segunda-feira, 20 de setembro de 2010

COMO EXPLICAR O UNIVERSO SEM DEUS?

Não restam dúvidas de que Stephen Hawking é intelectualmente destemido como um herói da Física. E em seu último livro, o notável físico propõe uma audaciosa mudança na crença religiosa tradicional na criação divina do universo.
Conforme Hawking, as leis da física, não a vontade de Deus, proveem a explicação real de como a vida na Terra veio a existir. O Big Bang, ele argumenta, foi a inevitável consequência daquelas leis ‘porque há uma lei como a gravidade, o universo pode e quis criar a si mesmo do nada.’
Desafortunadamente, enquanto o argumento de Hawking está sendo saudado como controverso e revolucionário, ele dificilmente seria novo.
Por anos, outros cientistas tem feito afirmações semelhantes, sustentando que o assombroso, a criativadade sofisticada do mundo ao nosso redor, pode ser interpretado somente com referência às leis físicas, assim como a gravidade.
Isto é uma abordagem simplista, ainda que em nosso época secularizada seja a única que aparenta ter ressonância com um ceticismo público.
Mas, como cientista e cristão simultaneamente, eu gostaria de dizer que a afirmação de Hawking é equivocada. Ele nos pede para escolher entre Deus e as leis físicas, como se eles estivessem necessariamente em conflito mútuo.
Porém, contrariamente ao que Hawking declara, leis físicas nunca podem prover uma completa explanação do universo. As próprias leis não criaram nada; elas meramente são uma descrição do que acontece sob certas condições.
O que parece que Hawking fez foi confundir leis com a agente. Seu chamado a nós para escolhermos entre Deus e as leis é quase como alguém nos exigir para optar entre o engenheiro aeronáutico Sir Frank Whittle e as leis da física para explicar o mecanismo do avião.
Esta é a confusão de categoria. As leis da física podem explicar como o mecanismo do avião funciona, mas alguém tem de construir, por em funcionamento e dar a partida. O avião não poderia ser criado sem as leis da física por si mesmas – todavia, para o desenvolvimento e criação, precisa-se do gênio de Whittle como seu agente.
De modo similar, as leis da física nunca poderiam ter constuído atualmente o universo. Algum agente deve ter se envolvido.
Para usar uma simples analogia: as leis de Isaac Newton de movimento em si mesmas nunca fizeram uma bola de sinuca atravessar o carpete verde, o que somente pode ser feito por pessoas usando o taco de sinuca e as ações de suas mãos.
O argumento de Hawking me parece até muito mais ilógico quando ele diz que a existência da gravidade torna a criação do universo foi inevitável. Mas como poderia a gravidade existir em primeiro lugar? Quem a pôs ali? E qual foi a força criativa por trás de seu início?
De forma análoga, quando Hawking argumenta, em apoio à sua teoria de geração espontânea, que isto era somente necessário para ‘o azul tocar o papel’ para ser iluminado para ‘deixar o universo vir’, a questão deve ser: de onde vem este azul que toca o papel? E quem o fez, se não Deus?
Muito da racionalidade que se segue ao argumento de Hawking engana-se com a ideia de que há um conflito aprofundado entre Ciência e Religião. Mas reconheço que não há um desacordo entre eles.
Para mim, como um religioso cristão, a beleza das leis científicas somente reforça minha fé em uma inteligência, força divina e criativa em operação. No mais, eu entendo Ciência, no mais, eu creio em Deus por causa da maravilha na abrangência, sofisticação e integridade de sua criação.
A verdadeira razão para a Ciência florescer tão vigorosamente no XVI e XVII séculos foi precisamente devido à crença de que as leis da natureza, as quais foram então descobertas e definidas, reflete a influência de uma divina legislação.
