Crise na Economia Global se Aproxima Rapidamente

Enquanto os europeus, designadamente os que habitam a Zona Euro, continuam a braços com a dívida da sua periferia, com Portugal a ver a classificação da sua baixada pela Moody ́s para o nível de ‘lixo’, do outro lado do Atlântico, a economia norte-americana, além de não descolar no sentido da recuperação, atinge um nível de endividamento público que põe em cheque a estabilidade da economia mundial. Há mesmo quem já fale na possibilidade de uma nova recessão global.

Na Europa nem a superação, ou o adiamento, da bancarrota grega, nem as novas condições políticas portuguesas, em que um novo governo maioritário anunciou, de imediato, logo na apresentação parlamentar do seu programa, novas medidas de austeridade já para este ano, sem que a principal força da oposição, os socialistas removidos do poder, tenham colocado sérias objecções e apesar dos três partidos que dominam largamente o parlamento terem comprometido a sua assinatura no programa de assistência financeira internacional, conseguem convencer os investidores internacionais. As taxas da dívida portuguesa até desceram ligeiramente mas a agência de rating Moody ́s foi implacável descendo o rating soberano luso em, nada menos nada mais, quatro níveis de uma só assentada.

A dívida pública dos Estados Unidos atingiu o seu limite legal, USD 14.300 mil milhões a 16 de Maio último, um valor que corresponde a 93% do produto interno bruto (PIB) norte-americano estimado para 2011. O governo de Washington pede emprestado 40% do que gasta. E mau grado o governo tenha anunciado a adopção de medidas temporárias para impedir que a dívida ultrapasse o tecto legal, como a suspensão de investimentos em fundos de pensão, segundo o Tesouro americano, é inevitável, mesmo assim, que o limite fixado seja pulverizado no próximo dia 2 de Agosto, caso o Congresso não aprove a elevação dos actuais limites legais.

O problema é que a oposição republicana, que controla a Câmara dos Representantes, exige que o aumento do limite seja vinculado a cortes maiores no orçamento americano dos que os desejados pelo governo democrata. Segundo a Reuters, alguns congressistas republicanos "pensam que um default técnico poderá ser o preço a pagar para que a Casa Branca aceite cortar na despesa" e imaginam que os credores aceitariam "um pequeno atraso, talvez uns dias" até que consigam quebrar a resistência de Obama. Face a este impasse o Presidente norte-americano e o Fundo Monetário Internacional (FMI) já alertaram para o impacto que a falta de um acordo para elevar o tecto da dívida poderá ter na economia norte-americana e no resto do mundo. "Se os Estados Unidos, pela primeira vez, não puderem pagar as suas dívidas, as consequências para a economia americana serão significativas e imprevisíveis", disse Obama numa conferência de imprensa realizada na Casa Branca. Para o FMI, a dívida dos Estados Unidos encontra-se numa "trajectória insustentável", e um fracasso em elevar o limite irá causar "choques severos" na ainda frágil recuperação da economia americana e nos mercados globais. Também o presidente da reserva Federal (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, se associou a estas alertas, afirmando, há cerca de três semanas, caso os Estados Unidos deixem de cumprir as suas obrigações financeiras, é inevitável que a instabilidade venha a afectar os mercados financeiros globais.

Fonte: O País Online

NOTA. Sem querer ser profeta do caos,  já se sabe há muito tempo que a pretendida união européia não ia muito longe. Quanto à economia americana, também se sabia que o padrão utópico de vida adotado pelos americanos não iria resistir  para sempre. A exploração aos países de terceiro mundo mantendo um consumismo exagerado não seriam eternos para as nações desenvolvidas. O problema é que, no contexto atual, o declínio das referidas economias trará graves prejuízos para todos. O que os líderes das potências mundiais farão é incerto, mas tudo indica que adotarão medidas radicais paulatinamente e finalmente transformarão o mundo numa ditadura global, a fim de que se cumpra Apocalipse 13. Vivamos para ver!