segunda-feira, 25 de abril de 2011

Uma Segunda Chance

Na noite de segunda-feira, 18 de abril, uma rua está deserta. Mas as câmeras de segurança de uma empresa mostra o momento em que Rosineide deposita um embrulho numa caçamba de lixo. Sem olhar para trás, ela vai embora.

“Ela disse que permaneceu o dia inteiro pensando. E, num ato de desespero, colocou a criança num saco e abandonou na caçamba”, conta o delegado.

Mais de 20 se passaram, sem que nada acontecesse na rua. Até que um catador de latas se aproxima da caçamba e começa a revirar o lixo. Ele leva um susto e se afasta. Olha mais uma vez e parece não acreditar no que vê. Corre em direção a uma escola bem próxima aonde está a caçamba. Um minuto depois, o catador de latinhas volta acompanhado de um professor, que mexe no lixo e retira da sacola um bebê. Chegam outros professores, vizinhos e a polícia.

“O saco tava fechado, estava um cheiro muito forte. Nessa hora, eu só pensei em pegar a criança, levar pra dentro da escola e pedir ajuda”, conta o professor Júlio Eduardo Dias.

“Eu fiz a respiração boca a boca e ela mexeu os lábios, mas a criança não chorou”, lembra a professora Manira Lúcia Garcia.

“Eu só queria saber se ela estava viva. É o que eu perguntava para ele: ‘está respirando’ a todo o momento”, lembra o soldado Miguel Rogério Yill.

A criança, resgatada do lixo é uma menina com pouco mais de uma semana de vida, chegou no hospital desidratada, em más condições de higiene e com infecção. Os funcionários do hospital a chamam de Vitória.

“Ela tem boas chances de recuperação. No momento atual, ela ainda precisa de tratamento intensivo e ainda não previsão de alta da UTI ou alta hospitalar”, afirma o pediatra Antônio Rua.

Os médicos dizem que a menina teria morrido se não tivesse sido encontrada naquela noite, pelo catador de latinhas. E ele não foi mais visto por ali. Depois das cenas registradas pelas câmeras de segurança, assim que a recém-nascida é levada, ele reaparece agora sozinho, dá mais uma olhada na caçamba, põe o boné, pega o lixo e segue em frente.

“Dá para ver pela imagem que ele foi exatamente onde estava a criança. Para mim, foi um anjo de Deus”, diz o soldado José Reinaldo Soares.

O Fantástico procurou por toda cidade para tentar encontrar o catador de latinhas, que aparece nas imagens do circuito de segurança. Depois de quatro dias de muitas conversas com os moradores, o Fantástico encontrou Andrey.

“A princípio, foi um choque. Você fala ‘não é comigo, não está acontecendo isso comigo’? Mas aconteceu. Eu vi um saco. Quando eu vi o saco, eu vi o rostinho dela. Eu pensei que fosse uma boneca, mas na hora eu já senti o odor ruim. Foi a hora que eu fui para trás. Mas eu queria me confirmar de que era uma boneca. Eu jamais iria achar uma criança no lixo. Daí eu pensei: a minha parte eu já fiz. Eu pensei: ‘ aminha parte eu já fiz, ela já está em segurança’. E fui embora”, revela o catador Andrey Antunes Cotrin.

Andrey diz que perdeu o emprego, a mulher e foi embora da casa da mãe há um mês e meio para viver nas ruas. Agora, acredita que encontrar a a menina é um aviso de que também pode ter uma nova chance.

“Parece que são sinais. Tem coisas que foram feitas não para serem ouvidas. E sim sentidas, não é verdade?” conta o catador.


Fonte: Fantástico/Globo


Nota: Salvando um bebê colocado no lixo, o catador Andrey deu uma segunda chance para esta criança. Curioso é que, contudo o que aconteceu, este homem sente que recebeu uma segunda chance de mudar sua história. Isto nos faz lembrar de algo: Deus deu seu Filho para nos dar uma segunda chance, a possibilidade de termos a vida eterna. Sabedores disto podemos mudar nossa história, entregando nosso coração a Ele podemos desfrutar da certeza da salvação!

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