Um dos temas fundamentais do Cristianismo é que o universo foi feito de acordo com um Planejador racional e inteligente. A fé cristã atualmente proporciona perfeito senso científico.
Alguns anos atrás, o cientista Joseph Needham fez um estudo épico do desenvolvimento tecnológico na China. Ele queria descobrir por que a China, por todos os seus precoces dons de inovação, tinha falhado por estar tão atrás da Europa em seu desenvolvimento da Ciência.
Ele relutantemente chegou à conclusão de que a Ciência europeia tinha sido estimulada pela disseminada crença na racional força criativa, conhecida como Deus, a qual fez todas as leis científicas compreensíveis.
Não obstante, Hawking, como muitos outros críticos da Religião, quer que creiamos que não somos nada, mas uma aleatória coleção de moléculas, o produto final de um processo não-intencional.
Se verdadeiro, isto poderia indeterminar quanta racionalidade nós precisamos para estudar a Ciência. Se o cérebro fosse realmente o resultado de um processo não-dirigido, então não há razão para crer em sua capacidade para nos dizer a verdade.
Nós vivemos em uma época de informação. Quando nós vemos algumas letras do alfabeto escrevendo nosso nome na areia, imediatamente nos sentimos responsáveis em reconhecer o trabalho de um agente inteligente. Como muito mais, provavelmente, então, estaria um criador inteligente por trás do DNA humano, o colossal banco de dados biológico que contém não mais que 3,5 bilhões de ‘letras’?
É fascinante que Hawking, em ataque à religião, sente-se compelido a colocar tanta ênfase na teoria do Big Bang. Porque, por mais que os não-crentes não gostem disto, o Big Bang combina exatamente com a narrativa da criação cristã.
Isto porque, antes do Big Bang se tornar usual, vários cientistas foram forçados a admitir isto, apesar disto parecer se alinhar à história da Bíblia. Alguns aderiram à visão aristotélica do ‘universo eterno’ sem início ou fim; mas esta teoria, e recentes variantes dela, estão agora profundamente desacreditadas.
Mas apoio à existência de Deus está muito além da realidade da ciência. Dentro da fé cristã, há também a poderosa evidência de que Deus Se revelou à Humanidade através de Jesus, há dois milênios. Isto é tão documentado não apenas nas Escrituras e em outros testemunhos, mas igualmente na fortuna das descobertas arqueológicas.
Sendo assim, as experiências religiosas de milhões de crentes não podem claramente estar enganadas. Eu mesmo e minha própria família podemos testemunhar sobre a influência que a fé tem em nossas vidas, algo que desafia a ideia de que não somos nada mais do que uma coleção aleatória de moléculas.
É tão forte quanto óbvia a realidade de que nós somos seres morais, capazes de entender a diferença entre certo e errado. Não há rota científica para tais conceituações éticas.
A física não pode inspirar nosso discernimento dos outros, ou do espírito de altruísmo que existe na sociedade humana desde a aurora do tempo.
A existência de um conjunto comum de valores morais aponta para a existência de uma força trascendente além das meras leis físicas. Assim, a mensagem do Ateísmo tem sempre sido curiosamente a única depressiva, retratando-nos como criaturas egoístas inclinadas a nada mais do que sobrevivência e auto-gratificação.
Hawking também pensa que a existência potencial de outras formas de vida no universo mina a tradicional convicção religiosa que nós somos o único motivo para Deus criar o planeta. Mas não há prova de que outras formas de vida existam fora, e Hawking certamente não presenciou nenhuma.
Sempre me diverte que o Ateísmo geralmente argumente pela existência de inteligência extra-terrestre além da Terra. Assim, eles também estão somente ansiosos para denunciar a possibilidade, a qual nós já aceitamos, de um vasto e inteligente Ser externo ao mundo: Deus.

