quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Amor, Sexo e Lascívia

      
      Há algum tempo o PETA (People for the Ethical Treatment of Animals),  divulgou um cartaz mostrando uma mulher seminua com traços dividindo o corpo em partes, fazendo referência ao que se faz com os animais no açougue. A imagem provocou o protesto de alguns pela insinuação negativa às mulheres, contudo é uma grande ilustração da realidade mais comum de como se interpreta o corpo e a nudez em nossos dias.

A visão do corpo como objeto de consumo é fruto de uma sociedade hipersexualizada. Se raciocina em termos sensuais, como se o sexo fosse o único propósito da vida ou que se esteja a todo tempo predisposto a prática sexual. Um jovem com vinte anos de idade que afirme ser virgem é considerado um ser de outro planeta. 

A visão da prática sexual sem paradigmas ou referenciais, não traz benefício para a personalidade. O ato sexual centrado na lascívia é deturpante, pois se limita a excitação isolando-se dos sentimentos. Geralmente sugestiona perversões sexuais, onde a sevícia corporal com requintes de dor e humilhação são ingredientes indispensáveis. Já quando é centrado no amor ou romantismo é salutar e compensador. A busca da excitação sexual pura e simplesmente desvirtua, pois não envolve sentimentos como: amor, afetividade, carinho.

A forma de ver as pessoas como objetos sexuais falta em respeito e consideração ao ser humano em si. Este deve ser interpretado pelo conjunto da obra (corpo, personalidade, espiritualidade). Uma visão centrada no erotismo é extremamente superficial e sem dúvida excêntrica.

No livro A Redescoberta do Homem, o autor faz menção às relações malfadas de certos casais, que se decepcionam por uma falsa impressão do corpo do outro. Relacionamentos que acabam após a primeira ida ao motel. Uma mera volúpia consequente da fantasia de que o corpo do outro seja uma infinita caixinha de surpresas. Relações assim acontecem aos montes, mas sem proporcionar uma realização plena, resultando quase sempre em frustração e vício.

O conhecimento da realidade do outro, física e psicologicamente, deve antepor a relação. A atração e o desejo não provém só da beleza física, mas da inteligência e de outros aspectos da personalidade. Destaco a parte psicológica, pois nela estão os atributos mais valiosos, concernentes ao caráter e aos sentimentos.
A educação sexual é um fator básico para a boa formação do ser humano. Em especial quando esta conduz a uma visão equilibrada e realista do corpo e do sexo.
  
Aguinaldo C. da Silva 

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