sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Pergaminho revela um dos primeiros textos do Antigo Testamento

A cópia mais antiga de trechos do Antigo Testamento já encontrada é um frágil pergaminho hebraico que acaba de ser aberto e digitalizado. A revista “Science Advances” publicou nesta quarta (21) que o texto, conhecido como o pergaminho En­Gedi, contém um texto do Levítico datado dos séculos III ou IV, e possivelmente antes.
Trata-se do pergaminho mais antigo do Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia, atribuídos a Moisés. Segundo a publicação científica, decifrar seu conteúdo foi “uma importante descoberta da arqueologia bíblica”.
Encontrado em 1970 por arqueólogos numa escavação em En­Gedi, antiga comunidade judia do fim do século 8, o deteriorado pergaminho não podia ser lido. Contudo, o uso de novas tecnologias “nos permitiu desvendar o pergaminho, que fazia parte de uma Bíblia de 1500 anos de idade”, explicou um representante da Autoridade de Antiguidades de Israel.
estado precário da peça encontrada em uma escavação em 1970 devia-se a ela ter sobrevivido ao incêndio que provavelmente destruiu a sinagoga.
As análises do estilo da caligrafia e os traços das letras mostram que ele pode ter sido escrito na segunda metade do século 1 ou de princípios do século 2 depois de Cristo.
“A estrutura principal de cada fragmento, completamente queimada e esmagada, tinha se transformado em pedaços de carvão que continuavam se desintegrando cada vez eram tocados”, disse o estudo. Os pesquisadores utilizaram como ferramenta um avançado scanner digital para “desenrolá-lo virtualmente e ver seu conteúdo”, explica Michael Segal, diretor da Escola de Filosofia e Religião da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Também ficou comprovado que as passagens decifradas do pergaminho de En­Gedi são idênticas em todos os seus detalhes, tanto as letras como a divisão em seções, ao chamado texto massorético, usado nas traduções até hoje. Isso ajuda a enterrar o mito corrente de que a Bíblia foi alterada ao longo dos séculos.
Agora os pesquisadores pretendem usar as mesmas técnicas para ler outros textos danificados, incluindo parte dos pergaminhos do Mar Morto, que continua sendo indecifrável.
Fonte: Gospel Prime
Nota. Só a Bíblia Sagrada possui um número tão grande de manuscritos antigos e destes alguns pedaços muito antigos que confirmam as demais cópias da Bíblia, dando assim um atestado de sua fidedignidade  e autenticidade.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A lei e os profetas duraram até João?