O novo fuzilamento de Hawking não pode abalar os fundamentos da fé que está baseada em evidência.

(*) John Lennox, apologista cristão, é professor de Matemática em Oxford. Ficou conhecido principalmente por debater com Richard Dawkins, em Outubro de 2007, em um evento patrocinado pela entidade cristã Fixed Point Foundation. O artigo original de Lennox foi publicado no Dailymail . A despeito da qualidade de sua argumentação, a única ressalva seria sobre o Big Bang: embora seja uma explicação teleológica, a teoria contraria alguns dos dados bíblicos.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A CONDUTA DO CRISTÃO NA VISÃO DE C. S.LEWIS

Continuando a ler o  livro 'Cristianismo Puro e Simples', do autor C.S. Lewis, me chamou a atenção um trecho no qual o autor expõe o engodo do relativismo moral, dizendo que não há nenhum idealismo em querer viver os princípios morais de forma plena.   O texto está abaixo:

"É perigoso, porém, dizer que um homem que se esforça para seguir a lei moral seja um homem de "altos ideais",  pois isso pode nos dar a impressão de que a perfeição moral é um mero gosto pessoal dele e que o restante dos homens não teria o dever de procurar realizá-la. Esse erro seria desastroso. A conduta perfeita talvez seja tão inalcançável quanto a perfeita perícia ao volante, mas é um ideal necessário prescrito a todos os homens por causa da própria natureza da máquina humana,  da mesma forma que a pilotagem perfeita é prescrita a todos os motoristas pela própria natureza dos automóveis. E seria ainda mais perigoso se você se considerasse uma pessoa de "altos ideais" só porque tenta não mentir (em vez de só contar mentirinhas ocasionais), não cometer adultério (em vez de só cometê-lo de vez em quando) e não ser violento com os outros (em vez de ser só um pouquinho violento). Você correria o risco de transformar-se num moralista hipócrita, considerando-se uma pessoa especial a ser felicitada por seu "idealismo". Na verdade, isso seria o mesmo que se julgar especial por esforçar-se para acertar o resultado de uma soma. É claro que a aritmética perfeita é um "ideal", pois certamente cometemos erros em algumas contas. Porém, não há nada de especialmente louvável em tentar obter o resultado correto de cada passo de uma soma. Seria pura estupidez não fazer esta tentativa, pois cada erro do cálculo vai lhe causar problemas para obter o resultado final. Da mesma forma, toda falha moral causará problemas, provavelmente para os outros, certamente para você." páginas 92,93.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SÁBADO


No relato da criação, segundo o livro de Gênesis, o Criador descansou, abençoou e santificou o sétimo dia da semana, ou seja, o sábado. Para comemorar tudo aquilo que havia realizado nos seis dias anteriores, que segundo a narrativa de Gênesis 1, foi assim por Deus considerado muito bom, Deus assim estabeleceu um dia especial. (Gênesis 1:31).
E havendo Deus acabando no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera. ”(Gênesis 2:2,3).

Em sua infinita sabedoria, resolveu estabelecer  o sábado como um memorial  eterno da  Criação.  Um memorial que não se limita a um lugar ou objeto, pois está estabelecido no tempo e de forma cíclica surge  a cada sete dias. 
Um dos propósitos do sábado é servir como um marco no relacionamento do homem com Deus, o momento do auge na interação entre Crador e criatura.  Também serve para que o ser humano recomponha suas energias e desenvolva sua espiritualidade. Por isto Jesus falou: “O sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado.” (Marcos 2:27).
Por sua importância, a guarda do sábado não está situada entre as normas puramente cultuais do povo de Israel, mas  dentro do Decálogo, os  Dez Mandamentos que delineiam os próprios pilares da vida moral, escritas  em tábuas de pedra como símbolo de sua perenidade. O quarto mandamento como está na Bíblia, tem a seguinte redação:

Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia de sábado, e o santificou.” (Êxodo 20:8-11).

Entendemos que este mandamento não se limita ao povo judeu,  porque na ocasião em que Deus estabeleceu o repouso sábático não existia o povo judeu, mas apenas Adão e Eva, os pais de toda a humanidade.
Ao contrário do que muitos pensam, a observância do sábado foi mantida por Jesus e os apóstolos.
E era o dia da preparação e começava o sábado. As mulheres que tinham vindo  da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E no sábado descansaram, segundo o mandamento.” (Lucas 23:54 - 56). 

