quarta-feira, 24 de junho de 2015

Jarro de 3.000 anos confirma a Bíblia

Uma inscrição rara que remonta ao tempo do rei Davi foi exibida pela primeira vez em Jerusalém na terça-feira, 16 de junho, pela Autoridade de Antiguidades de Israel. Os fragmentos do vaso de cerâmica de 3 mil anos que contêm a inscrição foram descobertos em 2012 durante escavações realizadas pelos pesquisadores Yosef Garfinkel, do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica, e Saar Ganor, da Autoridade de Antiguidades de Israel. Os artefatos foram localizados em Khirbet Qeiyafa, nas imediações da cidade de Beit Shemesh, onde, segundo o relato bíblico, aconteceu a famosa batalha entre Davi e Golias.
Esta é a quarta inscrição descoberta até agora que data do século 10 a.C. e faz referência ao Reino de Judá. Ao juntar as centenas de peças do “quebra-cabeças” para formar um vaso inteiro, os arqueólogos encontraram o nome “Eshba’al Ben Beda” em letras antigas, o que chamou a atenção dos pesquisadores.
Fato inédito
“É a primeira vez que aparece o nome Eshba’al em uma inscrição antiga no país. Eshba’al Ben Shaul, que governou Israel na mesma época que Davi, é mencionado na Bíblia”, afirma Garfinkel. Ele explica que Eshba’al foi “assassinado e decapitado e sua cabeça levada a Davi em Hebrom” (2 Samuel 3 e 4). “É interessante notar que o nome Eshba’al aparece na Bíblia, e agora também em um documento arqueológico. Esse nome só foi usado durante o reinado do rei Davi. A correlação entre a narrativa bíblica e os achados arqueológicos indica que este era um nome comum apenas durante esse período”, destaca. Outro detalhe observado pelo pesquisador é o nome Beda, que ‘é único e não ocorre em inscrições antigas ou na tradição bíblica”.
Ganor acrescentou que, durante esse tempo, parecia haver uma certa relutância em usar o nome Eshba’al, pela semelhança com Baal, o deus cananeu da tempestade. “Embora o nome tenha mudado para Ish- Bashat, o original Eshba’al foi preservado no livro de Crônicas”, observa. Mudança semelhante aconteceu, segundo Saar Ganor, como o nome do senhor da guerra, Gideon Ben Joás, que foi alterado de Jerrubaal para Jerubesheth.
Várias descobertas
Segundo informou a porta-voz da Autoridade de Antiguidades de Israel, Yoli Shwartz, no lugar das escavações também foram encontrados uma fortificação, dois portões, um palácio e armazéns, além de quartos e salas de culto, que faziam parte de um assentamento datado do final do século 11 e início do século 10 a.C. “Artefatos originais que antes eram desconhecidos foram descobertos no local. Em 2008, por exemplo, a mais antiga inscrição hebraica do mundo foi descoberta lá. Agora, uma outra inscrição do mesmo período está sendo publicada”, acrescentou.
Fenômeno recente

A descoberta de inscrições que remontam ao tempo do mais importante rei hebraico é um fenômeno recente. “Há uns cinco anos, não conhecíamos nenhuma inscrição do século 10 a.C. do Reino da Judeia. “Isso muda completamente a nossa compreensão da distribuição da escrita nesse reino e deixa claro que ela era muito mais difundida do que se pensava anteriormente”, concluem os arqueólogos. [Equipe RA, a redação / Com informações do The Jerusalem Post]

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