debate voltou a ocorrer após o material divulgado pelo astrônomo
John M Kovac, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian. Esta semana,
a equipe de cientistas americanos do projeto BICEP2, anunciou ter
encontrado resíduos deixados pela chamada “inflação cósmica”. Esse é o
nome dado ao crescimento exponencial pelo qual o universo passou em seu
primeiro quadrilionésimo de segundo.
Usando poderosos telescópios situados no Polo Sul, eles comprovaram a
existência de “micro-onda cósmica de fundo”, uma radiação muito fraca
que permeia todo o universo. Tais ondas gravitacionais deixam marcas ao
percorreram o espaço em sua “fase inflacionária”. As chamadas ondas
gravitacionais funcionam na cosmologia como uma espécie de “eco” do Big
Bang.
“Isso abre uma janela para um novo mundo da física, aquele que
ocorreu na primeira fração de segundo do universo”, disse Kovac, que
liderou as equipes do BICEP2 (
Background Imaging of Cosmic Extragalactic Polarization 2)
Caso seja confirmada, a descoberta dos astrofísicos poderá lhes
render um prêmio Nobel, pois seriam as provas necessárias para apoiar a
teoria que o universo teve um começo.
O escritor e educador judeu Izzy Greenberg escreveu ao Jerusalém Post
que: “Quando perguntamos sobre como o mundo foi criado, nós poderíamos
ter tanto um Big Bang [Grande Explosão] quanto um Big Banger [Grande
Explodidor]. Lembra que o famoso rabino-chefe de Israel Yitzchak Eizik
HaLevi Herzog, em 1957 escreveu: “Segundo uma perspectiva científica,
acreditamos que Deus criou bilhões de átomos, para os quais estabeleceu
certas leis naturais. Esses átomos mais tarde desenvolveram-se e
evoluíram de acordo com essas leis. Mas isso não é diferente que
acreditar, segundo o relato simples de Gênesis, que Deus criou os céus e
a Terra, no primeiro dia…”.
O professor Aviezri S. Fraenkel, do Instituto Weizmann, expressou um
sentimento semelhante. Ele defende que a moderna teoria da cosmologia e a
religião judaica, na verdade, podem se ajudar e se explicar mutuamente.
Elas não anulam uma à outra. “Na verdade, as teorias modernas, mesmo
que se aprofundem cada vez mais, ainda não explicam todos os fatos
observados no cosmos, conferindo apenas um novo significado para o
versículo de Salmo 92:5: “
Quão grandes são, SENHOR, as tuas obras! Mui profundos são os teus pensamentos“.
Com informações de Jerusalem Post.
Fonte: Gospel Prime
Nota. No alto da montanha ciência e teologia se encontram. A maior dificuldade de certos ateus é conceber um Deus tão grande que Nele se fundamente energia, matéria e tempo. A nós não é dado conhecer todos os mistérios (Deuteronômio 29:29), por isto nos relacionamos com Deus pela fé. No entanto as evidências de Sua presença nas obras criadas são abundantes. Até a própria Fsica reconhece a impossibilidade de tudo se formar por processos naturais.