Se Jesus Cristo tivesse a intenção de abolir ou alterar este mandamento, com certeza por ocasião de sua morte já teria dado orientações claras a este respeito, sendo já observadas por seus seguidores. Mas os Apóstolos  continuaram a observar o descanso sabático mesmo depois da ascensão de Jesus (Atos 13:14, 42,44). 
Os apóstolos, tais como Paulo, freqüentavam a igreja aos sábados, e isto não era somente para pregar aos judeus,  vejamos o que diz o relato bíblico:
E no sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde julgávamos ter lugar para oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram.” Atos 16:13.

Mesmo em viagem longe de sua pátria (como é o contexto do texto bíblico acima), não deixavam de se congregarem para oração  e meditação na Escritura no dia de sábado. Depois de vários anos após a morte e ressurreição de Jesus, o apóstolo Paulo e os demais apóstolos  observavam a guarda deste dia. A mudança para o domingo como dia de guarda só ocorreu séculos mais tarde com a entrada de crenças pagãs no seio do cristianismo.
Hoje muitos cristãos acreditam erroneamente que não é mais necessáro guardar o sábado. Pensam que pode ser guardado o domingo ou  qualquer outro dia, e há aqueles que acham não ser preciso guardar dia nenhum.   Infelizmente o secularismo e a incredulidade tem entorpecido a sensibilidade de muitos para a necessidade de observância deste mandamento. O ser humano é quem sai perdendo com esta atitude, pois ao não mais lembrar de Deus como o grande Criador, perde a oportunidade de entrar em comunhão com Ele da forma que Ele estabeleceu e preferiu.
Com certeza se o homem mantivesse o repouso sabático teria mais saúde física e espiritual, agrediria menos a natureza e seria mais consciente de seu Criador. No livro de Isaías há uma promessa aos observadores do sábado. 
"Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras, então, te deleitarás no Senhor. Eu te farei cavalgar sobre os altos da Terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do Senhor o disse." (Isaías 58:13,14)

nEle que é o grande Criador da vida!

Aguinaldo C. da Silva





quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O SERMÃO DA MONTANHA E AS MEDIOCRIDADES HUMANAS!

Uma das lições que podemos tirar do sermão da montanha, diz respeito as mediocridades humanas. Por que fizemos sempre o mínimo possível ao próximo e nos esquivamos de ir um pouco além em nossas ações e atitudes positivas?
Jesus disse: "E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas." (Mat. 5:41).

Em nosso tempo  as pessoas tem se demonstrado mais frias, formais, indiferentes e superficiais. O amor está acabando! Vemos apenas amizades interesseiras. Tudo, as vezes, não passa de um jogo de toma lá, da cá. 
As palavras do Mestre são uma exortação a que sejamos realmente generosos e altruístas em nossas atitudes, demonstrando os frutos do amor àqueles que nos rodeiam.
Infelizmente vivemos muitas vezes no sistema do "feijão com arroz", ou seja, fazendo o mínimo para manter uma aparência de pessoa educada conforme as  convenções sociais  estabelecidas. Amar é ir além do mero formalismo social. É dar o primeiro passo na busca da reconciliação. É buscar ajudar alguém sem pensar em retribuição.
Se procurarmos meramente cumprir a obrigação sempre seremos pessoas indiferentes e superficiais. Não conseguiremos ver além das aparências e não iremos além do julgamento da sociedade. A sociedade que quase sempre pré-julga e condena sem tomar conhecimento do verdadeiro teor das  questões. Mas os homens de segunda milha vão além, são positivistas com a vida,  tratando o ser humana como a coisa mais preciosa da criação divina.
O mundo carece de generosidade, de compreensão, de pessoas que se disponham a fazer mais do que seria por direito ou obrigação. Quando agirmos deste modo, assim como nos ensinou o Mestre, poderemos salvar almas, ser pescadores de homens. A demonstração do verdadeiro amor é de origem divina e só poderemos manifestar este dom se conhecermos a fonte!

nEle que é a fonte de todos os dons!