     Quando Jesus  expõe a sua interpretação da lei, os lideres religiosos olham com desconfiança e incredulidade para este novo rabino. Jesus não tinha passado pela escola de formação dos rabinos judeus, mas tinha autoridade. Autoridade que foi reconhecida tanto pelas pessoas comuns quanto por alguns mestres em Israel. Jesus apresenta sua messianidade não só pelos milagres realizados, mas principalmente por sua mensagem.  Neste contexto Ele diz;
“A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele. E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.”Lucas 16:16,17.
    No manuscrito grego está assim : “A lei e os profetas até João...” (Lucas 16:16 ) a palavra " DURARAM " é um acréscimo do tradutor. A passagem correlata que está em Mateus 11:13, traz a expressão "PROFETIZARAM  até João”. Profetizaram de quem? Profetizaram  da vinda de Jesus. João Batista foi o último que anunciou a vinda do Salvador. A lei e os profetas era uma referência à própria Bíblia, que naqueles dias se consistia só do antigo testamento. Portanto Jesus procurou embasar-se na Bíblia para demonstrar sua messianidade. Após sua ressurreição, ao conversar com dois discípulos no caminho para Emaús, sem que eles o reconhecessem, usou também as Escrituras para que eles entendessem o porquê de sua morte e ressurreição. "E começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as escrituras.” Lucas 24;27.
   Portanto estava ali com eles alguém que tinha autoridade para interpretar a lei e ensiná-la ao povo. Afinal, foi ele quem a concedeu a Moisés no monte Sinai. Foi com esta autoridade que Ele disse que é lícito fazer o bem no sábado (Mateus 12:12). Não disse que era lícito fazer todo ou qualquer trabalho neste dia, numa tentativa de abolir parte dos mandamentos. Sua intenção era orientar quanto a guarda deste preceito. Por isto disse; “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. MateusHYPERLINK "https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/5/17+" HYPERLINK "https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/5/17+"5:17.
   A grande verdade que Jesus tentou transmitir diz respeito à necessidade de integralidade ou completude na vida cristã. Ele disse: "Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras." LucasHYPERLINK "https://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/11/42+" HYPERLINK "https://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/11/42+"11:42 (negrito acrescentado)
   Segundo Jesus o erro principal do lideres religiosos daquele tempo era a parcialidade com que interpretavam os preceitos e mandamentos. Agregar os aspectos apontados por Cristo (zelo e amor) aos preceitos da Palavra de Deus é uma necessidade básica ainda hoje. 
   Frequentemente vemos versões superficiais do Evangelho sendo oferecidas às pessoas. Interpretações que buscam enfatizar algum aspecto, mesmo que importante da Palavra de Deus, seja dons, bênçãos ou prosperidade, mas que omitem ou que desconsideram outros. Como discípulos de Cristo devemos preconizar a integralidade da Palavra de Deus. Este é um dos aspectos de nossa fidelidade, demonstrando assim nosso amor e realidade de nossa comunhão com Ele.
   Reconhecemos o caráter progressivo da verdade como uma revelação que se amplia no decorrer da Bíblia Sagrada. E assim também é em nossa vida a medida que vamos incorporando gradativamente em nosso viver. Devemos solicitar a ajuda do Espírito Santo tanto para compreender quanto para praticar aquilo que é da vontade do Pai.

 Aguinaldo Carvalho da Silva

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A ESSÊNCIA DO QUE É SER DISCíPULO DE CRISTO

Há vários aspectos ou realidades que devem estar presentes no discípulo ou caracterizarem sua vida. Espera-se que aqueles que seguem a Jesus vivam  numa atmosfera de paz, que suas ações estejam sob os princípios morais da lei de Deus, que tenham  um olhar benigno diante das mazelas da vida, sentindo compaixão das pessoas  na condição de pecado em que elas estão.
                Diante deste quadro estamos em constante confrontação, ou seja, diariamente contrastamos nossas ações com o padrão de conduta de um verdadeiro discípulo e percebemos o quanto ainda nos distanciamos do ideal ou quão imperfeitos ainda somos.
Sabemos que estes aspectos só serão reais em nossa vida pela impressão viva e real de Cristo em nosso coração. Portanto pela fé podemos ter uma percepção nítida da pessoa de Cristo, fazendo que seus princípios e valores sejam por nós incorporados.
                O apóstolo Paulo diz que somos transformados pela contemplação da pessoa de Jesus (II Cor. 3:18). É o reconhecimento de nossa inadequação diante do caráter de Cristo que nos faz buscá-lo como ideal de vida e perfeição. Quanto mais nos aproximamos de sua pessoa, mais aperfeiçoados e ricos em dons ficamos. Quanto mais nos distanciamos dele mais descemos na escada da santificação e do aperfeiçoamento pessoal. 
A submissão ao Espírito Santo é a condição para progredirmos na caminhada com Cristo. Esta submissão redunda em obediência e abnegação. Quando escolhemos fazer a nossa vontade ao invés da de Cristo, perdemos a oportunidade de crescermos no caminho da santificação e de produzirmos os frutos do Espírito.
Há uma interação entre nós e a fonte de vida que é Cristo. Por isto está escrito que todo ramo que está ligado na videira verdadeira produz fruto. É a disposição da vontade convertida nas decisões diárias que caracterizam esta relação. Hoje quem venceu, eu ou Cristo? Deixei de fazer minha vontade para segui-Lo ou impus minhas definições e gostos na hora da escolha.
A salvação que se opera em nossa vida exige um contínuo morrer. Todos os dias somos convidados a tomar a cruz de Cristo e assim permitir que Ele viva em nós. Esta é a forma de nutrir nossa relação com Ele, e assim nossa espiritualidade não será um ritualismo vazio ou fruto de mera tradição.
O aperfeiçoamento do discípulo advém da intimidade com Cristo e não dos padrões da sociedade. Ainda que nos encante o brilho do verniz social na expressão do politicamente correto,  a mudança de natureza ocorre apenas pela ação do Mestre em nossa vida.
O toque da graça divina atinge aquele que busca, pede, abre o coração e permite ser influenciado diariamente pelo Espírito de Deus. Se estamos buscando sua graça e os resultados são insuficientes é hora para quebrantar-nos, implorar o perdão  e atender com seriedade aos apelos que o Espírito hoje nos faz.                                                              

