quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Como Conciliar Amor e Verdade?

     Vivemos num tempo em que se fala muito em entendimento entre as religiões, ecumenismo e aproximação. Logo nos vem a mente que isto só será possível se cada um substituir o enfoque da  verdade para o amor.  Esta linha de pensamento orienta a  abrir mão de doutrinas peculiares para favorecer ao ambiente de diálogo entre denominações e grupos diferentes.

   Esta é uma postura positiva até certo ponto, pois trilha o caminho da tolerância e mútua aceitação. É claro que este comportamento deve prevalecer na esfera da convivência, mas daí para frente, no que diz respeito a abrir mão de posições e convicções, vê-se um embaraço no que diz respeito a definição da verdade. 
     Para a mentalidade pós-moderna o relativismo tomou conta do campo filosófico, moral e religioso. Contudo temos que reconhecer que a verdade não se define em proposições opostas e conflitantes, ou seja, a verdade está correlata à realidade dos fatos. A Bíblia deixaria de ser um livro confiável se possibilitasse que cada um define qual seja a verdade sobre Deus e a salvação. Apesar das possíveis dificuldades de interpretação que venham a ser encontradas, relativizar a importância e a exatidão destas verdades não é uma trilha segura. Muitos cristãos, como forma de calar a consciência, assumem esta atitude, mas este não é o conselho que Jesus nos dá (Mateus 22.29; João 5.39). Muito pelo contrário Ele nos aconselha a ir mais fundo e mais longe no conhecimento da Palavra de Deus (Mateus 13.44; Oséias 4.6). 

    Frente a este quadro contundente que caracteriza esta geração fria e apática em assuntos espirituais, cabe dizer que o zelo pela verdade  não deve ser sacrificado, mesmo que seja conveniente em face da multiplicidade  de dogmas e doutrinas existentes hoje. O cristão que não zela nem valoriza suas convicções possivelmente já foi envolvido pelo agnosticismo comum de nossa época. 
      Por outro lado a intolerância e o desrespeito a outros grupos religiosos está fora do escopo doutrinário de Cristo. Devemos amar a todos colocando nossas convicções com tato e amor. Amor e verdade não são excludentes entre si, mas interdependentes (ICor. 13.6). Ao contrário de omitir nossa posição, devemos sempre que possível e necessário dizer também que Jesus não quer seus filhos sinceramente enganados. Acho que este ainda é um dever cristão, ainda que nossa geração esteja valorizando apenas a questões éticas e morais. Devemos lembrar que  ser o sal da terra e a luz do mundo envolve o testemunho fiel de Sua palavra.  

Aguinaldo C. da Silva 

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