Aguinaldo C. da Silva 

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

GRAÇA

Ainda há pouco, ao reler o admirável Sermão do Monte, percebi como a graça esteve presente nos princípios expostos por Jesus. Mesmo reconhecendo que a graça foi exaustivamente estudada e definida pela teologia, é preciso redescobri-la nos lábios do Nazareno. Os favores imerecidos de Deus não podem ficar circunscritos às codificações teológicas. Naquele relvado, na encosta de um morro qualquer, Cristo falou de assuntos diversos, mas não se esqueceu de explicitar que Deus se relaciona com seus filhos diferente de todas as divindades conhecidas. Após séculos de argumentação sobre os significados da graça, os cristãos precisam despertar para ao fato de que ela é o chão da espiritualidade cristã.
Um neopaganismo levedou a fé de tal forma que muitos transformaram a oração em uma simples fórmula para canalizar e receber os favores divinos. Para obter resposta às petições, implora-se, pena-se, insiste-se, no aguardo de que Deus escute. Quando não se recebe, justifica-se assumindo culpas irreais, como falta de disciplina. Acha-se que é necessário continuar implorando para Deus se sensibilizar. Mede-se a espiritualidade pelo número de respostas aos seus pedidos e, quando malsucedidos, castiga-se por não merecer. A própria linguagem denuncia romeiros católicos e evangélicos, que lotam os espaços religiosos: é preciso “alcançar uma graça”.
Graça liberta do imperativo de dar certo. O Sermão da Montanha começa felicitando pobres em espírito, chorosos, mansos e perseguidos. Os triunfantes não podem se gloriar de serem mais privilegiados do que os malogrados. Graça revela um Deus teimosamente insistindo em permanecer do lado de quem não conseguiu triunfar; até porque a companhia de Deus não significa automática reversão das adversidades.
Graça permite o autoexame, a análise das motivações mais secretas da alma, sem medo. Na série de afirmações sobre ódio, adultério, divórcio e vingança, Cristo deixou claro que ninguém pode se vangloriar quando desce às profundezas do coração. No nível das intenções, todos são carentes. O olhar sutil indica adultério. O ódio despistado revela homicidas em potencial. A vingança disfarçada contamina as ações superficiais. Lá onde brotam as fontes das decisões, tudo é confuso; vícios e virtudes se confundem. Somente com a certeza de que não haverá rejeição é possível confrontar os intentos do coração para ser íntegro.
Graça convida a amar. Jesus afirmou que Deus “faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos”. Para revelar sua bondade, Deus não precisou ser convencido a querer bem. Deus não faz acepção de pessoas; o seu amor não está condicionado a méritos. Quando as pessoas são inspiradas por gratidão, reconhecimento e admiração por tão grande amor, se sentem impulsionadas a imitá-lo. Deus surpreende por dispensar bondade sem contrapartida de virtude. Assim, na improbabilidade de os seres humanos se mostrarem graciosos, os discípulos devem almejar a única virtude que pode torná-los perfeitos como Deus -- o amor.
Graça é convicção de que o acesso a Deus não depende de competência. Quem acredita que será aceito pelo tom de voz piedoso ou pela insistência em repetir preces nega a paternidade divina. Antes de pedirmos qualquer coisa, Deus já estava voltado para nós. Os exercícios espirituais não precisam ser dominados como uma técnica, mas desenvolvidos como uma intimidade. O secreto do quarto fechado representa um convite à solitude, à tranquilidade que não acontece com sofreguidão.
Graça libera energia espiritual que pode ser dirigida ao próximo. Buscar o reino de Deus e sua justiça só é possível porque não é preciso preocupar-se com o que comer e vestir e por jamais ter de bater na porta do sagrado para conquistar benefícios particulares. Basta atentar para os lírios do campo e pardais para perceber que as ambições devem escapar à mesquinhez de passar a vida administrando o dia-a-dia.
Graça devolve leveza para que os filhos de Deus sintam-se à vontade em sua presença, como meninos na casa dos avós. Graça libera as pessoas para se tornarem amigas de Deus, em vez de vê-lo como um adestrador inclemente. Graça não permite delírios narcisistas. Nenhuma soberba se sustenta diante da percepção de que Deus aposta na humanidade e ainda se convida a cear entre amigos.
Graça distensiona o culto porque avisa: tudo o que precisava acontecer para reconciliar a humanidade com Deus foi concluído: “Consumatum est”. Portanto, enquanto a graça não for redescoberta de fato como a mais preciosa verdade da fé, as pessoas podem até afirmar que foram livres, mas continuarão presas à lógica religiosa das compensações. Devedores, jamais entenderão que o reino de Deus é alegria. A graça liquida com pendências legais. Não restam alegações a serem lançadas em rosto -- “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?”.
A religiosidade legalista insiste que é perigoso falar excessivamente sobre a graça. Anteparos seriam então necessários para proteger as pessoas da liberdade que a graça gera. Mas o amor que tudo crê, tudo espera e tudo suporta não aceita outro tipo de relacionamento senão abrindo espaço para que haja amadurecimento. Deus ama assim, e o Sermão da Montanha não deixa dúvidas de que todo discurso sobre o reino de Deus deve começar com graça.