                                                                                                               Aguinaldo C. da Silva

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Vício em pornografia está afetando saúde sexual de jovens britânicos


    Um número cada vez maior de homens jovens está sofrendo problemas de saúde sexual, como disfunção erétil, por causa do consumo exagerado de pornografia virtual.
    O alerta é de uma das principais psicoterapeutas britânicas.
     Segundo Angela Gregory, da Universidade de Notthingham, homens entre 18 e 25 anos são os mais suscetíveis a sofrer com o vício em pornografia online.
Ela acrescenta que grande parte dos acessos ao material pornográfico se dá por meio de celulares e laptops.
    "O que eu vi nos últimos 16 anos, particularmente nos únicos cinco anos, foi um aumento no número de pacientes relatando problemas de saúde sexual", diz ela.
     "No passado, homens com disfunção erétil que nos procuravam eram mais velhos e o problema estava associado a diabetes, esclerose múltipla ou doenças coronarianas. Mas essa situação mudou", acrescenta.
Angela destaca que os pacientes mais jovens não apresentam nenhuma dessas doenças.
     "Eles não têm nenhuma doença orgânica; já foram consultados por clínicos-gerais e tudo parece normal", explica.
     "Mas mesmo assim apresentam disfunção erétil. Por isso, uma das primeiras perguntas que faço aos pacientes é sobre o volume de pornografia que eles consomem, bem como seus hábitos de masturbação. Isso pode ser a raiz do problema para entender por que eles não conseguem manter uma ereção com seu(sua) parceiro(a)", acrescenta.
Vicio
    O britânico Nick (nome fictício) confessa que começou a consumir pornografia na internet quando ganhou seu primeiro laptop, aos 15 anos. "Rapidamente, fiquei viciado. Via pornografia todos os dias", diz.
   "Não havia nada que me estimulasse. Por causa disso, com o passar do tempo, passei a procurar conteúdo cada vez mais exagerado para conseguir ter uma ereção", relata.
    "Isso passou a prejudicar minha vida. Nunca sonharia em colocar em prática o tipo de pornografia que consumia", acrescenta. Não demorou muito para que Nick começasse a sofrer com problemas de saúde sexual.

Sem Ereção
"Descobri que quando estava na cama com uma mulher, apesar de me sentir atraído e querer fazer sexo com ela, nada me excitava. Meu impulso sexual estava totalmente focada na pornografia". "No meu ápice, provavelmente via pornografia online por duas horas todos os dias".
     Quando percebeu que tinha um problema, Nick decidiu procurar ajuda. "Tive uma consulta com uma médica e ela me disse que eu não tinha nenhum problema de saúde. Por outro lado, me falou que vinha ouvindo relatos similares de muitos pacientes com o mesmo problema."
   Como parte de sua reabilitação, Nick passou 100 dias sem consumir pornografia virtual e ficou aliviado quando as coisas começaram a voltar ao normal. "Minha libido voltou e encontrei uma menina. Foi ótimo", conta.
"Pela primeira vez, fui capaz de flertar e depois de algum tempo fazer sexo normalmente". "Me senti equilibrado e feliz".

