1 - A matriz ateísta dos partidos de esquerda vê os valores cristãos como uma forma de expressão da sociedade burguesa. As noções de pecado são para eles uma forma de manipulação do proletariado por parte dos que detém o capital. Resumindo: a religião é apenas um conjunto de supertições para controle das massas pela classe dominante.
2 - Dentro deste escopo a familia natural conforme apresentada na Bíblia e mantida pela tradição é um legado deste sistema manipulador do capitalismo. Na visão dos ideólogos do comunismo/socialismo, tudo é propriedade do Estado, inclusive os filhos, que devem serem desde cedo educados ou formatados ideológicamente para servirem ao Estado. Na visão cristã os filhos são propriedade sagrada da família, os quais devem ser educados pelos pais. A prostituição, segundo o marxicismo, é resultado do capitalismo, que só pode ser eliminada com a adoção do sexo livre e com o fim da forma tradicional de família.
No Livro A origem da família, da propriedade privada e do Estado, de
Friedrich Engel está escrito:
“A família individual moderna está baseada na
escravidão doméstica, transparente ou dissimulada, da mulher, e a sociedade
moderna é uma massa cujas moléculas são compostas exclusivamente por famílias
individuais. Hoje em dia é o homem que, na maioria dos casos, tem de ser o
suporte, o sustento da família, pelo menos nas classes possuidoras, e isso lhe
dá uma posição de dominador que não precisa de nenhum privilégio legal
específico. Na família, o homem é o burguês e a mulher representa o proletário.
[...].
3. Outro motivo pelo qual me oponho à ideologia esquerdista é a noção de que a propriedade privada seja uma usurpação do direito de todos sobre a terra e sobre seus frutos.
“O
primeiro que tendo cercado um terreno, se lembrou de dizer: Isto é meu, e
encontrou pessoas bastante simples para acreditar, foi o verdadeiro fundador da
sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não
teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou tapando os
buracos, tivesse gritado aos semelhantes: ‘Livrai-vos de escutar este impostor;
estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos, e a terra de
ninguém!’” (Jean Jacques Rousseau, Discurso
sobre a origem da desigualdade, 1754, p. 91. Edição Ridendo Castigat Mores.
Fonte digital: www.jahr.org).
4. O conceito de democracia na visão esquerdista tende oprimir as minorias em nome de uma nova engenharia social que elimine as classes. Alegando agir em nome da coletividade o Estado passa a ser o regulador supremo, interferindo em questões individuais, mesmo que envolva consciência e crença.
“Se o liberalismo afirma teoricamente o pluralismo
e mistifica/oculta a hegemonia, se o totalitarismo absolutiza a dominação e
reprime o pluralismo, a democracia de massas funda sua especificidade na
articulação do pluralismo com a hegemonia, na luta pela unidade na diversidade
dos sujeitos políticos coletivos autônomos. Por outro lado, não se deve
esquecer - se quisermos pensar a longo prazo - que a apropriação social da
política é, em última instancia, sinônimo de extinção do Estado, ou seja, de
extinção dos aparelhos de dominação enquanto aparelhos apropriados
individualmente e postos aparentemente ‘acima’ da sociedade. É nesse sentido
que cabe entender a lúcida observação de Gramsci, segundo a qual a ‘sociedade
regulada’ (sem classes) é aquela na qual o Estado será absorvido pelos
organismos autogeridos da ‘sociedade civil’. Podemos concluir esse rápido
esboço afirmando que a relação da democracia socialista com a democracia
liberal é uma relação de superação dialética (Aufhebung): a primeira elimina, conserva e eleva a nível superior
as conquistas da segunda."1 Esta é uma rápida análise do que é a ideologia de esquerda. Temos que estar bem conscientes ao fazer nossas escolhas políticas através da eleição, para que no futuro não venhamos a sofrer os resultados destas escolhas.
1.
COUTINHO, Carlos Nelson. “A Democracia como Valor Universal” in A
democracia como valor universal e outros ensaios. 2ª ed. ampliada. Salamandra:
Rio de Janeiro, 1984, p. 35, 44, 45.