Fonte: www.ricardogondim.com.br

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PENSANDO NO NOVO LAR!



Algo que deve ser um deleite para os verdadeiros cristãos é pensar no lar celestial. Lugar este que será a morada para aqueles que hoje se comprometem em seguir a Jesus. A vivência no paraíso restaurado deve ser nosso maior sonho. Não poderia ser diferente, pois lá a beleza, o encanto e a perfeição estão continuamente presentes. 
Agora que estamos tão perto de conhecer esta nova morada, devemos transparecer nosso entusiasmo. Quando viajamos para um lugar desconhecido criamos um quadro em nossa imaginação de como será este lugar. Ficamos absortos em nossa imaginação enquanto transcorrem os quilômetros do percurso. Nossa previsão é negativa ou positiva dependendo das informações que possuímos deste lugar. Em relação ao céu, as informações são totalmente positivas. Então, nossa expectativa deve ser alvissareira, otimista, eufórica. Mas não é este o sentimento que vemos  em muitos cristãos, talvez porque falta um reavivamento da fé, ou seja, as coisas do mundo e as distrações da vida estão absorvendo o interesse pelas coisas celestiais.
Com certeza este é o momento de encher-nos de ânimo e transmitir nossa esperança aos que nos rodeiam. Viver o cristianismo intensamente: amando mais as pessoas, sendo misericordiosos, afetuosos, positivos e alegres. Como cristãos as vezes caminhamos não como quem vai para o Céu, mas como quem está sem esperança, angustiado e deprimido. Há agruras nesta vida, mas a esperança na grande promessa é um lenitivo para nossas dores. Nada pode desfalecer nosso entusiasmo quando vivemos na iminência desta tão grande realização - morar no lar celestal. 
Para muitos parece pueril alimentar tal esperança, talvez porque já se deixaram levar pelo ceticismo ora vigente no mundo. Em todos os tempos existiram pessoas incrédulas e contra Deus. Temos que olhar para os bons exemplos de fé, como os pastores que estavam no campo na noite em que Jesus nasceu. Suas almas ficaram transbordantes ao verem um coral de anjos dando as boas novas da chegada do Messias. Receberam aquela maravilhosa visita porque seus corações abrigavam uma fé pura, singela e viva.
Agora estaremos recebendo Jesus em sua segunda vinda. De qual lado estaremos? Como os que se alegraram na sua primeira vinda, ou como os que ficaram indiferentes ao fato? É hora de despertar!

"E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé." (Rom. 13:11).

Um abraço e a bênção do Pai celeste
a todos os leitores!