Apoio
    Depois de vencer o vício, Nick passou a oferecer apoio a outros usuários com o mesmo problema. "Quando me recuperei, passei bastante tempo em fóruns na internet para ajudar outras pessoas que estavam passando pela mesma situação". "Hoje, há muito mais informação disponível do que no passado".
    "Você deve conversar com seus amigos, pessoas que estão próximas de você ou naquelas em quem você confia. Não se preocupe, há muitas pessoas no mesmo barco", recomenda.
Fonte: Terra

Nota. O alerta deveria despertar as autoridades sobre o problema que é de saúde pública, especialmente por se tratar de uma fonte isenta, ou seja, não religiosa ou ideológica. O relatório confirma o que especialistas, conselheiros e líderes religiosos falam há muito tempo, ou seja, sobre os danos proporcionados pelo consumo de pornografia. Não querendo ser pessimista, apesar da divulgação deste relatório e de outras constatações e evidências encontradas, a pornografia vai seguir seu curso de forma crescente. Num mundo cada vez mais relativista e secularizado dificilmente haverá alguma restrição para o milionário império da pornografia.





terça-feira, 9 de agosto de 2016

A Exaustão dos Recursos Planetários

      Planeta atinge o chamado "Dia da Sobrecarga", data que marca quando já se usou mais recursos da natureza do que a Terra é capaz de repôr no ano inteiro. A cada ano, dia chega mais cedo.
      A cada ano, a Global Footprint Network, um think tank internacional que trabalha em parceria com mais de 90 organizações, calcula o chamado "Dia da Sobrecarga da Terra", uma data que marca quando já usamos mais recursos da natureza do que a Terra é capaz de repôr no ano inteiro. Pense em algo como uma conta bancária que indica recursos disponíveis e o total de saques. Neste 8 de agosto de 2016, a humanidade entrou no vermelho - mais cedo do que nunca.
       Hoje a humanidade consome os recursos de 1,6 planeta Terra. Desnecessário dizer que existem grandes diferenças regionais: se toda a humanidade vivesse e fizesse negócios como os alemães, seriam necessários 3,1 planetas; já o "American Way of Life" requereria 4,8.
      A queima de combustíveis fósseis e de lenha é responsável por 60% da nossa "pegada ecológica" (a quantidade de recursos naturais necessários para manter nosso estilo de vida). Em números absolutos, China, EUA, União Europeia e Índia são os maiores emissores mundiais de CO2. O consumo per capita, no entanto, coloca essa estatística em perspectiva. Em termos puramente matemáticos, cada um de nós tem duas toneladas de CO2 em sua conta se quisermos manter o aquecimento global abaixo de 2 graus celsius.
      Florestas fornecem CO2, madeira e matéria-prima para papel. Elas previnem a erosão do solo, retêm água e são indispensáveis para o funcionamento do ciclo ecológico como reservatórios de CO2. Ainda assim, 3,3 milhões de hectares de florestas são perdidos por ano. Na Alemanha, as áreas com floresta cobrem meros 15% da emissão anual de CO2.
     A humanidade está em crescimento. Novas áreas de cultivo brotam em todos os lugares, ao mesmo tempo, perdemos muitas áreas cultiváveis para construções, erosão e degradação do solo. No momento, cada cidadão da UE precisa em média de 3.100 metros quadrados de solo cultivável para cobrir seu consumo de comida. Se os recursos fossem distribuídos igualmente pelo mundo, cada um de nós só teria direito a 2 mil metros.
    Quanto mais se pesca, mas difícil é para os cardumes se recomporem adequadamente. No momento, cerca de um terço dos cardumes sofre com a pesca predatória, e mais da metade é "explorada ao máximo". Emissões de CO2 em excesso estão provocando a acidificação dos oceanos, resultando em condições cada vez mais pobres para as criaturas do mar.
    O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estima que quase metade da população mundial vai sofrer com a escassez de água a partir de 2030. Reservas subterrâneas estão ficando cada vez mais escassas e estão cada vez mais contaminadas. O nível de poluição nos rios, lagos e outros reservatórios de água provocado pela agricultura e emissão de esgoto é tão alto que a água não é própria nem mesmo para o consumo animal.
     Em termos matemáticos, cada humano tem 1,8 hectare à sua disposição para satisfazer suas necessidades básicas de uma maneira ecologicamente sustentável. Só que o consumo necessário depende do estilo de vida do indivíduo: o alemão médio consome 5,1 hectares. Este ano, a Alemanha já esgotou sua biocapacidade em 29 de abril e desde então tem vivido à custa de outros países de futuras gerações.
Fonte: Terra
 
