quarta-feira, 29 de junho de 2011

MANIFESTAÇÕES POR LIBERDADE

    Recentemente vimos, pessoalmente ou pela tv, um bom número de manifestações reivindicando mais liberdade. Segundo a Folha.Uol  as marchas reuniram mais de 5 mil pessoas em quatro capitais. "Diversas cidades brasileiras organizaram marchas pedindo respeito à liberdade de expressão e às mulheres neste sábado. As maiores manifestações ocorreram em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Brasília, que tiveram cerca de 5.600 participantes somadas.
    Em São Paulo, cerca de 2.000 manifestantes participaram da marcha na avenida Paulista, na região central da cidade. Além dos pró-maconha, outros ativistas também marcharam, como os que são contra o uso indiscriminado de armas não letais, os favoráveis aos direitos de gays, ao passe livre para estudantes e até solidários aos bombeiros presos no Rio.
Também engrossam a marcha grupos de ciclistas, que já fizeram protesto na segunda-feira (13) após a morte do empresário Antonio Bertolucci, atropelado por um ônibus."

    Em termos gerais, vemos algo de justo nestas manifestações, mas também há algum exagero e intenções um tanto equivocadas. A parte que considero como justa, demanda  problemas que dificilmente podem ser resolvidos com a criação de leis, mas com o aumento da  educação em grande parte da população, sobretudo da cultura do respeito. Uma coisa difícil de equalizar numa sociedade que anseia por liberdade é a questão dos limites. 
    O respeito ao ser humano passa pelo estabelecimento de limites e este depende da sensibilidade para discernir  fatos, contextos e culturas. Apenas citando como exemplo, uma publicação do  jornal "O Globo", em 18/05/2011, registrou um acontecimento quase banal, numa praia da zona sul do Rio. Três visitantes holandeses, médicos, foram detidos por volta das 7 horas, por estarem mergulhando nus, em Copacabana. Moradores viram e chamaram a polícia. Este fato indica que a tolerância e os limites variam de uma sociedade para outra. Talvez na Holanda este fato não desperte nenhuma reação por parte da sociedade. Já no Rio de Janeiro, mesmo com a cultura do carnaval, em que mulheres seminuas desfilam publicamente nas avenidas, a nudez dos banhistas em horário quase sem movimento trouxe constrangimento. 
    Portanto,  a percepção das pessoas e não apenas a questão legal ou jurídica é o que tem determinado a liberdade e os limites de uma sociedade. O que é visto como  hipocrisia  e falso moralismo por alguns e o que é considerado libertinagem para outros passa pelos contextos culturais. No entanto as questões relacionadas à dignidade humana , ao respeito próprio e aos outros, advém de verdades e valores universais que transcendem os contextos de época e lugar. 
    A liberação de limites ou o estabelecimento de leis mais justas  tem sido o lema da sociedade ocidental nos últimos tempos. Revoluções e movimentos sociais tem ocorrido na busca por derrubar tabus e falsos conceitos morais. No entanto a verdadeira liberdade só é alcançada, seja no âmbito individual ou coletivo, com o reconhecimento e permanência das normas ou princípios  universais  expressos na lei de Deus. 
    O liberalismo por si só não traz a solução para a liberdade tão almejada, é necessário o reconhecimento dos valores universais e a consciência da real condição da natureza humana. Sem estes critérios o que se pode alcançar é  decadência ou miopia moral.


Aguinaldo C. da Silva

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