A. C. Silva

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Stephen Hawking: única chance do ser humano será deixar a Terra


O astrofísico Stephen Hawking afirma que, ao menos que a raça humana colonize o espaço nos próximos dois séculos, vai desaparecer para sempre. Em entrevista ao site Big Think, o cientista diz que a única chance de sobrevivência do ser humano é sair da Terra e habitar novos planetas. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.
"Eu vejo um grande perigo para a raça humana. Houve vezes no passado em que a sobrevivência (do ser humano) foi incerta. A crise dos mísseis de Cuba em 1963 foi uma delas", disse Hawking. "É provável que a frequência dessas ocasiões aumente no futuro. Precisamos de muito cuidado e discernimento para negociar tudo isso com sucesso". Apesar do aviso, Hawking se diz otimista com a possibilidade de colonizarmos novos mundos.
No início deste ano, o cientista havia dito que o ser humano deveria evitar contato com formas de vida alienígenas, já que não temos certeza se elas seriam amigáveis. Desta vez, o astrofísico afirma que o próprio modo de vida da humanidade pode fazê-la desaparecer.
"Nossa população e o uso de recursos finitos do planeta Terra estão crescendo exponencialmente, assim como nossa capacidade técnica para mudar o ambiente para o bem e para o mal", diz Hawking. "Contudo, nosso código genético carrega instintos egoístas e agressivos que foram vantagens necessárias para a sobrevivência no passado. Será difícil evitar o desastre nos próximos 100 anos, ainda mais nos próximos mil ou 1 milhão".
Hawking já havia falado sobre a possibilidade de ser criada uma espaçonave capaz de viajar para o futuro. Ou seja, o equipamento utilizaria a viagem no tempo (apenas para o futuro) para atravessar grandes distâncias. Segundo a previsão de Hawking, a nave levaria seis anos para atingir sua capacidade máxima - 98% da velocidade da luz -, enquanto que um dia nela seria equivalente a um ano na Terra. Assim, após 80 anos, ela seria capaz de chegar aos limites de nossa galáxia.

Fonte: (Terra)

Nota:  Hawking está quase certo. A única diferença é que ao invés de sairmos da Terra de espaçonave, sairemos através do poder do Senhor Jesus Cristo. "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também." ( João 14:1-3)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O CRISTIANISMO NA VISÃO DE C. S. LEWIS

Estou lendo o livro Cristianismo Puro e Simples de C.S. Lewis. Este foi um renomado escritor cristão, publicando também obras fora do cunho religioso, tais como 'As Crônicas de Nárnia'. 
Lewis nasceu em 1898, sendo ateu por muitos anos. Em 1929 se converteu ao cristianismo e passou a escrever sobre religião com a bagagem de quem foi longe em busca da verdade.
No primeiro capítulo do livro, o autor apresenta a lei moral como uma grande evidência da realidade do Criador. Em qualquer cultura ou lugar, todo o ser humano tem um senso de justiça, um princípio interior de classificar o certo e o errado. Isto pela ótica evolucionista/ateísta não seria esperado. Por que os princípios de justiça e altruísmo deveriam aparecer no homem, se pela seleção natural o egoísmo pode ser visto como um fator de sobrevivência?. 
Lewis apresenta  a Lei moral, como um princípio harmônico universal regendo a conduta humana. Algo que é real, não  é uma invenção humana. Assim como a tabuada é um princípio básico da matemática e  não uma invenção humana, sabemos que podemos errar o cálculo mas isto não invalida a tabuada. Assim nossas tentativas de cumprir a lei moral podem ser imperfeitas e fracassadas, mas isto não elimina  a referida lei. Em diferentes povos o padrão moral pode ter suas variações, mas lá no fundo o ser humano reconhece  a verdadeira justiça. É como uma lei natural impregnada na consciência humana.
Esta colocação me faz lembrar na lei moral concedida por Deus no Monte Sinai, o Decálago. Nenhum outro código moral influenciou tanto nossas leis vigentes, quanto Os Dez Mandamentos. Num tempo de crise e confusão moral, quando viceja o relativismo moral,  nada melhor que reconhecer os Dez Mandamentos como os princípios eternos da Lei de Deus.
Davi falou: “Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim a tua lei está dentro do meu coração.” (Salmos 40:8).
Paulo assim se referiu a Lei: E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom." (Romanos 7:12)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A HORA DO CAPETA!

Outro dia ao ligar o rádio,  ouvi algo insólito. O apresentador de um programa evangélico estava entrevistando um demônio durante uma sessão de   exorcismo. Entre outras perguntas que fez, foram: Por que você está fazendo este mal para ela? Que doenças você põe nela? Quem mandou você se encostar nesta pessoa? A entrevista durou vários minutos.