Nota. Infelizmente, este quadro de crise e caos  para o nosso planeta se torna premente a cada dia que passa. Já não podemos acreditar numa solução através da tecnologia ou uma redenção pela via da ciência. Tudo indica que nossa caminhada para o fim é inexorável. Aqueles que acreditam na Bíblia e tem fé em Jesus conseguem manter esperança e consolo frente  a esta realidade, porque sabem que o Senhor virá resgatá-los deste mundo para outro muito melhor.
 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

A Decisão de Ser Discípulo

    Jesus diz que o discípulo é um ser livre. Cristo não esmaga a cana quebrada e nem apaga a torcida que fumega. Ele não violenta o coração. Não faz apelos emocionalmente irresistíveis. Não coage a alma humana. Não faz lavagem cerebral. Seu convite ao discipulado começa com um "se alguém quer".
    O homem deve analisar se deseja segui-lo. Ninguém é forçado a aceitar. O candidato ao discipulado tem que se sentir em liberdade, pois Jesus mostra que há opções. Todavia, a opção para fora do discipulado é morte, escravidão, gemido e náusea.   No discipulado há uma lei básica: a pessoa é livre para tudo, só não é livre para deixar de escolher. O candidato a ele é escravo da sua liberdade. Mas é tão livre que pode até
escolher ser escravo.
    Deus criou o homem não apenas com o livre arbítrio mas também com o poder de arbitrar. Por isso Jesus afirma que o discípulo tem que ser alguém que quer.   Se alguém quer, é como inicia o convite.
    O seguidor de Jesus deve saber o que quer, porque o discipulado sempre exige uma de-cisão. Algumas decisões não são de-cisões. No discipulado, no entanto, não raramente as tomadas de posição implicam rupturas, fraturas emocionais, psicológicas, familiares, sociais e até econômicas.
    O discípulo tem que saber o que quer, porque dele é exigido que abra mão de valores, a fim de se apoderar do Reino de Deus:

       "O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no
        campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E,
        transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem, e
        compra aquele campo."

     Não se trata de salvação pelas obras, mas de entender e aceitar os custos da descoberta, da REVELAÇÃO. O tesouro valia mais do que o campo. Logo, quem comprou o campo, ganhou o tesouro de graça.
    Assim é no Reino de Deus: a salvação (tesouro) é de graça, mas o discipulado (campo) tem um preço. Há valores a serem trocados; há um custo a ser pago.
    Isto porque o Reino dos Céus é a única realidade duradoura, e o seu valor é incalculavelmente precioso.
    Por isso a pessoa realmente desejosa de receber os resultados positivos da vida no Reino dos Céus, uma vez confrontada com ele, prontamente, e cheia de alegria, fará o sacrifício que for necessário, seja a perda de amizades, bens, posição, ou inclusive da própria vida.
   Todavia deve-se saber que quando a grande alegria, que supera toda medida, toma conta da alma, ela arrebata, atinge o mais íntimo, supera a compreensão. Tudo fica pálido e sem brilho diante do brilho do Reino dos Céus. Nenhum preço parece alto demais diante desse tesouro.  A entrega precipitada e irrefletida do que há de mais precioso torna-se a evidência mais clara disso. Diante do Reino entrega-se tudo porque se fica arrebatado diante da grandeza do achado. A boa-nova da sua irrupção arrebata, gera a grande alegria, orienta toda a vida para a consumação da comunhão com Deus, opera a entrega apaixonada. Faz com que a perda seja ganho. Transforma o sacrifício em festa.  Faz da troca de valores o melhor negócio.
    Deve ainda o discípulo ter a coragem de aceitar que sua conversão pode dividir a família. É possível que haja uma de-cisão na sua casa. Pode surgir uma guerra emocional e religiosa do pai incrédulo contra o filho convertido, ou do filho rebelde contra o pai arrependido; da mãe beata contra a filha que mudou de religião, ou da filha renitente contra a mãe recém-convertida; da sogra falante contra a nora humilde, ou da nora avançada contra a sogra considerada quadrada por causa de Jesus.
    O discípulo deve saber que seus inimigos poderão ser os da sua própria casa. Deve, no entanto, estar informado de que no Reino de Deus existe o milagre da multiplicação dos relacionamentos interpessoais e dos privilégios sociais: "Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou mãe, ou pai, ou campos, por amor de mim e por amor do evangelho, que não receba já no presente o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e no mundo por vir a vida eterna - ver também que a Cruz gera nova família.