Uma coisa extremamente ridícula e desaconselhada. Este tipo de atitude, se de fato  trata-se de uma caso real de possessão demoníaca, não deve ser tomado em ocasião alguma. Nem mesmo Jesus quis manter diálogo com o inimigo de Deus. Em uma ocasião perguntou o nome do demônio que estava possuindo uma pessoa, mas foi só. Nem mesmo quando estava no deserto sendo tentado pessoalmente pelo Diabo, quis delongar uma conversa. Suas respostas eram sucintas e objetivas, o suficiente para afastar o inimigo, e sempre baseada nas Escrituras, com as palavras "está escrito...".
Hoje, certos líderes evangélicos  fazem o contrário do que Jesus fazia. Se deleitam em manter longas conversações  com o inimigo de Deus, sem nenhuma razão para isto, a não ser tentar alavancar audiência expondo o sinistro personagem.
Este fato demonstra claramente o nível de decadência de muitas igrejas evangélicas, que sem nenhum compromisso em apresentar a verdade bíblica, querem apenas auferir uma grande quantia de ofertas. Para isto, usam o engano misturando verdades bíblicas com  doutrinas pagãs, usam o espiritismo para manifestarem sobrenaturalismo e impressionar a platéia.
O Apocalipse já previu esta situação, dizendo que a Babilônia religiosa dos últimos dias se  se tornaria em antro de espíritos imundos.
 "E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande babilônia, e se tornou morada de demônios, e covil de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável." (Apoc. 18:2).

Cabe a todo sincero pesquisador da verdade buscar reciclar suas fontes. Porque naquele dia muitos dirão:
"Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?" (Mateus 7:22).

E Ele respondera:
 "Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade." (Mateus 7:23).

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

BOM MESMO, É O CÉU!

"Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam." I Coríntios 2:9.

Fazendo uma reflexão, penso que já está na hora de irmos para o novo lar, as mansões celestiais prometidas por Jesus Cristo.
Não há mais o que possa nos prender aqui  neste mundo. Se ligamos a TV, assistimos a uma série de notícias ruins: atentados, catástrofes, crimes, extorsões, etc... Se olho ao meu redor vejo, talvez não ao lado de minha casa, mas não mais que 5 Km de distância, pessoas sofrendo na miséria, no vício e em tantas outras situações parecidas. É claro que a precariedade sempre existiu, mas agora há um conjunto delas que me faz pensar e dizer: é  o limite, chegou a hora!

Quando Jesus partiu desta Terra o sonho dos discípulos era vê-lo voltar em sua época. Este retorno foi adiado para 20 séculos depois. Agora, segundo as profecias do livro de Daniel, estamos no tempo do fim, nos dedos ou quem sabe nas unhas da estátua de Daniel capítulo 2.

Que bom que está chegando a hora! Toda a história humana tem sido marcada por um grande conflito de forças opostas, por sangue e sofrimento. A natureza também geme e sofre. Os prazeres do pecado  não valem a pena. Bom mesmo, é o Céu!

Não o céu que abriga o espaço sideral, mas o Céu que é a casa de Deus. O lugar que foi prometido aos que entregam sua vida a Cristo. Só em saber que lá não é mais preciso se preocupar com a morte, doenças e conflitos, já é muito bom. Mas o Apóstolo Paulo falou que o esplendor e a magnificência deste lugar jamais subiu à imaginação humana. É um lugar que nos faz feliz só em estar ali, onde tudo converge para o bem , para a paz e harmonia. Sim eu quero estar lá e você?

Ter passado por esta vida e perder a oportunidade de viver no Céu será o maior prejuízo pessoal. Viver no limiar de uma nova era e não querer adentrá-la, é muito decepcionante. Esta é com certeza a maior de todas as notícias: Jesus está voltando! E como João disse no último trecho de seu livro, o Apocalipse: "Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus." Apoc. 22:20.