    É indispensável ainda que o discípulo saiba o que quer, porque a vida de  um seguidor de Jesus é comparável à de um sentenciado à morte: ele pode morrer de morte violenta ou não, mas, em qualquer dos casos, existe morrendo para poder morrer vivendo. Quem quiser preservar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder, de fato a salvará.


Fonte: Seguir a Jesuso mais Fascinante Projeto de Vida

quarta-feira, 27 de julho de 2016

As implicações do caminho !

      "Qualquer que procurar salvar a sua vida perdê-la-á e qualquer que a perder salvá-la-á. (Luc. 17:33). No Reino de Deus convive-se com o paradoxo de que achar a vida é perdê-la, e perder a vida por Jesus é achá-la. Esta opção de vida leva o seguidor de Jesus a uma disposição de limitar-se tanto quanto necessário: "Se tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível (onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga). E se teu pé te faz tropeçar, corta-o; é melhor entrares na vida aleijado do que, tendo o dois pés, seres lançado no inferno (onde não lhes morre o verme nem o fogo se apaga). E se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o; é melhor entrar no Reino de Deus com um só dos teus olhos do que, tendo os dois, seres lançado no inferno".
    
     Este modo de vida exige espírito voluntário. Entretanto, no texto onde Jesus ensina maneiras de se imporem limites, raia a luz da mais intensa expansão e liberdade. A mão, pé ou olho amputado são do discípulo mas não são o discípulo. O cristão que se limita por causa do Reino de Deus continua inteiro, completo, pleno. Outra surpresa diante da qual Jesus nos coloca é que essa aparente castração é o caminho para a verdadeira vida (a palavra vida aparece duas vezes no texto como resultado desses atos). Resta-nos a constatação de que aqueles que rejeitam essa limitação vão plenos para o inferno. E a última estranheza da sabedoria de Jesus é que aquele que se apodera de menos (mão), anda por caminhos menores (pés), e vê menos (olho), é quem vai se apoderar de mais; é quem entrará no céu e verá a glória de Deus no Reino eterno.
    
     As implicações de cada uma dessas lições afetam os negócios, os sentimentos, os relacionamentos e as ambições do cristão. Não se trata de autoflagelação, mas de autolimitação não patológica produzida pela certeza de que tudo aquilo que faz tropeçar tem que ser evitado. O discípulo, para aprender de Jesus, tem que ter a palavra do Mestre como o ponto de partida, o ponto de apoio, o ponto de referência, o ponto de vista e o ponto de chegada. "Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha". O discípulo tem que estruturar a sua vida única e exclusivamente sobre a Palavra de Deus. Não há outra base. Seus pontos de vista são os de Deus. Sua estrutura é a verdade do reino de Jesus. As opiniões próprias são sepultadas quando alguém se dispõe a ser um aprendiz do Mestre. Importa ter a mente de Cristo e não aceitar viver de outra maneira que não seja sobre as bases do ensino do Senhor Qualquer outra obsessão termina quando começa o discipulado. Nele só há lugar para a sadia obsessão do Reino de Deus. Nem afazeres, nem compromissos, nem qualquer relacionamento humano podem tomar o lugar e a importância do convite de Jesus.